quarta-feira, 9 de junho de 2021

(Mais de) Três Anos e Meio 100% Sóbrio... And Counting (FUCK ALCOHOL. FUCK DRUGS.) / Dicas Pessoais de Como Atingir a Sobriedade e Mandar o Álcool e as Drogas Tomarem no Olho do Toba: Um Ensaio Livre


 

 

De certa forma, esse post é uma sequência desse outro post aqui:

https://7noites7.blogspot.com/2019/12/dois-anos-sobrio-relembrando-o-ultimo.html

OK, não sei bem como iniciar esse post. Simplesmente sairei escrevendo coisas livremente e vamos ver se, assim, encontrarei uma forma de conduzi-lo.

Foi no dia 4 de Novembro de 2017, um Sábado, às 16H, que eu, aos 32 anos de idade, mandei a dobradinha álcool / drogas tomar no olho do cu em definitivo e para sempre. Desde então estive completamente sóbrio e, para falar a verdade, nunca nem me senti tentado a voltar ao meu antigo estilo de vida, regado ao álcool constante.

Se, por um lado, ficar constantemente enchendo a cara durante a adolescência e a casa dos ''twenties'' tem lá o seu apelo, assim que você completa 30 tudo isso começa a ficar meio imbecil, dando uma sensação geral de decadência e estupidez.

Além do mais, nos meus últimos anos de bebedeira o álcool só estava intensificando todos os meus tormentos. Beber até era empolgante a princípio, mas daí virava algo totalmente infernal. E o tormento dele durava muito mais tempo do que aquela breve euforia inicial.

Caralho, não estou sabendo fazer esse post direito ou encontrar as palavras realmente adequadas.

Mas vamos continuar tentando aqui.

Para quem estiver tentando ficar sóbrio eu daria a seguinte dica: ficar completamente bêbado uma última vez e, durante essa experiência, refletir bastante se o que você realmente quer mesmo é ficar sóbrio. Caso seja mesmo isso, então você pode iniciar a sua vida sóbria a partir do dia após essa última chapação alcoólica. (Se bem que no meu caso não teve um real planejamento: eu simplesmente fiquei de saco cheio de tudo aquilo e mandei tudo aquilo se foder.)

E tem também uma outra dica que eu daria, que, pelo menos comigo, foi algo essencial. A partir do momento que você inicia um estilo de vida ''clean & sober'', é extremamente importante abandonar certos hábitos dos seus dias de alcoólatra. Como, por exemplo, parar de frequentar certos lugares que você costumava ir nos seus tempos de cachaceiro inconsequente e também parar de andar com fucking assholes scumbags terminais com os quais você costumava estar junto nos seus dias retardados de bebum. No meu caso, parei de ficar perambulando pela Paulista e, mais especificamente, nunca mais fiquei dando sopa do lado do Shopping Center 3. Fuck those places. E, se tratando das más companhias, cortei em definitivo o contato com pessoas desagradáveis do passado como os Bozominions de direita Shakra (que tenta - em vão - largar o goró e o ''Beck'' desde mil novecentos e bolinha) e ''Rod Zero'' (o bobalhão metido a hipnotista que sumiu com as nossas demos de hard-punk de 2008) e também um Bozominion de esquerda (sim, pode não acreditar mas eles existem) que é o RSC. Inclusive, esse último consegue ser, de longe, o pior desses três aí - por mais que, politicamente, nós tivéssemos um posicionamento supostamente parecido.

Como vivemos numa sociedade onde existe um culto aos tipos mal caráter, esse trio aí de cima sempre teve um certo apelo ''cool'' (seja lá o que isso signifique) e sempre foi visto por algumas pessoas como caras descolados e os caralhos. Não é de se surpreender. Até existe aquela clássica canção semi-instrumental do Annihilator chamado Schizos Are Never Alone. Mas nesses casos podemos dizer SCUMBAGS ARE NEVER ALONE, no sentido deles terem um apelo geral garantido, já que, aos olhos da sociedade, é bacana ser o tipo espertalhão e mal-intencionado que machuca os outros (seja por maldade ou por estar pouco se fodendo - são uns imprestáveis de qualquer forma) e segue vivendo dessa forma. Assim como o sujeito que citarei no final desse post, essa galera aí não tenta mais te enganar no momento que você deixa claro para eles que você está bem ciente dos joguinhos deles, e que essas táticas não funcionarão mais contigo. Assim que eles perceberem que não podem te enganar, eles poderão desistir de tentar - ou então ficarem agressivos e tentarem de atacar de maneiras mais diretas e descaradas.

É, sei lá se estou conseguindo me expressar direito nessa postagem.

Enfim, chegou um momento em que eu fiquei tão de saco cheio do álcool e das pessoas que eu via ao redor enchendo a cara, que eu simplesmente mandei tudo isso tomar no cu, e parei com essa porra toda em definitivo. Afinal, o álcool é superestimado sim.

E não me arrependo nem um pouco. Ficar sóbrio foi uma das poucas coisas realmente boas que fiz na vida, uma das pouquíssimas das quais eu realmente me orgulho. (Ter conseguido superar um certo ''trauma'' aí referente a minha primeira visita a Europa é outra coisa da qual eu realmente me orgulho. Foram quatro anos e meio para superar aquilo e, durante esse tempo, eu achava seriamente que permaneceria traumatizado e perturbado para sempre. Mas, graças aos garimpos de VHS e às músicas antigas da Miley, de 2006 a 2013, eu encontrei táticas realmente fortes que me fizeram superar esse trauma que eu achava ser capaz de me destruir um dia. Eu achava seriamente ser impossível conseguir superar o que aconteceu na minha primeira ida a Europa, em Maio de 2012. Anyway... Quem aí leu certos posts antigos meus do Facebook sabe do que estou falando. É: talvez seja mesmo possível superar absolutamente qualquer coisa, no fim das contas. É isso aí.)

Sei lá se consegui me expressar direito nessa post. Tomara que sim. Alguns de vocês podem achar esse blog agressivo e tal, mas eu realmente gostaria de ajudar as pessoas com essa postagem aqui. Seria o máximo se alguém que estiver tentando ficar sóbrio encontrar alguma inspiração através dessa publicação em questão. Tomara mesmo que esse post sirva para alguma coisa positiva.

Bem...

A única coisa pior do que ter uma recaída, e voltar a beber e/ou me drogar, seria mesmo se eu fizesse uma live de VHS no YouTube e chamasse para participar dela o Albino Albertim. Aí eu certamente mereceria ser cancelado para sempre. (Para quem esteve vivendo numa caverna nos últimos 10 anos ou mais, AA é o sujeito mais mal caráter e desonesto do BBB VHS, famoso por lesar e prejudicar dezenas e mais dezenas de colecionadores de VHS Brasil afora. Vê-lo participar de live do YT, fingindo ser um sujeito gente boa e bem-intencionado, é tão ofensivo quanto ver o Bozo chamar a COVID de ''gripezinha'' ou ver os Raimundos se reunindo a favor do mesmo Bozo. Ô meio nojento do caralho esse BBB VHS.)

PS: Apesar de nunca ter tido uma única recaída desde o momento em que fiquei sóbrio, é importante sim nunca, jamais subestimar o álcool. Existe sim uma única coisa nesse mundo que faz com que eu me sinta minimamente, remotamente tentado a voltar a beber e/ou me drogar. Se trata das minhas músicas favoritas do Motley Crue: 'Take Me to the Top', 'Bastard', 'Knock'em Dead, Kid', 'Wild Side', 'Red Hot' (infinitamente superior a qualquer coisa da banda Red Hot... - que, segundo rumores, poderia ter tirado seu nome dessa música, mas vai saber), 'Don't Go Away Mad, Just Go Away' (que plagia claramente trechos diversos duma canção duma certa banda feminina nipônica aí de iniciais PP...), 'Tonight We Need a Lover', 'Save Our Souls', 'Kickstart My Heart', 'Live Wire', etc, etc, etc, etc. Sei lá, tem alguma coisa nessa porra dessa banda do caralho que inspira a decadência e te faz querer ser um vadio derradeiro se acabando de formas diversas. Portanto, sempre que vou ouvir Motley, tenho que ter um certo cuidado, já que essa banda se tornou meio maldita na minha vida. De certa forma é sim a banda mais perigosa do mundo - ao menos para mim. (...) Mas aí vem uma outra dica que eu daria para quem se sentir tentado a voltar a beber: pensar em todos os estragos que o álcool te trazia quando você chapava todas. OK, espero ter ajudado. Hail sobriety. Fuck booze & drugs.

 




 

sábado, 5 de junho de 2021

''The Pines'' II & III em 2021: Tio Marcio e Seu Dado Escapulindo dos Trombadas + O Meu Retorno Solo a Essa Mesma Área (Participações Especiais de Gabriel ''Mr. Dado Group & Tevelândia'' Caroccia e Gio ''SadyManíaco'' Mendes)


 

 

29 / JANEIRO (SEXTA) & 31 / MAIO (SEGUNDA)

(...)

II (29 - JANEIRO)

Após o rolê-garimpo de 15 de Janeiro desse ano, já descrito aqui, em que eu e o Dado fomos naquela loja onde adquiri aquelas quatro NMEs com The Vines na capa, eis que nós dois voltamos a essa área de SP no dia 29 de Janeiro. E, como não sei onde deixei o rascunho do relatório geral que escrevi naquele dia, terei que basear o relato na memória mesmo. Que o Dado então se sinta livre para adicionar alguma observação ao post.

Não lembro mais se o Dado comprou algum CD ali nos três sebos irmãos do começo do rolê.

Mas lembro que, enquanto eu fui num sebo ali próximo, o Dado foi sozinho para essa loja aí das NMEs onde eu fui meio que ''cancelado''. Afinal, ele tinha coisa pra olhar lá e também ia comprar pra mim um CD que encomendei dele: White Lillies Island, o segundo álbum da Natalie Imbruglia, importado, que saiu por meros R$ 18. Por mais que esse disco não tenha uma única canção que realmente se destaque, a ''Nat'' tem no debut duas das melhores canções do pop feminino mundial de maneira geral: as imbatíveis Big Mistake e Wishing I Was There (''WISHIN' AHH, WISHIN' AHH, WISHING I WAS THERE. WISHIN' AHH, WISHIN' AHH, WISHING I WAS STILL WITH YOU.''), duas faixas desgraçadamente viciantes. Admito sim que, até meados de 2019, assim como 99% da população mundial, eu só conhecia dela mesmo o gigantesco hit Torn, um ''cover do cover'', já que sua versão verdadeiramente original é da Escandinávia e cantada em língua incompreensível. Mas, ao trombar o single Big Mistake naquele ano e ouvir a faixa em questão e também Wishing I Was There, eu surtei legal e decidi que colecionaria toda a discografia dela, incluindo álbuns de estúdio e singles. Aí comprei esse single Big Mistake (R$ 10, obviamente importado), o debut Left of the Middle na versão nacional (R$ 5, o primeiro CD que comprei em 2020) e esse mesmo debut na versão importada (R$ 5, o último CD que comprei em 2020 - e não, isso não foi nada planejado) e, agora em Janeiro de 2021, graças ao apoio do Dado, consegui o segundo álbum de estúdio da ''muié''. Ao contrário do debut, que é um clássico, esse segundo disco só é recomendado aos fãs hardcore dela, já que mesmo nas melhores faixas (That Day, Wrong Impression, Sunlight) não consegue atingir a genialidade. Um álbum apenas OK no fim das contas.

E, ao me trazer esse CD dentro do sebo em que eu o esperava, o Dado se tocou de que havia esquecido a mochila dele na loja onde ele comprou o CD da Nat. Antes dele voltar lá para recuperar a mochila, ele comentou comigo que tinha uma compilação do Berlin lá, uma coletânea de singles do período 1979-1987. Nem para eu ser veloz o suficiente de encomendar esse CD também, já que estávamos ali na cara do gol e ele teria que voltar lá de qualquer forma. Bem... Vacilo meu.

E, novamente, não lembro se o Dado comprou algum CD nesse dia. GC, se manifeste aí caso você lembre de algo nesse tema.

Aí, quando nós íamos pro McCancerDonors, para também fazermos uma Operação Torrent (com o Dado me passando filmes variados via torrent, do HD externo dele pro meu laptop), eis que sofremos uma tentativa de assalto.

Beirava as 6 da tarde e ainda estava bastante claro, e era uma área bastante povoada, e, mesmo assim, dois ''elementos'' já vieram de longe na mais pura maldade. Não lembro se usavam máscara ou não, mas acho que estavam sem máscara mesmo. Ao perceber que já estavam ''no veneno'', fui caminhando pra rua mesmo, já que não tinha carro vindo. Um deles perguntou se nós tínhamos uns trocados ou algo assim, e eu fiz sinal negativo com a cabeça e consegui despistá-lo indo pra rua. Mas o Dado ficou pra trás, foi abordado pelos dois juntos e, sei lá como, conseguiu ''escapulir'' da dupla de scumbags numa boa. O Dado tem mesmo dessas: às vezes parece que ele tá desligado e tal, mas o fella tá mais atento do que você pode imaginar. Prova disso são as vezes em que, cercados por VHS em todos os lados, várias fitas literalmente caíam em cima de mim vezes diversas (!), mas o Dado sempre conseguia desviar desses terremotos VHSsianos. Sei lá: acho que, de tanto conviver com gatos, o Mr. Dado aprendeu a ser tão ágil e ninja quanto eles. Vai saber.

(...)

III (31 - MAIO)

Após não pisar nessa área aí toda nos meses de Fevereiro, Março e Abril, eis que acabei voltando lá no exato último dia de Maio. Além de ir em alguns sebos, fiquei de encontrar o Gio na região mais tarde.

No primeiro sebo que fui, acabei encontrando três Blu-rays interessantes o suficiente para justificar uma aquisição, por mais que, no presente momento, eu não tenha mais como rodar / assistir Blu-ray nenhum - ''valeu'' aí por essa, LG (''Life's Good''). Eram eles: Sete Dias sem Fim (nacional, R$ 12), RedBelt (importado, R$ 14) e The Hunger Games (duplo e importado, R$ 14). Bem, o primeiro ali eu cheguei a parcialmente ler o livro no qual foi inspirado (não consegui terminar por causa do prazo na biblioteca) e meio que quero assistir esse filme já faz algum tempo. O segundo eu cheguei a ver o trailer tempos atrás, que parecia bem interessante. E o terceiro eu já estou mais do que na hora de finalmente conferir e, além do mais, a ''J-Law'' é gostosa pra caralho e eu sou capaz de assistir quase qualquer coisa com ela. Além disso, são três edições bem apetitosas se tratando das transfers e dos extras, e os preços foram bem bacanas também: os 3 BDs juntos por 40 Bozos.

Já no segundo desses três sebos irmãos eu não encontrei nada que me chamasse a atenção.

Mas no terceiro desses sebos da mesma franquia, eu acabei encontrando o primeiro item realmente sensacional do dia, e por apenas 5 mangos ainda. Se trata simplesmente de um dos maiores clássicos das bandas coloridas em geral. Mais do que isso: é o debut auto-intitulado daquela que, para mim, foi a melhor banda emo BR e também a melhor banda feminina que o Brasil já teve. Claro que me refiro ao Lipstick no seu CD de estreia, de 2007, que originou três videoclipes: Cada Segundo Que Eu Tinha, Temporal (que eu acho muito mais legal que a canção homônima da Pitty - por mais que aquela faixa seja da única época boa dela, que é o disco Admirável Chip Novo) e, é claro, o clássico dos clássicos Na Na Na.

Por mais que a versão original de Na Na Na, do obscuro Wonkavision, seja muito legal, a versão do Lipstick é imbatível. (Uma coisa curiosa: em 2007 eu gravei uma participação do Lipstick na MTV Brasil em que, ao anunciar Na Na Na, a vocalista Mel dizia ser cover do Wonkavision. Mas, no exato instante em que ela dizia ''Wonkavision'', rolava um problema no áudio da VHS. Assim, eu sempre achei que ela dizia ''Locomotion''. Foi só muitos e muitos anos depois que eu descobri que o nome da banda era Wonkavision.) De todas as canções existentes chamadas Na Na Na, a acho muito superior às músicas homônimas de artistas ingleses (Status Quo, Cozy Powell, Kaiser Chiefs - essa do Kaisers, inclusive, é bem xaropeta, por mais que se trate duma banda geralmente animal) e também à Na Na Na do Pentatonix.

Portanto, de todas as canções chamadas Na Na Na (ou Na Na Na Na, ou Na Na...), a única que realmente está a altura da Na Na Na do Lipstick / Wonkavision é a canção homônima do My Chemical Romance já na sua fase colorida, do horroroso álbum Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys, de 2010. E, sobre esse assunto, eu tenho aqui uma teoria conspiratória sobre a única faixa que se salva no pavoroso quarto álbum do MCR...

É possível sim que a Na Na Na do Lipstick tenha influenciado a Na Na Na do MCR.

Acontece que em 2008 o MCR fez a sua única passagem ever pelo Brasil. E por mais que, hoje em dia, o Lipstick seja perfeitamente obscuro e esteja inegavelmente apagado e condenado às masmorras do esquecimento (sendo lembrado apenas pelos ''miguxos'' do passado e pelo seu humilde narrador), em 2008 a banda até que era famosinha, e Na Na Na tinha sim uma certa rotatividade na MTV e nas rádios. Portanto, é sim possível que Gerard e companhia tenham escutado a Na Na Na do Lipstick de alguma forma nessa passagem pelo Brasil, e que isso tenha influenciado a canção homônima deles. Afinal, por mais que essas outras Na Na Na que eu citei repitam ''Na Na Na'' algumas vezes, as músicas dessa dupla ''emonóide'' - Lipstick e MCR - repetem ''Na Na Na'' um zilhão de vezes e de maneira mais ou menos parecida. Assim sendo... Será que Lipstick, acidentalmente (e, talvez, até de maneira inconsciente), influenciou a banda mais famosa e bem-sucedida de toda a história da emolândia mundial? Ou será que o seu alucinado narrador está viajando legal? É bem provável que nunca saberemos a verdade sobre isso. Mas, seja como for, a Na Na Na do Lipstick é sim tão maravilhosa quanto a igualmente clássica e homônima música do MCR.

E, PQP, fazia anos que eu procurava material físico do Lipstick e essa foi a primeira vez que encontrei algo da banda. Revisitando esse disco agora me traz lembranças sobre o quanto essa banda foi especial, fazendo um mix de pop rock, pop punk e pitadas de hard rock a la Hey Monday - por mais que Lipstick seja anterior ao grupo da Cassie.

E o mais engraçado de tudo é que eu até cheguei a ver um SHOW do Lipstick lá no auge da banda, em 2007 ou 2008, no Centro Cultural São Paulo. Por mais que Lipstick seja a única banda nacional dessa era emo que eu dei valor na época mesmo, esse show aí foi algo totalmente acidental: eu e o ''finado'' guitarrista do meu antigo projeto de banda (ele mesmo, o que virou um Bozominion totalmente xarope) estávamos 110% bêbados nesse dia e fomos pro CCSP com o intuito de seguir tomando todas lá dentro do recinto. Uma vez lá dentro, teve início um show do Lipstick. Eu não fazia a menor ideia de que teria esse show. E posso dizer que as minas mandaram muito bem ao vivo também. Após o fim da apresentação, elas tiraram fotos e deram uns autógrafos. Eu e o meu ex-amigo ficamos ali perto acompanhando tudo, enquanto ficávamos mais e mais chapados, tomando vinho vagabundo (Cantina do Vale e Cantina da Serra). Lembro da Mel (que, curiosamente, não é a vocalista original da banda - mas boa sorte para quem tentar localizar alguma gravação do Lipstick com a cantora inicial) olhar pra gente com uma aparência ''WHAT THE FUCK?!'' E o lado engraçado da história é que, por mais que eu não parecesse ser um fã da banda nem de longe, aqui estou eu, uma década depois após a morte do emo na mídia, enchendo a bola do Lipstick.

OK, esse foi o meu post especial do Lipstick :) Acho que me empolguei aqui, hahahaha. A meta agora é conseguir o segundo e último disco da banda, Roquenroll, de 2010.

Beleza, voltando aqui então.

No mesmo sebo, também por R$ 5 a unidade, encontrei a trilogia da guerra comandada pelo Masaki Kobayashi. Ele mesmo, o diretor de dois dos maiores clássicos do cinema japonês: Kwaidan (As Quatro Faces do Medo) e Harakiri (AKA Suicídio). Essa mesma trilogia até saiu aqui em DVD pela Obras-Primas, mas, caso eu fosse comprar o box nacional, certamente iria gastar mais. Optei, portanto, em comprar essa mesma trilogia pela Janus, a frequente parceira da Criterion - aqui em carreira solo.

E, ainda nesse sebo aí, peguei também o BD americano do primeiro Missão: Impossível (Brian De Palma), por R$ 10. Ainda não assisti o sexto capítulo dessa saga, mas, por mais que o segundo e o terceiro chupem muitas bolas (um é dirigido pelo John Woo já totalmente vendido ao sistema, e o outro pelo imbecil mór chamado JJ Abrams - pior do que Spielberg só mesmo esses caras tipo Jerk Jerk Abrams, Chris Columbus e Duffer Brothers, otários que querem ser Spielberg), até reconheço que as partes 1, 4 (que eu também tenho em BD - Lea Seydoux forever) e 5 são assistíveis / toleráveis / relativamente interessantes. E também tem o carisma natural do Tom Cruise, o que garante que essa franquia M:I, mesmo com todos os seus muitos defeitos, seja muito melhor do que a franquia do 000 / Jackass Bond. Não que seja difícil ser melhor do que aquelas tralhas pavorosas do espião imbecil a serviço da rainha arrombada da Inglaterra, mas até que M:I 1, 4 e 5 tem lá os seus méritos e mereçam sim cotações medianas.

Após adquirir esses itens, segui para o próximo sebo. Pouco após chegar lá, coloquei a mão no bolso e percebi que havia esquecido minha caneta e minhas anotações no sebo anterior. Isso foi interessante já que, na minha ida anterior a esse sebo, o Dado percebeu que havia esquecido a mochila dele na loja lá das NMEs.

Assim, caí fora dali e voltei no sebo anterior, o que deu uns 7-8 minutos de caminhada. O atendente lá deve ter levado um choque ao encontrar minhas anotações e dar de cara com o meu rascunho do PURE MASSACRE do Panacão Doente / Bullshit Heart (Mel Gaybson, 1995). Deve ter sido engraçada a reação dele ao encontrar um pedaço de papel que, bem no topo, estava escrito ''CUZÃO VALENTÃO'', seguido de ''CORAÇÃO COVARDE'', ''CORNÃO ABORRECENTE'' e outros apelidos carinhosos que eu dei ao pior filme que já ganhou o Oscar de melhor filme.

Anyway. Assim que voltei a esse sebo, tive uma sensação de que eu não estava de volta ali em vão, e que poderia trombar algo especial estando de volta naquela região. Foi quando o maluquinho do sebo me disse que, ali no sebo principal desses três (aquele em que eu peguei aqueles três BDs), havia uma seção só de compactos. Decidi voltar lá então.

Com preços que variavam dos 5 aos 8 reais (ao contrário dos preços cobrados nas galerias do centro da cidade, que cobram valores muito, muito maiores do que esses nos compactos), fui fuçando um a um entre as centenas de compactos do reduto.

Continuei sem encontrar nada do Berlin, mas encontrei sim algo extremamente interessante que acabou sendo o primeiro compacto da minha coleção e também o segundo item genial adquirido naquele dia.

Foi simplesmente o compacto da canção-tema do Tempo de Massacre, o primeiro faroeste do mestre Lucio Fulci, estrelado por Franco Nero e George Hilton - e que possui um plot twist legal pacaray, hahahaha. E o melhor de tudo é que ainda se trata duma edição promocional e invendável do disquinho. E ainda saiu por míseros 5 pilas. (Aliás, qual será que foi o melhor western do Fulci: Tempo de Massacre, Os Quatro do Apocalipse ou Sela de Prata?)

CD do Lipstick e compacto de tema de filme do Fulci, no mesmo dia, e por 5 reais cada. Legal pacas.

Aí fui encontrar o Gio, que ainda me entregou duas encomendas que eu havia reservado com ele: o livro Viva la Vida Tosca, biografia extremamente interessante do João Gordo, e o box azul Morto Não Fala, terror não tão incrível assim do Dennison Ramalho, que é a única edição da Versátil que eu fiz questão de comprar após o início de toda essa suposta ''Festa do Catálogo'' aí. Como já expliquei que, no atual momento, não estou mais conseguindo rodar Blu-ray (mais uma vez ''agradeço'' a LG por isso), fiz questão de ainda nem tirar esse box do lacre.

Bem, é isso, cambada. Até o próximo post.













segunda-feira, 31 de maio de 2021

DEADLY PRIOR = ''No Serenade. No Fire Brigade. Just a PRIORMANIA.'' Foder o Mundo Continua Sendo a Minha PRIORidade Máxima (Trinca de Reviews: Kill Zone / 1985, ManKillers / 1987, Death Chase / 1988)






 

 

FUCKING THE WORLD WAS MY TOP PRIOR-ITY.

IT STILL IS.

Dedico essa postagem ao caro VHS-maníaco / Prior-maníaco Ivan Ferrari, que fez aniversário na última Quarta, 26.

Pois bem, recentemente fiz essa sessão tripla de clássicos oitentistas do diretor do icônico Deadly Prey (Danton: Sozinho e Armado / Exterminador de Mercenários / Extermínio de Mercenários / Isca Mortal / Presa Mortal), todos lançados em VHS BR.

Vamos lá então.

KILL ZONE (1985)

Sinopse:

Em um campo de prisoneiros do Vietnã, um pequeno grupo de soldados, entre eles Jason McKenna (Fritz ''Thornton'' Matthews), Mitchell (Ted ''Danton'' Prior) e Manley (William ''Cooper'' Zipp), são torturados por vietcongs e por um sádico coronel (David ''Hogan'' Campbell) que trocou de lado e está aliado aos vietnamitas.

Histórico no Brasil:

Lançado em VHS - como Zona de Ataque - pela Tec e, mais tarde, pela Pyramid.

Entregar mais detalhes da trama de Kill Zone comprometeria a experiência de assistir o segundo longa de David Prior (após o slasher SOV surrealista / onírico Sledgehammer, de 1983), que, assim como o seu debut, também é um Prior diferente de tudo que viria a seguir - porém por razões diferentes.

Nessa primeira excursão de Prior pelo ''Namsploitation'' (WTF?!), subgênero a qual o diretor retornaria regularmente, a abordagem é muito diferente do que se esperaria de Prior o conhecendo dos seus trabalhos posteriores. Ao contrário da vibe campy-trashy de Deadly Prey e afins, Kill Zone é nada cômico e sim sério, pesado, tenso e brutal. E, num eco do seu trabalho anterior, até possui um certo lance horror / slasher, sendo que o nome do protagonista até é Jason.

''He's gonna be long gone by then.''

Com o tema do soldado do Vietnã totalmente atormentado, Kill Zone poderá ser interessante para fãs de outros filmes do período nessa vertente, tipo Combat Shock, Cessar Fogo e até mesmo o primeiro Rambo (Programado para Matar).

No geral, o filme inteiro manda bem e os grandes destaques são o plot twist e a impressionante perseguição do final, entre uma moto e um helicóptero.

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MANKILLERS (1987)

Sinopse:

Grupo de mercenárias é enviado para combater um psicótico rei do crime (William Zipp).

Histórico no Brasil:

Exibido na TV aberta como Em Nome da Morte, o filme foi lançado em VHS pela Central como As Doze Condenadas e pela Zircon como Mercenárias.

''Dave A.'' mostrou o seu lado feminino nessa impagável tosqueira WWG (''Women With Guns''), feita no mesmo ano do clássico imbatível Deadly Prey - com o qual possui algumas cenas bem similares.

ManKillers é bem divertido como um todo, mas, se tivesse que destacar algo nele, daria uma atenção maior ao William Zipp, que, ao contrário dos seus personagens heroicos e algo ingênuos de Kill Zone, Deadly Prey e Death Chase, faz aqui em ManKillers um vilão badass, psicopata e doente pra caralho. A cena da motoserra é sensacional e até me lembrou o nosso orgulho nacional Sady Baby tacando o terror no puteiro durante a sequência final de Emoções Sexuais de um Jegue, AKA Tesão no Interior, AKA O Jeito É Jegue. Fuckin' awesome.

E outra coisa maravilinda em ManKillers é a trilha sonora hard / AOR com as canções Freedom (Steven McClintock) e Stand Tuff (Jimmy Hammer). Freedom é animal, com o tal McClintock aí se empolgando além da conta em certo momento, surtando legal e dando altos gritos de liberdade: ''Freedom! FREEDOM!!!'' Certamente muito mais emocionante do que o William Wallass (vivido de forma caricatural pelo Mel ''Merda Mel'' Cabaçon em Cabação Veemente / Bullshit Heart, lixão mainstream de 1995) gritando a mesma palavra antes de tomar no olho do cu no final daquela bosta.

Bem, ManKillers é um Prior autêntico: personagens impagáveis, situações sem noção, ritmo frenético, autoridades atrapalhadas, diálogos espertalhões, explosões tosquíssimas e cenários vagabundos; cenários esses construídos pelos chapinhas Ted Prior e Fritz Matthews. (Falando em Matthews, parece que ele até faz uma ponta não-creditada lá na introdução da bagaça. Parecia sim com ele, mas não encontrei nenhuma menção a isso net afora... Sei lá então. Ahh, e a protagonista de ManKillers se chama Rachel McKenna. Seria ela parente do Jason McKenna, personagem do Matthews em Kill Zone?)

''Freedom! Freedom!

Freedom from this hell.

Freedom! Freedom!

Give me back myself.

Freedom! Freedom!

Take away these chains.

Freedom! Freedom!

Let me walk away.''

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DEATH CHASE (1988)

Sinopse:

Após ter sua irmã assassinada, pacato civil (William Zipp) se vê envolvido em jogo mortal promovido por uma sociedade secreta a la Illuminatis.

Histórico no Brasil:

Supostamente exibido de alguma forma como A Caçada. Supostamente lançado em VHS pela Central como Forçado a Matar.

''Você é o escolhido. Boa sorte.''

Antes de começar a analisar Death Chase (também conhecido simplesmente como Chase - título esse que o filme honra muito bem), é importante dizer que a VHS nacional dessa porra é uma espécie de equivalente do Prior a Premonição (AKA 7 Notas Fatais) do Lucio Fulci e a Alucinações de um Gozador (AKA Come Tudo, AKA Bicharada) do Sady Baby. Ou seja, se trata sim da VHS mais rara do diretor. (Aliás, dessas três fitas aí, a única que dá para afirmar que existe com certeza é a Alucinações mesmo. Já Chase - Forçado para Matar - e Premonição seguem com seus status de lenda urbana até hoje, 1 de Junho de 2021. É foda.)

OK, vamos ao filme em si agora.

Se Kill Zone é um drama de guerra com pitadas de horror e ManKillers é uma versão feminina da guerra, Chase leva a guerra ao cenário urbano e com toques de suspense, com o protagonista Steven Chase (William Zipp, pra variar) se envolvendo em inúmeras enrascadas (como diria o narrador arrombado lá da Sessão da Tarde), ''chase after chase'', dessa vez na cidade grande mesmo. Adicione a isso uma trama maluca sobre sociedades secretas e a possibilidade do elemento sobrenatural, e temos mais um ''winner'' aqui - um plot conspiratório que seria retomado por Prior em maluquices noventistas como Trama da Lei e Felony: Quando as Leis São Rompidas.

Se tudo isso não fosse o suficiente para confundir o espectador, ainda tem o enigmático personagem do Paul Smith (o jardineiro malucão do slasher O Terror da Serra Elétrica / Pieces e o marido - ! - do David Carradine no bizarraço Sonny Boy), que parece capaz de ficar se teletransportando por aí quando bem entender. E, é claro, seus diálogos são puramente Priorianos e, por isso, divertidões.

''Can we solve this somewhere else?''

''Yes. In another life.''

Bem, Chase é um filme totalmente doidão - e um tanto ''kinky'' - que já começa a milhão com uma das suas várias perseguições alucinantes. Poderá ser um prato cheio para os iniciados no cinema do mestre do trash David A. Prior. A lamentar somente um fraco desempenho dos mesmos músicos responsáveis pela trilha de ManKillers, que não conseguiram reprisar aqui a boa forma vista na música daquele filme.

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Veredito:

Três filmes bem divertidos sob o comando do Bruno Mattei americano. Mas, por mais que ManKillers e Death Chase sejam bem legais, Kill Zone é o meu favorito da trinca: dos quase 20 Priors que assisti, Kill Zone (que não possui o clima habitual de trasheira do diretor - o que pode desanimar alguns espectadores), para mim, só perde mesmo pro Deadly Prey. HAIL PRIOR.

PS: Talvez eu até tenha mais algumas coisas a dizer sobre essa trinca Prior, mas daí fica para os complementos adicionais via seção de comentários. Viva a Priormania. (E, caso alguém aí tenha alguma pista sobre o paradeiro de Death Chase em VHS no Brasil, a info em questão certamente seria bem-vinda.)





sábado, 15 de maio de 2021

Do Shopping Fantasma e Além... Inesperado Garimpo VHS em Guarulhos: 12 / 05 / 2021 (Featuring Gio ''Sadymasoquista'' Mendes)


 

 

Justo quando eu pretendia dar um tempo nos garimpos de VHS, após as buscas seriamente hardcore feitas em 26 de Abril (quando adquiri um clássico oitentista dos filmes brasileiros de vingança, e com direito a fichinha dentro do estojo) e 3 de Maio (quando tentei recriar o ritual from hell visto no filme A Dark Song na vida real, cometendo pequenos sacrifícios como oferendas aos Deuses do VHS - é, acho que estou ficando mais biruta a cada dia que passa), eis que, graças a um toque do Gio Mendes (o biógrafo oficial do mestre supremo Sady Baby desde o longínquo ano de 2007), fiquei sabendo de uma fonte de VHS em Guarulhos. Eu não pisava lá desde Fevereiro, quando fui lá com o Seu Dado (AKA Gabriel Caroccia), em relato já descrito em detalhes no post do link seguinte:

https://7noites7.blogspot.com/2021/02/10-02-2021-guarulhos-ryoko-n-roll.html

Assim, eu e o Gio nos programamos para ir nessa fonte de VHS verificar as fitas do reduto. Nunca havíamos pisado nessa região específica de Guarulhos, mais ou menos próxima de um tal Shopping Fantasma (!), cuja descrição online foi a seguinte:

''... a área é utilizada para uso de drogas e outras atividades ilícitas...''

''... os desocupados aparecem com arma de fogo em punho...''

''No local ainda é comum a prática de sexo explícito, inclusive, à luz do dia.''

https://www.guarulhoshoje.com.br/2017/10/26/area-de-shopping-abandonado-aumenta-a-inseguranca-dos-moradores-na-vila-fatima/

É, foi para lá que Titio Marcio e o biógrafo do Sady seguiram. Afinal, vale tudo em nome dos garimpos colecionistas.

Ainda mais apavorante do que a descrição acima do tal Shopping Fantasma foi o fato de que, enquanto íamos de ônibus para lá, levei um baita susto ao olhar pela janela uma hora e dar de cara com o teatro Adamastor. PUTA QUE PARIU. Acontece que, nos meus deploráveis dias como funcionário da ultra-hiper-mega-detestável Proguaru, eu cheguei a trabalhar lá nesse Adamastor, em experiências nada agradáveis. Aliás, os funcionários da Proguaru em geral não gostavam nem um pouco de ter que trampar no Adamastor por causa de um sujeito totalmente desagradável lá com as iniciais RQ. E eu fui mais um que teve a infelicidade extrema de conhecer esse sujeito deplorável. Enfim... Fuck those days.

Após mais ou menos uma hora de viagem, eis que eu e o Mr. Sadymasoquista chegamos no Shopping Abandonado. E, após caminharmos por um tempo, chegamos na casa do amigo do Gio - que eu já havia trombado rapidamente em um evento de 2018.

Ao nos avistar, fui imediatamente recebido por ele com fortes elogios:

''Eu vi sua entrevista no Fora de Sintonia. Você é totalmente xarope e louco da cabeça. Bem... Somos todos.''

Há, figuraça esse maluco. E, como não sei se ele quer ser exposto aqui, não revelarei o nome dele na postagem. Também não revelarei o nome do outro cliente dele que já estava no reduto quando eu e o Gio chegamos lá.

Assim, enquanto ele fazia a telecinagem duma cópia em película de um raro filme da Boca do Lixo, que era exibido no recinto, fui lá fuçar as fitas todas - algumas centenas. Não foi fácil já que, para fazer a exibição + telecinagem desse filme (uma obra obscura com a participação do José Mojica Marins / Zé do Caixão no elenco), era preciso deixar as luzes todas apagadas. Assim, eu fui verificando as fitas da forma que era possível: com a luz acesa durante os intervalos para fazer as trocas de rolos, com uma lanterninha nas partes em que era permitida e, nos momentos em que a escuridão era total, fui carregando as caixas de fitas - algumas pesadas pacaray - para o lado de fora do recinto, onde havia luz e eu podia olhar uma a uma. Mas, como não havia muito tempo para fazer a operação toda (já que o carinha que ia comprar a película e a sua cópia telecinada ofereceu carona para mim e o Gio, e ele pretendia ir embora pouco tempo após terminar a negociação dele), tive que correr feito um louco para olhar todas as fitas lá. Nas pornôs / eróticas, tive a colaboração do Gio, já que ele também estava interessado em adquirir algo nessa linha. Mas, nas convencionais, eu estava ''on my own'', hehe. De qualquer, consegui sim checar 100% as fitas do local. Claro que, para isso, tive que focar total e até mesmo evitar conversar direito com a galera lá.

E, por falar em Gio, aí vai a relação das quatro fitas adquiridas por ele na ocasião:

Matar ou Morrer (Clery Cunha)

Penitenciária Sexual (Joe D'Amato)

120 Dias de Anal (Joe D'Amato)

O Amor de Emmanuelle (Francis Leroi)

Dessas eu não tenho O Amor de Emmanuelle e nem Penitenciária Sexual (um WIP XXX que eu até teria, já que é dirigido pelo mestre D'Amato e ainda conta com o doentio Jean-Yves Le Castel, AKA Matador, no seu grande elenco - puta cara perturbado do caralho), mas possuo sim as outras duas: 120 Dias de Anal é bem legal, mas Matar ou Morrer é um lixão que só não é pior do que o seu remake Rota Comando - o segundo pior filme BR de todos os tempos, ''perdendo'' apenas para o lastimável Porta dos Fundos: Contrato Vitalício. (Uma atrocidade que me deixou tão traumatizado que me fez nunca mais assistir PDF a seguir. É sério: depois daquilo eu nunca mais vi um mísero segundo de PDF.)

Anyway...

E numa dessas checadas solo, eis que avistei a lombada ''RAPID FIRE''. PUTA QUE PARIU, CARALHO, ANIMAL. É óbvio que saquei, imediatamente, de que não se tratava da tralha mainstream homônima estrelada pelo finado canastrão Brandon Lee, e sim do último filme do Joe ''Is Pínel'' (O Maníaco em pessoa) que é dirigido por ninguém mais, ninguém menos do que o mestre absoluto DAVID A. FUCKIN' PRIOR - um dos três Deuses Supremos do VHS, ao lado de Lucio Fulci e o nosso orgulho tupiniquim Sady Baby.

Assim, cheguei a marca de 7 Priors na minha coleção, juntamente de Operação Warzone (''Eles falaram que a guerra é o inferno. Eles estavam certos''.), também com o Joe Spinell no elenco, A Batalha Final (que acompanha o épico combate entre Ted ''Mike Danton'' Prior e Robert ''Maniac Cop'' Z'Dar, resultando em um dos filmes mais retardados já feitos), Inferno Branco (a resposta do Prior ao Aniversário Macabro), Trama da Lei (um filme mais bem feitinho do diretor - portanto menos divertido), Desejo Fatal (com a ainda gostosa Pamela Anderson pagando de atriz) e Felony: Quando as Leis São Rompidas (elenco de peso em mais uma obra frenética e mega-trash pelas mãos do mestre do estilo). E, além dessas VHSs, também possuo dois DVDs nacionais levemente diferentes do Pelotão Vampiro (''Eles estão entre nós faz séculos. Eles nunca perdem. E eles nunca morrem.''), que se chamou Pelotão Fantasma na VHS da Wera's, e dois Laser Discs que ainda passarei pro Ivan Ferrari, o maior Prior-maníaco da Bozolândia: Trama da Lei e Código: Assassinato. É isso aí: a Priormania não pode parar jamais, mesmo quase seis anos após a morte do mestre. HAIL PRIOR.

OK, continuando por aqui então.

Encontrei também O Massacre da Serra Elétrica no relançamento dublado via Reserva Especial e Inter Movies, porém, infelizmente sem capa. Mas é óbvio que a peguei da mesma forma. Inclusive, só havia trombado essa fita uma única vez na vida inteira, e só na época das videolocadoras com VHS (e em Nova Friburgo - Rio do Janeiro), uns 15 anos atrás ou mais. Ou seja, posso dizer que JAMAIS trombei essa fita em São Paulo na minha vida inteira.

E eis as demais seladas que comprei lá:

Operação Júpiter (Mega), dos anos 70, que é um sci-fi com pitadas de horror vindo da Alemanha. No elenco, o malucão Dieter Laser. Sim, ele mesmo: o vilão insano das partes 1 e 3 da trilogia A Centopeia Humana.

Justiça Total (Taipan / Tupã), um suspense de vigilantismo sobre uma família fodida sendo obrigada a fazer justiça com as próprias mãos. Há, inclusive, essa porra é tão obscura que nem possui um único review no IMDB.

Rambo: Programado para Matar (dublado, TrashStar). Essa é a terceira VHS que possuo do filme (que eu gosto sim, ao contrário das horrorosas partes 2 e 3, que faço questão de não ter em VHS - já o 4 e o 5 nem saíram no nosso formato de estimação). Antes dela, eu já tinha a VHS ''alternativa'' e também o primeiro lançamento selado, legendado, via TransVídeo. Além dessas três fitas, também tenho um anúncio de época da VHS da TransVídeo (com uma capa totalmente diferente daquela que conhecemos - teria a Trans também lançado o Rambo 1 com aquela capa???), dois DVDs algo diferentes pelo selo Tiozinho da Esquina Home Video, e também o primeiro Blu-ray americano do filme, lançado nos primeiros meses de vida do ''Rai-azul''.

Guerra da Cocaína (Zircon), uma ação trasheira oitentista dirigida por um argentino (Hector Olivera).

No Coração do Perigo (dublado, Crival). Crival foi um selo obscuro pra caralho especializado em fazer relançamentos de coisas chinesas de punkadaria: Moon Lee, Jackie Chan, John Woo, porras assim. E é justamente do Woo esse No Coração do Perigo (Heroes Shed No Tears), um insano tributo a coisas como Teruo Ishii, O País do Sexo Selvagem / Mundo Canibal (1972, do Umberto Lenzi, o ponto de partida do ciclo italiano de canibalismo) e a cinessérie O Lobo Solitário. E é cabuloso pensar que a contagem de corpos de No Coração do Perigo chega a inacreditáveis 323 cadáveres :) Woo adora mesmo uma carnificina. (Isso é, até ele ir pros EUA e mostrar pra todos nós de que gosta mais de $$$ mesmo. Nada mais do que outro fucking sellout que já foi genial um dia.)

OK, essas foram as seladas. Além delas, peguei também quatro fitas ''alternas'' / ''paralelas'' / ''trepadas'':

Execução Sumária / Instant Justice (lançada selada pela Warner), uma ação trasheira e de vingança feita em 1986 - que eu já tinha de forma oficial - que conta no elenco com a recém-finada Tawny Kitaen. Para quem não sabe, ela é uma sex symbol dos anos 80 famosa por ter namorado rockstars como David Coverdale (Whitesnake, Deep Purple) e o saudoso Robbin Crosby (Ratt), além do canalha OJ Simpson. Como bem disse o poeta: ''OJ Simpson não gosta de Ratt. Isso já é mais do que o suficiente para considerá-lo CULPADO.'' Hahahaha, nós somos nerds demais. (MOMENTO DIGRESSÃO: Por falar em Ratt, recomendo a entrevista que o Régis Tadeu fez recentemente com o vocalista Stephen Pearcy lá no YouTubug.)

Que Sorte Danada! / Outrageous Fortune (lançada selada pela Abril), uma comédia débil de 1987, com o Peter Coyote (Comando Out / Desvio Mortal / Fúria Terrorista) no elenco. O engraçado e curioso é que a fita selada possui a mesma capa da pirata, porém com a arte de cabeça para baixo. E, pelo que pesquisei aí, foi só mesmo no Brasil que fizeram isso com a capa do filme. Ou seja, agora eu provavelmente terei que pegar essa porra selada também...

Calendário da Morte, AKA O Calendário da Morte / The January Man, de 1989, uma mistura bizarra de dramédia com thriller policial, numa trama de serial-killer ''on the loose''. E o melhor de tudo: aparentemente, o filme é inédito no Brasil em home video. Ou seja, esse aqui foi o grande destaque desse quarteto de bootlegs.

Esqueceram de Mim / Home Alone (lançado e relançado no nosso mercado selado - by Abril & Fox), de 1990. É, mais uma fitinha alternativa noventista na minha coleção, após Tudo por Amor / Forever Young e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final / Terminator 2: Judgment Day, ambas de 1991. Se, por um lado, eu não tenho 1% de interesse em adquirir essa tranqueira selada, por outro eu gostaria sim de adquirir a VHS nacional, numa cópia dublada pela LK-Tel, do filme francês que teria sido plagiado pelo imbecil do Chris Columbus aqui: Fim de Jogo / Deadly Games (1989) - obra muito curiosamente lançada em Blu-ray 4K nos EUA.

Assim, já são 9 fitas alternativas adquiridas por mim desde o momento em que retomei a coleção de VHS, após 10 meses e meio 100% afastado do meio. As outras 5 são a já citada T2 mais Big / Big Shot (Quero Ser Grande - que ainda originou a comédia pornô BIGGER: O MEU É GRANDE, hahahahaha), Calígula (um achado e tanto essa alterna), Casualties of War (Pecados da Guerra / Pecados de Guerra) e No Mercy (Sem Perdão).

Ahh, e, além dessas minhas 11 fitas adquiridas lá em Guarulhos, ganhei de brinde uma capa que estava perdida por lá. Se trata de Conexão Brazil 5: Perversão Anal no Brasil (do selo Conexão Brazil), pornô demente do Max Hardcore / Max Steiner barbarizando as brazucas sem dó nem piedade, inclusive com aparelhos ginecológicos. Teve até pornstar brasileira que desistiu do ramo após passar pelas mãos desse lunático fugitivo do hospício. Enfim, é uma pena que a fita em si não foi localizada em lugar nenhum, já que Max HC é sempre bem vindo na videoteca. E, além do mais, eu tenho comigo faz tempo a Conexão Brazil 4, também com o Max aprontando no BR e traumatizando para sempre as nossas pobres atrizes pornô. E é foda que é só olhar pra cara do Max HC - o ''Caubói da Putaria'' - que a gente saca na hora que o cara tem vários parafusos a menos. Puta sujeito xaropeta, hahahaha.

Se tratando de cotações, numa escala de 0 a 5 estrelas, todas essas fitas merecem, a meu ver, entre 3 e 3.5 no fim das contas. (O Massacre... dublada receberia 4 se tivesse a capa, mas recebe 3.5 sem ela.) Quer dizer, todas essas fitas menos a Prior. Rapid Fire merece, na minha opinião, 4.5 sim senhô.

Porém, agora praticamente não restou mais nada interessante lá. Eis algumas fitas interessantes que ficaram para trás: O Telefonema / Call Me, Freddy 6 (lixão) e 7 (mais lixo ainda), algumas Crival sem capa e alguns pornôs do milênio passado. Acho que só.

Bem...

Apostei todas as fichas nesse rolê e, novamente, ficou comprovado que os garimpos de VHS de 2021 estão a todo vapor. Na volta, ainda, eu e o Gio aproveitamos para comer um hot dogão cabuloso - bom demais mesmo, e não com aquela porra de salsicha da marca Aurora, que quase matou o seu humilde narrador algum tempo atrás.

É issaê, galera...

NÓS VAMOS EM BUSCA DAS FITAS MAIS FORTES. É ''NÓIS'' NAS FITAS. (E um pequeno detalhe aqui: se vocês gostam desses meus relatos de buscas por VHS, vocês precisam agradecer ao Alex ''Relíquias do Terror'' Gouveia por isso. Afinal, é graças a ele - me conseguindo o single Jeans da Ryoko Hirosue - que eu voltei a colecionar as nossas adoradas e eternas fitinhas. Sem aquele single japa, eu ainda estaria afastado dos rolês por VHS até hoje.)

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(Post escrito ao som da curta discografia do Hey Monday, com as suas 12 melhores faixas recebendo algumas repetições. PQP, aquele refrão da Hurricane Streets é uma das coisas mais cabulosas de todos os tempos. Como pode uma banda claramente colorida - que influenciou as fases mainstream do Cine e do Restart - e com um nome puramente nonsense ser tão indescritivelmente sensacional... Só sei que, se tivesse que escolher entre HM e Bi Chemical Romance, eu certamente entraria em curto-circuito e ficaria num impasse eterno. É simplesmente impossível para mim decidir qual das duas foi a melhor coisa da história da emolândia mundial; sendo que Scary Kids Scaring Kids (RIP), The Used e a fase ''emonóide'' do AFI / A Fire Inside - que contou com bizarras participações especiais de integrantes do WASP e do Steel Panther - vem logo a seguir, nessa exata ordem, formando o meu TOP 5 do estilo. HAIL FAKE EMO. HAIL FAKE SCREAMO. CHUPA, REAL EMO. ENGOLE ATÉ AS BOLAS, REAL SCREAMO. FUCK OFF, PURISTAS.)

 





 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Marica Hase Antes do Cinema Pornográfico... Cine-Desgraça = Ôru Naito Rongu 6: Daredemo Yokatta / All Night Long 6: Anyone Would Have Done (2009, Katsuya Matsumura)


 

 

(Sigo aqui o lance de fazer ao menos um post por semana nessa bagaça - regra essa que, finalmente, parece que estou conseguindo honrar dumas semanas para cá. Aleluia.)

OK, mais uma postagem desgraçada, grotesca e degradante de encomenda para vocês.

Antes de se tornar uma das pornstars ''nipornicas'' mais famosas da história, a ''whoriental'' Marica Hase tentou a sorte no cinema sério (?) com essa desgraceira demente: o sexto capítulo da insana franquia Ôru Naito Rongu / All Night Long, um exercício de sadismo refinado só para iniciados que teve o seu início lá em 1992. É sim bem interessante vê-la num filme de horror extremo de 2009 pertencente à franquia All Night Long, antes dela passar toda a década seguinte tomando paulada em todos os buracos ''All Day Long''. Ou seja, ela seguiu o mesmo rumo tomado pela Teri Weigel (Psicose para Matar / Cheerleader Camp) e pela Ashlyn Gere / Kim McKamy (Cannibal, AKA ''Canniboy'', hehe / Lunch Meat) no Ocidente - o rumo das cachorras que trocaram o horror pelo pornô; ao contrário das Traci Lords da vida, que fizeram o contrário.

Tendo novamente na direção o japa atormentado (pleonasmo) Katsuya Matsumura (que cometeu todos os ANL anteriores e também foi o responsável por outra atrocidade niilista, o já resenhado por aqui Concrete-Encased High School Girl Murder Case: Broken Seventeen Year Olds, de 1995 - ô título curto da porra...), há dois fatores interessantes que precisam ser mencionados aqui: Matsumura, dessa vez, teve a colaboração no roteiro de outro retardado psicótico, o xarope master Daisuke Yamanouchi (dos insanos e cabulosos Red Room 1 & 2), e a bastante curiosa produção do cineasta mainstream Takashi Shimizu - realizador de trocentos Ju-On: The Grudge / Ju-On: O Grito, mas também diretor do mórbido e excelente Marebito: Seres Estranhos, um dos melhores filmes de horror desse milênio. É bem inusitado mesmo ver um diretor tão famoso e mundialmente reconhecido se envolver com uma franquia tão extrema e underground...

A trama: japa psicopata - mais um - aprisiona duas irmãs (ou amigas, sei lá) na casa delas, e as submete a uma série de humilhações e o escambau. Ou ao menos é isso que parece. Acontece que, assim como os anteriores ANL: R (4) e ANL: Initial 0 (o quinto da série), essa porra também só foi lançada no Japão e, assim, não possui nenhum tipo de legenda em língua nenhuma. (Ao contrário dos três primeiros, que circulam sim com legendas em inglês.) Portanto, não faço a menor remota ideia do que é dito pelo protagonista masculino - um sujeito na casa dos 30 e tantos - e pelas duas gostosas que ele inferniza; que também estão bem além da adolescência, o que pode incomodar os puristas fãs dos quatro primeiros ANL.

É isso aí: mais um All Night Long para foder com a sua mente. E as grandes diferenças entre ANL e lixos como August Underground são a boa realização geral da franquia ''Jap'' (competência na direção, nas atuações e afins) e o fato de que, geralmente, há sim alguma crítica social no cinema sem limites de Matsumura, que parece sempre alfinetar a sociedade japonesa (e, possivelmente, mundial) e as repressões / opressões que a cerca - culminando em uma devastadora violência terminal que afetará todos a seu redor. Não é o gore pelo gore num evidente desespero em tentar chocar e incomodar o espectador da forma que for preciso, mesmo que ao custo de coisas como roteiro, conteúdo e ''filmmaking''; é cinema de verdade (já descrito como uma espécie de Guinea Pig em versão intelectualizada), porém só para estômagos fortes.

Portanto, com tudo isso dito, recomendo sim ''Durante Toda a Noite'' 6 para a galera dos parafusos a menos. E, é claro, ainda tem a curiosidade de ver a Marica Hase num filme que não seja pornô. (Mas não se enganem: mesmo não sendo pornô, a galera aqui irá tomar no cu e se foder da mesma forma.)

PS: Em breve retornarei nesse caralho com o relato de um garimpo VHS supimpa e, também muito em breve, finalmente tomarei vergonha na cara para terminar de responder todo o feedback do Guitardo Songs no post do Ruggero Deodato e também no anterior, da freira arrombada. E, por falar no GS, recomendo vocês darem uma passada pelo canal dele do YouTube, e conferir o vídeo ''Minhas Memórias'' que ele fez relembrando seus tempos de funcionário da Blockbuster. É muito bacana e informativo e, uma vez lá, vocês podem até aproveitar e tentar encorajá-lo a fazer uma parte II desse vídeo :) Enfim... See ya, folks.

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BÔNUS:

ALGUNS SPOILERS DE ANL 6 A SEGUIR

A princípio, ANL 6: ''Qualquer Um(a) Serviria'' aparenta seguir a mesma linha do anterior All Night Long: Initial Zero, ao substituir as tramas com adolescentes - o assunto principal dos quatro primeiros episódios da cinessérie - por personagens adultos, envoltos numa pegada ''pinku eiga'' revival / softcore / BDSM / síndrome de Estocolmo... (Adicione a isso sequências de fantasias alucinatórias e uma recorrente vibe onírica.) Mas, lá na sua meia-hora final, o Diabo fará a festa com uma carnificina absurda e sanguinolenta para doente mental nenhum botar defeito. E dá-lhe uma brutal sequência de mutilação genital que botará obras como Pesadelo em Veneza / Giallo a Venezia (1979) e Anticristo / Antichrist (do mesmo ano de ANL 6: 2009) no mais puro chinelo. Tenso. Se não fosse o suficiente, a boa e velha necrofilia também fará parte desse cardápio dos infernos.

FIM DOS SPOILERS E DO POST

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Fim o escambau. Gostaria de fazer a seguir um pequeno teaser sobre o próximo post de garimpo VHS. As 11 fitas da leva incluem: um sci-fi setentista europeu - da Mega - com toques de terror e dois atores que alcançariam fama fora do seu país de origem (um deles, morto ano passado, foi o vilão de uma franquia bastante controversa do horror desse milênio), um clássico do horror num relançamento dublado (porém sem capa - foi a única fita sem capa da relação toda), um suspense de vigilantismo da Taipan / Tupã, um clássico de ação / guerra / survival num relançamento dublado, uma ação trasheira da Zircon feita por um diretor sul-americano, uma pérola oriental de guerra - em relançamento dublado através do obscuro selo Crival - que presta uma homenagem ao gore do ciclo italiano de canibalismo - e também aos filmes d'O Lobo Solitário - e ainda possui uma body count de, hum, 323 óbitos (!), um quarteto de ''alternas'' (sendo uma retardadice infantil noventista - que plagia um filme francês do ano anterior - e três oitentistas: uma ação trasheira, uma comédia debilóide e uma bizarrice de serial-killer que, aparentemente, nunca saiu no Brasil de forma selada, seja em VHS ou DVD) e a melhor de todas: uma fita duca do mestre DAVID A. FUCKIN' PRIOR. Bem... Tentarei fazer o post em questão até a noite de amanhã. Até lá, motherfuckers.




sexta-feira, 7 de maio de 2021

PARTIAL MASSACRE = Inferno ao Vivo / Cut and Run (1985), a Decepcionante Conclusão da Trilogia Canibal de Ruggero Deodato


 

 

Apesar de não ser realmente um filme de canibalismo, temos que levar em consideração que o próprio Ruggero ''Mestre Canibal'' Deodato já se referiu a Inferno ao Vivo (Inferno in Diretta / Cut and Run, 1985) como sendo a parte final da sua saga de canibalismo, seguindo assim o cult Mundo Canibal / O Último Mundo dos Canibais (1977) e o épico do gore Canibal Holocausto / Holocausto Canibal (1979); filme que entra, facilmente, no TOP 10 das produções mais controversas da história do cinema italiano - apesar de perder feio no território dos escândalos e polêmicas se comparado a coisas como O Exorcista (William Friedkin, 1973), A Última Tentação de Cristo (Martin Scorsese, 1988) e A Paixão de Cristo (Mel ''Cuzão Valentão'' Cabaçon, 2005).

Afinal, de qualquer forma, algumas das principais marcas registradas desse subgênero italiano - iniciado em 1972 por Umberto Lenzi em Mundo Canibal / O País do Sexo Selvagem - estão presentes sim na obra: o estereótipo do índio selvagem e mal intencionado, as drogas, o gore brutal (incluindo uma cena em que um infeliz é partido ao meio - algo que o finado freakmaster japa Teruo Ishii já havia feito nas telas bem mais de uma década antes, e que ainda seria retomado por Lucio Fulci em Demonia) e o cenário da selva aonde as pessoas serão abandonadas e só os mais fortes sobreviverão.

Com isso tudo dito, Inferno ao Vivo decepciona - e muito - ao supostamente adaptar um roteiro não utilizado de Wes Craven e trazer Deodato de volta a mais uma desventura na selva. Numa má comparação, eu diria que Inferno ao Vivo é para a saga canibal do Deodato o que tranqueiras como O Poderoso Chefão 3 e Pusher 3 são para suas respectivas trilogias.

Quando Inferno não nos presenteia com a sangreira generalizada causada pelo personagem do adorável freakazóide Michael Berryman (que, no mesmo ano, ainda apareceu em dois videoclipes retardados do Motley Crue: do cover Smokin' in the Boys Room e da balada Home Sweet Home), o filme simplesmente decepciona e muito. É isso mesmo: o insano vilão do Berryman e a desgraceira gore causada por ele são mesmo o ÚNICO real valor de Inferno. De resto, temos personagens chatos pacaray, diálogos xaropetas, situações nonsense e trocentas sequências inúteis de helicóptero voando ''for the fuck of it''. A impressão que passa é a de que o troço nem foi dirigido pelo Deodato, e sim por um novato Zé Ruela qualquer que decidiu fazer uma aventura gore no mato tendo os já citados Last Cannibal World e Cannibal Holocaust como referências. É mesmo chocante pensar que o próprio Deodato tenha sido o responsável por um filme tão fraco.

E tem outra. Já se falou muito sobre o quanto o finado Lenzi plagiou o Deodato em Cannibal Ferox - ou ''Cannibal Xerox'' como costumam dizer. Mas puta que pariu... VAMOS LEMBRAR NESSA BAGAÇA QUE FOI O PRÓPRIO LENZI QUE COMEÇOU ESSA PUTARIA TODA DE FILME ITALIANO DE CANIBALISMO, CARALHO, FILHO DA PUTAAAAAAAAAAA. E, em alguns casos, foi o próprio Deodato que chupinhou o Lenzi, e não o contrário. Por exemplo, no primeiro filme de canibalismo do Deodato, O Último Mundo..., ele reuniu os dois protagonistas d'O Último País...: Ivan Rassimov e Me Me Lai. E, aqui em Inferno, o Deodato até faz uma menção ao Jim Jones, que, cinco anos antes, já havia sido interpretado pelo Rassimov em Os Vivos Serão Devorados do Lenzi. Ou seja, o real motivo do Deodato ser considerado o grande mestre desse subgênero infame é o fato dele ter dirigido o grande clássico do estilo, Canibal Holocausto. É essa e somente essa a real razão. Por outro lado, ele não foi o precursor dessas porras e ele até cometeu lá os seus plágios e pisadas de bola.

OK, mas, voltando a Inferno ao Vivo, podemos também observar que as várias tretas ocorridas durante as suas conturbadas filmagens (confira por si mesmo: https://www.imdb.com/title/tt0089338/trivia?ref_=tt_ql_2), que incluem discussões feias e até agressões físicas, repercutiram mesmo no resultado final do filme da pior maneira possível. Uma trasheira quase que total que, novamente, só vale pela carnificina splatter causada pelo personagem do grande Michael Berryman, mais lembrado como o Pluto de Quadrilha de Sádicos. Inclusive, logo no começo do filme, ele e a sua trupe do mal são responsáveis por uma doentia sequência de barbaridades que, além de algumas cabeças cortadas, até resultará num estupro coletivo duma mulher que estava no lugar errado e na hora errada.

No mais, nem a trilha sonora do paulista Claudio Simonetti (Goblin, Daemonia) servirá para empolgar muito.

Mas OK, apesar de todo o clima capenga-vagabundo, apoiado por um sensacionalismo barato, Inferno ao Vivo ainda é infinitamente superior ao Canibais / The Green Inferno, a ''homenagem'' que o imbecil do Eli ''Albergue'' Roth, AKA Putinha do Tarantino, fez ao finado subgênero dos canibais italianos. (É, com homenagens assim, é melhor apodrecer no caixão mesmo.)

No fim das contas, eis a minha cotação a Cut and Run, AKA Straight to Hell, AKA Amazon: Savage Adventure: 2.5 de 5. Regular, portanto.

PS: Por falar em homenagens, de uma maneira totalmente intencional esse post acabou sendo os meus ''parabéns'' ao Ruggero Deodato, que fez aniversário nessa mesma Sexta 7.

 


 

sábado, 1 de maio de 2021

PURE MASSACRE = Felissa ''Sleepaway Camp'' Rose Permanece Presa no Fundo do Fundo do Poço no Abominável ''Oração Diabólica'' / ''A Nun's Curse'' (2019), Slasher Nunsploitation Completamente Imbecil Que Trata o Espectador como um Perfeito Otário


 

 

Antes de iniciar o massacre desse filmeco deplorável, gostaria de esclarecer algumas paradas. Já era para eu ter pulicado o relato do meu retorno aos garimpos de VHS na Segunda passada, após mais de dois meses completos afastado dessa prática. Mas aquele post em questão está ficando mais e mais complexo e ambicioso, e terá que ser adiado indefinidamente. Pretendo sim postá-lo agora na semana que vem, mas é melhor não prometer mais nada. Afinal, tive a ideia de fazer um novo garimpo VHS em breve, e, a seguir, adicionar essa nova experiência a esse mesmo post, fazendo dele um 2 em 1. E, como preciso dar uma avaliada online apropriada em alguns filmes cujas fitas estou decidindo se devo ou não pegar (incluindo um filme de serial-killer com o finado e ''saudoso'' Christopher ''Superhomo'' Reeve, que acabei de perceber que está completinho da vida no YourToba, AKA YouTubug), ficou claro para mim que não seria mesmo possível fazer essa postagem VHS agora. Para piorar, me atrapalhei todo hoje e não consegui acordar a tempo de dar um pulo no centro e tentar procurar alguma fonte de VHS aberta. Bem, quem mandou eu começar a assistir o incrivelmente besta e entediante Tenet, do Christopher ''Ídolo dos Virgens'' Nolan (da ridícula trilogia do Bagaceiro das Merdas - pior do que a Marvel, só mesmo a DC) na última manhã, o que me fez simplesmente cair morto de tanto tédio e sono, e acabar perdendo o horário... (Puta filme imbecil do caralho, tão detestável quanto outros desastres que se perdem ao viajar no tempo, como Looper: Assassinos do Futuro e O Exterminador do Futuro: Gênesis. Só o estava revisitando hoje pelo fato dessa cópia ser melhor do que a anterior, e porque eu ainda pretendo fazer um PURE MASSACRE detalhado dessa desgraça.)

Enfim, de qualquer forma, pretendo sim fazer em breve esse novo post ligado ao Big VHS Brother Brasil, esse meio pavoroso onde seres inescrupulosos e estelionatários como Rafael Jader e - pior ainda - Albino Albertim circulam livremente e até são recebidos de braços abertos. Bem... Morte ao BBB VHS.

OK, CHEGA DE DIGRESSÃO E VAMOS A ESSE LIXO DE FILME.

Oração Diabólica / A Nun's Curse (2019, Tommy Faircloth)

A trama dessa abominação: grupo de viajantes otários (a protagonista nerd, sua irmã vagabunda, o namorado dessa e também um gordão bobalhão) é forçado a passar uma noite em uma prisão abandonada. Prisão essa aonde, no passado, uma freira ridícula, a tal ''Sister Monday'' (provando novamente que o Hey Monday, AKA Paramore Mil Vezes Superior, é a única coisa que presta chamada ''Segunda-Feira''), foi acusada de assassinar vários detentos através da sua faquinha. É óbvio que o espírito vingativo dessa idiota ressurgirá para ameaçar os ''heróis'' dessa tranqueira.

Por onde começar a malhar esse lixo cinematográfico, que ainda possui alguns reviews fake no IMDB enchendo sua bola? OK, veremos.

Oração Diabólica já começa da pior maneira possível, com uma vergonhosa tentativa de criação de suspense a la Blumhou$e, numa cena que ainda será reprisada outras vezes. Essa sequência vexaminosa servirá para mostrar como a protagonista possui, desde sempre, uma fobia / obsessão com o tema das freiras. Com uma protagonista dessas, já fica bem evidente que o filme em si chupará muitas bolas durante todo o seu percurso.

Aí nós somos apresentados aos já citados quatro ''jovens'' protagonistas, que, na realidade, não são tão jovens assim não, e já estão, tipo, beirando - ou até ultrapassando - os 40. OK ver slashers fuleiros com adolescentes e até mesmo ''twentysomethings'' como os personagens principais, afinal é de se esperar que eles sejam imbecis mesmo. Mas ver protagonistas tão velhos quanto os de Oração Diabólica agindo como teens debiloides é um EPIC FAIL tão gigantesco quanto o que presenciamos no quinto episódio da franquia Amityville, de longe o pior daquela saga inteira - que também tinha protagonistas bem velhos em situações tipicamente juvenis.

Mas absolutamente nada é pior do que ver a Felissa Rose no papel da tal ''Irmã Segunda-Feira''. Apesar de parecer muito gente fina como pessoa (de acordo com o que vi em entrevistas de vídeo e texto, documentários e depoimentos net afora - incluindo um relato do Alex Relíquias, que a conheceu numa convenção de horror), devo dizer que, como atriz, foi só mesmo no icônico primeiro Acampamento Sinistro / Sleepaway Camp (1983) que a atuação dela me convenceu. OK, ela até participou de um outro grande filme de horror, intitulado Horror mesmo, mas devo reconhecer que não foi lá uma atuação capaz de fazer a diferença... E, de resto, teve a aparição dela em lixos terminais como Return to Sleepaway Camp, o pior slasher da história do cinema, e essa podreira indefensável massacrada nesse post.

E dá-lhe tentativas fracassadas de humor, mortes sem inspiração e flashbacks nada empolgantes - já que existem poucas potencias vítimas na trama - para transformar esse filminho sem imaginação em um longa-metragem... (Aliás, aí está o único mérito dessa sem-vergonhice: a curta cronometragem de 1h13.) Tudo isso até chegar no RI-DÍ-CU-LO ''plot twist'' final, que trata o espectador como um completo otário. É simplesmente uma das piores conclusões já vistas num slasher.

Pegando carona no sucesso da personagem lá da Blumhou$e, Oração Diabólica usa o slasher como mote e dá um novo significado ao termo ''nunsploitation''. E faz tudo isso da pior forma possível, resultando em um dos piores filmes de terror dos últimos anos. Só não é pior mesmo do que a participação da Felissa no abismal Return to Sleepaway Camp, um exemplo perfeito de filme que eu adoraria ''desassistir'', se possível fosse.

Anyway...

Fuja com todas as suas forças. Pau no cu dessa freira chata pra caralho.