Eis mais duas das 77 alternas sem capa que adquiri em Dezembro. Antes sem capa do que com capa custom (capas custom essas que estão entre os piores acontecimentos de 2021 dentro do BBB VHS), ou então xerox colorido de capas alternas reais - gerando reações que figuram facilmente entre as coisas mais indescritivelmente constrangedoras já postadas no YourToba desde a criação da plataforma mais de 15 anos atrás. (Constrangimento esse nível extreme, a la Nazi Moura '''''prevendo''''' que o Bozo seria um bom presidente pro Brasil ou o Ignorante - junto do pai dele - falando que a ditadura militar brasileira foi uma época boa.)
Normalmente poderia não ser muito interessante falar sobre Freddy em VHS, mas, como se tratam de fitas alternativas (ou ''trepadas'', como alguns chamavam nos anos 80), esse é um papo que pode render alguns rumos inusitados.
Bem, antes de mais nada, vamos tecer alguns pitacos relâmpagos - ou não tão relâmpagos assim - sobre os filmes em si.
A HORA DO PESADELO 2: A VINGANÇA DE FREDDY (1985)
Sequência OK do original de Wes Craven, de um ano antes, que ia muito bem até se queimar completamente nos ridículos instantes finais, onde as armadilhas da Nancy contra o Freddy transformavam tudo num terrir de péssima qualidade. E, para piorar, ainda tinha aquelas situações puramente nonsense com a mãe dela. Bem, essa sempre foi mesmo uma marca registrada do ''gênio'' (yeah, right) Wes Craven, um cara que sempre teve o costume de pisar na bola em maior ou menor escala, estragando as coisas até mesmo nos seus poucos filmes de grande potencial. Mas, é claro, todo mundo te ama quando você está morto.
Esse Freddy 2 também alterna entre momentos mais sombrios e outros mais voltados para a palhaçada, como a festa do final que é - obviamente - interrompida pelas travessuras do Mr. Krueger. Por mais questionável que seja a qualidade dessa sequência, uma coisa é certa: ela consegue ser menos vexatória do que os instantes finais do ''clássico'' original. Mesmo porque poucas coisas conseguem ser piores do que a Nancy enfrentando o Freddy no ''mundo real'' da parte 1, e preparando suas ''boobytraps'' a la Os Trapalhões para derrotar o vilão onírico. (Na realidade, o ''mestre'' Craven conseguiu sim se ''superar'' alguns anos antes de morrer. Afinal, o slasher dele A Sétima Alma, AKA My Soul to Take, conseguiu ser muito mais deplorável do que os momentos finais do Freddy 1. Inclusive, aquela porra é um dos cinco piores slashers que já assisti na vida inteira. ''Parabéns'' por essa, Craven!)
Bem, falando em vergonhas alheias gerais, ainda pior do que tudo foi ver o protagonista de Freddy 2, o Mark Patton (que recebeu um documentário alguns anos atrás), falando que, com Freddy 2, se tornou o primeiro scream queen masculino da história. Tá bom... O Anthony Perkins já era isso DUAS DÉCADAS E MEIA ANTES. Sinceramente culpo as redes sociais, indo do Orkut (que não me gera nenhuma nostalgia) até as atrocidades atuais tipo TikTok (incrível que conseguiram criar uma rede social que consegue ser pior do que o Facebook) por toda essa alienação, esse emburrecimento geral, essa preguiça generalizada e essas informações erradas vindo de todos os cantos. Estamos, cada vez mais, inseridos numa sociedade cada vez mais sem interesse ou curiosidade de pesquisar as coisas, mesmo com todas as facilidades modernas. Essa declaração aí do Patton é um exemplo perfeito disso, e foi tipo aquilo lá dos realizadores de Condado Macabro falando que aquele slasher meia-boca é o primeiro slasher brasileiro já feito. PQP, un-fucking-belUweBoll mesmo. (Como diabos tem a coragem de dizer que um slasher dos anos DOIS MIL E DEZ é o primeiro feito no Brasil, quando esse subgênero já vinha sendo explorado no nosso cinema desde, pelo menos, a década de MIL NOVECENTOS E SETENTA?????)
Anyway, filme OK (talvez inspirado no estilo ''homocida'' de Parceiros da Noite, de 1980), mas vamos agora pra porra da parte 4.
A HORA DO PESADELO 4: O MESTRE DOS SONHOS (1988)
Eis o meu favorito da franquia depois do terceiro - terceiro aquele que é o VERDADEIRO equivalente americano a Hausu, uma roleta-russa surrealista e delirante de empolgar ao extremo os fanáticos por ''drug-movies''. Chupa, Craven: os filmes mais fodásticos da saga do Freddy não são seus.
Pois bem: Renny Harlin, após realizar sua estreia através do algo ambíguo e bastante interessante Arctic Heat, AKA Born American (lançado em VHS pela Hunter como Nacionalidade Americana e pela Look como Férias para a Morte), um filme que começava alfinetando a Rússia (e quase gerou uma guerra entre aquele país e a Finlândia na época, hahahaha) para, mais adiante, tecer lá suas críticas aos EUA (mas que, de qualquer forma, serviu como passaporte para o Harlin, que, assim, saiu da Escandinávia para poder filmar em território americano), o cineasta viking conduziu dois filmes americanos de terror no ano de 1988: Prison (AKA Duro de Prender, AKA Condenação do Além) e esse quarto Freddy, que segue a linha alucinante do terceiro em grande estilo: a cena do Freddy testando as habilidades de artes marciais de um dos personagens é impagável, e só não é mais fodástica do que a cena do ''welcome to primetime, BITCH'' do terceiro. Puta que pariu, essa dobradinha Freddy 3 & 4 é sensacional mesmo. Pena que tudo que vem antes e depois dessa dupla deixa a desejar em níveis diferentes - principalmente os que vieram depois...
E é triste pensar que Harlin, a seguir, se perderia em filmes chatos de ação como Duro de Matar 2 e outras porcarias. Mas, por outro lado, ele até conseguiu se redimir vez ou outra, como no thriller policial Cleaner (não lembro o título BR e, graças a chuva from hell de ontem e também aos incompetentes da Net-Claro, estou sem internet no momento que escrevo essa postagem - portanto não tenho como verificar o título BR do filme agora) e também no ótimo slasher Mindhunters, AKA Caçadores de Mentes, que possui twists de alto nível e situações muito intensas.
VOLTANDO AQUI...
OK, pitacos introdutórios feitos, vamos bater um papo agora sobre o mundo dos sonhos se encontrando com o mundo alternativo das fitas piratas do milênio passado.
Pois bem: além dessas duas alternas que peguei mês passado (que, assim como todas as demais 85 fitas que adquiri em Dezembro, também custaram R$ 5 cada), sei de mais dois casos de Freddys piratas circulando por aí. E é engraçado que, no meu caso, essas Freddys piratas estão sem capa, mas, nos outros dois casos que sei da existência, acaba sendo o contrário: elas estão em capas avulsas, sem sinal das fitas. Se trata de uma outra edição do segundo pirata, via M&C, e também do terceiro filme, que o Ivan Ferrari conseguiu algum tempo atrás a capa avulsa e perdida em um sebo aí do nosso Brasilzão.
Aí me pergunto: será que alguém aí sabe mais alguma coisa referente ao Freddy em fita pirata?
Ao adquirir essas duas minhas, fui dar play nas fitas para ver se pintava algo inusitado. No letreiro do quarto filme aparece apenas ''O Mestre dos Sonhos''. Mas, no letreiro do segundo, tive uma surpresa e tanto. O título em português que aparece é o seguinte:
PESADELO NA RUA ELMO 2: A REVANCHE DE FREDDY
Só esse título totalmente WTF já valeu a aquisição. PQP, ''Rua Elmo'' foi foda. Sensacional. (E fico imaginando se aparece um outro título nacional na versão da M&C...)
Dessa forma, ficamos sabendo de TRÊS títulos diferentes para o segundo filme no Brasil. Além dos dois aqui citados, o oficial e o alternativo dessa versão, temos que lembrar que, nos cinemas da época, o filme passou como Pesadelo 2: A Vingança de Freddy.
E, por falar em títulos variados, a capa avulsa do terceiro filme pirata está como ''A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros do Sonho''. Diferente portanto dos dois subtítulos oficiais aqui: ''Os Guerreiros dos Sonhos'' e ''Guerreiros Oníricos''. (Outro detalhe que muda no terceiro filme é o fato de que, em algumas versões, lá no começo do filme, após acordar de um pesadelo, a personagem da Patricia Arquette liga o rádio e, numa versão, escuta Into the Fire do Dokken e, em outra, escuta uma canção instrumental.)
Anyway, eu poderia até incluir o scan da Freddy 3 pirata aqui, mas, como tenho a regra de só postar scans completos de fitas minhas, não farei isso. Além do mais, não sei se o Ivan iria gostar de ver scan dele circulando net afora. E o mais grave de tudo: hoje em dia não dá mais para compartilhar scans integrais de alternas porque está rolando uma nova moda aí, que é tirar xerox colorido dessas capas - disponibilizadas online - e fazer vídeo as mostrando e falando que as mesmas são capas reais de alternas. Portanto, não recomendo que mais ninguém compartilhe capas alternas na totalidade net afora. (E isso trás de volta aquilo que disse agora pouco, dessa galera viciada em rede social que está mais preocupada em ostentações vazias e propagação de fake news do que em realmente cultuar e debater as coisas. É naquelas: pega um diretor como David Prior, por exemplo, que só eu, o Ivan e mais um ou outro gato pingado tem interesse em verdadeiramente pesquisar e conversar sobre. O povo em geral está pouco se fodendo pros filmes dele - mas essa mesma galera tem um enorme fetiche pelas fitas dele, em nome do hype da raridade e do exibicionismo raso. Bem... É por essas e outras que quero total distância de TODAS as redes sociais, principalmente dos leilões pega-trouxa em que fortunas são cobradas por fitas aleatórias e pretensamente raras - fitas essas que são eventualmente adquiridas pelos novatos incautos de plantão, que talvez não saibam que, nos sebos afora, dá para conseguir VHS de qualidade por um dígito. É, toda essa galera aí acaba sendo uma grande referência para esse meio - uma grande referência do que não deve ser feito.)
Com isso dito, postarei apenas dois pequenos trechos da sinopse da contracapa de Freddy 3.
E até a próxima postagem da série Dezembro Alternativo, cambada. (Por falar nisso, a minha única VHS adquirida em 2022 até o momento também é uma alterna sem capa. Normalmente eu não teria interesse de pegar VHS musical, mas, como se trata de uma das bandas que mais curto dos anos 80, em fita aparentemente inédita de forma selada, a adquiri sim. Qualquer hora dessas farei esse post aí.)