.jpg)
CROCODILO: A FERA ASSASSINA (1979)
Trama: Zé Bucetas acidentalmente desrespeitam tribo indígena (possíveis desertores d'A Montanha dos Canibais, outra trasheira feita pelo mesmo paspalho que dirigiu isso daqui) e, assim, causam a ira do personagem título, que não irá sossegar até despachar todo o elenco de canastrões deste que é uma das piores atrocidades já cometidas desde que o cinema foi inventado no final dos anos 1800.
Como bem disse o poeta:
''Sergio Martino não dirige filmes. Ele os comete.''
Caralho, puta que pariu, nem faço ideia de como ou por onde começar o massacre dessa ABOMINAÇÃO aqui, cuja VHS local (uma parceria entre a Poletel, a VideoCast, a Vídeo Mídia e o Diabo) a galera do Big VHS Brother Brasil caça incansavelmente sem nem saber o motivo - o que não é nada surpreendente, já que esse meio está longe de ser minimamente racional. VHS essa que pelo menos dois seres possuem, sendo um do Rio de Janeiro e um de São Paulo. A fita no Rio está com a capa-estojo de papelão recortada, enquanto a de SP está com a capa intacta, e até a cheguei a ter nas mãos em 2015, antes do seu vendedor tentar me ''estrupar''. Sim, esse vendedor é um sujeito tão deplorável quanto a qualidade cinematográfica de Crocodilo: A Fera Assassina.
''Croc'' é um filme tão ridículo, mas tão ridículo que consegue ser muito mais Spielbergiano do que o próprio Tubarão, sua fonte de inspiração. (É, como Sergio Martino é um ''talentless hack'' nato, a saída é tentar pegar carona na onda giallo de Bava e Argento, tentar surfar na onda canibal de Lenzi e Deodato, ou então tentar emular o estilo dos sucessos mainstream de fora da Itália, como o Tubarão do Steven Is Pig ou a onda post nuke de Mad Max - sendo que, nessa última pegada, Martino fez aquele que, muito provavelmente, é o P-I-O-R exemplar do gênero, a desgraça inominável 2019: Após a Queda de Nova York, um lixo absoluto que me deixará traumatizado até o dia da minha morte.)
''Croc'' é mais Spielbergiano do que o próprio Tubarão por alguns motivos. Acima de tudo, Tubarão é bom justamente por não parecer filme do Spielberg. Foi feito dois anos antes do judeu escroto virar um dos sujeitos mais detestáveis de todos os tempos, com o indefensável Contatos Retardados do Terceiro Reich, uma das maiores aberrações já cuspidas por alguém na história da Sétima Arte mundial. Mas Tubarão possui um ritmo dinâmico, uma boa tensão e até mesmo um certo sadismo. É o único filme desse sujeito que realmente gosto.
Já ''Croc'' é mega-infantil, demasiadamente previsível (nós sabemos de cara quais personagens poderão morrer e quais não irão morrer nem a pau - uma característica puramente Spielbergiana, e um dos grandes motivos de eu odiar tanto aquele otário de Hollywood), chato pra caralho, recheado de atuações canastronas (apesar de alguns nomes de peso no elenco: Bobby Rhodes, Mel Ferrer, Richard Johnson e Claudio Cassinelli - que, anos depois, morreria durante as filmagens de outro lixo nuclear do Martino; é, o cinema do Martino é tão ruim que pode até te matar!), aparições fuckin' boring e inofensivas do bichão Zé Mané, uns batuques insuportáveis na sua trilha sonora pavorosa, roteiro débil e cheio de problemas (que contou com a colaboração do canastrão em todos os quesitos Luigi Montefiore, AKA George ''Antropophagus'' Eastman, e também de Ernesto Gastaldi, que já havia feito o também retardado e vexaminoso roteiro do problemático A Cauda do Escorpião - outra VHS que os Zé Fitas locais caçam alucinadamente sem dar a mínima pro seu conteúdo esculhambado em si) e diversos outros problemas. São tantos equívocos, aliás, que nem sei direito como organizar os meus malhos nessa afronta fílmica.
E sem contar que Martino é um cidadão sem carisma nenhum. Pelo menos o David Prior e o Bruno Mattei fazem tralhas divertidas, engraçadas e simpáticas. Já as tranqueiras do Martino não possuem graça nenhuma. Esse ''camarada'' fez uma única obra-prima na carreira, O Estranho Vício da Sra. Wardh, mas, com a exceção daquele clássico giallo, só realizou filmes que variam entre o apenas OK e o absolutamente péssimo.
Sem contar também as musas do cidadão, PQP, que já entregam de cara que seus filmes provavelmente chuparão muitas bolas e serão uma furada das grandes. Por exemplo, Barbara Bach (a estrela desse troço aqui) e Edwige Fenech, duas mulheres absolutamente desprovidas de talento que só subiram na carreira porque...
1) Eram gostosas pra caralho.
2) Sabiam explorar esse sex appeal delas.
3) Traçaram os caras certos para subir no topo. Uma se casou com um Beatle e, a outra, com o irmão do Martino, que produzia essas tranqueiras dirigidas pelo maninho incompetente.
Bem, o que mais dizer aqui...
Tentarei ser um pouco cronológico agora ao tecer alguns pitacos sobre os acontecimentos do filme, porém sem entregar spoilers - se bem que talvez não seria mesmo possível dar spoiler de um filme em que nada acontece.
O primeiríssimo ataque do ''Croc'' (após o que mais parece uma eternidade de acontecimentos whatever, incluindo os péssimos diálogos nonsense que permeiam a porra do filme inteiro) é simplesmente uma enorme piada, que só não é mais sem noção do que a vez que o Martino tentou fazer uma versão giallo d'O Bebê de Rosemary em Todos os Crimes do Canastrão, digo, Todas as Cores da Escuridão, seu mais problemático giallo dos anos 70 (mas é claro que Martino faria gialli ainda mais problemáticos nas décadas de 80, 90 e 2000!!!). Pior do que o Martino só mesmo o Martino!
Aí, mais adiante, teremos referências bem nonsense a O Homem de Palha, e também a presença duma criança chata pra caralho - curiosamente, a mesma menininha d'A Casa do Cemitério, que, ao contrário daqui, até estava suportável naquele filme.
E, lá pro final, o filme tenta, desesperadamente, criar tensão. Mas o roteiro retardado, a falta de paciência do público a essa altura do campeonato e a previsibilidade geral colocam tudo a perder. (Novamente, nós sabemos muito bem que o Steven Is Pig carcamano aqui não terá coragem de matar certos personagens da trama. Então é inútil tentar criar situações de suposto perigo com elas. É por isso que eu venero caras como Fulci e Friedkin: entre outros motivos, é um tipo de cinema sem regras, em que nenhum personagem está a salvo e todo mundo pode tomar no cu e reservar um lugar no colo do Capeta.)
Crocodilo: A Fera Assassina, um treco insuportável e sem nenhum valor artístico ou mesmo curiosidade. Fuck this movie.
(...)
O MANÍACO DO PARQUE (2002-2009)
Trama: Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, após uma juventude de traumas e o escambau, decide descontar a raiva matando e estuprando mulheres que não tiveram nada a ver com suas infelicidades do passado.
Lá vamos nós de novo...
Tem um trecho da minha entrevista em vídeo ao Fora de Sintonia em que coloquei o cineasta Rubens da Silva Prado (AKA Alex Prado) entre os grandes deuses do formato VHS. OK, até faz sentido, mas, PQP, após conferir O Maníaco do Parque, será difícil voltar a pensar em Prado de maneira minimamente positiva. Em outras palavras, esse desperdício de filmagem aqui conseguiu, sozinho, retirar o nome de Prado daquela relação.
Novamente, por onde começar o massacre...
Sempre ouvi falar que O Maníaco do Parque era um filme ruim, mas nada poderia me preparar para o nível de ruindade da bagaça. Para início de conversa, se trata de um filme cristonto (!) que, praticamente, apesar da forçação de barra voice over do final, diz que o biografado ficou perturbado por causa da juventude fodida (como se isso fosse justificável - se fosse assim, eu também teria virado serial-killer) e, também, por causa de possessão demoníaca. Sim, isso mesmo. Durante diversos momentos, temos o Cão aparecendo em cena, como se estivesse possuindo nosso estimado Chicão, uma ''pobre vítima da sociedade''. Caralho, que lixo de filme... E absolutamente nada poderá te preparar para a ruindade da cena do exorcismo...
E sem falar que o treco é repetitivo e cansativo pra cacete, com uma longa sucessão de cenas de estupro (sendo que tem até um outro estuprador à solta, levando as vítimas pro mesmo parque), de assassinato e de necrofilia - tudo porcamente filmado.
OK, Experiências Sexuais de um Cavalo, do mesmo diretor, com o índio rédibenga lá (Kamoa, '''''interpretado''''' pelo próprio Prado) estuprando e matando tudo que for encontrando (há, pareceu letra de música dos Zumbis do Espaço agora), também era extremamente repetitivo. Mas, pelo menos, tinha toda uma pegada WTF, um gore inconsequente, o sexo explícito repelente, algo de zoofilia e, lá pro final, um curioso plot twist, além da participação no fim do sempre carismático Renalto Alves (parceiro habitual de Sady Baby e de Prado).
Mas O Maníaco do Parque é simplesmente repetitivo sem nenhuma compensação ao espectador. Honestamente é melhor assistir Coca: O Preço de uma Vida duas vezes ou Experiências Sexuais de um Cavalo dez vezes do que conferir O Maníaco do Parque uma única vez.
Inconsequente, imoral e irresponsável (mas não de maneiras que tragam algum valor transgressor a obra), além de estressante e porcamente realizado, O Maníaco do Parque começou a ser filmado em 2002 e, após algumas infelicidades que deram uma certa aura maldita a produção (Prado descobriu um tumor no cérebro e teve ainda a morte num acidente de trânsito de Cleber Armeloni, que fez o maníaco na infância - aliás, esses momentos iniciais da infância também são vergonha alheia total), só foi finalizado em 2009, pela Heco Produções, para que pudesse ser exibido numa mostra de horror brasileiro. E permanece inédito no circuito comercial até o presente momento.
1H13 de duração que mais parecem uma eternidade. Filmeco insuportável. Mas, como curiosidade, é outra espécie de slasher tupiniquim anterior ao mediano Condado Macabro.
E, no mais, vamos torcer para que o Maníaco do Parque real não seja solto em 2028, como está previsto.
(...)
VEREDITO:
Dois lixões terminais que nem valem a pena assistir. Nem sei dizer qual dos dois é o pior, porque nenhum dos dois possui nada a oferecer. Essa dobradinha vai contra aquela filosofia de que todos os filmes merecem ser vistos. É sério: como diabos eu aguento assistir essas porras do início ao fim... Acho que, futuramente, quando eu estiver mais velho, com 40 anos ou mais, eu simplesmente desistirei de assistir porcarias desse naipe do começo ao fim. Puta desperdício de vida.
PS: Além da cinebiografia d'O Maníaco do Parque, Alex Prado pode ter cometido outro crime em vida:
http://mundo-cane.blogspot.com/2009/07/atriz-lancada-por-david-cardoso-morre.html
PS: É, esse é mesmo o fim do post, galera. Agora vocês já podem ir lá em algum lugar fétido da internet pagar 3 ou 4 dígitos na VHS de Crocodilo: A Fera Assassina sendo vendida por algum mercenário ganancioso de plantão. É, vão lá apoiar uma tática mal-intencionada dessas, que fode de vez com todo esse meio de VHS... (É por essas e outras que não quero absolutamente nenhuma associação com o BBB VHS, e sigo mantendo a mais pura distância. Parei de clicar nos vídeos de certos canais do YT em meados de Janeiro desse ano, prometendo para mim mesmo que, a partir de então, sob a hipótese que for, eu jamais voltarei ao ato masoquista de dar play nesses vídeos desses canais. E me mantenho também totalmente afastado das redes sociais desde Dezembro de 2019. Esse meio do VHS BR é todo focado em acobertar mal caráter, em passar pano para estelionatário-golpista, em desfiles de ostentações hipsters, em criar fake news dos mais variados tipos contra quem ousar expor os males do nicho e, é claro, em tentar convencer os incautos-novatos gerais a se prostituírem para pagar 3 ou 4 dígitos em fitas aleatórias e '''''raras'''''. EU TÔ FORA.)
.png)