sexta-feira, 24 de junho de 2022

A GENTE CONHECE MANOWAR! (Inusitado Evento com Covers de Padre Judas, Mano de Guerra e Coveiro - e Curiosas Participações Especiais na Plateia)

 


... chegando lá, não demorou muito para que tivesse início a apresentação do Hangman, cover de Grave Digger. Digger é uma banda tão arrombada que os cornos fizeram, lá em 1996, um disco conceitual sobre as presepadas cometidas por William Wallass, retratado por Mel Cabaçon no filmeco Cuzão Valentão (Bullshit Heart). Aí você vê como os caras são levianos pra caralho: fizeram um resumo histórico caricatural a la Donzela Ferrada, tendo como base uma biografia que, de biográfica, é tão relevante quanto o The Dirt da Netfux ou o Bohemian Rhapsody com o Mr. Robot lá interpretando a bichona doida do Queen: ou seja, de biográfico não tem porra nenhuma.

Portanto, como não possuo um grande conhecimento de Grave Digger (ainda bem), não saberia direito dizer o setlist, exceto que tocaram algumas pataquadas desse já mencionado LP conceitual (como a balada xaropeta Ballad of Mary, a bobalhona Dark of the Sun, com um refrão claramente sem inspiração, e o '''''hit''''' Rebellion: The Clans Are Flopping, com um dos clipes mais débeis e hilários de todos os tempos), e também Heavy Metal Breakdown, Excalibur e The Round Table (Forever). Essas são as canções que reconheci. De resto, não faço a menor remota ideia do que tocaram.

No lado positivo (para quem curte isso daí), o vocal desse Hangman soa igualzinho o Chris Boltendahl. E, no lado curioso, três dos cinco integrantes desse Hangman também tocam no Metal Invaders, um cover muito competente de Helloween.

Enfim, lá pelas primeiras músicas, enquanto o seu humilde narrador sofria para aguentar essas canções clichês com letras zorra total, eis que acontece um completo imprevisto: o Alex Gouveia (Relíquias do Terror: VHS) aparece por lá!!! Foi muito da hora e imprevisível ele ter surgido lá para me salvar das xaropices medievais do Grave Digger, e, daí, nós saímos de perto do palco para ir lá pra casa do caralho, pra entrada do Fofinho, e poder conversar de boa, longe da sonoridade questionável desse show.

Aí, após rirmos para não chorar com algumas histórias bizarras dos BBBs VHS e Bandana, um casal mucho loco de tiozões passa do nosso lado falando algo do tipo ''não briguem, não discutam'', o que não faz sentido nenhum, já que a gente tava conversando de boa, e eu simplesmente estava dizendo que o primeiro disco do Dream Theater (com o vocalista original, antes do James LaBitch entrar na banda) talvez até seja mais ou menos escutável, já que tinha uma influência mais evidente do Queensryche.

Anyway, quando a apresentação do Kings of Steel, o cover de Manowar (que teve dois integrantes que, pasmem, acabaram indo pro Manowar real!), foi se aproximando, eu e o Alex aproveitamos para chegar perto do palco.

E aí tivemos uma surpresa: reparamos que o Ivanildo, ou simplesmente Nildo, o lendário criador do meme ''VOCÊ NÃO CONHECE MANOWAR'', estava lá na frente do palco! A princípio, ele estava interagindo com a mina que era, simplesmente, a mais gostosa presente naquele dia. O Alex até observou bem: ''Se esse cara estiver pegando essa mina, eu quero morrer.'' Mas, algum tempo depois, ele começou a pegar uma outra mina (!) e, assim, parou de interagir - até onde eu sei - com a mais gostosa de todas lá. Ou seja: graças ao vídeo do Regis Tadeu (vídeo esse que recebeu um react - de um canal chamado Tiago Carvalho - tão icônico e engraçado quanto), o Nildo ali deve ter pegado mulher pra caralho durante todos esses anos... (Aliás, acho chocante pra caralho ver mulher fã de Manowar. O Regis até foi super bonzinho e educado quando chamou Manowar de banda ''machista'' naquele vídeo. Manowar é muito mais do que machista ou sexista. Em certos casos, Manowar é uma banda EXTREMAMENTE misógina, que até possui algumas letras fazendo apologia ao estupro, como em Defender e também Hail and Kill. Ou seja, mulher que curte Manowar consegue ser uma anomalia muito, muito maior do que homem que curte Avril Lavigne, uma artista assumidamente feminazi.)

E eis que, após algumas faixas do setlist, em meados da Kill with Power, o Alex comentou que precisava ir embora. Nos despedimos, mas combinamos de nos reencontrar alguns dias depois, para fazermos um garimpo colecionista pelo centro de SP.

Pouco depois disso, alguns presentes se empolgaram com a presença do Nildo e, em um intervalo do show, saíram gritando ''AÊ REGIS, VAI TOMAR NO CU. AÊ REGIS, VAI TOMAR NO CU.'' :)

Outro coro que mandaram foi ''Shell Shock! Shell Shock!''. Só que, muito infelizmente, não tocaram essa que é a melhor canção do Manowar nessa pegada ''(Viet)Nam Metal''; sendo que, futuramente, eles fariam aquela Violence and Bloodshed retardada, cuja letra reaça - fazendo apologia a uma nova Guerra do Vietnã - contradiz completamente o tom de crítica à Guerra do Vietnã em Shell Shock. Ou seja: seria Joey de Meia um sujeito bipolar?

Por falar nisso de canções que não rolaram, o setlist foi, para mim, um tanto frustrante, já que não tocaram nenhuma das minhas três favoritas do Manowar: March for Revenge (By the Soldiers of Death), Thor (The Powerhead) e The Oath. Aliás, chega a ser uma afronta tocarem aquela chatice do caralho chamada Kingdom Come, mas não tocarem a maravilhosa Thor.

Anyway, para quem se interessar, Titio Marcio anotou o setlist dos caras:

Army of Immortals
Battle Hymn
Black Wind, Fire and Steel (essa fechou o show, com eles fazendo um remake daquele fim de apresentação do Monsters of Rock de 1998, inclusive com o baixista arrebentando as cordas do baixo a la Joey de Mala)
Blood of My Enemies
Call to Arms (essa não entraria no meu setlist nem a pau)
Die for Metal (também não entraria)
Hail and Kill
House of Death (também jamais entraria no meu setlist)
Kingdom Come (ô treco chato do caray, que consegue ser um porre maior do que a banda homônima dos anos 80)
Kings of Metal
Manowar
Metal Daze
Sign of the Hammer
Warriors of the World United (também não entraria no meu setlist - aliás, precisava tocar QUATRO fucking músicas dos anos 2000, PQP???)

OK, vamos agora para o último show da noite, com o Priest Live, cover de Judas Priest que já recebeu um review aqui no blog dois meses atrás.

Antes do show começar, perguntei pro guitarrista se seria possível tocar The Sentinel, a minha canção favorita do Judas Priest desde os anos 90. Ele responde com ''está no set - se der tempo, a gente toca ela''.

Aí vai o spoiler: não tocaram The Sentinel porra nenhuma.

E, no fim da apresentação, porém antes do bis com Turbo Lover (chega a ser uma afronta tocarem TURBO LOVER e não tocarem The Sentinel), um bebum subiu no palco, pisou em cima do setlist e, acidentalmente, fez o papel com o set impresso voar pra pista. Aí o peguei e constatei que o guitarrista me trollou e mentiu para mim: The Sentinel N-Ã-O estava no setlist, como vocês podem ver na imagem abaixo. (E só faltava essa também: eu agora virei um colecionador acidental de setlists...)

E, para piorar, as minhas outras duas favoritas, Tyrant e Night Crawler, também não foram tocadas. É bem humilhante tocarem coisa de disco recente (Halls of Valhalla, cujo início até parece uma versão esculhambada e mal tocada da The Sentinel), mas não tocarem clássicos absolutos como Tyrant ou Night Crawler - ou Screaming for Vengeance.

E, para frustrar mais ainda, o setlist foi quase igual o de dois meses atrás, já comentado aqui no 7NEC.

Se bem que, pelo menos, tocaram as sensacionais Hell Patrol e Beyond the Realms of Death. Pelo menos isso.

É isso por enquanto. E, em um post futuro, comentarei em detalhes o rolê-garimpo da última Terça, também em parceria com o Alex. (Post escrito ao som de Sinergy e Stage Dolls, as minhas duas bandas favoritas da Escandinávia. Aliás, adianto que estou preparando aqui um post para relembrar a única vez na vida em que trombei um item original do Stage Dolls, lá no longínquo ano de 2003, literalmente apenas algumas semanas após eu ter tido o meu primeiro contato com o grupo através da canção-título do debut Soldier's Gun - disco esse que é uma das coisas mais maravilhosas da história da humanidade.)






sexta-feira, 10 de junho de 2022

DELITTO IN VIA TEULADA, A.K.A. GIALLO A STRISCE (1979 / 1980): Um Giallo Delicioso e Extremamente Obscuro Dirigido por Aldo Lado - Tão Obscuro Que Nem Consta na Relação Giallo da Cine Monstro







 

 

Este post servirá como uma espécie de antídoto para a dobradinha maldita composta pelos horrorosos Crocodilo: A Fera Assassina e O Maníaco do Parque, devidamente massacrados ao extremo na publicação anterior deste blog.

Após realizar o maravilhoso A Breve Noite das Bonecas de Vidro (1971, o meu giallo favorito de todos os tempos, que, inclusive, já foi resenhado aqui no 7NEC; não deixarei porra nenhuma de link - os devidos interessados que usem a barra de busca ali encima para procurar essa postagem de, acredito, 2019), o extremamente frustrante Quem a Viu Morrer? (1972, estrelado pelo otário canastrão do George ''000'' Lazenby e contando na trilha sonora com uma das piores composições do nem sempre genial Ennio Morricone) e muito antes do ainda muito pior Círculo do Medo (1992, um vergonhoso mix de giallo, trama de mafiosos e thriller erótico), Aldo Lado realizou essa curiosa produção Delitto in Via Teulada. (Além desses 4 gialli, Lado fez também duas variações - ou remakes disfarçados - do clássico Aniversário Macabro; que, aliás, já era um remake por conta própria. São eles: o sensacional Assassinatos no Expresso da Meia-Noite, de 1975, e o muito bacana A Noite do Desespero, de 1993. São dois filmes que, erroneamente, até chegam a figurar em algumas listas giallo, como na da Cine Monstro. Porém, o primeiro não tem nada de giallo e, o segundo, apesar duma introdução totalmente nessa linha, e duma certa atmosfera slasher em alguns momentos, também vai para uma outra vibe. Portanto, essa dobradinha aí não merece ser classificada como giallo ou giallesco.)

''Curiosa por quê, tio Marcio?''

Por uma série de motivos.

A principal é o formato incomum de Delitto in Via Teulada. A produção televisiva foi originalmente exibida em 1979 em 15 partes de 5 minutos cada, para, no ano seguinte, ser condensada em um telefilme de 1H03, eliminando algumas coisinhas, entre elas dois assassinatos que contradiziam a revelação WTF final. A versão original em partes-tiras-listras foi intitulada Giallo a Strisce. Já o telefilme de 1980 se chamou Delitto in Via Teulada.

Outro detalhe curioso é a utilização em Delitto da trilha sonora composta por Fabio Frizzi para o clássico Pavor na Cidade dos Zumbis, do mesmo ano. Mas tem um porém: Delitto foi lançado meio ano antes. Curioso, não?

A trama de Delitto, ambientada nos estúdios da RAI,  envolve um filme dentro do filme, no caso um giallo dentro de outro giallo (e é engraçado que o ator que faz o diretor giallo da trama se chama PAOLO BARONI - quase o mesmo nome do carismático trutão do nosso ranzinza favorito Regis Tadeu, o Paulo Baron). Na verdade, existe todo um tsunami de produções e atividades acontecendo ao mesmo tempo dentro da RAI, e, entre esses acontecimentos todos, um assassino misterioso inicia suas estripulias, entre elas um assassinato e outro aqui e ali.

E devo dizer que, apesar de alguns ataques infelizmente meio mal coreografados, Lado consegue sim criar excelentes e atmosféricas situações de suspense e tensão (um dos destaques supremos é uma memorável sequência de stalking que dura dos 21 aos 28 minutos do filme), na linha de algumas das melhores coisas já feitas por Dario Argento em sua época áurea.

Ahh, e, por falar em Argento, é interessante notar os incautos gerais surpresos com o fato de que Black Glasses, o retorno de Argento ao cinema (após o catastrófico Drácula), é um giallo com uma protagonista cega. Bem, eis que Delitto já era um giallo com protagonista cega mais de QUATRO DÉCADAS antes do filme novo do Argento.

A protagonista cega de Delitto é vivida por Auretta Gay (ou Auretta Gai, como é creditada aqui), mais lembrada pelo Zombie (ou Zumbi 2): A Volta dos Mortos, do mestre Lucio Fulci. (Aliás, reza a lenda que ela teria desistido da carreira de atriz por ter sido humilhada por Fulci durante as filmagens daquele clássico de zumbis...)

Enfim, com ângulos e tomadas bem interessantes, confundindo realidade e ficção, um clima geral de mistério muito eficiente, algumas mortes cabulosas, um dinamismo incrível, um suspense muito bem construído e um plot twist bem absurdo, Delitto in Via Teulada (ou Giallo a Strisce) é uma ótima pedida para os doentes completistas do fascinante universo giallo. Parece mesmo jamais ter sido exibido fora da Itália, e bem que poderia ser descoberto por uma Arrow da vida, e lançado de forma luxuosa em Blu-ray ou pelo menos em DVD. Enquanto isso não acontece, saiba que o filme está disponível no YouTube: já o tinha conferido tempos atrás com o áudio todo esculhambado (desaparecendo de tempos em tempos) e sem nenhum tipo de legenda; mas, agora, o filme já está disponível com o áudio OK e legendas em inglês. Uma boiada e tanto para os entusiastas dos filmes de matança.

PS: Apesar de continuar meio doente, talvez eu vá essa noite em um evento emo com covers de Avril, MCR e Blink. Já vi esse Blink Cover uma vez, e eles só tocaram uma mísera canção da época do line-up original, que foi Dammit - é, pelo menos, optaram pela melhor música ever do Blink. Já o MCR Cover já está me dando nos nervos porque, que a verdade seja dita, eles odeiam o Bullets e raramente tocam algo daquele álbum - a única obra-prima do MCR, e o único disco da banda sem nenhuma faixa ruim (já que o The Black Parade possui três canções ruins e o Revenge possui quatro). Chega a ser ofensivo ver esses caras tocar coisa do Danger Days em TODOS os shows, além das xaropices The Ghost of You e Mama em TODOS os shows também. Isso é tipo um cover de Iron Maiden que toca coisa do Blaze em todos os shows, e também toca Wasting Love e Blood Brothers em todos os shows, mas se recusa a tocar coisa da fase Paul Di'Anno. Já perdi as esperanças com esse cover de MCR e nem peço mais coisa do Bullets para eles (dos quatro shows que vi, tocaram uma só - Vampires Will Never Hurt You - em um show apenas), já que, com eu pedindo, talvez até seja mais difícil deles tocarem alguma do grande álbum do MCR. Já sobre esse cover de Avril... Será o primeiro show ever desse cover específico, e estou curioso com o setlist. No passado assisti um show de um outro cover de Avril, e o setlist foi bem fraco. Se bem que, convenhamos, tem certos bê-á-bás da Avril que são muito mais agradáveis do que certas obviedades do MCR e Blink, e outra: as principais baladas da Avril simplesmente DESTROEM as baladas do MCR e do Blink. Chega a ser ridículo comparar obras-primas como Nobody's Home (uma das canções mais perfeitas de todos os tempos), Fall to Pieces e Innocence com xaropices do tipo The Ghost of You (eu queria tanto NUNCA mais ouvir isso na minha vida - sempre odiei essa música e o clipe dela também) e aquelas baladinhas horrorosas do Blink do quarto disco adiante. (Ahh, e, sobre Mama do MCR, seria lindo demais se o MCR Cover anunciasse essa porra e a discotecagem entrasse com Mama das Spice Girls num volume absurdo, hahahaha. Ou ainda mais apropriado: se o DJ mandasse no lugar Mama do Flyleaf, que, inclusive, também é uma banda de fake emo - ou fake screamo - dos anos 2000 que chegou ao mainstream na época. Aliás, Flyleaf é a única banda cristã badass que já existiu até hoje. Flyleaf é tão legal, tanto com a Lacey quanto com a Kristen, que eu até costumo esquecer que é uma banda cristã.)

segunda-feira, 6 de junho de 2022

PURE DOUBLE MASSACRE = CROCODILO: A FERA ASSASSINA (de Sergio Martino) e O MANÍACO DO PARQUE (de Alex Prado), Duas Trasheiras Desgraçadas e Imbecis Que Figuram Entre os Piores Filmes Já Feitos






 

 

CROCODILO: A FERA ASSASSINA (1979)

Trama: Zé Bucetas acidentalmente desrespeitam tribo indígena (possíveis desertores d'A Montanha dos Canibais, outra trasheira feita pelo mesmo paspalho que dirigiu isso daqui) e, assim, causam a ira do personagem título, que não irá sossegar até despachar todo o elenco de canastrões deste que é uma das piores atrocidades já cometidas desde que o cinema foi inventado no final dos anos 1800.

Como bem disse o poeta:

''Sergio Martino não dirige filmes. Ele os comete.''

Caralho, puta que pariu, nem faço ideia de como ou por onde começar o massacre dessa ABOMINAÇÃO aqui, cuja VHS local (uma parceria entre a Poletel, a VideoCast, a Vídeo Mídia e o Diabo) a galera do Big VHS Brother Brasil caça incansavelmente sem nem saber o motivo - o que não é nada surpreendente, já que esse meio está longe de ser minimamente racional. VHS essa que pelo menos dois seres possuem, sendo um do Rio de Janeiro e um de São Paulo. A fita no Rio está com a capa-estojo de papelão recortada, enquanto a de SP está com a capa intacta, e até a cheguei a ter nas mãos em 2015, antes do seu vendedor tentar me ''estrupar''. Sim, esse vendedor é um sujeito tão deplorável quanto a qualidade cinematográfica de Crocodilo: A Fera Assassina.

''Croc'' é um filme tão ridículo, mas tão ridículo que consegue ser muito mais Spielbergiano do que o próprio Tubarão, sua fonte de inspiração. (É, como Sergio Martino é um ''talentless hack'' nato, a saída é tentar pegar carona na onda giallo de Bava e Argento, tentar surfar na onda canibal de Lenzi e Deodato, ou então tentar emular o estilo dos sucessos mainstream de fora da Itália, como o Tubarão do Steven Is Pig ou a onda post nuke de Mad Max - sendo que, nessa última pegada, Martino fez aquele que, muito provavelmente, é o P-I-O-R exemplar do gênero, a desgraça inominável 2019: Após a Queda de Nova York, um lixo absoluto que me deixará traumatizado até o dia da minha morte.)

''Croc'' é mais Spielbergiano do que o próprio Tubarão por alguns motivos. Acima de tudo, Tubarão é bom justamente por não parecer filme do Spielberg. Foi feito dois anos antes do judeu escroto virar um dos sujeitos mais detestáveis de todos os tempos, com o indefensável Contatos Retardados do Terceiro Reich, uma das maiores aberrações já cuspidas por alguém na história da Sétima Arte mundial. Mas Tubarão possui um ritmo dinâmico, uma boa tensão e até mesmo um certo sadismo. É o único filme desse sujeito que realmente gosto.

Já ''Croc'' é mega-infantil, demasiadamente previsível (nós sabemos de cara quais personagens poderão morrer e quais não irão morrer nem a pau - uma característica puramente Spielbergiana, e um dos grandes motivos de eu odiar tanto aquele otário de Hollywood), chato pra caralho, recheado de atuações canastronas (apesar de alguns nomes de peso no elenco: Bobby Rhodes, Mel Ferrer, Richard Johnson e Claudio Cassinelli - que, anos depois, morreria durante as filmagens de outro lixo nuclear do Martino; é, o cinema do Martino é tão ruim que pode até te matar!), aparições fuckin' boring e inofensivas do bichão Zé Mané, uns batuques insuportáveis na sua trilha sonora pavorosa, roteiro débil e cheio de problemas (que contou com a colaboração do canastrão em todos os quesitos Luigi Montefiore, AKA George ''Antropophagus'' Eastman, e também de Ernesto Gastaldi, que já havia feito o também retardado e vexaminoso roteiro do problemático A Cauda do Escorpião - outra VHS que os Zé Fitas locais caçam alucinadamente sem dar a mínima pro seu conteúdo esculhambado em si) e diversos outros problemas. São tantos equívocos, aliás, que nem sei direito como organizar os meus malhos nessa afronta fílmica.

E sem contar que Martino é um cidadão sem carisma nenhum. Pelo menos o David Prior e o Bruno Mattei fazem tralhas divertidas, engraçadas e simpáticas. Já as tranqueiras do Martino não possuem graça nenhuma. Esse ''camarada'' fez uma única obra-prima na carreira, O Estranho Vício da Sra. Wardh, mas, com a exceção daquele clássico giallo, só realizou filmes que variam entre o apenas OK e o absolutamente péssimo.

Sem contar também as musas do cidadão, PQP, que já entregam de cara que seus filmes provavelmente chuparão muitas bolas e serão uma furada das grandes. Por exemplo, Barbara Bach (a estrela desse troço aqui) e Edwige Fenech, duas mulheres absolutamente desprovidas de talento que só subiram na carreira porque...

1) Eram gostosas pra caralho.

2) Sabiam explorar esse sex appeal delas.

3) Traçaram os caras certos para subir no topo. Uma se casou com um Beatle e, a outra, com o irmão do Martino, que produzia essas tranqueiras dirigidas pelo maninho incompetente.

Bem, o que mais dizer aqui...

Tentarei ser um pouco cronológico agora ao tecer alguns pitacos sobre os acontecimentos do filme, porém sem entregar spoilers - se bem que talvez não seria mesmo possível dar spoiler de um filme em que nada acontece.

O primeiríssimo ataque do ''Croc'' (após o que mais parece uma eternidade de acontecimentos whatever, incluindo os péssimos diálogos nonsense que permeiam a porra do filme inteiro) é simplesmente uma enorme piada, que só não é mais sem noção do que a vez que o Martino tentou fazer uma versão giallo d'O Bebê de Rosemary em Todos os Crimes do Canastrão, digo, Todas as Cores da Escuridão, seu mais problemático giallo dos anos 70 (mas é claro que Martino faria gialli ainda mais problemáticos nas décadas de 80, 90 e 2000!!!). Pior do que o Martino só mesmo o Martino!

Aí, mais adiante, teremos referências bem nonsense a O Homem de Palha, e também a presença duma criança chata pra caralho - curiosamente, a mesma menininha d'A Casa do Cemitério, que, ao contrário daqui, até estava suportável naquele filme.

E, lá pro final, o filme tenta, desesperadamente, criar tensão. Mas o roteiro retardado, a falta de paciência do público a essa altura do campeonato e a previsibilidade geral colocam tudo a perder. (Novamente, nós sabemos muito bem que o Steven Is Pig carcamano aqui não terá coragem de matar certos personagens da trama. Então é inútil tentar criar situações de suposto perigo com elas. É por isso que eu venero caras como Fulci e Friedkin: entre outros motivos, é um tipo de cinema sem regras, em que nenhum personagem está a salvo e todo mundo pode tomar no cu e reservar um lugar no colo do Capeta.)

Crocodilo: A Fera Assassina, um treco insuportável e sem nenhum valor artístico ou mesmo curiosidade. Fuck this movie.

(...)

O MANÍACO DO PARQUE (2002-2009)

Trama: Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, após uma juventude de traumas e o escambau, decide descontar a raiva matando e estuprando mulheres que não tiveram nada a ver com suas infelicidades do passado.

Lá vamos nós de novo...

Tem um trecho da minha entrevista em vídeo ao Fora de Sintonia em que coloquei o cineasta Rubens da Silva Prado (AKA Alex Prado) entre os grandes deuses do formato VHS. OK, até faz sentido, mas, PQP, após conferir O Maníaco do Parque, será difícil voltar a pensar em Prado de maneira minimamente positiva. Em outras palavras, esse desperdício de filmagem aqui conseguiu, sozinho, retirar o nome de Prado daquela relação.

Novamente, por onde começar o massacre...

Sempre ouvi falar que O Maníaco do Parque era um filme ruim, mas nada poderia me preparar para o nível de ruindade da bagaça. Para início de conversa, se trata de um filme cristonto (!) que, praticamente, apesar da forçação de barra voice over do final, diz que o biografado ficou perturbado por causa da juventude fodida (como se isso fosse justificável - se fosse assim, eu também teria virado serial-killer) e, também, por causa de possessão demoníaca. Sim, isso mesmo. Durante diversos momentos, temos o Cão aparecendo em cena, como se estivesse possuindo nosso estimado Chicão, uma ''pobre vítima da sociedade''. Caralho, que lixo de filme... E absolutamente nada poderá te preparar para a ruindade da cena do exorcismo...

E sem falar que o treco é repetitivo e cansativo pra cacete, com uma longa sucessão de cenas de estupro (sendo que tem até um outro estuprador à solta, levando as vítimas pro mesmo parque), de assassinato e de necrofilia - tudo porcamente filmado.

OK, Experiências Sexuais de um Cavalo, do mesmo diretor, com o índio rédibenga lá (Kamoa, '''''interpretado''''' pelo próprio Prado) estuprando e matando tudo que for encontrando (há, pareceu letra de música dos Zumbis do Espaço agora), também era extremamente repetitivo. Mas, pelo menos, tinha toda uma pegada WTF, um gore inconsequente, o sexo explícito repelente, algo de zoofilia e, lá pro final, um curioso plot twist, além da participação no fim do sempre carismático Renalto Alves (parceiro habitual de Sady Baby e de Prado).

Mas O Maníaco do Parque é simplesmente repetitivo sem nenhuma compensação ao espectador. Honestamente é melhor assistir Coca: O Preço de uma Vida duas vezes ou Experiências Sexuais de um Cavalo dez vezes do que conferir O Maníaco do Parque uma única vez.

Inconsequente, imoral e irresponsável (mas não de maneiras que tragam algum valor transgressor a obra), além de estressante e porcamente realizado, O Maníaco do Parque começou a ser filmado em 2002 e, após algumas infelicidades que deram uma certa aura maldita a produção (Prado descobriu um tumor no cérebro e teve ainda a morte num acidente de trânsito de Cleber Armeloni, que fez o maníaco na infância - aliás, esses momentos iniciais da infância também são vergonha alheia total), só foi finalizado em 2009, pela Heco Produções, para que pudesse ser exibido numa mostra de horror brasileiro. E permanece inédito no circuito comercial até o presente momento.

1H13 de duração que mais parecem uma eternidade. Filmeco insuportável. Mas, como curiosidade, é outra espécie de slasher tupiniquim anterior ao mediano Condado Macabro.

E, no mais, vamos torcer para que o Maníaco do Parque real não seja solto em 2028, como está previsto.

(...)

VEREDITO:

Dois lixões terminais que nem valem a pena assistir. Nem sei dizer qual dos dois é o pior, porque nenhum dos dois possui nada a oferecer. Essa dobradinha vai contra aquela filosofia de que todos os filmes merecem ser vistos. É sério: como diabos eu aguento assistir essas porras do início ao fim... Acho que, futuramente, quando eu estiver mais velho, com 40 anos ou mais, eu simplesmente desistirei de assistir porcarias desse naipe do começo ao fim. Puta desperdício de vida.

PS: Além da cinebiografia d'O Maníaco do Parque, Alex Prado pode ter cometido outro crime em vida:

http://mundo-cane.blogspot.com/2009/07/atriz-lancada-por-david-cardoso-morre.html

PS: É, esse é mesmo o fim do post, galera. Agora vocês já podem ir lá em algum lugar fétido da internet pagar 3 ou 4 dígitos na VHS de Crocodilo: A Fera Assassina sendo vendida por algum mercenário ganancioso de plantão. É, vão lá apoiar uma tática mal-intencionada dessas, que fode de vez com todo esse meio de VHS... (É por essas e outras que não quero absolutamente nenhuma associação com o BBB VHS, e sigo mantendo a mais pura distância. Parei de clicar nos vídeos de certos canais do YT em meados de Janeiro desse ano, prometendo para mim mesmo que, a partir de então, sob a hipótese que for, eu jamais voltarei ao ato masoquista de dar play nesses vídeos desses canais. E me mantenho também totalmente afastado das redes sociais desde Dezembro de 2019. Esse meio do VHS BR é todo focado em acobertar mal caráter, em passar pano para estelionatário-golpista, em desfiles de ostentações hipsters, em criar fake news dos mais variados tipos contra quem ousar expor os males do nicho e, é claro, em tentar convencer os incautos-novatos gerais a se prostituírem para pagar 3 ou 4 dígitos em fitas aleatórias e '''''raras'''''. EU TÔ FORA.)

 




















 

domingo, 29 de maio de 2022

Rolê-Garimpo com o Oswaldo Potenza (Quarta - 27 - Abril - 2022)








 

 

Peça desculpas públicas a todos em geral e ao Oswaldo em particular pelo atraso mór em publicar essa postagem. Sim, o Blogger me desanimou de fazer essa postagem antes, já que foi logo após o nosso rolê que eles mudaram o sistema geral de publicar comentários e posts. E, sim, eu vacilei em perder o rascunho em papel com as anotações daquele dia, o que também atrasou a postagem. (A farei tendo como base um roteirinho que fiz no bloco de notas e também a minha memória.)

Pois bem.

Primeiro fomos no Messias principal, onde o Oswaldo acabou levando um DVD do Michael Jackson por 5 Bozos. Já eu me interessei pelo DVD do mediano Pânico 2, pelo mesmo preço. Mas, quando olhei o estado do ''bicho'', desisti: tava bem riscado o bagulho. E também tinha lá um CD do Dance of Days, A História Não Tem Fim, que depois notei também estar em um estado parecido, com um riscão meio fugly (''fucking ugly'').

E o pior de tudo é essa política anti-devolução do Messias. Ou seja, se alguma coisa que você comprou lá estiver em mal estado, já era: perdeu, Playboy, e os fellas não farão a devolução do produto.

Inclusive, nesse dia que voltei lá com o Oswaldo, até tinha um advogado dentro da loja reclamando com os funcionários do Messias, falando que eles estavam errados com essa prática. Depois o Oswaldo até disse que deveria ter filmado essa parte do rolê secretamente, hahaha :) Seria interessante mesmo.

E, por falar em filmar, o Oswaldo até fez uma nova filmagem do nosso garimpo de VHS desse dia, em um vídeo de mais ou menos uns 25 minutos de duração. Mas, muito infelizmente, rolaram uns problemas técnicos no áudio e o vídeo ficou impublicável, com uns chiados trolladores esculhambando o áudio. Assim, vocês não terão como me ver (ouvir, na verdade - na linha daquele vídeo anterior que o Oswaldo fez nesse mesmo sebo) fazendo altas digressões, falando afobadamente e disparando comments variados sobre os filmes ali mostrados - e outros que possuem alguma ligação com eles - feito uma metralhadora giratória. Inclusive, essa primeira imagem aí do post seria, originalmente, a thumb desse vídeo que não chegou a ver a luz do dia.

Essas fitas aí da foto são algumas VHSs que trombamos lá. Dessas, peguei a Spartacus da CIC, dupla e em caixinha de papelão (e lacrada!), A Última Borboleta (drama de temática nazi vindo da República Tcheca, da New York Filmes - do mesmo diretor também possuo A Boa Luz, um dos primeiríssimos lançamentos da Europa Vídeo, ainda como Europa Filmes, e que originalmente saiu em formato big box), Miss Mary (drama político e erótico de cineasta argentina, da Jota) e Dixie Lanes (comédia débil com a Pamela ''Sleepaway 2 & 3'' Springsteen em sua única aparição pelada, em lançamento da Vic). Com a exceção de Cortina Rasgada, todas as outras fitas da imagem eu já tinha antes de trombá-las nesse sebão. Essa Hitch acaba sendo, portanto, a única dessas que não possuo, já que a deixei para trás - quem quiser, pode ir lá pegar, caso ainda esteja no sebo.

Saindo de lá, acabei tomando um picolé de morango sensacional e sem marca, por apenas um real. E vou te dizer: bem mais gostoso que o da Oggi, que custa 2 reais. CHUPA, OGGI!

Aí o Oswaldo teve a ideia de irmos nas galerias do centro, a do rock, a do reggae e a da Nova Barão. E eis que, numa loja numa dessas galerias, trombamos esse box importado do Freddy em Blu-ray, com os 7 primeiros filmes d'A Hora do Pesadelo em 4 BDs e 1 DVD de extras. Já os BDs contam com o primeiro filme isolado em um disco, mais combos incluindo as sequências - o 2 mais o 3 num disco, o 4 e o 5 em outro, e as horríveis partes 6 e 7 em outro.

Como o Oswaldo já possui essa edição em BD (só que a dele é britânica, e essa é americana), eu acabei pegando essa preciosidade para mim. E o preço foi inacreditável: apenas 50 reais por um produto fodástico desses e fora de catálogo desde mil novecentos e bolinha. Incrível, ainda mais se tratando duma loja geralmente bem careira. Não dá para entender. (E agora tenho toda a saga do Freddy em Rai-azul: já tinha o remake - com uma transfer realmente impressionante - e agora tenho também essa franquia original no formato.)

É, o Oswaldo é tão fã do Freddy que conseguiu trazer essa edição incrível do mundo dos sonhos para o mundo real - e com um preço dos sonhos ainda, hehe.

No mais, quando nós íamos em direção da Galeria do Rock, ele me contou uma história de quando esteve na Animal Records lá no finalzinho dos anos 90, e o maluco lá foi bem grosso com um cara que entrou na loja: ''O QUE QUE VOCÊ QUER?'' (...) ''NÃO TEM NÃO.'' Bem, foi por essas e outras que parei de ir lá em 2005, quando ele gritou gratuitamente comigo. O que não faltam são histórias de horror envolvendo aquela loja, como o Alex Relíquias do Hard AOR  já relatou também. (Aliás, o possivelmente finado Vinícius Manimal uma vez ligou lá - para tentar comprar material do WASP - e o cidadão deu um baita berro ao atender o telefone: ''ANIMAL!!!'')

É, aquela loja entra no meu TOP 3 de lojas da Galeria do Rock que eu não frequento nem a pau, juntamente da Music House e da Moshi-Moshi. (Sobre essa última, o cidadão lá uma vez me iludiu, falando que ia me conseguir uns materiais fodões de JPop feminino clássico... E nada. Sem contar a vez em que fui lá na infância, quando eu tinha 12 ou 13 anos, e ele me vendeu o The Bummer of Bitch piratão - um mero CD-R ripado do original - e me falando que era original. Como eu era pirralho, acreditei no conto dele, tipo criança que alugava as sequências de Kickboxer porque na capa falava que tinha o Van Damme na bagaça!)

OK, por hoje é tudo, pessoal. Espero que curtam a postagem e até a próxima. Irei agora encontrar o Gio ''Vizinho de Satanás'' Mendes para fuçar umas fontes colecionísticas aí. (Sim, Domingo também tem coisa acontecendo nessa questão.)

É issaê. Qualquer coisa, complemento a postagem através da seção de comentários - que é algo que eu sempre faço naturalmente mesmo :) (E, além dessas aquisições, fui presenteado pelo Oswaldo com esse simpático CD do Mixtape, bem embaçado de encontrar por aí. Valeu, OP!)

PS: Os próprios lojistas da Galeria do Rock também relatam problemas que tiveram (e também que seus clientes tiveram) ao ter algum tipo de contato com a Animal. Presenciei esses relatos pessoalmente e recentemente. Entra lá falando ''Hello, Satan's people'' (como ele comenta lá junto do ''Little Paul Heavy''), para ver se ele será gente fina com você...

domingo, 22 de maio de 2022

Sobre a Noite Hard-Glam no Fofinho (Covers de Motley Crue, Poison e Skid Row)


 

 

É oficial: sem mais demoras, o próximo post será o relato do rolê-garimpo que fiz com o Oswaldo Potenza pelo centro de São Paulo atrás de VHS, DVD, Blu-ray e CDs, no final de Abril. Essa postagem irá ao ar até a noite de Sábado 28. Depois dela, provavelmente farei o TOP 10 com 10 das VHSs mais superestimadas e hypadas do VHS BR.

OK, vamos ao post então, galera.

Dando uma pausa nos eventos de emo, pop punk e hardcore melódico (e screamo e afins), fui nesse evento hard aí do Fofinho, que contou com covers de Poison (Fallen Angel), Motley Crue (Wild Side - com os mesmos integrantes do Fallen Angel) e Skid Row (Psycho Lover) - essa foi a ordem exata de apresentação.

Cheguei lá às 23H (uma hora após o início, portanto) e, no momento exato que apareci lá, estava tocando a belíssima The Ballad of Jayne, do LA Guns (LA Guns >>>>> Cunts N Bozos). A seguir, rolaram Renegades e No Mercy, também do grande LA Guns. Aliás... (Show) No Mercy do LA Guns >>>>> Show No Mercy do IsLamer.

Pouco depois rolou um trio de canções do Faster Pussycat, e daí eu percebi que a discotecagem, volta e meia, tava seguindo essa vertente de três músicas da mesma banda. E, enquanto rolava o FP, veio um cara perguntar para mim se eu queria pedir uma música. Imaginei, portanto, que ele era o DJ ou tinha algum tipo de contato com o DJ. Aí eu disse que queria sim, e fiquei pensativo, imaginando qual música eu deveria pedir. Aí ele me mostrou a tela do celular dele, sugerindo uma canção do Audioslave, ao que respondi: ''Não, Audioslave não. Tem que ser uma de hard.'' Aí eu pedi Down Boys, do Warrant, para mim a canção de hard rock mais sensacional de todos os tempos, e que eu devo ter escutado somente um bilhão de vezes da minha adolescência até agora.

Mas tomei no cu, porque (SPOILER ALERT) não rolou Down Boys em momento nenhum do evento :) Quer dizer, pelo menos não do momento em que cheguei até o fim da festa, às 5 da manhã.

E eis que, lá pela meia-noite e meia, teve início o show do Poison Cover, já abrindo com a fodástica ''Oh my God, Look What the Cat Dragged In. Living my life, sin after sin.''. Bem, essa é provavelmente a canção mais pesada do Poison.

A seguir, tocaram quase todos os singles dos três primeiros discos da banda, que são os álbuns clássicos do grupo de Bret Michaels e CC DeVille. Tocaram até o cover da Miley, hahaha, Every Rose Has Its Thorn :) Aliás, reza a lenda que o Bret pegou tanto a Miley (ainda ''dimenó'' - ou seja, ele teria dado uma de Loser Mano) e também a Tish Cyrus, a mama dela. Vai saber se isso é rumor ou verdade verídica.

Enfim, os únicos singles que não rolaram desses três primeiros discos foram I Won't Forget You (ainda bem, já que é uma balada um tanto xarope), Life Goes On (que também não é tão legal) e a cover de Your Mama Don't Dance. No final da apresentação, até anunciaram um cover que o Poison fez, e daí pensei que seria Mama Don't Dance... Mas aí os fellas me mandam Rock N Roll All Night, um dos bê-á-bás mais batidos e insuportáveis da história - só não é pior do que I Love Rock N Roll (a única música legal com esse nome é a do The Jesus & Mary Chain - que, acreditem, é canção própria deles) e, é claro, a absolutamente intragável Wasting Love da Donzela Ferrada.

Anyway, senti falta de Love on the Rocks e da extremamente subestimada Valley of Lost Souls, mas, de qualquer forma, foi um show bem divertido, com hinos como Cry Tough e Fallen Angel. E, para mim, o grande momento desse show foi Talk Dirty to Me.

No intervalo entre os covers de Poison e Motley Crue, rolou até Bang Bang do Danger Danger na discotecagem, curtida somente pelos mais posers e farofeiros presentes no recinto - tipo eu - e, para o deleite de quem estava lá, um trio de clássicos do WASP, com I Wanna Be Somebody, Animal (Fuck Like a Beast) e LOVE Machine (que não, não é cover de Morning Musume...). Foda demais. Digo até que, se eu não fosse tão tímido e envergonhado, até faria umas mechas brancas no cabelo a la Blackie Lawless das antigas...

Eis que, então, o Motley Crue Cover assumiu o palco. Bati olho rapidamente no setlist e vi apenas uma coisa: TAKE ME TO THE FUCKING TOP. Pronto: eu já estava realizado, pois notei que eles tocariam ali a segunda canção de hard rock mais maravilhosa de todos os tempos - só perde para a já citada Down Boys, do maravilindo primeiro disco do Warrant, um registro que só possui clássico após clássico e absolutamente nenhuma faixa minimamente fraca.

Eis que, após o fim da apresentação, o papel com o setlist caiu no chão, fora do palco, e daí, como ninguém se preocupou em pegá-lo, eu fui lá e o peguei para mim, como recordação. Além de Take Me..., outras duas faixas algo inusitadas foram Ten Seconds to Love (serei sincero: não a escutava desde 2013) e All in the Name of... Sendo que, essa última, possui uma das letras mais cabulosas do hard farofa e, hoje em dia, com certeza total seria cancelada e até poderia colocar os integrantes do Motley atrás das grades. Saca só o drama:

''She's only 15 (!): she's the reason, the reason that I can't sleep. You say illegal... I say legal's never been my scene (!!). (...) For sex and sex I'd sell my soul. All in the name of rock. All in the name of Rock N Roll.''

Será que eu entendi direito? Pelo que entendi, o cara tá dizendo que venderia a alma ao Cão para passar a vida transando com meninas de 15 anos de idade. Os anos 80 foram mesmo muito retardados...

E, além de Take Me, 10 Seconds e All in the Name of, graças aos meus pedidos, eles tocaram um clássico absoluto que NÃO estava no setlist: a fodástica Bastard. O Regis Tadeu já disse que a letra dela é ridícula, mas vou ter que discordar. Uma letra que possui um trecho que diz ''YOU'RE THE KING OF SLEAZE, BUT DON'T TRY TO RAPE ME'' não tem como ser ruim. Hail Motley dos três primeiros discos.

E, em Girls Girls Girls, por mais que ache aquela música genérica e um tanto mala, acabou sendo bem divertida nessa apresentação, já que uma mina subiu no palco e ficou distribuindo shots de goró na boca da galera. Mesmo eu estando sóbrio faz quatro anos e meio, foi algo divertido de presenciar, ainda mais que eu estava ali na cara do palco.

Enfim, Live Wire, Shout at the Devil e Kickstart My Heart foram alguns dos grandes destaques do show, mas o destaque absoluto vai mesmo para a imbatível TAKE ME TO THE TOP.

E quase me esqueci: nos intervalos entre as canções do Motley, o vocalista mandava umas patifarias, tipo cantar trechos de canções dos Backstreet Boys (!), de pagode e de samba :)

Foi um show muito, muito divertido, apesar de alguns erros do vocal, tipo erras algumas letras e cantar errado trechos diversos de algumas canções. E claro que fico sonhando em ouvir coisas ''lado B'' tipo Toast of the Town, preciosidades ignoradas do Theater of Pain (principalmente Tonight We Need a Lover), Generation Swine (diga o que quiser do disco, mas a faixa-título é animal) e Face Down in the Dirt. Mas eu já sabia de antemão que seria quase impossível rolar alguma dessas... (Isso é, com a exceção de Louder Than Hell, que até pode rolar em alguns setlists.)

Aí, após um pequeno intervalo após o Motley Cover, teve início a performance do Skid Row Cover, logo com Slave to the Grind. E o show seguiu com um repertório misturando petardos pesados como Piece of Me e Monkey Business, e baladas como a muito boa 18 & Life, a digna I Remember You e as meio xaropetas Wasted Time e In a Darkened Room. Até pedi Beat Yourself Blind (minha canção favorita do Skid Row em todos os tempos) pro vocalista, mas ele disse que, por mais que goste dela e da My Enemy (ambas do terceiro e último disco da banda com o Sebastian Bach, o Subhuman Race), esses dois clássicos não iriam rolar nesse show.

E, daí, aconteceu algo um pouco estranho, mostrando que as bizarrices não estão limitadas somente aos eventos emo que tenho presenciado. Lá pelas tantas, no intervalo entre a 18 & Life e a I Remember You, uma menina chegou perto de mim e disse algo no meu ouvido. Mas simplesmente não consegui entender o que era, e daí pedi para ela repetir. Como ela era bonitinha-gostosinha, fiquei na esperança de que fosse algo do tipo ''quero que você me coma'' ou ''posso te bater uma punheta?'', coisas desse naipe.

Mas daí veio a decepção: ela me viu falando com o vocal da banda, quando pedi Beat Yourself Blind, e sugeriu que eu pedisse Breakin' Down para ele.

PUTA QUE PARIU.

Caralho, justamente a música mais horrorosa de toda a discografia e carreira do Skid Row, incluindo B-sides, demos e qualquer porra que a banda já tenha gravado com qualquer um dos seus pelo menos seis (!) vocalistas.

Aí, como não sei mentir, disse para ela: ''olha, eu odeio essa música, que é a única do Skid Row que eu realmente não gosto''. Daí ela: ''mas pede mesmo assim''. WTF. Daí eu: ''pelo que eu entendi, eles não vão tocar nenhuma música desse disco''. (Sim, Breakin' Down também é do Subhuman Race. E, realmente, não tocaram porra nenhuma desse disco ali naquele show.) Daí ela: ''mas tenta lá''. Aí pensei ''de boa, essa mina é xarope e lesada da cabeça'', e, por mais que ela fosse OK visualmente e tivesse puxado algum tipo de conversa comigo (o que é meio surpreendente, já que, antes desses eventos underground de rock, era só cara gay, bi, crossdresser, traveco e coisas do tipo que vinham falar comigo - parece que as coisas estão melhorando então...), tive que sair de perto e me afastar dela. E a mina em questão era uma autêntica ''cute but psycho'': de tempos em tempos, durante o show, olhava rapidamente para ela e percebia que ela NÃO estava curtindo o show, e parecia só querer ouvir Breakin' Down mesmo. A mina era muito, muito estranha, PQP. Diria até que, desde o meu primeiro evento de rock após o início da quarentena, ela é a pessoa mais estranha e esquisita que já trombei nesses eventos todos, passando na frente até mesmo do Zé Pentelho (Guitardo knows what I'm talking about, hehehehe) e do stalker que estava perseguindo minha amiga numa Emo Party anterior. (E, caray, como diabos alguém consegue gostar de Breakin' Down... Qualquer outra faixa do Subhuman é infinitamente superior a essa desgraça. Prefiro ouvir até mesmo aquela Eileen, uma tentativa do Skid Row de soar moderno e gótico ao mesmo tempo, do que Breakin' Down, uma das baladas mais pavorosas de todos os tempos.)

Mas OK.

Com um setlist que também incluiu as não-óbvias Forever e Midnight / Tornado, diria eu que o momento mais impactante da apresentação foi Piece of Me. (Talk Dirty to ME, Take ME to the Top, Piece of ME, hehehehe...)

E, lá na fase final da discotecagem, eis que rolaram até mesmo uma do Hardcore Superstar (Let's Call to Alcohol) e um trio Vixen, incluindo Edge of a Broken Heart, Love Is a Killer e, para a minha surpresa e alegria, a minha favorita da banda: Streets in Paradise. Discotecagem essa muito interessante, sem nada realmente óbvio - sem GNR, sem Whitesnake (aliás, até tinha um bebum pedindo música do WS pro Skid Row Cover, hahahaha) e só com uma do Bon Jovi, que nem foi muito óbvia (In and Out of Love).

É isso aê. Espero que tenham curtido o relato. Já semana que vem estarei em um evento emo que contará com um cover de Paramore e, se tratando de Paramore, quero aproveitar a deixa para linkar dois dos meus vídeos mais favoritos já postados na história do YT:

https://www.youtube.com/watch?v=NJAuzkpZGzI

https://www.youtube.com/watch?v=M4oBmuGXSfY

O problema é que, nesse mesmo evento, terá também um cover de Bullet for My Valentine, uma daquelas bandas de ''metal de playboy'', assim como Bring Me the Horizon, Avenged Sevenfold, Escape the Fate, Asking Alexandria (um dos piores nomes de banda ever - se bem que Savatage continua sendo pior...) e Black Veil Brides, entre outras. (Aliás, até teve um colecionador de VHS do Brasil que jogou coisa no vocalista do BVB naquela vez em que eles foram vaiados em um festival, fazendo, assim, um curioso embate BBB VHS-Miguxo, hehe.)

PS: Uma vez, lá em 2005, trombei um cara que se chamava Sebastian, era fã de Skid Row e morava no Brás. Eis o apelido do cara: Sebastian Brás :) Ele até tinha também uma banda cover que tocava Skid Row, com um vocalista completamente alcoólatra e porra-louca.

 


 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

(Postagem-Teste para Experimentar o Novo Sistema Geral do Blogger) Além da Friendzone (2018, AKA A Friend's Obsession, AKA Friend Zone, AKA Lethal Admirer), Estereotipada Tranqueira Pseudo-Slasher da Lifetime


 

 

''I don't have those kind of feelings for you.

Not repressed.

Not undiscovered.

Not subconsciously.

Not at all.''

Fazendo aqui um post mais simples e menos ambicioso, mais como forma de testar o novo, frustrante e piorado sistema do Blogger (AKA Bugger) de criar comentários e publicações. Sistema esse que tem me dado dores de cabeça diversas desde que surgiu: afinal, o Blogger só muda pra pior mesmo.

Pouco tempo atrás, após uma situação um tanto nonsense na Praça da Liberdade (que ainda pretendo narrar aqui numa postagem sobre rolês / garimpos mais ou menos furados), acabei indo lá perto e adquirindo uma certa quantidade de DVDs ''alternativos''. (Sendo que, dessa leva, o vexatório novo filme do Homo-Morcego deve ser o único com lançamento físico oficial garantido no Brasil. O resto é só coisa obscura e recente de suspense-horror.)

E, entre esses sete DVDs ''paralelos'', está o tal Além da Friendzone (mais uma distribuição da ''lendária'' Vagalume Bob, sempre presente nos camelôs e demais pontos de venda de DVD ''extra-oficial'' do Brasil inteiro), que me custou a bagatela de dois mangos e cinquenta cents.

Produção vagabunda - como todas as outras - da infame Lifetime (sem relação com a cultuada e influente banda emo de mesmo nome), Friendzone acompanha um camarada que é um grande 'role model' para todos os integrantes do sexo masculino (só que não): friendzoner, simp, incel, stalker e psicopata, extremamente iludido e envolvido numa situação completamente platônica, além de possuir uma relação a la família Bates com sua mãe igualmente xaropeta.

Assim, o doidão vai desenvolvendo um sentimento cada vez mais doentio com uma colega de trabalho. Colega essa que só o enxerga como um amigo nerd e bobalhão.

Com direção convencional e genérica, além de atuações canastronas (nem tanto a do psycho - mas o resto do elenco chupa bolas aqui), Friendzone ainda oferece uma quantidade pífia de mortes, sendo que uma delas acontece fora do nosso campo de visão (quando um infeliz é ''offscreened to death'') e a outra é um gigantesco clichê que eu jamais gostaria de ver novamente em algum filme de matança, ainda mais em uma produção tão recente quanto essa porra aqui. O filme certamente mandaria muito melhor com assassinatos mais constantes e extremos, e com uma dose geral mais intensa de psicopatia. Mas, novamente, não dá para esperar nada disso em um telefilme da pavorosa Lifetime, o lixo dos lixos.

Aí, para entreter o espectador de maneira picareta e curiosa, temos alguns pseudo-sósias de atores mais famosos entre o elenco de Zé Ruelas. A protagonista chega a lembrar a Emily VanCamp, daquele seriado bobão Revenge; a irmã dela na trama é uma Rebecca ''O Presente'' Hall dos pobres; e ainda tem um cidadão que possui uma aparência meio Hugh Jackman.

Mas, apesar de todos os evidentes problemas, Friendzone ao menos serve como diversão leve e, além disso, acaba tendo uma inesperada função educacional: ao nos espantarmos com a insanidade nível extra hard do personagem friendzoner, só podemos nos policiar para não virarmos sujeitos minimamente similares - ou seja, psicóticos ora simp, ora ''mizosógenos'' e adeptos do stalking nível extra hard. Afinal, existe sim a possibilidade de que todos nós homens carregamos conosco certas tendências a cair nesse universo psicótico.

E, ao assistir Além da Friendzone, nosso repúdio ao vilão Lloyd é tão forte que só nos resta focar em nunca termos atitudes remotamente parecidas, e jamais nos tornarmos daquela forma.

OK, a seguir farei aqui o relato tardio do rolê-garimpo com o Oswaldo Potenza no final de Abril, e também o post sobre o Motley Crue Cover que assisti recentemente.

Té +, cambada.

PS: Tenho que reconhecer uma qualidade de Além da Friendzone. O filme não tem nenhuma pressa em revelar - para a protagonista - o fato de que Lloyd é um louco irrecuperável. Nesse sentido, até que o filmeco consegue ser um pouquinho eficiente.

sábado, 23 de abril de 2022

Pitacos Variados Sobre os Shows Cover Que Assisti no Fim de Semana Passado (CPM 22 + Blink 182 + Bad Religion... + Ozzy Osbourne + Judas Priest + Dio)



 

Tentarei, verdadeiramente, fazer um post mais curto do que o habitual dessa vez. Mas sei lá se conseguirei. Provavelmente não.

NOITE 1: CPM + BLINK + BAD RELIGION

Já comentei com o Guitardo em off sobre essa noite: como fui a pé pro show, de noite, com as ruas desertas e tal, tive que esconder o dinheiro na meia (!) e, lá pelas tantas, uns sujeitos estranhos até atravessaram a rua e vieram pro meu lado. Jurava que seria assaltado, mas, felizmente, nada aconteceu. Chegando no show, fui tirando o dinheiro da meia e os dois seguranças me cercaram, achando que eu havia escondido droga ou algum tipo de arma ali. Mas daí viram que era o dinheiro do ingresso, e ficou tudo bem. Inclusive, um deles até me disse que já fez o mesmo :)

Como já disse antes por aí, CPM é uma banda que eu nunca consegui entender o apelo, além de achar o vocalista Badauí zero carismático por motivos diversos. E sem contar toda aquela hipocrisia que resultou na demissão do baterista Japinha, ex-Hateen.

Com isso dito, até que esse CPM Cover aí entregou um show divertido. Bem, só de ver um outro cara cantando CPM - no lugar do Badauí - já melhorou a situação toda para mim...

A seguir foi a minha primeira experiência vendo um cover de Blink.

Eis o meu TOP 10 da banda, com cinco faixas com o batera original e cinco com o batera que arruinou a banda...

ADAM'S SONG - favorita da fase Travis Barker

ANTHEM PART II

CAROUSEL

DAMMIT (GROWING UP) - favorita da fase Scott Raynor

FEELING THIS

JOSIE

M&Ms

RECKLESS ABANDON

WASTING TIME

WHAT WENT WRONG?

... e, dessas minhas 10 favoritas, só tocaram 3 delas: Anthem Part 2, Feeling This e Dammit.

Não me preocupei em anotar o setlist enquanto o show rolava, mas lembro sim de todas as músicas que rolaram. Do Enema of the State tocaram as óbvias All the Small Things e What's My Age Again?, mais Dumpweed, Aliens Exist e Don't Leave Me. Dessas eu retiraria Don't Leave Me facilmente, sem nenhum remorso.

Do Take Off Your Pants and Jacket tocaram as óbvias Anthem 2, Rock Show, First Date e a mais ou menos xaropeta Stay Together for the Kids (''SO THIS IS YOUR HOLIDAY... FUCK YOU.''). Uma pena que não teve Reckless Abandon, Shut Up ou o B-side What Went Wrong.

E, do álbum auto-intitulado, teve as óbvias Feeling This (a única música que realmente curto no álbum), as meio chatas I Miss You e Always, e também a absolutamente insuportável Down, que certamente entraria no meu TOP 10 das minhas músicas menos favoritas de todos os tempos - ao lado de ''coisas'' como Linger e Ode to My Family (ambas dos Cranborings), Pressure (do Paramore), Bad Karma (a música mais absolutamente horrorosa de toda a carreira da Miley, aqui em parceria da ultra-hiper-mega-decadente - além de feminazi mala - Joan Jett) e, é claro, a pior de todas, que é Fall In, um sub-Cranborings da pior qualidade, de cantora que prefiro nem citar o nome. Ahh, também do disco self-titled, rolou a Go, que até é OK.

No setlist teve também o single isolado Man Overboard e After Midnight, do Neighborhoods. São outras duas faixas que daria facilmente para ficar sem, principalmente After Midnight, uma canção pós-morte do Blink.

E, de todo o glorioso período Scott Raynor, a única faixa tocada foi Dammit, que fechou o show. E aí a gente vê que, por mais que todo mundo fique enchendo o Travis Barker de elogios, a era Scott é muito mais da hora e empolgante: com Dammit, o público simplesmente enlouqueceu e o lugar virou um hospício, com todo mundo surtando legal, invadindo o palco, se perdendo no bate-cabeça e os caralhos.

A grande verdade é que a fase Scott é muito superior ao Blink do terceiro disco adiante. Vou além: assim que o Travis entrou na banda, o Blink foi piorando mais e mais. Você vê: os dois primeiros discos estão pau a pau em qualidade, mas, assim que o Travis entrou, as coisas foram derrapando ladeira abaixo aos poucos: o Enema é inferior aos dois primeiros; o Take Off é inferior ao Enema; o auto-intitulado é o pior até então, com algumas coisas simplesmente pavorosas; e, do Neighborhoods para frente, é desastre total, sem nenhuma mísera faixa que se salve - nem mesmo aquela lá que, numa versão alternativa, trás um dueto com a Miley. Dá até para dizer que o Blink, após o quinto disco, virou uma ex-banda, tão defunta e sem propósito quanto o Guns N Roses após os Illusions.

A real é que o Travis não é o cara certo pro Blink. Travis no Blink é tipo se o Mike Portnoy tivesse tocado nos Ramones; ou seja, um sujeito ultra-virtuoso porém não necessariamente produtivo e que, definitivamente, não serve para um grupo minimalista e direto ao ponto.

Aliás, me surpreende pensar que, enquanto o Ronnie James Dio ainda estava vivo, ele e o Travis não tiveram a ideia genial (?) de formar uma banda com os dois mais o Yngwie Malmsteen e o Flea. Seria um supergrupo só de músicos extraordinários, sobrenaturais até, mas que desperdiçam esse talento todo fazendo música ruim. Aí poderiam até batizar o grupo com o nome WASTED TALENT. Uma pena que não tiveram essa sacada...

Anyway, uma pena que só tocaram uma faixa da era Scott. Ficaram de lado Carousel, M&Ms, Wasting Time, Josie, Zulu, Pathetic, Apple Shampoo, Dick Lips, a música chamada Emo (que é foda demais)... Mas ei: ao menos tocaram Dammit, a música mais foda do Blink e uma das minhas músicas favoritas em geral, de todos os tempos.

Show encerrado, cheguei a trocar ideia com o vocalista principal do grupo, o Tom cover. É foda: nesses shows cover, ao término das apresentações, enquanto todos enchem a bola dos músicos, eu sempre vou lá reclamar dos setlists :) É, acho que sou chato pra caralho... :)

Aí ele comentou que, por causa de problemas técnicos relacionados à afinação da guitarra e afins, não deu para tocar Adam's Song. Disse também que em alguns shows rolam outras da era Scott, como M&Ms e Josie, entre outras.

Nem lembro como a conversa chegou lá, mas, lá pelas tantas, ele citou The Used, e daí eu aproveitei a deixa para dizer que acho o primeiro álbum uma das coisas mais maravilhosas da história da humanidade. Ele disse que concorda e que até tem tatuagem da banda. Hail The Used.

E, nessa conversa toda, ele também comentou que, no show que eles fizeram com o MCR Cover no interior de São Paulo mês passado, até tinha um assento vago na van. Acontece que eu tinha comentado com os caras do MCR Cover que tinha interesse de ir nesse show, e, na época, eles veriam se teria espaço livre na van para mim... Mas, como o show em questão caiu justamente no dia da Miley no Lollapalooza, aí tive que desistir desse show Blink Cover + MCR Cover para, no lugar, ver o show da Miley pelo Multishow - ao vivo pela TV; pelo tablet, na verdade.

Enfim, bem gente fina o maluquinho do Blink Cover. E é curioso que o Mark cover deles é realmente a cara do Mark quando era jovem. Incrível mesmo. Fico então pensando se o cara já era fã de Blink ou se, então, de ser tão parecido com o Mark real, ele decidiu virar cover do cara. Bem, talvez eu pergunte isso para eles na próxima ocasião.

Foi interessante também que, durante esse show, teve um carinha que viu minha camiseta do Fake Number, ficou surpreso e até me cumprimentou por causa dela. (Na realidade, teve um outro cara que também elogiou minha camiseta. Aí eu disse que, dentro desse meio, é a minha banda favorita junto de MCR e Hey Monday.) E, falando nisso, o Tom cover até citou que mantêm contato com o André Mattera, batera que foi do FKN e do Cueio Limão, e que, atualmente, toca em outro cover de Blink, o Blinkers 182 - banda que ainda me resta conferir ao vivo.

A seguir veio o cover de Bad Religion. E vou ser completamente sincero aqui: eu não manjo de Bad Religion. As únicas músicas com as quais sou familiarizado são A Walk e American Jesus e, tirando essas duas, sei que eles tem uma chamada 21st Century Digital Boy - ou algo assim. Não sei mais nada deles. Mas, devo dizer que, de qualquer forma, o show foi muito bom sim. E, apesar de ter o menor público dos três dessa noite, teve sim o bate-cabeça mais cabuloso e from hell. Eu fiquei lá assistindo o bate-cabeça dando altas risadas: o povo mamadaço surtando legal, dando altos ''stage-diving'' e o escambau. Mó barato.

E outra coisa que vale citar é a semelhança do vocalista com o Angelo Arede, cantor da formação atual do Gangrena Gasosa.

NOITE 2: OZZY + JUDAS PRIEST + DIO

Cheguei tarde dessa vez, já na quarta música do Ozzy Cover, que era algum cover de Black Sabbath - era NIB ou War Pigs, mas não lembro mais qual. Aí trombei um maluquinho que me disse ''o show tá muito bom''. Aí ele me falou que, antes dessa, havia rolado Bark at the Moon, SATO e Suicide Solution.

Como também já comentei em off com o Guitardo, tive que desviar das tiazonas cinquentonas e sessentonas, as anti-MILF / anti-GILF, que tietavam o carismático Ozzy cover, para poder ficar na frente do palco. (Aí está um fator extremamente positivo desses shows underground: geralmente é sim possível ficar perto do palco.) E o show seguiu com bê-á-bás diversos do Ozzy no Sabbath e também solo, como, respectivamente, Paranoid e No More Tears, além de, muito infelizmente, arruinar a classicaça Mr. Crowley.

Mas foi um show divertido, de qualquer forma. E Ozzy - seja no Sabbath ou solo - é algo que nunca incomoda.

Aí veio o motivo por eu ter ido lá: Judas Priest na cabeça. Bem, Judas é, para mim, a segunda banda de metal mais sensacional de todos os tempos, depois de Manowar, a banda favorita do Regis Tadeu. (Aliás, esses dias alguém mandou um super chat pro Regis para informar que existe um funkeiro chamado MC MANO WAR, hahahahahaha.)

E eis as músicas que rolaram no cover de Judas:

ALL GUNS BLAZING

BEYOND THE REALMS OF DEATH

BREAKING THE LAW

DESERT PLAINS

DIAMONDS AND RUST

FREEWHEEL BURNING

GRINDER (cujo riff foi chupado pelo Motley Crue em Knock'em Dead, Kid - cujo nome pode ter inspirado Give'em Hell, Kid do MCR, por mais que o Gerard se proclamasse anti-Motley Crue)

HELL BENT FOR LEATHER

HELL PATROL

THE HELLION - ELECTRIC EYE

JAWBREAKER

LIVING AFTER MIDNIGHT

METAL GODS

PAINKILLER

THE RIPPER (que não, não é cover de The Used, hehehehe...)

TURBO LOVER (pô, podiam ter tocado Parental Guidance no lugar...)

YOU'VE GOT ANOTHER THING COMIN'

Foi um show muito carismático, sem nenhuma canção xarope, com participação de um carinha da plateia cantando Breaking the Law e, lá pelas tantas, três guitarristas no palco...

... mas, de boa, senti falta de The Sentinel (a minha favorita da banda), Tyrant (a minha segunda favorita), Night Crawler e Screaming for Vengeance. Mas falei rapidamente com o vocal no final da apresentação e ele me disse que essas músicas estão sim no repertório deles e que, às vezes, eles fazem shows com três horas de duração (!!!) e essas e outras entram no set - até mesmo coisas pós-Painkiller.

Bem, recomendo o Priest Live e quero sim ver outros shows deles.

Aí, para fechar a noite, veio o cover de Dio.

Bem... Não sou fã de Dio, como já disse tantas vezes por aí. Mas até admito que tem três músicas que considero guilty pleasures: We Rock (que não, não é cover de Demi Lovato...), Rainbow in the Dark (cujo clipe retardado passava no Fúria Metal até dizer chega) e, com o Rainbow, Man in the Silver Mountain.

As três rolaram nesse show, através de um repertório misturando Dio solo, no Sabbath e no Rainbow, incluindo dois bê-á-bás que acho absolutamente insuportáveis e não aguento mais ouvir nem a pau: Long Live Rock N Roll e ''Mergulhador Sagrado''.

Mas, beleza, a banda mandou bem para quem curte Dio. E, enquanto rolava Don't Talk to Strangers (que até foi regravada pelos nerdões do Blind Guardian), fiquei imaginando se, hoje em dia, a letra não seria considerada ''mizosógena'' (hehe) e acabaria sendo cancelada. Afinal, tem aquele trecho do ''don't dream of women, 'cause they'll only bring you down''. Vai saber se o careca-cabeludo não era ''mizôgíno'', né...

E, com o término da apresentação, até deu vontade de agradecer a banda por não tocarem Rock N Roll Children e nem Sacred Heart... (E uma coisa curiosa: apesar de serem cover de Dio, eles chegaram a tocar três músicas do Sabbath com o Ozzy! Foram Paranoid, NIB e Children of the Grave. VAI ENTENDER, HAHAHAHA.)

PS: Faltou citar que o guitarrista do Ozzy Cover tinha uma guitarra com um design a la Stryper, e que, na plateia, tinha um sósia-cosplayer do Rob Halford e também um carinha um tanto parecido com o Guitardo :)

Grande destaque da noite 1: DAMMIT (GROWING UP)

Grande destaque da noite 2: HELL PATROL