... garimpando fervorosamente no exato dia em que, talvez, tenha tido início a Terceira Guerra Mundial...
Finalmente retorno aqui com uma nova postagem, no caso o relato da caça colecionista que fiz anteontem junto do Oswaldo Potenza - ou seja, só faltou o Guitardo Songs para fechar os Three from Hell.
Nos encontramos no Sebo do Messias logo antes das 13H (e nem dá mais para chamar de ''Sebo do Messias principal'', já que, agora, esse é mesmo o único Messias que restou...) e, de lá adiante, a garimpagem geral seguiu a milhão até pouco depois das 20H.
Enquanto eu me preparava para eventualmente sair na porrada no caso do Mannequin Maniac, AKA Sr. Armadilha para Turistas, aparecer por lá (já que, nas duas vezes que o avistei nessa mesma área do sebo, o horário era esse mesmo), eu e o Oswaldo fomos verificando as seções de CD, DVD, Blu-ray, as pouquíssimas VHS lá disponíveis - sendo que o Messias está completamente decadente nessa questão já faz algum tempo - e algumas outras coisinhas.
E, na área de artistas nacionais, encontramos algumas coisas bem pitorescas, tipo alguns coloridos sem vergonha e outras coisinhas, culminando em uma banda que, de tão boa e bem-sucedida, encerrou as atividades logo após começar e, para piorar, dois dos seus integrantes se mataram. Sem contar que é um raríssimo - talvez até único - caso de artista nacional que, mesmo com todo o apoio da mídia, não conseguiu chegar a lugar algum. Inclusive, o Oswaldo até já postou no canal dele o vídeo onde tecemos alguns pitacos sobre esse CD e as demais podreiras de pop-rock BR que trombamos lá. O Oswaldo até teve a boa sacada de, na intro do vídeo, mostrar algumas coisinhas que trombamos lá em outras áreas fora CDs. Segue o link:
https://youtu.be/nHJQrIhUFzw
E, também ao verificarmos essa seção nacional, o Oswaldo comentou da vez em que assistiu o festival Zona Punk Girls Tour (2008), que contou com o meu adorado Fake Number tocando junto do Lipstick (que também adoro, apesar de algumas letras e posturas meio feminazi), Killi (que também curto bastante), Mixtape (de quem o Oswaldo já conseguiu comprar CD no próprio Messias, numa vinda anterior dele a SP - já eu nunca trombei nada de Mixtape em lugar algum) e também duas bandas que eu nunca ouvi (mas certamente irei conferir agora): Hyfy e Condessa Safira.
Saindo de lá, fomos em três sebos da área (onde não encontramos nada que vale relatar) para, então, fuçar o Sebo da Liberdade, que eu não visitava fazia tipo meio ano. Lá dentro, totalmente por acaso, o Oswaldo olhou uma fileira de CDs que, entre eles, tinha o único álbum do Agnela. Foi curioso porque eu havia acabado de mencionar minhas buscas por material da banda ali no próprio Messias. Mas, sei lá, esse CD Podia Ser (mesmo nome do único hit delas, cujo single eu possuo desde Dezembro de 2019), por R$ 11, parecia um pouco riscado... Talvez não seja nada, mas sei lá. E algo me diz que, qualquer hora dessas, trombarei esse CD em algum outro sebo, num estado melhor. Já o álbum em si eu acho bem legal, apesar de algumas letras ridículas, tipo aquela do ''Seu Amigo Beija Bem'', que é vergonha alheia total e parece letra de sertanojo universotário. Bem, ainda mais vergonhoso é pensar que, em um post meu de Janeiro de 2020, eu - de tão empolgado em adquirir o single da Podia Ser - cheguei a falar que Agnela era melhor do que Fake Number. Certamente foi a maior besteira que eu já disse em toda a história do meu blog, desde que fiz o meu primeiro post aqui, em Setembro de 2015. (Lembrando que eu não conhecia FKN direito quando disse aquela asneira, e só fui realmente ouvir a banda direito - e passar a curti-la de verdade - em Junho do ano passado.)
Aí fomos em um sebo ali perto onde, até algum tempo atrás, tinha a VHS importada daquele que é um fortíssimo candidato ao posto de filme mais chato e insuportável já cometido na história do cinema mundial: The Element of Crime (que, ao passar dos tempos, recebeu três títulos levemente diferentes no Brasil: O Elemento do Crime, Elemento de um Crime e também Elementos de um Crime), do genial (só que não) Lars ''Nenhuma Obra-Prima'' Hitler. (Sou bem mais o arqui-inimigo dele, o Nicolas Winding Refn, que, por mais que seja ainda mais mala como ser humano, ao menos fez filmes maneiros até a medula, como as obras-primas Medo X e Drive - e os também ótimos Bleeder, Pusher 1 e 2, e Bronson.) Se bem que, por mais que The Element... seja um filme intragável, ao menos tem o apelo de (até onde eu sei) só ter sido lançado oficialmente no Brasil (se é que dá para dizer ''oficialmente'' nesse caso) em um DVD bem vagabundo dos caras de pau da Continental. E ao menos isso daí até que teve duas sequências interessantes: Epidemic (Epidemia) e Europa. (Cacetada, só agora fui me tocar de que os três filmes da tal Trilogia da Europa começam com ''E''...) Dessa forma, por mais que o filme seja horrível, ele pode ser interessante para quem coleciona VHS gringa. Ahh, e, no elenco, ainda tem aquela Me Me Lai, musa dos filmes italianos de canibalismo (O País do Sexo Selvagem, Os Vivos Serão Devorados, O Último Mundo Canibal). Fica a dúvida se o Trier a escolheu por causa desses filmes carcamanos de gente comendo carne humana...
Mas, enfim, dessa vez não tinha nenhuma VHS no recinto e também não tinha nenhum item interessante em alguma outra área. Só tinha mesmo o funcionário Bozominion hardcore tentando encontrar motivos sobrenaturais para, a essa altura do campeonato, continuar apoiando o Mijar Mesquinho Coronaro. É: eis a arte de viver na ilusão e na negação.
Aí saímos de lá e fomos no sebo logo em frente, com vários CDs repetidos e duas pilhas de VHS. Como esse sebo sempre mandou bem mal na questão da VHS, bati o olho muito rapidão e fui ver os CDs.
Nos CDs até tinha o EP da OUTRA banda da Emolândia com ''Romance'' no nome, o Matchbook Romance. Lacrado e por menos de R$ 10. Mas, sei lá, já escutei algumas coisas dessa banda e até mesmo esse EP, e esses caras nunca me chamaram a atenção. (EP esse que possui elementos de screamo, provando que, assim como o ''irmão'' famoso deles, o My Chemical Romance, o Matchbook também começou a carreira investindo nessa pegada meio gritada.) Bem, só sei que sou infinitamente mais MCR do que MBR.
Aí, antes de cairmos fora de lá, decidi dar uma olhada cautelosa naquelas VHS todas (umas 30 só, mais ou menos) e, antes mesmo de encostar nelas, olho na primeira pilha, vendo uma por uma, e reparo algo bastante incomum no final dela. A penúltima fita me deu um susto do caray.
''INOCÊNCIA ULTRAJADA - POLETEL''
Imediatamente pensei: ''CARALHO, QUE PORRA É ESSA??? BORN INNOCENT SAIU SELADO???''
Aquilo me deu um nó na cabeça, me deixando simplesmente confuso. Afinal, já pesquisei pacaray sobre a disponibilidade do filme em home video BR, e nunca havia encontrado nenhum indício de alguma edição oficial dele no mercado brasileiro.
Aí retiro as fitas de cima para poder olhar essa daí com atenção, e então vem o momento WTF: esse Inocência Ultrajada aí não tem porra nenhuma a ver com o homônimo primeiro WIP da Linda Blair - que possui aquela cena totalmente demente e insana com ela, ainda pré-adolescente e apenas um ano após O Exorcista, sendo estuprada por um bando de degeneradas.
Esse Inocência Ultrajada, que também é conhecido como Do Sonho ao Pesadelo, é um filme de 1989 que possui o título original Do You Know the Muffin Man? É um drama sobre pedofilia que aparenta ser um tanto genérico. Mas só assistindo para ter certeza.
E, para piorar tudo de vez, tem um detalhe crucial aqui: dentro do estojo não tinha fita nenhuma. Era só mesmo a capa em um estojo arrebentado.
Já o filme da Linda Blair, que eu saiba, só saiu aqui pirata mesmo. Acho que até já postei o scan do ''Rubinho'' resenhando a fita alternativa dele aqui no 7NEC. E já fiz uma micro-resenha desse filme em algum easter egg por aí. (Por falar nisso, a partir do DadoTorrent de # 50, esses filmes todos terão posts oficiais aqui no blog, e não mais estarão em easter eggs.) É bem superior aos outros WIPs dela, que são mais desleixados e gratuitos - enquanto esse é mais sério na sua crítica e realização.
Assim, não compramos nada também nesse sebo. Mas valeu a pena visitá-lo para descobrir que existe outro filme chamado Inocência Ultrajada aqui no Brasil; e que também lida com personagem menor de idade sendo abusado, porém provavelmente de uma maneira bem menos extrema do que no gang rape da Linda Blair sendo violentada por um desentupidor de privada. (Sim, só tinha diretor retardado e perturbado na década de 70. E, de todos os diretores retardados e perturbados daquela época, os dois mais odiáveis são o casal Lucas-Spielberg, os responsáveis pelo fim da era dourada da Nova Hollywood e por transformar o cinema mainstream em algo completamente repugnante. Bem que o grande William Friedkin tentou salvar a NHW em 1977 com o genial Comboio do Medo, mas o fracasso comercial desse Sorcerer, aliado ao gigantesco estrago causado pela dupla $tarless Whores + Contatos Imediatos do Terceiro Reich, duas das piores desgraças de todos os tempos, destruíram toda possibilidade de esperança.)
Aí fomos em outro sebo muito próximo, onde o Oswaldo até fez a segunda filmagem do dia, das duas fileiras de Laser Discs lá presentes. Nelas haviam dois mini-clássicos da Meg Tilly (A Farsa e aquele Mary & Darli...), um ótimo drama de temática nazi com o Eric Roberts e o George C. Scott (Anjo Decadente) e dois Dire Straits. Imagino que o Oswaldo também mostrará essa filmagem em um vídeo próximo.
E, por falar nisso, saímos de lá para ir em outro sebo, onde mais algumas filmagens seriam feitas. E, nesse ''Nosso Sebo'', aproveitei para olhar mais cautelosamente toda a caixa com fitas de gravações de TV, já que no dia 12 eu tive que passar bem rapidamente por elas. Para o meu deleite, a fita com a gravação do Quando o Striptease Começou (AKA Quem Inventou o Striptease), de 1968, gravado da TV aberta na metade dos anos 80, continuava lá. Se trata de um dos primeiríssimos longas de ficção do já citado Friedkin (The Night They Raided Minsky's no original - aparentemente nunca lançado em home video oficial no Brasil), um dos meus diretores favoritos ever. Dessa vez fiz questão de levá-la comigo, e ela fará companhia as fitas gravadas da TV da dupla de clássicos Parceiros da Noite + Viver e Morrer em Los Angeles (o meu filme policial favorito de todos os tempos, com aquela perseguição absurda de carros - CHUPA, Bullit e CHUPA, Steve McCuntQueer).
Já as demais dessa leva deixarei para comentar melhor no post sobre o dia 12, e também nos comentários adicionais que farei ao vídeo do Oswaldo sobre esse sebo em si. Mas posso adiantar que, depois da minha ida anterior lá, no dia 12, refleti bastante sobre algumas dessas fitas de gravações da TV e até vi e revi alguns filmes, para poder decidir sobre levar ou não alguma(s) dessas fitas assim que eu retornasse ali. Com isso dito, Minsky's foi mesmo minha única aquisição nesse sebo dessa vez.
E é interessante pensar que, se tratando das VHSs desse sebo, eu já garimpei nesse setor com uma porrada de gente diferente, por mais que só faça um ano que eu tenha começado a garimpar fita por lá. Já cacei VHS lá junto do Gabriel Dado (descobrimos essa fonte juntos, num plot twist bastante feliz - já que fomos lá fuçar CDs e, daí, encontramos milhares de fitas no recinto, para a nossa total surpresa), do xará dele, o Gabriel Bigous, e também o Alex, o Gio, o Israel de Guarulhos (que eu também trombei uma vez na finada Discomania da São João - isso mesmo, a Discomania da velha ressuscitada), o Jordão também de Guarulhos, e agora o Oswaldo. E, além desses caras todos, também teve a noite que eu estava lá sozinho e, do nada, surgiu do meu lado uma assombração que eu não via (e nem tinha qualquer tipo de notícia) desde a metade de 2015... Ele tentou puxar assunto, mas fiz questão de o cortar imediatamente. E, se ele tentasse alguma gracinha novamente, aí poderia ser o caso de eu ter que disparar uma ''VHSsada'' certeira na fuça do infeliz, o derrubando escada abaixo. Mas felizmente ele entendeu o recado e caiu fora imediatamente. Vê se tem cabimento uma abominação dessas ressurgir das cinzas e dar as caras no recinto... Bem, como se já não bastassem os estranhos sons constantes de pássaros se debatendo (!) contra as paredes do sebo - isso é, dizem ser pássaros, mas, para mim, está mais para o Demo tentando possuir o sebão.
Enfim, na última Quinta o Oswaldo até cogitou levar a VHS do quarto Karatê Kid, mas acabou desistindo da ideia. Certo ele de pensar várias vezes antes de comprar algum item colecionista, e recusar sempre que possível. Tento ser assim também, já que dinheiro e espaço são coisas bem valiosas.
Aí, quando já havíamos olhado tudo bem cuidadosamente (sendo que gastamos umas duas horas ou - bem - mais dentro desse sebo), o Jordão citado ali atrás reapareceu no sebo. Aí está um caso curioso: tanto eu quanto ele fomos funcionários da nada nostálgica Proguaru e tínhamos um conhecido em comum, o 'Rod Zero'' (também da extinta Proguaru), que estava ciente dos nossos hábitos de colecionar VHS e até comentava de nós um para o outro. Mas, por mais que eu tenha feito plantão em mais de 20 (!) postos diferentes nos meus dias naquela empresa horripilante, eu nunca conheci o Jordão naquela época. Daí, num certo dia do ano passado, o conheci lá nesse sebo e, enquanto conversávamos, descobrimos que já sabíamos um sobre o outro graças ao RZ. Puta coincidência. (E, alguns dias após aquela ocasião na segunda metade do ano passado, o próprio RZ me ligou pela primeira vez desde meados de 2018. Mas, como ele virou um Bozominion crente e xaropeta - pleonasmo - e também obcecado com hipnose, fiz questão de desligar o fone na fuça do infeliz assim que ele se identificou. Afinal, de Bozominion - e crente - toda distância é pouca. E, nas vezes anteriores que falei com ele, sempre acabei me arrependendo no fim das contas, graças aos ideais deturpados desse cidadão. E é mesmo deprimente pensar no quanto condenam o nazismo, mas é amplamente aceitável ser a favor da volta da ditadura militar - algo que, para a realidade do Brasil, é pior do que o nazismo.)
Enfim, após eu comprar a Minsky's gravada da TV aberta, eu e o Oswaldo fomos no famoso ''Sebo do Parkour'', que fecharia bem em breve. Lá dentro, reparei que a seção de Blu-rays foi transferida - não sei porque - para um lugar bem distante do habitual. E lá encontrei o Rebobine por Favor numa edição americana, por R$ 10. R$ 20 na verdade, mas o item em questão estava com 50% de desconto. Óbvio que o comprei, já que é uma comédia bastante simpática que presta uma bela homenagem às videolocadoras numa época - 2008 - que ainda não havia sido contaminada pelo saudosismo hipster e fake motivado por lixos como Super Oito e Stranger Fags.
Ao sair de lá, fizemos uma parada básica na sorveteria para tomar alguns picolés (nossa única alimentação do rolê inteiro, que teve 7H30 de duração).
Aí veio a saideira, que foi o Clube das Fitas, um dos últimos redutos do centro de São Paulo se tratando de loja pornô. Mas não só pornô, já que eles sempre também tiveram o hábito de vender filmes não-pornográficos. Se não for desde sempre, é pelo menos desde 2004, quando comprei lá quatro fitas de ''cinema convencional'' juntas por R$ 10 = A Ilha da Morte, os dois Demons e A Noite das Brincadeiras Mortais - minhas primeiras aquisições ever nesse local.
E, uma vez lá dentro, fiquei bastante indeciso se deveria ou não comprar o DVD do Cry Wolf: O Jogo da Mentira, AKA ''O Slasher do Bon Jovi''. Faz tempo que o vi e ando querendo revê-lo. Outro DVD que me chamou um pouco a atenção, e que também estava lá, foi aquele documentário autorizado da Katy Perry. Até hoje não o assisti, além de ter desperdiçado minha chance de comprá-lo em Blu-ray lacrado por R$ 10, mas parece sim ser interessante ao menos pela(s) parte(s) retratando o grande período dela, que foi a fase ''Katheryn'' Perry, com canções sensacionais como Simple (o único '''''hit''''' dessa fase), a maravilhosa Long Shot (emo total), a pesada Diamonds, a minha favorita dela Cup of Coffee, e outras de forte destaque como The Box, Wish You the Worst, Speed Dialin', etc. Aliás, depois da Miley, a ''Katheryn'' Perry dessa época underground (pós-gospel como ''Katy Hudson'', pré-pop mainstream já como Katy Perry - três épocas distintas usando três nomes diferentes) é a minha coisa favorita em toda a história das cantoras pop ocidentais. Já a fase mainstream dela só teve uma única canção que possui a sonoridade desse período, que é a fodástica Self-Inflicted, do debut mainstream One of the Boys. (E já sobre os discos dela após o Prism... CHUTA QUE É MACUMBA.)
Já o Oswaldo ficou tentado a comprar um Blu-ray pornô, já que eles possuem alguns títulos XXX em BD - obviamente - importado.
Mas, depois de muita dúvida, acabamos indo embora sem comprar absolutamente nada - o que provavelmente deixou os caras do lugar meio cabreiros, e possivelmente estão falando mal da gente até o presente momento.
Bem, é isso, galerinha: 11 sebos visitados nessa ocasião. Aos interessados, recomendo ficar de olho no canal do Oswaldo Potenza no YouTube, já que ele postará mais material em vídeo desse rolê todo. E daí eu farei meus comentários adicionais sobre a experiência toda.
ATÉ.