sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Festival Boca do Inferno







Dia 1 (Sábado 19)

''Star Crash. FUCK Star Wars.''

Amém.

Destaques...

O documentário Fantasticozzi, sobre Luigi Cozzi, onde o próprio faz declarações como ''Starcrash (Colisão nas Estrelas - e que no letreiro do doc aparece como Colisão Estelar) não é Star Wars, e sim algo diferente'' (com certeza é diferente: Starcrash é divertido), e ''Drácula em Veneza não é um filme meu, e, na verdade, não é um filme de ninguém''. Fantasticozzi foi o grande destaque do Sábado. Bem que poderia ser lançado como extra duma nova edição azul de Starcrash. Lá fora é claro, já que, no Brasil, não temos nem coisas óbvias e de apelo mainstream decentemente lançadas no formato. (A ausência do oscarizado 12 Anos de Escravidão em Blu-ray é um exemplo perfeito disso.)

Os segmentos de Christian Verardi, Petter Baiestorf e das duas gostosas (uma lembra a Alessandra Negrini, e a outra é uma ruivinha graciosa) se deparando com o sobrenatural em um teatro, formam os melhores momentos da antologia Treze Histórias Estranhas. Longa que, no geral, é um tanto cansativo; infelizmente. Assim mesmo, é uma iniciativa louvável e que, talvez, funcione melhor em casa do que no cinema.

Os dois debates, sendo um com os autores do livro Medo de Palhaço e, o outro, com o ator Ademir Emboava, da série Supermax.

Medo de Palhaço é um livro que fiquei louco para adquirir, mas, como me proibi (desde 1 de Outubro) de comprar QUALQUER COISA relacionada ao colecionismo, já que preciso me reorganizar nessa área, tive que recusar comprá-lo. Além do mais, eu estava quebradaço e não poderia comprá-lo de qualquer forma.

Mas devo admitir que, desde que comecei a dar um tempo indeterminado no colecionismo, Medo de Palhaço foi a maior tentação que tive desde então. Já no bate-papo sobre o livro (que fala da fobia de palhaço e também resenha inúmeras produções sobre o tema na cultura pop) eu tive que me pronunciar num certo momento, e dizer que Palhaço Assassino / As Máscaras do Terror (Clownhouse, 1988), de Victor Salva, é o melhor filme do assunto para mim. Acho triste pensar que obras medíocres como Poltergeist: O Fenômeno (recentemente detonado aqui no 7 Noites em Claro) e It: Uma Obra-Prima do Medo (que de obra-prima não tem nada - muito pelo contrário em diversos momentos) sejam mais celebrados do que o filme do Salva, um dos meus quatro slashers favoritos de todos os tempos.

Se bem que tem uma certa curiosidade envolvendo tanto Palhaço Assassino quanto Poltergeist e It, se pensarmos que seus atores mirins passaram por apuros: os dois protagonistas de Palhaço Assassino abandonaram o cinema após dois trabalhos seguidos com o pedófilo Salva, o garoto de Poltergeist chegou a quase morrer estrangulado pelo palhacinho durante as filmagens, e o Jonathan Brandis de It cometeu suicídio aos 23 anos.

No mais, teve trocentas exibições de curtas até a exaustão, o que foi francamente arrastado. Na minha opinião poderia ser uma sessão de curtas seguida por um longa (e nunca duas ou mais sessões de curtas em seguida), e com um intervalo maior entre as exibições de cada programa. Como foi Treze Histórias Estranhas (123 minutos) seguido imediatamente (ou com um curto período de tempo entre uma compilação e outra) por duas seleções de curtas-metragens (e, nos três casos, com uma regularidade maior do que desejada de curtas irregulares), foi meio complicado. Foram pouco mais de quatro horas de curtas no fim das contas: overdose total. Tem o lado frutífero e positivo, do apoio aos realizadores brasileiros independentes de horror, mas convenhamos: haja paciência.

E a sessão da Versátil foi adiada para Domingo.

Dia 2 (Domingo 20):

Como havia praticamente não dormido nada no dia anterior, acabei, da noite do dia 19 pra manhã do dia 20, dormindo mais que o planejado. (O que se mostrou positivo, já que sonhei que estava no show que o Yeah Yeah Yeahs fez em São Paulo no ano de 2006, evento em que me arrependo bastante de não ter ido. E, durante a Honeybear, ainda estava pegando uma japinha na plateia - que era a cara da Karen O em início de carreira). Portanto acordei tarde e perdi a sessão inicial de curtas, batizada de A Quinta Dimensão, além do longa Lilith's Awakening e da antologia Contos da Morte.

Cheguei na sala de cinema no momento exato em que as luzes se acenderam, dando fim à exibição de Contos da Morte. Seguiu-se o bate-papo com três dos diretores envolvidos com o projeto, sendo um deles o idealizador do longa.

Após isso, aconteceriam um debate sobre quadrinhos de horror e outra sessão de curtas, intitulada Heresia. Já a sessão da Versátil seria cancelada em definitivo. Inicialmente, o filme exibido seria Suspiria. Mas, como não havia projetor de Blu-ray na oficina Oswald de Andrade, a sessão teve que ser cancelada. Até havia planos para exibir Black Sabbath: As Quatro Faces do Medo no lugar, mas tal ideia não foi adiante.

Enquanto esperava o bate-papo sobre HQs ter início, dei uma volta em torno dos estandes do festival. Dei uma rápida bisbilhotada no Medo de Palhaço, que descobri custar 50 reais, que é um preço OK para um livro tão extenso e interessante. Adoraria comprá-lo, e daria um jeito de fazer isso, se estivesse podendo comprar alguma coisa. Mas não posso: tenho que seguir com a minha abstinência, mesmo que às vezes seja difícil. Os palhacinhos terão que esperar. Mas que deu vontade de adquirir o livro, aí deu...

Sigo andando e vejo que um novo estande surgiu do nada, um que não estava lá antes. Se trata dum estande de VHS! Na realidade, só tinha 10 fitinhas lá, cada uma por R$ 15:

Palhaço Assassino, do Victor Salva / Top Tape (já tenho)

Palhaços Assassinos / Alvorada (tenho)

O Palhaço Assassino, com o Christopher Plummer / California (tenho)

Halloween 4: O Dia das Bruxas / Top Tape (não tenho)

Halloween 6: A Última Vingança / PlayArte (não tenho)

O Mutilador / Lamy (tenho)

Re-Animator / VTI (tenho)

A Noiva do Re-Animator (tenho)

Anatomia de um Assassino / CIC (tenho)

História de Fantasmas (não tenho)

Sou avisado então de que o bate-papo sobre HQs terá início, e me dirijo pra sessão.

Lá dentro, fico pensando sobre aquelas VHS de terror, e sobre o quanto seria legal ter Palhaço Assassino e O Mutilador repetidas. Como só estava com míseros R$ 2.50, e, de qualquer forma, me encontro proibido (por conta própria) de comprar qualquer coisa referente a coleções, fico então pensando em como eu poderia adquiri-las.

Já sei.

Saio do bate-papo e volto no estande de VHS, já que ''ONCE YOU GO VHS, YOU NEVER LOOK BACK''.

Por sorte estava com uns DVDs comigo, daí tive a ideia de tentar uma troca com o carinha das VHS. Ele se interessou pelo DVD duplo (com luva) de Império dos Sonhos, da Europa, e aceitou uma troca dele pelo Palhaço Assassino. Como ele não mostrou interesse nos meus outros DVDs, não pude adquirir nenhuma das outras fitas. Até cheguei a imaginar se era a hora para, finalmente, tentar começar a colecionar os Halloween em VHS, franquia da qual não tenho nenhuma fitinha... Mas não, ele só quis a Império dos Sonhos mesmo. Mas beleza, a que mais me interessava ter, eu consegui: o back-up de Palhaço Assassino, o meu filme favorito de palhacinho psycho.

Cheguei a comentar com ele sobre o outro Palhaço Assassino, o The Clown Murders, se ele sabia algo sobre a VHS lançada aqui pela DIV. Eis a resposta dele:

''Eu sei, é o filme com aquele gordão.''

Respondi que sim, o John Candy. (Morto pela maldição do Atuk. É outro ator de filme de palhaço psicótico que se envolveu em maldição cinematográfica.) Daí o maluquinho dos VHS comentou:

''Que eu lembre, já encontrei essa VHS numa locadora, muito tempo atrás. A capa tem um túmulo, e um palhaço saindo dele.''

Cacetada, então alguém já trombou essa VHS? Nunca conheci ninguém que a tenha.

Enfim, voltei pro debate, que seguia acontecendo.

No final, respondi a questão do sorteio corretamente, e ganhei uns prêmios bacanas, incluindo uma HQ do Toninho do Diabo. A pergunta era se alguém sabia o nome do primeiro filme do Toninho. Chutei O Caçador de Almas: The King of Hell (já resenhado aqui no blog) e, felizmente, acertei. Após isso, até fui entrevistado pelo canal do You Tube O Mundo Sombrio do Dr. Nix, que eu não conhecia. O Dr. Nix em si é uma figuraça bastante simpática, que me lembrou inclusive o nada simpático 11B X 1371.

Teve a seguir a sessão Heresia, com quatro curtas blasfemos e repelentes, e o fim do festival. Bem, não foi totalmente o fim: estava rolando um show de banda cover numa outra sala, mas, como não gosto de covers, fui embora. (Além de banda de covers, ainda trazia no repertório algumas coisas verdadeiramente horríveis como Fool Fighters e Whitesnegga.)

Foi um festival bacana, com eventuais falhas (como todo evento do tipo), e que espero que siga acontecendo. Seria legal termos mais atividades aterrorizantes do tipo em São Paulo.

Aventuras / Desventuras na Mostra 2016










Filmes vistos na Mostra (título completo: Mostra Internacional de Cinema de São Paulo) de 2016...

(A postagem que inicialmente se chamaria: Fuckin' Freakin' Over Friggin' Friedkin: Meeting Mr. William Friedkin.)

Após uma tentativa fracassada de conseguir ingresso para a sessão gratuita de Persona (AKA Quando Duas Mulheres Pecam - título que é vergonha alheia total) seguida por debate sobre o mesmo, eis que o primeiro dos cinco filmes que assisti na Mostra de 2016 foi...

Filme # 1: Variety (1983, Bette Gordon)
Cotação = * (fraco)

Eu nem teria visto este filme, e fui mais na seção como desculpa para encontrar o amigo Denis e, além de bater o papo nerd-cinéfilo de praxe (o de sempre: sentir a falta de David Prior, mandar a dupla Spielberg / Lucas tomar no olho do cu, debater qual Paul Anderson é o menos pior, se é o Thomas ou o WS, etc), poder finalmente fazer uma negociação de filmes que estamos tentando realizar desde o começo do ano.

Como o Denis não apareceu (''standing me up''), tive que encarar sozinho (com mais cerca de 30 infelizes espectadores na sala, sendo que alguns mais sensatos pularam fora durante a exibição da trasheira no pior sentido do termo; já o seu humilde e sofrido narrador aguentou a sessão de horror até o seu término, na ilusão de que o treco poderia ficar menos pior) uma hora e quarenta minutos do filme da tal Bette Gordon, de quem jamais havia ouvido falar, mas que já estava com o pé atrás desde o primeiro instante. Afinal de contas, alguém aí saberia citar uma única grande cineasta mulher na história do cinema? Pois é, foi o que pensei. Talvez a que chegue mais perto seja Mary Lambert, que fez dois filmes bastante interessantes em um mesmo período (a segunda metade dos anos 80): o terror Cemitério Maldito (AKA Cemitério de Animais, AKA Cemitério da Morte - títulos da cópia em VHS ''alternativa'') e a bizarrice inacreditável Marcas de uma Paixão, um dos principais ''drug movies'' dos anos 80. Ainda assim, não sei se poderíamos chamar os dois de obras-primas e, ao olhar o resto da filmografia de Lambert, fica claro que a balança pesa mais pro lado negativo. Já diretoras como Asia Argento, Claire Denis, Catherine Breillat, Jane Campion e a indescritivelmente horrorosa Kathryn Bigelow (a nossa - ? - ''querida'' mulher-macho) nos levam a perguntar como podem ser tão celebradas, se colecionam tranqueiras indefensáveis em suas carreiras. A ''nossa'' Laís Bodansky (sei lá se se escreve assim) também entra nessa relação, já que cometeu o indefensável As Melhores Coisas do Mundo, vergonha alheia total com atuações ''marcantes'' de Fiuk e grande elenco.

Anyfuckingway...

Não vi os outros filmes de Gordon (outros dois dela também foram exibidos na Mostra 2016: Handsome Harry, de 2009, e O Afogamento, desse ano, que faz o desserviço de ressuscitar a Julia Stiles), mas Variety já deixou a pior impressão possível. Uma espécie de versão desastrosa e metida a besta do clássico nacional O Olho Mágico do Amor (estrelado por Carla Camurati) Variety acompanha uma mulher (Sandy McLeod) que fica obcecada por um certo frequentador do cinema pornográfico (que dá o título do filme) onde trabalha na bilheteria. Alguns rostos conhecidos como Will Patton (Contatos de Quarto Grau) e Luiz Guzman (Oz) aparecem em início de carreira, o que pode interessar como curiosidade.

No mais, o filme pode ser visto como um entediante estudo do tédio, onde nem a música do também ator John Lurie (parceiro habitual de Jim Jarmusch) serve de consolo.

Ainda mais chocante é pensar que o filme já havia sido programado na Mostra na década de 1980. Quer dizer que, não contentes em exibir a atrocidade numa edição, alguém da curadoria do evento disse todo pimpão ''VARIETY PRECISA SER REDESCOBERTO: VAMOS PASSAR O FILME DE NOVO'', WTF???!!!

No fim da sessão, vi alguns dos sobreviventes reclamar que não gostaram do filme. É ''nóis'': Variety chupa bolas de macaco. Eita chatice do caralho. Para piorar, as legendas apareceram fora de sincronia durante os longos 100 minutos do negócio.

Mas pelo menos foi de graça: me odiaria pro resto da vida se tivesse pago pra ver isso. Se bem que... Pensando bem, teve os R$ 7.60 da condução, portanto... PQP, de certa forma eu paguei sim pra ver isso. Caralho. Puta que pariu. Me fodi legal.

E pensar que Variety tomou o lugar que poderia ser ocupado por um Wiener Dog, The Neighbor, The Good Neighbor, 31, entre tantos outros. É o padrão Mostra: quantidade acima de qualidade. O foco e a seleção rigorosa que se explodam.

E dá-lhe neguinho disputando quem viu mais filmes no mesmo dia, quando o ideal seria ver o mínimo possível.

Portanto...

Prefira O Olho Mágico do Amor, anterior e infinitamente superior.

PS: O Mattheus (check spelling) Carrieri estava presente na seção. Curioso ver um ator pornô na sessão de filme com temática porn.

Trio William Friedkin:

Filme # 2: Viver e Morrer em Los Angeles (1985)
Cotação = ***** (excelente)

Filme # 3: Parceiros da Noite (1980)
Cotação = **** (muito bom)

Filme # 4: Operação França (1971)
Cotação = **** (muito bom)

Quando soube que o lendário William Friedkin em pessoa viria para São Paulo para uma masterclass, estava certo de que eu não poderia perder o evento de maneira alguma. Encontrei uma forma de comprar o ingresso de Operação França pela Internet, sendo que o encontro com o diretor de Viver e Morrer em Los Angeles, O Exorcista, Síndrome do Mal e outros aconteceria logo após a sessão de Operação França, na sala 1 do Shopping Frei Caneca, no Domingo 30 de Outubro.

Na noite de 29 para 30 acabei nem dormindo pensando que, às 20H daquele Domingo, iria ver de perto o realizador de Viver e Morrer em Los Angeles, um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Até levei a capinha do DVD deste filme, mais as capas das VHS dos obscuros Caminhos Perigosos: Danger / Caminhos Perigosos (CAT Squad: Stalking Danger) e CAT Squad: Grupo Tático de Elite (CAT Squad 2: Python Wolf) na esperança dele poder autografá-los. Os três Friedkin com Steve James (O Exterminador, Trilha de Corpos, Os Vigilantes / Vigilantes / Vigilante) no elenco portanto. Aliás, os dois CAT (Covert Assassination Team) Squad, assim como Uma Tacada da Pesada, A Árvore da Maldição e Ambição Assassina, nem são citados no livro de memórias do diretor, intitulado The Friedkin Connection.

O fanatismo é tão forte que levei até fitas VHS com Parceiros da Noite e Viver e Morrer em Los Angeles GRAVADOS DA TV ABERTA (na década de 90) para ele autografar! (Fitinhas que tive a sorte de adquirir juntas por 4 reais numa feira do rolo, dois anos atrás.)

Passei então a noite anterior fazendo uma overdose de episódios do melhor podcast ever em toda a história mundial dos podcasts, o saudoso A Gente em 86 (destaques para as edições sobre VHS, fita K7, pornochanchada, Street Fighter, fliperamas e Cavaleiros do Zodíaco), que foi seguido por uma revisão final de Persona, já que deveria me desfazer do DVD a seguir. A sessão de Persona também foi com o propósito de me preparar para conferir a exposição do filme lá no Itaú Cultural.

Cheguei então no Shopping Frei Caneca às 13H15 daquele Domingo e veio a tragédia: Friedkin cancelou sua vinda à São Paulo por causa de uma infecção no ouvido.

Como o ingresso foi comprado pela Net e não poderiam me devolver o dinheiro, perguntei se poderia ter alguma compensação por causa disso, já que só comprei o ingresso (22 reais + R$ 3.10 de taxa; caro pacaray) de Operação França para poder ver seu autor. Assim sendo, a simpática moça do estande da Mostra me arranjou dois ingressos extras para conferir qualquer seção que quisesse do festival.

Disse para mim mesmo portanto: ''vou passar o dia vendo filme do Friedkin''.

Por rápidos instantes me senti meio burro por ter escolhido Viver e Morrer em Los Angeles e Parceiros da Noite, filmes que assisti zilhões de vezes, no lugar de coisas que nunca vi. Mas, apesar de também já tê-los visto no cinema, ambos em 2012 (uma mostra policial no Olido, e Indie no CCSP, respectivamente), nunca os havia experimentado em película, sendo que no Olido e no CCSP também havia sido as edições em DVD nacional pela MGM e Lume.

Poder ver, em sequência, Viver e Morrer, Parceiros e Operação França foi uma oportunidade bastante única de conferir os três principais policiais de Friedkin no cinema, nas cópias adequadas, e compará-los no calor do momento. Percebi detalhes que nunca havia reparado em Viver e Morrer e em Parceiros, quase como se aparições haviam surgido do nada na tela, o que foi bastante inusitado e surpreendente.

Apesar de ótimos, Parceiros e Operação tem lá suas falhas (para ser sincero, não gosto nem um pouco do Popeye Doyle), mas Viver e Morrer é a mais pura perfeição, e nunca, jamais me canso de assisti-lo. Sempre me sinto um tanto tenso quando ele vai caminhando para seus instantes finais, algo bastante particular deste filme em questão. Final absolutamente sensacional, diga-se de passagem.

Uma pena somente a ausência de Friedkin. Queria perguntar pra ele se Parceiros da Noite possui influência giallo. Imagino que sim, mas nada sobre isso é dito no seu livro.

No mais, também quebrei a perna por não conseguir ingresso pra sessão do Poesia sem Fim (novo filme de Alejandro Jodorowsky), e por ter vacilado e perdido a mostra de Persona.

O Jogo dos 7 Erros: As Aventuras de Sergio Mallandro





As minhas duas VHS d'As Aventuras de Sergio Mallandro, uma das maiores bizarrices já cometidas pelo ser humano: a da TransVídeo, e a da Tela 1 (Tela Hum) em parceria com a própria Ercamp. A da Tela 1 me custou apenas 1 real, e foi adquirida em um sebo que fechou logo em seguida (para virar uma loja de sapatos), no final de 2006. Já a da Trans eu paguei 2 reais, e a consegui, dois anos atrás, num sebo que não possui mais nenhuma VHS. E reza a lenda de que o filme também foi lançado pela HiperVídeo, já que, em uma edição da Jornal do Vídeo, tem uma nota falando sobre uma curiosa parceria entre a Trans e a Hiper. Se não me engano, até falava que uma estava relançando coisa da outra - mas, como não tenho essa edição (e faz tempo que li a nota), não tenho certeza se é isso mesmo.

Krull (1983)

Retrospectiva Completa Caverna do Dragão Parte Extra: Krull, AKA Dungeons & Dragons (1983)

ONCE YOU GO NERD
YOU'LL NEVER BE CURED

Krull é daqueles filmes que nunca me despertaram o menor interesse em assistir, assim como alguns outros exemplares mainstream oitentistas, como Curtindo a Vida Adoidado e Os Goonies. São coisas com as quais sempre tive um mal pressentimento, ou então puro desinteresse mesmo, mantendo natural distância dos mesmos - conferindo, no máximo, um ou outro trecho por acidente. Mas, ao contrário d'Os Goonies, acabei vendo o filme de John Hughes em meados de 2011 - e confirmando as minhas suspeitas: definitivamente não é a minha praia.

Portanto, sim, Krull, dirigido por Peter Yates (de Do Fundo do Mar e do injustamente endeusado Bullit, com o finado canastrão Steve McQueen - Steve McQueen cineasta >>>>> Steve McQueen ''ator'' - algo muito pequeno quando comparado a um Os Novos Centuriões, Viver e Morrer em Los Angeles ou Vício Frenético) em 1983, também aparecia nessa lista de ''não vi e não gostei'', e as leves comparações a Star Wars só diminuíam ainda mais o meu interesse. Isso é: até o dia que vi que um dos (supostos) AKAs de Krull é, bizarramente e inacreditavelmente, DUNGEONS & DRAGONS!!! Foi aí que decidi que era hora de finalmente assisti-lo.

A sinopse: o aspirante a rei Colwyn precisa salvar sua noiva Lyssa de um perigoso inimigo. Para acompanhá-lo na missão, tem a ajuda do mago Ergo, de um ciclope que é uma espécie de versão deformada do Thornton de Deadly Prey, e de um bando de renegados, que inclui um jovem Liam Neeson - que já havia aparecido no algo similar Excalibur.

Além da Besta, há outros perigos, como os slayers, uma amedrontadora areia movediça, paredes esmagadoras e outros ''pobremas''.

Infelizmente, sim, há ecos Starless-Whorianos na trama (os lamentáveis slayers são reminiscentes dos igualmente lamentáveis stormtroopers), mas, felizmente, eles são reservados para breves instantes no começo e no fim de Krull. De resto, é uma fantasia épica / medieval que será um prato cheio para os eternos nerds de coração entusiastas de Conan: O Bárbaro (e sua sequência Conan: O Destruidor, e mais Guerreiros de Fogo), O Senhor dos Anéis, Harry Potter (devo admitir que não acho os dois As Relíquias da Morte ruins - os aspectos depressivos, pessimistas e de horror me surpreenderam na época que os vi; já o resto da saga não me encanta), além dos menos cotados (mas certamente não menores) O Senhor das Feras / O Príncipe Guerreiro (The Beastmaster) e A Espada e os Bárbaros (The Sword and the Sorcerer). Há também o melhor de todos nessa linha: A Lenda dos 8 Samurais (The Legend of 8 Samurai), de Kinji Fukasaku - cineasta que só realmente pisou na bola no horroroso Mensagem do Espaço.

Além do espetáculo de fantasia, e de rápidos trechos de ficção científica, o filme oferece algo mais. Um fator interessante de se notar, é que a bizarrice toma conta da produção cada vez que vemos Lyssa no cativeiro. É quando se desenvolve uma série de imagens hipnóticas e brevemente lisérgicas, que remetem aos melhores ''trance movies''.

No fim das contas, Krull acaba sendo uma aventura heroica e empolgante auxiliada por uma horda de efeitos especiais com a cara dos anos 80; e a trilha sonora também é adequada. Um cult envolvente e empolgante, que não se leva a sério, mas que também não se menospreza. Recomendado.

''Cada um com seu destino.''

PAU NO CU DO MUNDO

AENIGMA EM BLU-RAY.

AENIGMA EM BLU-RAY.

AENIGMA EM BLU-RAY.

Eis que o filme mais injustiçado na carreira de Lucio Fulci é lançado em BD na Inglaterra.

Já são mais de dez lançamentos de filmes do mestre no formato. Enquanto isso no Brasil... Nothing ever happens, e ninguém jamais lança qualquer coisa remotamente arriscada. Na verdade, até coisas óbvias e de forte apelo popular, como, por exemplo, 12 Anos de Escravidão, não são lançadas; ou são lançadas de forma inferior ao tratamento da gringolândia.

RIP mercado brasileiro de home video.

E...

FUCK YOU STEVEN SPIELBERG, JJ ABRAMS & GEORGE LUCAS. É FULCI NESSA PORRA, CARALHO.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

The World of Kanako (2014)



Um ex-policial (interpretado por Koji Yakusho, ator favorito de Kiyoshi Kurosawa), decadente e alcoólatra, tenta descobrir o paradeiro de sua filha, recém-desaparecida. No percurso, cruzará toda sorte de scumbags terminais, sejam mafiosos, policiais ou membros da juventude desperdiçada.

Mais um trabalho ultra-niilista, lesado e sanguinolento do realizador de Confessions (2010), talvez o feel-bad movie definitivo dos anos 2010 até o presente momento. Kawaki / The World of Kanako (ou O Mundo de Kanako, que é o seu título ''alternativo'') traz ingredientes como pedofilia, estupro de mulheres e de homens, prostituição, drogas, bullying extremo e Yakuza, além de um final ''from hell'' que faz ligação com sua obra-prima Confessions - onde uma professora (interpretada pela ex-musa juvenil e também cantora de JPop Takako Matsu, de April Story) buscava vingança contra os alunos responsáveis pela morte de sua criança.

Enquanto Takashi Miike segue fazendo seus incontáveis filmes onde a sangreira acontece pela sangreira, e os aspectos WTF também surgem ''for the fuck of it'', Tetsuya Nakashima segue um caminho mais parecido com o de Sion (Shion) Sono, da franquia All Night Long e dos filmes sul-coreanos de vingança. São obras que, apesar de ultra-violentas, possuem sim um conteúdo responsável e autoral, além de críticas diversas. (Enquanto isso, Miike parece buscar se tornar uma espécie de herói dos otakus desequilibrados e antissociais...)

Kawaki é ''two thumbs up''. Só um aviso camarada: o estilo ''videoclipeiro'' poderá causar epilepsia e / ou dor de cabeça nos mais sensíveis. Mas não espere uma tranqueira estilo o último Mad Max (Estrada da Fúria): ao contrário daquela tralha mainstream, há um motivo por trás do clima frenético de Kawaki.

E o trailer é um espetáculo à parte.


PS: Para a semana que vem, pretendo resenhar dois eventos cinematográficos recentes de SP. Um que teve sua repescagem finalizada esse mês (e em que eu quebrei a cara diversas vezes), e outro que deverá ocorrer nesse fim de semana.

KKKK

''Nunca existirá saga completa de nada, assim como nenhuma edição definitiva jamais será definitiva. E 4K no Brasil só se for KKKK.''

Concordo 100% com tudo isso.

O Jogo dos 7 Erros: De Volta às Aulas (AKA De Volta à Escola)


Tenho uma regra de nunca, jamais postar scan de VHS dos outros, mas tive que abrir uma exceção aqui. É um caso único na história: duas capas diferentes da mesma VHS ''alternativa''. A primeira capa é da minha VHS, e a segunda é da fitinha do Ivan Ferrari. Ela também saiu de forma selada, presente no Reduto do VHS.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

CONDE SADY NO INFERNO DA PUTARIA



SADYMANIA

Dando sequência aos posts Locadora de São Paulo (1980s; citando brevemente O Ônibus da Suruba 2, A.K.A. O Ônibus do Sexo - a obra-prima máxima de Sady na opinião deste que vos fala), BEM-VINDO AO MUNDO DA AIDS (sobre No Calor do Buraco) e DE VOLTA AO MUNDO DA AIDS (sobre Emoções Sexuais de um Jegue, A.K.A. Tesão no Interior)...

SPOILERS sobre A Máfia Sexual (1986, lançado em VHS pela Elite VP), ''pornô-horror'' repleto de ''Sadysmo'' e transgressões diversas:

Tenho uma teoria maluca (se eu reconheço que tal teoria talvez seja maluca, então eu não sou insano, certo?) de que Galego, o personagem vivido por Mestre Sady Baby (o maior cineasta brasileiro de todos os tempos ao lado do igualmente genial José Mojica Marins, vulgo Zé do Caixão), no seu A Máfia Sexual, seja, na verdade, um vampiro. Assim sendo, A Máfia Sexual é, na minha forma de enxergar, um filme de horror. Mesmo que por acidente, e não por concepção.

No filme de apenas uma hora de duração, o fugitivo da prisão Galego dorme em um caixão, bebe sangue do pescoço de um infeliz (o pastor interpretado por Bimbim - ''Ô CRENTE FILHO DA PUTA'') e, em um certo momento, parece ser capaz de estar em dois lugares ao mesmo tempo (teletransporte?) - o que alimenta o teor surrealista / absurdo de algumas sequências do cinema amalucado de Sady. Falando em aspectos surreais, o personagem do Renalto Alves é, afinal de contas, um policial ou um parceiro de crime de Sady?

Um dos destaques do filme vai pra doentia cena envolvendo uma prostituta e uma grande quantidade de óleo queimado. Mas nada é mais marcante do que os instantes finais, quando A Máfia Sexual parece abandonar o terreno da ficção e embarcar no mundo autobiográfico, com Sady atrás das grades reclamando sobre as dificuldades de se fazer pornografia no Brasil. É quando vemos recortes (reais) variados de jornais, com matérias sobre problemas enfrentados por Sady graças aos seus filmes, alguns deles proibidos de circular, como Caiu de Boca e Come Tudo (AKA Alucinações de um Gozador)...

O notório espetáculo sexploitation termina com uma X-Tayla (mais gatinha do que nos outros filmes; aliás, o filme é cheio de mulher bonita, o que não é lá algo muito comum nos filmes de Sady) passeando por cartazes de filmes como os controversos Caiu de Boca e Emoções Sexuais de um Cavalo. São trabalhos de Sady que, assim como boa parte de sua filmografia, correm o sério risco de ficarem perdidos: já que, muito tristemente, as nossas distribuidoras de vídeo não dão a mínima para esse nosso patrimônio vivo chamado Sady Baby.

VIVA SADY BABY!!!

Material Extra:

Farei também breves comentários sobre o ''trauma movie'' Paraíso da Sacanagem, dirigido por José Adalto Cardoso e Luiz Antônio de Oliveira, que é a estreia de Sady no cinema de sexo explícito.

O Wikipedia credita o filme como sendo de 1984, mas a contracapa da VHS brasileira (da Shat) diz 83. A mesma fitinha diz também que o filme foi uma das maiores bilheterias do Brasil na época. Vai saber se isso é verdade ou não.

Enfim...

Nunca imaginei ser capaz de odiar um filme estrelado por Mestre Sady Baby, mas certas deploráveis sequências escatológicas e zoófilas de Paraíso da Sacanagem ultrapassam todos os limites do aceitável. PQP. A cena do cachorro me fez mostrar os dois dedos médios pra tela, e mandar o filme tomar no cu. Detestável. Só de lembrar daquela porra de sequência, fico com vontade de vomitar. Não posso mais ver cachorro na rua que me recordo imediatamente daquelas malditas imagens, que talvez me assombrarão para sempre. Quero me esquecer de que vi essa desgraça. As sequências hardcore do filme são tão escrotas que até me deram pesadelos.

É, temos que ter em mente que Paraíso da Sacanagem é um filme COM Sady Baby, e não um filme DO Sady Baby, que aqui limita-se apenas a atuar (é o protagonista ao lado de sua ex-namorada Zilda Mayo) e ser responsável pelo argumento. É até estranho vê-lo interpretar o tal Nico (toma essa, Steven Seagal), um tipo até tímido e correto, que respeita o próximo e se dá bem com as pessoas. Muito diferente de seus personagens mais conhecidos, fucking scumbags criminosos que saem ofendendo e agredindo meio mundo.

A cena mais curiosa é o momento autobiográfico onde Sady aparece jogando futebol, até que uma lesão o retira do jogo. É uma rara oportunidade de nós, fãs do ator / cineasta, de o vermos na sua profissão pré-Sétima Arte. Outra curiosidade é a trilha picareta, que usa um trecho da música de Laranja Mecânica! E dá-lhe Kubrick surtando no caixão estilo a Catriona MacColl em Pavor na Cidade dos Zumbis.

De resto fica a trama policial e com toques dramáticos, onde Sady buscará se vingar do seu pai (uma situação recorrente em sua filmografia), sujeito inescrupuloso que causou a morte de sua mãe. Vemos também algum gore.

A obra é uma curiosidade que serve para conferirmos Sady em um raro papel de herói, e não vilão ou anti-herói. Mas quem não for fã do mestre irá se ofender pra caralho ao assistir Paraíso da Sacanagem. Na verdade, até os fãs de Sady poderão se chocar aqui. Se esse é o Paraíso, fico imaginando como seria o Inferno...

PS: Na Zingu! também há uma resenha de Paraíso da Sacanagem. Foi graças ao texto do expert em Boca do Lixo Matheus Trunk que fiquei sabendo que existem duas versões do filme: uma sem sexo explícito (assinada por Oliveira) e a hardcore (dirigida por Cardoso), que foi a que assisti. Teria a versão inicial, sem os enxertos XXX, também sido lançada em VHS?

PS extra: A partir de hoje o 7 Noites em Claro não ficará mais abandonado. Farei, no mínimo do mínimo, uma postagem por semana. You have my word on that.


Paixão Suicida (2006)

Wristcutters: A Love Story (que no Brasil recebeu o título imbecil de Paixão Suicida) continua a linha de supostas comédias românticas que entram na vertente do bizarro, e que possuem um algo irônico ''A Love Story'' em seus títulos. Previamente, na década de 1990, tivemos Lunatics: A Love Story / Loucos Muito Loucos (um dos raríssimos casos de filme estrelado pelo canastrão master Ted Raimi, irmão do traidor do movimento Sam Raimi) e Brain Smasher: A Love Story / Esmagador: Um Romance Atrapalhado (com a desaparecida Teri Hatcher, que volta e meia é ressuscitada na TV).

Só que Wristcutters (''cortadores de pulso'') é mais existencialista do que os outros dois filmes citados. Assim como Lunatics e Brain Smasher, também temos uma atriz gostosa (a delícia suprema Shannyn Sossamon, d'As Regras da Atração e A Entidade 2; SS provavelmente será o foco de uma futura edição do OD) como o eventual interesse romântico do protagonista. Os dois se encontram, em meio a outros tipos peculiares (entre eles o personagem de Tom Waits, que reforça a atmosfera Jarmuschiana do negócio), num além reservado somente para pessoas que cometeram suicídio durante a estadia na Terra. Na trilha, canções de bandas lideradas por notórios suicidas, como Joy Division e Christian Death.

Tal além é visto como uma espécie de versão piorada de suas vidas pré-suicídio e, dominados pelo mais puro tédio, esses personagens miseráveis tem como passatempo ficar adivinhando a forma como o próximo deu cabo de sua existência: ''Duvido vocês adivinharem como eu me matei.''

Tudo fica ainda mais esquisito quando surge em cena Bonnie Aarons. Sim, ela mesma: o mendigo de Cidade dos Sonhos e a freira de Invocação do Mal 2. Só que em Wristcutters há duas diferenças primordiais na participação de Aarons:

1) Ao contrário daqueles dois filmes, ela aparece aqui sem nenhuma maquiagem.

2) Ao contrário daqueles dois filmes, ela possui alguns diálogos dessa vez.

Creditada como ''MESSIAH WORSHIPPER'' (!!!), Aarons consegue ser ainda mais assustadora sem maquiagem. Não é por nada não, mas eu morro de medo dessa porra de atriz sinistra do caralho. Uma mistura de Marilyn Manson com capeta, sei lá. Sai pra lá, Satanás.

Enfim, Wristcutters (disponível em DVD nacional pela Fox, numa edição pelada) é uma interessante opção WTF para fãs de filmes independentes, e que fogem dos padrões estabelecidos por Hollywood. É uma ''dramédia'' adorável e divertida sobre o tédio e o suicídio; por mais contraditório que isso possa soar.


E daria uma ótima sessão tripla com Lunatics e Brain Smasher, ambos lançados em VHS no Brasil na década de 90 - pela LK-Tel / 20-20 Vision e pela América, respectivamente.

Completinho no You Tube




Um dos filmes mais lesados e dementes já cometidos pelo ser humano se encontra completinho no Your Toba (com legendas embutidas em inglês), para a alegria de toda uma nação de pirados degenerados e depravados. Os All Night Long ruleiam (com exceção do quinto) e simplesmente humilham os Joys of Torture, Angel Guts, Guinea Pig e toda outra franquia japa sequelada das ideias.

Eu simplesmente nunca imaginei que iria, um dia, poder ver um All Night Long completo e sem cortes no You Tube. Dá até uma sensação de estar fazendo algo ilegal... Tal cinessérie é motivo de idolatria para todos os antissociais niilistas que desejam o fim do mundo.

E uma curiosidade deste terceiro episódio é que eu me lembro claramente que, na primeira vez que o assisti, algo mais de 11 anos atrás, foi numa VHS de vigésima geração que dizia ''All Night Long 3: THE TRASH CAN RAPIST'' (''O Estuprador do Lixão'') no letreiro. Impagável.

Hail All Night Long.

E...

EU QUERO OS ALL NIGHT LONG EM BLU-RAY.

EU QUERO OS ALL NIGHT LONG EM BLU-RAY.

EU QUERO OS ALL NIGHT LONG EM BLU-RAY.

Washed-up Rédibengas

Nada é mais desolador do que Arsehole Maidull, Metallicunt, Megaidético, KI$$, Raléween, Slamer, Sax On (A letra de Cuzader é a mais vexaminosa ever: ''We christians are marching... For christendom's sake.'' Metal cristão é tudo de ruim.), Def Lepra, Antes da Coca / Depois da Coca (AKA All Cunts / Disguised Cunts), Gays N Posers, Antax, Blind Faguardian, Gay Vendider, Putas Priest, Hemanowhore e outros grupos rédibengas ainda na ativa em pleno 2016. A essa altura do campeonato, a única saída para essas bandas e seus fãs é o harakiri. É a única possibilidade de redenção.

De Volta ao Terror (2011)


Uma conversa entre um stalker freakazóide e pervertido (um recluso com aparência de morto-vivo, interpretado por um tal Toby Hemingway - sujeito que eu nunca havia visto mais gordo) e outro stalker freakazóide e pervertido (um tira perturbado vivido por Christian Slater - que, por falar em zumbis, foi recentemente ressuscitado na única série atual em que o hype é verdadeiramente justificado: Mr. Robot) durante uma cena de De Volta ao Terror (Playback, 2011):

''Eu quero todos os vídeos dos assassinatos cometidos pelo Harlan Diehl.''

''Por que diabos você está interessado neles?''

''O rumor é de que a irmã dele aparece pelada durante bastante tempo. Tenho um cliente interessado nesse material.''

''Cliente? Você tem clientes?''

''QUE FOI? VOCÊ ACHA QUE É O ÚNICO SICK FUCK NA CIDADE INTEIRA?''

Hahahaha.

A bagaça ''so bad it's good'', que faz o gênero horror ''self-aware'' (com referências a incontáveis exemplares do gênero, como A Tortura do Medo, Zombie: A Volta dos Mortos, Ring: O Chamado, Coração Satânico, O Advogado do Diabo, As Bruxas de Eastwick, Pesadelo Mortal, Pânico, entre outros), retrata uma cidadezinha da pesada, onde os dois weirdos vivem em meio a um grupo de amigos envolvidos na filmagem de uma produção de terror underground, sobre as mortes cometidas pelo já citado Harlan Diehl. Tal psicopata terá uma estranha ligação com Louis Le Prince, que, na mitologia apresentada pelo filme, foi o primeiro cineasta da história. Le Prince fez um pacto com o Cão e realizou um curta-metragem maldito, onde todos os atores foram pro saco após trabalharem na produção. É óbvio que tal maldição se refletirá na cinebiografia de Diehl.

Apesar de bastante tosco em diversos momentos de horror, De Volta ao Terror poderá ser uma diversão bagaceira ao fã de terror procurando por um entretenimento despretensioso voltado aos iniciados do gênero. Os personagens impagáveis funcionaram legal comigo.

A Sombra de um Disfarce (1992)

Um Charlie Sheen completamente enlouquecido interpreta um gambé infiltrado (o tira que odeia tiras, já que sofreu mal tratos policiais na infância), espécie de mescla entre os perturbados protagonistas dos clássicos Viver e Morrer em Los Angeles e ID: Fúria nas Arquibancadas, em A Sombra de um Disfarce (Beyond the Law ou Fixing the Shadow, de 1992), espécie de variação boa das problemáticas tranqueiras Caçadores de Emoção e Velozes e Furiosos. Só que aqui temos motos no lugar de pranchas ou carros turbinados, e Michael Madsen ao invés dos menos carismáticos Patrick Swayze e Vin Diesel.

Outra semelhança com o filme da horrorosa Kathryn Bigelow (cujo sucesso comercial provavelmente originou A Sombra de um Disfarce) é a presença constante de bandas de metal farofa na trilha sonora. Mas, enquanto Caçadores tinha grupos consagrados como Ratt e LA Guns, aqui temos só o ''Lado Z'' do gênero, com renegados do tipo Asphalt Ballet e Saigon Kick.

Mas, ao contrário do filminho da Mulher-Macho e da franquia para adolescentes tarados por carros, A Sombra de um Disfarce é baseado numa história real, e o Dan Saxon verdadeiro chega a aparecer no filme como figurante.

E como é prazeroso ver Sheen e Madsen, dois alcoólatras assustadores da vida real, interpretar personagens igualmente chapados, birutas e perigosos. A única frustração é ver a trama cair um pouquinho no final. Ainda assim é bem legal, e recomendado para os fãs do subgênero ''undercover'' / ''infiltrado''. E ''tio'' Charlie destrói no papel principal, mostrando mais uma vez como manda bem vivendo tipos desequilibrados. Assim como Mark Hamill (Uma Carona para o Inferno) e Brendan Fraser (Paixões na Floresta), Sheen nasceu para interpretar tipos psicóticos e perturbados, mas, muito infelizmente, os produtores e diretores não perceberam isso. O irmão do Emilio Estevez também provou bem essa teoria em The Boys Next Door (que teve inúmeros títulos diferentes no Brasil, entre eles Jovens Assassinos e Ódio Cego) e Sob Pressão, além do excêntrico (e desequilibrado) detetive na caça a um psicopata que viveu em Morte Anunciada.

Reclusão

--> Ao contrário do que alguns poderiam imaginar, não estou aderindo à reclusão social. E sim oficializando a aceitação da minha condição de eterno isolado, ao invés de continuar fingindo ter qualquer tipo de tática social, ou que sou querido por tipos indiferentes - ou algo assim. Sempre estive sozinho e condenado a permanecer assim, mas agora eu aceito isso abertamente. Assim como também aceito que não sei me comunicar com as pessoas.

Estava também cansado de ser coadjuvante da minha própria vida. Once a freak, always a freak. Não dá pra fingir saber se encaixar, ou cair na ilusão de que querem estar com você: a vida reserva um preço muito alto para aqueles vivendo à parte. Não que isso importe mais. Faz alguns meses que certamente não tem mais nenhuma importância.

Como diz um d'Os Gênios do Lixo (Garbage Pail Kids):

''We must stay away from the normies, the normal people.''

E a grande verdade é que muitos supostos freaks são normais perto de mim. É uma maldição e também uma benção. Ao mesmo tempo que invejo certas coisas nas vidas das pessoas normais, me sinto bem por não ser daquela forma, já que não consigo imaginar como alguém poderia passar um mísero dia sem desejar o fim do Planeta Terra.

Hermético ou não, eu tinha que fazer esse post.

Don't live a lie
This is your one life

Don't live it like you won't get lost
Just walk
Just walk

It's a Liberty Walk

Here's to all the ones trying to hold you back
Trying to make you feel like you're less than that
Giving nothing more better than to make you crack
But really just trying to put your dreams off track

And you know in the end it'll be OK
'Cuz all that really matters are the steps you take
And everything else falls into place
There's no price to pay

I say:
We're alright
Yeah, yeah
We're gonna get it
When we're living

It's a Liberty Walk
Walk

Say goodbye to the people who tied you up

It's a Liberty Walk
Walk

Feeling your heart again
Breathing new oxygen

It's a Liberty Walk
Walk

Free yourself
Slam the door
Not a prisoner anymore

Liberty

It's a Liberty Walk

Don't stop
Keep on walking
Don't stop
Keep on talking

Walk

Don't be afraid to make a move
It won't hurt you
Just do what you were born to do
And everything works alright

Don't listen to all the people who hate
'Cuz all they do is help make your mistakes for ya

But they don't own ya
I just told ya

Alright
Yeah, yeah
We're gonna get it
When we're living

It's a Liberty Walk
Walk

Say goodbye to the people who tied you up

It's a Liberty Walk
Walk

Feeling your heart again
Breathing new oxygen

It's a Liberty Walk
Walk

Free yourself
Slam the door
Not a prisoner anymore

Liberty

It's a Liberty Walk

Don't stop
Keep on walking
Don't stop
Keep on talking

(Just walk this way)

Don't like...
Don't like...
Don't like...
Don't like...

Don't like what you do?
Walk
Don't take the abuse
Walk
Move to the truth
People...
Come on, that means you

It's a Liberty Walk
Walk

Say goodbye to the people who tied you up

It's a Liberty Walk
Walk

Feeling your heart again
Breathing new oxygen

It's a Liberty Walk
Walk

Free yourself
Slam the door
Not a prisoner anymore

Liberty

It's a Liberty Walk

Don't stop
Keep on walking
Don't stop
Keep on talking

(...)

Se ela só tivesse essa canção em toda a carreira, já seria motivo para ela ser adorada. Essa música / letra sozinha >>>>> toda a discografia dos abomináveis senhores Buça Dick N Scum, Gene $immon$ e David Coverdull

 https://www.youtube.com/watch?v=9crtkgo5vnY