Um
ex-policial (interpretado por Koji Yakusho, ator favorito de Kiyoshi Kurosawa),
decadente e alcoólatra, tenta descobrir o paradeiro de sua filha,
recém-desaparecida. No percurso, cruzará toda sorte de scumbags terminais,
sejam mafiosos, policiais ou membros da juventude desperdiçada.
Mais
um trabalho ultra-niilista, lesado e sanguinolento do realizador de Confessions
(2010), talvez o feel-bad movie definitivo dos anos 2010 até o presente
momento. Kawaki / The World of Kanako (ou O Mundo de Kanako, que é o seu título
''alternativo'') traz ingredientes como pedofilia, estupro de mulheres e de homens,
prostituição, drogas, bullying extremo e Yakuza, além de um final ''from hell''
que faz ligação com sua obra-prima Confessions - onde uma professora
(interpretada pela ex-musa juvenil e também cantora de JPop Takako Matsu, de
April Story) buscava vingança contra os alunos responsáveis pela morte de sua
criança.
Enquanto
Takashi Miike segue fazendo seus incontáveis filmes onde a sangreira acontece
pela sangreira, e os aspectos WTF também surgem ''for the fuck of it'', Tetsuya
Nakashima segue um caminho mais parecido com o de Sion (Shion) Sono, da
franquia All Night Long e dos filmes sul-coreanos de vingança. São obras que,
apesar de ultra-violentas, possuem sim um conteúdo responsável e autoral, além
de críticas diversas. (Enquanto isso, Miike parece buscar se tornar uma espécie
de herói dos otakus desequilibrados e antissociais...)
Kawaki é ''two thumbs up''. Só um aviso
camarada: o estilo ''videoclipeiro'' poderá causar epilepsia e / ou dor de
cabeça nos mais sensíveis. Mas não espere uma tranqueira estilo o último Mad
Max (Estrada da Fúria): ao contrário daquela tralha mainstream, há um motivo
por trás do clima frenético de Kawaki.
E o trailer é um espetáculo à parte.
PS: Para a semana que vem, pretendo resenhar dois eventos
cinematográficos recentes de SP. Um que teve sua repescagem finalizada esse mês
(e em que eu quebrei a cara diversas vezes), e outro que deverá ocorrer nesse
fim de semana.
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