segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

''WE'LL TEAR YOUR FUN APART''... PURE MASSACRE = HELLRAISER 2022, uma Ruindade dos Diabos


 

 

Após o abominável Hellraiser: Judgment (Hellraiser: O Julgamento - o décimo capítulo da franquia), uma das piores aberrações já feitas no cinema de terror, a saída encontrada foi contratar o outrora talentoso diretor David Bruckner (do ótimo A Casa Sombria, AKA The Night House, atmosférico e assustador thriller com a sempre excelente Rebecca Hall) para rebootar o diabólico universo de Pinhead e seus coleguinhas infernais. Mas, muito infelizmente, o resultado também foi muito, muito fraco, ficando acima somente do seriamente péssimo Judgment (de longe, o pior da saga inteira) e do também altamente problemático Deader (O Retorno dos Mortos - o sétimo filme da série).

Aí, após assistir o HR '22, pensei aqui com os meus botões:

''Cacetada, esse diretor é o mesmo do ótimo A Casa Sombria, então por que diabos o Hellraiser dele é essa tranqueira do caralho?''

Bem, talvez seja pelo fato d'A Casa Sombria ser um projeto pessoal dele, e com uma vibe toda sutil e sugestiva. Já o universo - visceral e sanguinolento - de Hellraiser não é lá muito famoso pelas sutilezas, né... Portanto, por mais que o cara tenha demonstrado talento em outro trabalho, acho que podemos concluir que ele não era a pessoa certa para salvar uma saga que se encontrava desgastada e perdida.

Já a trama dessa porra de HR '22 acompanha uma junkie que acaba se deparando com a Configuração de Lamentos, algo que - literalmente - infernizará a vida dela ainda mais do que as drogas. Essa protagonista até é interessante, mas os outros personagens são bem whatever - apesar de um deles ser interpretado por um ator de 13 Reasons Why, o único real acerto da história da Netfux.

E, por falar em personagens whatever, puta que pariu... Dizer o que então das novas versões do Pinhead e seus cenobitas? Ou melhor, DA Pinhead e SUAS cenobitas, já que são todas mulheres aqui! Aí você vê o estrago causado pelo RIDÍCULO Halloween de 2018, gerando essa epidemia de reboots-remakes com intenções feministas. Caralho, isso é muito sem noção... COMO SE AS FEMINISTAS FOSSEM FÃS DE HELLRAISER, PUTA QUE PARIU. (E essa péssima influência do pavoroso Halloween de 2018 também pode ser vista no Black Christmas de 2019 - um dos pelo menos SEIS filmes que se chamaram Natal Sangrento no Brasil - que tive a infelicidade de assistir ontem pela primeira vez, e reparei que também pode ser visto como um dos filhotes do patético filme do Michael Myers lançado no maldito ano em que elegeram o Bozo para presidente do Brasil.)

Bem, o que mais dizer do HR '22... Um filme arrastado e sem vida, sem nenhuma cena memorável, e ainda com duas longas horas de duração.

É, acho que isso é tudo por enquanto. A seguir, aqui no 7NEC, talvez eu faça uma série de posts musicais e sem relação com cinema.

(Pensando bem, esse Hellraiser 2022 talvez seja sim o pior HR ever. Afinal, por mais que o 7 e o 10 sejam péssimos, o 7 pelo menos tinha a minha querida Kari Wuhrer - até tenho o ótimo CD dela como cantora! - e o Doug Bradley como Pinhead, e o 10 pelo menos tinha duas cenas bacanas: do protagonista sendo ''auditado'', que foi realizada de forma um tanto inusitada, original e até mesmo genial, e o plot twist, que até é decente. Já o HR 2022 não tem PORRA NENHUMA QUE O SALVE!!! NOTHING AT ALL!!!)

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BÔNUS OFF-TOPIC

Eis as capas frontais das 11 fitas da Boca do Lixo e coisas afiliadas que comentei no post anterior. Viagem ao Céu da Boca (provavelmente o meu filme BR favorito depois de Estrela Nua - que, aliás, bem que poderia ser lançado em Blu-ray por aqui...), Fuk-Fuk à Brasileira (Chumbinho na cabeça), O Jumento Gozador (um dos insanos pornôs na linha ''Bem-Vindo ao Zoológico'' do Di Angel - que parece ter se arrependido de realizar essas atrocidades), Senta no Meu Que Eu Entro na Tua (Chumbinho na cabeça parte II - aliás, assisti essa desgraça sem noção no cinema em 2004), A B... Profunda e O Império do Sexo (AKA O Império do Sexo Explícito, que marca a primeira aparição de MESTRE SADY BABY no cinema, como um bandido qualquer e anônimo) já figuravam nas minhas wish lists há anos.

E o mais interessante é que, quando adquiri essas fitas lá no final de Outubro, eu entrei despretensiosamente nesse sebo aí apenas com a intenção de dar uma olhada descompromissada nos DVDs em promoção. Aí, antes de sair, reparei por acaso essas VHSs todas no teto. Incrível. E ainda tinha lá uma tal SODOMIA À BRASILEIRA, duma tal SV Filmes, com capinha desenhada e absolutamente nenhuma imagem do filme. Não encontrei nenhuma info sobre a produção em lugar algum, seja internet ou publicações antigas de cinema (revistas, guias e livros). Bem... Vacilei de não a levar, ainda mais que só estava custando 5 mangos.

Post escrito ao som de canções variadas do Faith No More (com ambos os vocalistas), Flyleaf (com ambas as vocalistas), Heartland, Helloween (fase Michael Kiske) e Stage Dolls (que, muito recentemente, percebi se tratar da minha terceira banda favorita de todos os tempos, perdendo apenas para uma certa banda feminina japonesa dos anos 80 e para a época áurea da Miley, que durou de 2007 a 2013 - engraçado que a banda japa tem um disco chamado Let's Get Crazy, que é nome de música tanto da ''Mi'' quanto do Stage Dolls; já The Vines vem na quarta posição entre as minhas coisas favoritas na música).

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O meu ranking Hellraiser:

5: O Inferno (Coração Satânico + Alucinações do Passado + Silent Hill, e com referência ao primeiro Men Behind the Sun.)

1: Renascido do Inferno (Excelente, porém o final - com a Kristy apertando a caixa aleatoriamente para enfrentar a trupe do Cabeça Espetada - só não é mais vergonha alheia do que a filmografia do George Lickass; se é que dá para chamar aquele sexteto de bobagens terminais de ''filmografia''.)

9: Revelações (Provavelmente um dos filmes de terror mais subestimados de todos os tempos. O único home invasion da franquia, Revelações só tem um real problema: o Pinhead ridículo, pela primeira vez interpretado por outro ator. Mas tem a mina mais gata da franquia inteira - Tracey Fairaway - além de toda uma pegada niilista, sádica, doentia e perversa que funciona muito bem. Sempre adorei esse filme e não entendo o ódio que ele recebe. E sim, devo mesmo ser o maior defensor dele no mundo inteiro, da mesma forma que devo ser o maior defensor do injustamente detestado disco Cryptic Writings, o último álbum da época gloriosa do Megadeth.)

2: Renascido do Inferno 2 (Mas preciso rever para ter certeza...)

3: Inferno na Terra (Idem.)

4: Herança de Sangue (Idem.)

6: Caçador do Inferno (Idem.)

8: O Mundo do Inferno (O slasher da saga, com participações do grande Lance Henriksen e de um atorzinho que depois ficaria famoso e interpretaria o Super-Homo.)

7, 9 e 2022 (OK, estou confuso e já não sei mais qual dos três é o pior. Acho que terei que fazer uma sessão tripla suicida com essas três bombas para decidir qual é o pior e qual é o menos pior. Será algo mais ou menos tão doloroso quanto o dia que eu criar coragem para encarar uma dobradinha com o quinto Halloween e o Ends, para desvendar de uma vez por todas qual dos dois pode ser considerado o pior slasher de toda a história do cinema mundial.)

 







 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

PARTIAL MASSACRE = BARBARIAN (NOITES BRUTAIS, 2022), uma Gigantesca e Hypada Decepção (SEM SPOILERS, como Sempre)


 

 

(Esse post realmente deverá ser mais curto do que o habitual.)

''Uma jovem descobre que a casa que alugou já está ocupada por um estranho. Contra seu melhor julgamento, ela decide passar a noite, mas logo percebe que há muito mais a temer do que apenas um hóspede inesperado.''

Eis mais um terror recente hypado pacaray, após outras bobagens superestimadas de 2022 como O Telefone Preto e X: A Marca da Morte.

Mas, hype por hype, devo reconhecer que Barbarian ao menos é superior aos trabalhos acima citados (dos ex-promissores e hoje completamente perdidos Scott ''A Entidade'' Derrickson e Ti ''Hotel da Morte'' West) por um detalhe crucial: os seus primeiros 40 minutos beiram a excelência. Sim, é verdade que, mesmo nessa parte boa, existem duas tentativas tolas de se fazer jumpscare. E também é verdade que certas atitudes irracionais da protagonista dão nos nervos. Mas, mesmo assim, o filme é sim extremamente intrigante nos seus 40 minutos iniciais.

Mas, daí, sinto em informar que Barbarian simplesmente comete suicídio, tratando o espectador como um perfeito idiota. É isso mesmo: no exato momento em que o mistério da trama começa a ser revelado, toda a esperança vai direto pra casa do caralho. É um daqueles momentos em que um filme decide não se importar mais, tipo o final do Cemitério Maldito original, em que temos a impressão de que a própria Mary Lambert (cineasta bastante atrapalhada, diga-se de passagem) surge em cena, apontando o indicador na nossa cara e nos chamando de otários por perder tempo assistindo aquilo.

E, a partir dali, Barbarian vai de mal a pior, ficando cada vez mais besta, desastrado e ridículo, além de possuir um roteiro extremamente questionável, para dizer o mínimo. O suspense inicial e todo aquele climão de tensão e morbidez dão lugar para uma trama bastante genérica e insuportável.

Se bem que, pelo menos, a produção entrega atuações muito competentes de seu elenco, com destaque para Bill Skarsgard (deprimente como o Pennywise da geração hipster, mas surpreendentemente mandando muito bem aqui, de cara limpa) e o sempre carismático Justin Long (que pode muito bem ter sido escalado por causa da sua participação no clássico moderno Olhos Famintos, do Victor ''The Real Creeper'' Salva, já que Barbarian parece fazer algumas referências ao filme de 2001), em um papel visivelmente inspirado no scumbag mór Harvey Weinstein, notório trutão do Tarantino.

No fim das contas, Barbarian é uma obra de altos e baixos que teria se saído bem melhor como um média-metragem de final abrupto e misterioso.

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EXTRAS OFF-TOPIC

Boca X11

Entre as imagens abaixo, as 11 fitas da Boca do Lixo - e coisas afiliadas - que adquiri na última semana de Outubro, em um garimpo pelos sebos de Sampa. Estão na ordem exata em que as adquiri, e todas elas vieram nos estojos e com suas devidas capas, que ainda deverei mostrar em um post futuro. De brinde, veio ainda a capa avulsa do Masculino... Até Certo Ponto. Diria sim que foram ótimas aquisições, ainda mais que as 11 juntas custaram apenas 52 reais e 10 centavos. (E sem contar que algumas dessas fitas estavam na minha wish list.)

Operação Show de Rock (ou Metal) no Escuro

Na Sexta agora deverei ir numa casa de shows aqui de Sampa sem nenhum tipo de info prévia sobre os seus shows, o que poderá ser bastante arriscado. Quando as atrações começarem a se apresentar será uma total surpresa, e confesso que nunca fiz nada do tipo antes. Poderei ter uma experiência interessante ou quebrar a cara legal. Veremos como diabos será isso.

Avril X + Cover de Simple Plan

Já no dia seguinte eu talvez verei um dos covers paulistas de Avril junto de um cover de ''SimPlan'', algo que será totalmente inédito para mim. Se tratando de SP, a música que eu faria questão absoluta de escutar no setlist é obviamente ''GOD MUST HATE ME. Cursed me for eternity. GOD MUST HATE ME. Maybe you should pray for me. I'm breaking down and you can't save me. I'm stuck in hell and... I WANNA GO HOME.'' Bem, caso eu vá mesmo, tomara que toquem esse clássico do primeiro disco do SP.

Miley MILF!

Cacetada, a Miley fez 30 anos nessa Quarta! Agora ela já é uma MILF :) Bem, se, por um lado, ela continua viva, não podemos dizer o mesmo da carreira dela, que foi pro saco em 2015, com a abominação Dead Petz... (E, naquela época, absolutamente ninguém poderia imaginar que ela se ''superaria'' em 2020, com um disco ainda muito pior...)

Fuck the World (Cup)

Bem, como o Bozo ainda está no poder e como o Neymar continua na seleção, então acho que é perfeitamente OK torcer contra a seleção BR nessa Copa do Catar. Se bem que, na realidade, não dou a mínima para futebol (AKA pornô gay softcore) e tanto faz quem ganhar ou perder a partida que for. Seria legal mesmo se tivesse uma forma de anular essa porra e não ter nenhum vencedor. Que todas as seleções e times de futebol do mundo se fodam.









sábado, 5 de novembro de 2022

A Real É Que, Depois do H20, Tudo Chupou Bolas... PURE MASSACRE = HALLOWEEN ENDS Não É Tão Ruim Quanto Você Pensa. É Muito Pior. (P.S.: CHUPA, MIJAIR MESQUINHO BOÇALNAZI. SE FODEU, CAPITONTO CLOROQUINA.)


 

 

THERE WILL BE BLOOD
 
''Aproveitei para ir ao cinema e assistir o Halloween Ends e confesso que quase saí da sessão por detestar o filme. Pra mim o pior dessa já fraca trilogia. Não sei qual a sua opinião, mas sinto um cheiro de PURE MASSACRE.''
 
Eis que o Alex acertou e eu terei mesmo que sujar as mãos e fazer um PURE MASSACRE dessa porra.
 
Após os acontecimentos abruptos do final de Halloween Kills (''O Terror Continua''), seria de se imaginar que, em Halloween Ends (que está circulando em DVD ''extra-oficial'' sob o título Halloween: O Final), veríamos o suposto confronto final entre Laurie Strode e o maninho Michael Myers. E até veremos sim esse embate, mas, até chegar lá, teremos que acompanhar uma trama nonsense envolvendo um novo personagem, o atormentado Corey, e o seu romance totalmente forçado com a Allyson Strode, a neta da Laurie, que - muito curiosamente - é uma sósia da Judith Myers do Rob Zombie. E esse novelão entre os dois ocupa a maior parte de Ends - que, numa falta de noção a la Condado Macabro, possui inacreditáveis 1H51Ms de duração. É como diria o poeta: ''Halloween Ends vai a lugar nenhum. E demora uma eternidade para chegar lá.''
 
E, sem absolutamente nenhum momento de destaque, Ends é um tsunami de cenas ridículas e inaceitáveis. Uma enorme bagunça realizada somente para encher mais ainda o bolso dos Akkads scumbags motherfuckers e do igualmente detestável Ja$on ''Jumpscare King'' Blum, sendo que, originalmente, o incompetente David Gosma Green faria apenas o patético Halloween de 2018 (aquela bobagem arrogante que diz ignorar todas as sequências, ao mesmo tempo em que faz referências a todas elas - bem, foda-se o Halloween de 2018) e o mediano Kills, que, surpreendentemente, até manda relativamente bem... Até chegar nas trapalhadas dos momentos finais. Mas, com o gigantesco sucesso do filmeco de '18, esse projeto arrombado acabou virando uma trilogia.
 
OK, admito até que estou tendo alguma dificuldade em organizar essa postagem, a partir das minhas anotações feitas após a sessão que conferi no próprio Halloween, em 31 de Outubro - quando fui a pé até o Belas Artes e gastei R$ 20 no ingresso dessa desgraça, algo que me fez sentir um completo otário. Fui com as expectativas lá embaixo e, mesmo assim, ainda saí decepcionado. Ends já é um dos grandes lixos da década.
 
Bem, vamos respirar fundo e seguir com o massacre.
 
Ends já começa mal literalmente no primeiro segundo, com o áudio esculhambado da estação de rádio de Haddonfield e o seu radialista trollador. É uma intro que não possui nada do espírito Halloween de ser.
 
Aí nós temos a cena de abertura, uma pataquada total em que seremos apresentados ao tal Corey, um personagem totalmente whatever que, aqui, servirá de babá a um pirralho chato pacaray. Ao término dessa cena imbecil temos a óbvia canção-tema acompanhada dos créditos iniciais. E vou te falar: nunca antes na franquia Halloween eu me senti tão ofendido com o uso da clássica e minimalista música-tema da saga (utilizada de forma bastante forçada - como tudo no filme - em Ends), claramente inspirada pelos temas de Prelúdio para Matar e Premonição, AKA Sete Notas Fatais - lembrando que o pseudo-mestre John Carpenter também foi o roteirista do já massacrado por aqui Os Olhos de Laura Mars, remake disfarçado de Premonição dirigido pelo mesmo incompetente responsável por $tarless Whores: O Império Corno Ataca, o exemplar menos pior mas ainda assim absolutamente péssimo da horrorosa franquia criada por George Lickass.
 
PQP, Halloween Ends é um troço tão deplorável que estou tendo dificuldades em manter a sanidade e seguir adiante com esse post. Por um lado é bom desabafar sobre essa abominação (e são tantas coisas para massacrar nesse desperdício de celuloide chamado Halloween Ends), mas, por outro, é deprimente gastar tempo e dedicação com um filme tão horrível.
 
Mas vamos lá: ''it's a dirty job, but someone's gotta do it'', igual é dito naqueles clássicos do Faith No More e Motley Crue.
 
Teve um review do YouTube favorável a Ends (!!!) que comparou o romance nada convincente dos dois fuckin' nobodies ao relacionamento entre o JD (Christian Slater) e a Veronica Sawyer (Winona Ryder) em Atração Mortal (Heathers, 1988). Bem, Heathers é um dos meus filmes favoritos e, ainda assim, em nenhum momento me veio a cabeça ao assistir Ends. Talvez por Ends ser um filme qualquer nota, em que nada faz sentido.
 
Outra coisa nada a ver é a Laurie Strode aqui. De boa: essa é a pior participação da Jamie Lee Curtis em um filme da franquia Halloween. Até mesmo aqueles instantes iniciais do Ressurreição são mais dignos do que a Jamie Lee em Ends.
 
Além de algumas frases péssimas e da narração xaropeta, em Ends ela simplesmente desiste de querer se vingar do MM, mesmo depois do maníaco causar todos os estragos dos dois filmes anteriores, e tenta viver uma vida em paz. Isso mesmo: ela tenta viver de boa MESMO COM O MICHAEL MYERS À SOLTA, PODENDO ATACAR NOVAMENTE A QUALQUER INSTANTE.
 
E, caralho, puta que pariu, sobre isso do MM estar à solta...
 
OK, Halloween 5: A Vingança de Michael Myers continua sendo o pior slasher da história, mas Ends, milagrosamente, consegue o feito de ter a PIOR cena de toda a franquia Halloween: enquanto o Myers permanece escondido numa área subterrânea (a la Halloween 5, PQP), o Corey sai na mão com o MM e rouba a máscara dele. Eu simplesmente não podia acreditar no que estava vendo e, definitivamente, ficou claro para mim que Ends é um filme para ser visto baixado ou em DVD pirata. É o apelo que faço para quem ainda não conferiu Ends e pretende assistir: não veja isso no cinema. Isso daqui não merece ser conferido na tela grande.
 
E isso do MM acuado também não faz o menor sentido. Não só pelo fato de que ele eventualmente acabaria sendo encontrado ali pelas autoridades, mas também porque, no final do filme anterior, ele estava mais poderoso e destruidor do que nunca, com todo aquele lance de que ''quanto mais ele mata, mais forte fica''.
 
Se bem que pedir algum tipo de coerência em Halloween Ends é pedir demais.
 
E isso que nem citei os jumpscares bestas. Ou as tentativas idiotas de se fazer humor em alguns trechos. Ou os flashbacks do primeiro filme, uma forçação de barra do caralho. Ou o fato de que toda essa história do Corey parece uma longa homenagem a parte da infância no Halloween do Rob Zombie.
 
Chega. Eu não aguento mais. A verdade é que tudo que veio depois do H20 chupou bolas de macaco e, assim como as partes 5 e 6, só serviram para queimar mais ainda o filme dessa cinessérie que possui mais filmes ruins do que bons. E Ends só não é o pior filme da franquia porque não é humanamente possível fazer um slasher pior do que Halloween 5. Mas Ends é sim o segundo pior Halloween de todos.
 
VEREDITO
 
Ends é uma furada tão grande quanto frequentar igreja crente, ter contato com viado ou comprar ingresso pro Blink Chupa 182 Bolas no Lamapraloser 2023, quando esses adolescentes cinquentões farão um show para celebrar o vigésimo aniversário de sua morte - e podem ter certeza de que o setlist será pavoroso. (Se fosse para assistir alguma coisa desse festival hediondo, eu certamente preferiria ver Billie Eilish e Rise Against do que os compositores de Down, uma das três piores canções que já escutei na vida inteira.)
 
P.S. OFF-TOPIC = A seguir aqui no 7NEC, deverei fazer um relato das minhas caças colecionistas da semana passada, quando adquiri um Blu-ray, alguns DVDs oficiais e ''paralelos'' e também 11 VHSs XXX.
 
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Halloween (o meu ranking da franquia)
 
Os bons:
 
1, 2, H20 (não sei qual dos três eu gosto mais ou qual eu gosto menos)
3
4
 
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O resto (os ruins):
 
Kills
Ressurreição
RZ 1, RZ 2 (os dois meio que ficam pau a pau para mim - não sei qual é o pior ou o menos pior)
2018 (o mais superestimado da franquia inteira e não dá para respeitar um slasher com três final girls - uma só já é ruim demais)
6
Ends
5 (o pior e mais ridículo slasher já cometido por ALGUÉM em toda a história do cinema mundial; odeio profundamente essa aberração terminal, o quinto pior filme de terror que já assisti, depois de August Underground's Mordum, Vende-se Esta Casa / The Open House, O Passageiro das Trevas / Driven e, é claro, o suprassumo da ruindade A Maldição de Cathy / Cathy's Curse)
 
''Halloween Ends is a deep film. It really makes you question which choices in your life led you to this moment. Just think about this. You're watching the thirteenth installment of a simple and good film made 44 years ago. Michael Myers has become a blood-transmitted disease, and Halloween is now a self-meta pseudophilosophical parody nightmare.''
 
- usuário do IMDB

 


 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

(Especial Mês de Halloween) PARTIAL MASSACRE = A LÂMINA DE AÇO (KNIFE OF ICE, 1972), Giallo de Altos e Baixos Simplesmente Impossível de Respeitar, e Que É Mais uma Amostra do Estilo Atrapalhado de Umberto Lenzi


 

 

Retorno aqui para comentar o OUTRO giallo do Umberto Lenzi de 1972, levemente melhorzinho do que o filme do post anterior.

Bem, A Lâmina de Aço é uma fita muito requisitada dentro do infame Big VHS Brother Brasil por três motivos: por ser da Mac, por ser giallo e por ser do Umberto ''Cannibal Xerox'' Lenzi, um dos maiores picaretas do cinema carcamano. Como os BBBs do VHS não possuem interesse em assistir e debater filmes, e estão muito mais focados em ostentar fitas ''for the fuck of it'', o conteúdo em si d'A Lâmina acaba passando batido. E vou te falar: se o resultado final do filme em si pesasse na avaliação da sua VHS via Mac, aí o seu valor cairia drasticamente.

Afinal, vamos ser completamente e brutalmente sinceros aqui: como diabos respeitar um thriller de serial-killer em que os assassinatos ocorrem offscreen, sendo que a única morte onscreen é a - morte autêntica - do touro, logo na abertura, numa sequência de tourada real? Aliás, sequência essa que NÃO ADICIONA PORRA NENHUMA A TRAMA, e só está lá para reforçar o desprezo do Umberto Lazy com os animaizinhos. E, para piorar, ela ainda termina com uma frase do Edgar Allan Poe jogada aleatoriamente na tela, tentando dar um tom de profundidade ao filme. Sem contar que ainda tem um erro de grafia ali (''wich'' ao invés de ''which'' - como podem ver na imagem lá no final do post). É de fazer o Poe dar piruetas no túmulo, até morrer pela segunda vez...

Após essa abertura deplorável e ridícula (e convenhamos que a tourada é uma tradição totalmente detestável e que jamais deveria ter existido), somos apresentados a nossa protagonista que, após um evento traumático na infância, ficou muda. Ela é interpretada pela Carroll Baker, novamente, na sua quarta colaboração com o Lenzi. Após seus dias de glória e fama, Baker entrou na mais pura decadência, e a saída foi engolir o orgulho e firmar essa parceria desastrosa com o Lenzi.

Nossa heroína, numa vila espanhola, se une a alguns familiares, entre eles sua prima cantora, vivida por Evelyn Stewart, figura totalmente batida dos gialli, tendo aparecido em um zilhão de filmes do estilo - incluindo até mesmo um tal de Premonição (título de home video e TV de Sete Notas Fatais, talvez, talvez o melhor giallo de Lucio Fulci - digo talvez porque os outros dois da década de 70 também são incríveis).

O problema é que ela será assombrada por um serial-killer que ronda as proximidades, e também por simbolismos satânicos pintando aqui e ali. Satanismo esse que torna A Lâmina em um exemplar do ''giallo satanista'', subsubgênero que também inclui o risível Todas as Cores da Escuridão, do mesmo ano, em que o canastrão Sergio Martino tentou fazer uma versão giallo do clássico O Bebê de Rosemary (hahahaha - até parece que essa ideia daria certo pelas mãos do Martino) e, claro, tomou devidamente no cu, com um resultado que só não é mais embaraçoso do que o Bozotário falando que ''pintou um clima'' entre ele e a venezuelana de 14-15 anos.

Aí, para piorar tudo, nossa personagem principal terá uma overdose de flashbacks aleatórios e supostamente delirantes (em que, novamente, seremos ''presenteados'' com as imagens do pobre touro sendo torturado até a morte), até chegar no triplo ''plot twist'' do final (que o Lenzi tirou do cu dele para tentar surpreender o público), uma piada total que trata o espectador como otário. Para piorar, o primeiro acontecimento ali já havia ocorrido no primeiro giallo do Lenzi, o também mediano O Louco Desejo (Orgasmo, de 1968, também com a Baker), e voltaria a acontecer no último giallo do Lenzi, o ultra-hiper-mega-deplorável A Passageira (Hitcher in the Dark, de 1989). Já o segundo twist seria reprisado pelo Lenzi em outro giallo do cidadão, Spasmo, de 1974. E o terceiro twist é simplesmente um plágio de uma revelação de uma das obras-primas do mestre Jacques Rivette, o mais icônico mestre da nouvelle vague francesa. (Lembrando que Lenzi já havia chupado a NV francesa na última cena d'O Louco Desejo, que chupinhava a conclusão de um dos filmes mais lindos do Jean-Luc Godard.)

Mas devo reconhecer: nem tudo está perdido em A Lâmina de Aço. E é justamente por isso que fico ainda mais frustrado com o filme, já que ele dá um jeito de estragar suas qualidades.

Afinal, A Lâmina definitivamente tem o seu potencial, algo evidenciado em algumas boas cenas de isolamento e tensão em meio a névoa e as belas paisagens espanholas. Sem contar que tem um detalhe curioso: a presença da casa central perto do cemitério, quase uma década antes lá do clássico do Fulci - e primeiro post da história desse blog.

Uma pena então que esses momentos dignos de suspense e atmosfera são minoria, com a maior parte da duração sendo preenchida por situações genéricas e mal conduzidas, que em nada se parecem com as já citadas partes de qualidade. E uma coisa é certa: em A Lâmina de Aço, quanto mais personagens nós temos em cena, pior o filme fica.

É isso. E, entre as imagens abaixo, os pitacos do saudoso - só que não - Rubinho Ewald Filho sobre o filme lá em meados de 1987 ou 1988, quando o mesmo foi lançado em VHS pela Mac.

 




 

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

(Especial Mês de Halloween) PARTIAL MASSACRE = SETE ORQUÍDEAS MANCHADAS DE SANGUE (SEVEN BLOOD-STAINED ORCHIDS, 1972), Giallo um Tanto Fuckin' Boring e Certamente Fuckin' Dull, do Picareta Fuckin' Asshole Umberto Lenzi, Que Ainda Conta com um Final Que Só Não É Mais Vergonha Alheia do Que a Galera Que Usa Camiseta do The Hellfire Club


 

 

A notoriedade que Umberto Lenzi (um sujeito que tinha sérios problemas de ilusões de grandeza, e se achava um gênio a la Kubrick ou Hitchcock, mesmo sem nunca ter dirigido uma única obra-prima na carreira) recebeu dentro do giallo (que os noobies dizem ser o pai do slasher, mesmo vindo bem depois de Psicose, de 1960, e O Vingador Invisível, de 1945 - vai entender) pode ter mais a ver com o fato dele pertencer ao grupo de cineastas que fez uma grande quantidade de obras dentro do subgênero, do que com a qualidade frequentemente duvidosa dos seus 10 (!) exemplares do estilo. E só para constar: esse grupo de diretores que se dedicaram um pouco demais ao giallo também inclui Dario Argento, Sergio Martino, Lucio Fulci e, é claro, Bava Pai e Bava Filho. (E, se vocês considerarem aquelas duas variações - ou homenagens - que Aldo Lado fez de Aniversário Macabro como sendo gialli, ''giallish'' ou ''giallescos'', então Lado fez 6 gialli no total e também pode ser incluído nesse grupo de carcamanos que ''giallogaram'' com esse tipo de cinema ''way too many times.'')

O problema é que, de todos esses caras, Lenzi apresentou os piores resultados. Até mesmo Martino, um canastrão por natureza que dirigiu um monte de tranqueira (algumas que até figuram entre os piores filmes da história do cinema, como o já massacrado por aqui Crocodilo: A Fera Assassina e 2019: Após a Queda de Nova York - duas desgraças nível extreme que eu tento esquecer DIARIAMENTE que já assisti) conseguiu realizar uma obra-prima como seu debut no thriller made in Italy, O Estranho Vício da Sra. Wardh.

Mas Lenzi, por sua vez, dentro ou fora do giallo, nunca conseguiu ultrapassar a barreira do ''bem bacana'', mesmo em seus melhores momentos. (Até chegar na sua última película do tipo, A Passageira, revisitado recentemente por esse que vos fala. Inclusive, A Passageira é uma VHS muito caçada - sem nenhum motivo fora o hype de ''fita rara'' - pelos Zé Fitas de plantão. E é  curioso que eu me lembrava daquele filme sendo bem fraquinho, mas, cara, admito sim que me enganei quanto a isso, e o filme não é fraco não. Ele teria que MELHORAR MUITO para ser fraco, isso sim. A Passageira é uma das maiores bobagens já feitas se tratando de variações do giallo, e tem uma cena de luta que figura entre as maiores atrocidades já filmadas desde a invenção da câmera de vídeo. É uma sequência que poderia facilmente levar o ''Troféu Harrishole Ford de Abominação Cinematográfica''. Bem, um dia ainda deverei falar detalhadamente dele em um muito merecido PURE MASSACRE. E não é a toa que, depois d'A Passageira, o Lenzi nem se atreveu mais a pagar de diretor de giallo ou qualquer coisa do naipe.)

Enfim, Sete Orquídeas Manchadas de Sangue foi um dos seus gialli iniciais, feito em 1972, o mesmo ano em que Lenzi também rodou A Lâmina de Aço (cuja VHS da Mac é considerada uma baita raridade, mesmo tendo pelo menos uma meia dúzia de donos - VHS essa que poderá aparecer à venda em um desses leilões mercenários e bloodsuckers net afora, custando algo entre R$ 100 e R$ 1500).

Eis a sinopse de 7 Orquídeas na contracapa de um daqueles DVD-boxes bagunçados da Versátil (que também, ao invés de se concentrar em extras substanciais, ficam atirando uma porrada de desnecessários trailers nas nossas fuças - e, mesmo assim, só recebem comentários e reviews chapa branca em tudo que é canto da internet):

''Um misterioso assassino está matando jovens mulheres com violência, deixando sempre um adorno em formato de meia-lua junto aos cadáveres. Um exemplo clássico de giallo de um importante diretor do gênero.''

Clássico? Hum, não exatamente, para dizer o mínimo. Diretor importante? Em quantidade pode ser, mas qual é o grande giallo do Lenzi? Pois é.

OK, vamos lá.

7 Orquídeas tem sim algumas mortes interessantes, bem filmadas e com uma certa atmosfera. Mas também tem alguns problemas nesses momentos de maior intensidade, principalmente mais pro final - com uma resolução bem embaraçosa, e que, inclusive, é parecida com o ''plot twist'' de OUTRO giallo do próprio Lenzi! ''Umberto Lazy'', hehehe.

A trilha sonora de Riz Ortolani - parte reciclada de outro giallo do Lenzi... - é boa, mas não está tão presente quanto deveria. Dá até para dizer que, nos momentos em que ela surge, ela meio que salva um filme com um ritmo quase morto.

A história poderia ser boa se fosse bem trabalhada, mas os personagens - com atuações apenas toleráveis - são super fuckin' boring, assim como também é a investigação de 7 Orquídeas.

E, mesmo com 1H33Ms, o filme é bem mais longo do que deveria ser. Chega uma hora que não dá mais para aguentar, e a gente já está implorando para que a porra do filme termine logo.

Ou seja, tirando a trilha musical e alguns bons momentos de ataque do maníaco, 7 Orquídeas meio que não tem nada a oferecer, além de queimar bastante o filme em alguns momentos.

OK, acho que é tudo por hoje. Ainda pretendo voltar aqui para analisar TODOS os outros gialli do Lenzi - incluindo até mesmo A Praia do Pesadelo, já resenhado uma vez aqui. E, quando chegar a hora d'A Passageira, tentarei ficar o mais calmo possível para não fazer o PURE MASSACRE mais extremo da história do 7 Noites em Claro, já que aquilo lá é uma aberração sem precedentes na história do cinema mundial - mais uma abominação cinematográfica que terei que batalhar e muito para tentar apagar da minha memória.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

(Especial Mês de Halloween) Uma Deliciosa Descoberta Vinda Diretamente das Profundezas do Inferno: O FILHO DE SATÃ (CLASS REUNION MASSACRE, A.K.A. THE REDEEMER: SON OF SATAN, 1978), Memorável Slasher Misterioso, Ocultista e Surrealista Que Talvez Seja o Mais Bizarro Exemplar do Gênero

 





''Tenho muito medo desse filme. (...) Sempre fico com um estranho mal estar ao ver esse filme, como se ele carregasse algo muito ruim com ele.''

- Marcelo Carrard / Cinema Ferox (o Carrard mandou tão bem ao falar d'O Filho de Satã, que eu nem pegarei pesado com ele por ter colocado - em um vídeo intitulado ''Os Melhores Filmes de Terror de 1978'' - O Olho do Cu de Laura Mars, aquele remake disfarçado e xaropeta de Premonição, escrito pelo suposto mestre John Carpenter e dirigido pelo mesmo Zé Ruela responsável por O Império Corno Ataca)

Escrever posts pode ser tão complicado... Tenho que juntar todas as minhas anotações sobre o filme em questão e, a partir daí, descobrir uma forma de organizá-las na postagem. E eu simplesmente nunca sei como diabos a publicação ficará até o momento em que ela é postada. Na verdade, eu nunca nem sei qual post virá a seguir aqui no blog... (Esse daqui mesmo foi decidido só agora. Acontece que acabei de assisti-lo, e quero que todo mundo tenha contato com esse filme. Seria muito depressivo alguém morrer sem o assistir ao menos uma vez.)

Anyway, muito recentemente eu, finalmente, tirei o atraso e assisti O Filho de Satã (Class Reunion Massacre / The Redeemer: Son of Satan, 1978, de Constantine S. Gochis, que só dirigiu esse filme - Gochis esse que, segundo um relato do ator que faz o personagem título, curtia ''encher o pote'' durante as filmagens), macabro e atmosférico slasher, que de convencional não tem nada. Uma ótima pedida para quem está de saco cheio das fórmulas batidas do subgênero e de franquias babacas e hypadas tipo Pânico (do genial - só que não - Wes Craven), O Filho de Satã não parece um mero filme, e sim um pesadelo disfarçado de cinema. Após assisti-lo, parecia que eu havia acabado de acordar de um pesadelo dos mais cabulosos e enigmáticos. E ainda estou tentando entender o que diabos foi isso.

E sim: já está entre os meus favoritos do estilo, junto do imbatível Acampamento Sinistro original e das partes 1, 2 e 7 (H20) de Halloween. Se você - que estiver lendo isso - é fã de slashers, e ainda não assistiu O Filho de Satã, sugiro correr atrás dele imediatamente. Você poderá até não gostar do filme, mas uma coisa é certa: isso daqui é uma espécie de Céline & Julie ou Comando Out dos slashers: um filme completamente radical, incomum, imprevisível, experimental, enigmático e inclassificável que não se parece em nada com outros exemplares do gênero. OK, sei que existem outros slashers certamente bizarros e fora da curva, como Sledgehammer (do tio Dave), Procura-se uma Babá, Noite das Bruxas Macabra e, se você o considerar slasher, A Morte em Jogo (Skullduggery), um dos filmes mais bizarrões dos anos 80. Mas O Filho de Satã está acima de todos esses no fator WHAT THE FUCK.

A trama pode ser vista como precursora tanto de Massacre no Colégio (Slaughter High - nada a ver com Massacre at Central High, que é anterior e recebeu o mesmo título BR) e Se7en: Os Sete Crimes Capitais. Se trata de seis sujeitos comemorando o décimo aniversário de graduação da hell school mas, daí, sendo caçados por um serial-killer com um visual a la O Ceifador e parecendo o ''masacote'' (como diria o Chaves) dos Misfits. Tal psycho enxerga cada um deles como representante de um dos pecados capitais. Sim, é verdade que, seguindo essa lógica, então faltaria um personagem entre as potenciais vítimas. Mas, assim como o filme como um todo, esse é apenas um dos vários detalhes confusos de sua trama. E acredite: se tratando d'O Filho de Satã, com uma atmosfera a la Sonhos Alucinantes (Let's Scare Jessica to Death) e Fantasma, AKA Noite Macabra (Phantasm), toda essa confusão funciona a favor do seu clima delirante, opressivo e desgraçado.

E, a cada cena em que uma vítima é confrontada, temos uma situação diferente, desnorteando o espectador cada vez mais, mostrando que, além de trazer mortes criativas, o filme também quer te surpreender de outras formas... Até que surge em cena aquele que talvez seja o palhaço mais sinistro e assustador já visto no cinema. Essa cena é simplesmente inacreditável, e a forma como o ataque é filmado me lembrou o Sady Baby invadindo o puteiro munido de uma motosserra em Emoções Sexuais de um Jegue. Ou seja, é de se imaginar se a atriz estava segura durante as filmagens dessa sequência infernal, porque me deu a impressão de que ela estava prestes a se machucar de verdade - se é que isso não ocorreu. Bem, uma coisa é garantida: quem tem fobia de palhaço irá tremer nas bases. Pennywise é o caralho. Isso daqui é a coisa real. (Aliás, O Filho de Satã é mais uma das lacunas do livro Medo de Palhaço...)

Nem sei direito o que mais posso dizer sem entregar spoilers (já que o blog 7 Noites em Claro é radicalmente contra spoilers). Mas posso encerrar o meu texto aqui dizendo que, com um uso provocador de magia negra (ao que indica, parece que, durante as filmagens, o filme foi ficando mais e mais ''satanista'' para tentar lucrar encima do sucesso d'A Profecia), e uma série de mortes não apenas memoráveis mas também sem nenhuma preocupação em seguir qualquer tipo de clichê, O Filho de Satã é o antídoto perfeito para quem não aguenta mais slashers genéricos, previsíveis e sem motivo de existir.

A minha cotação é 5 de 5. Foi uma das minhas grandes descobertas cinematográficas dos últimos tempos. Diria até que o filme é vanguardista e revolucionário e que, após O Filho de Satã, serei mais rígido com os slashers que assistirei. (Portanto, é melhor o Halloween Ends se comportar se não quiser levar PURE MASSACRE up the ass.)

E adoraria saber se o filme recebeu algum tipo de lançamento - oficial ou extra-oficial - no Brasil, fora as exibições no Sistema Bozo de Televisão.

(...)

(Post escrito ao som do disco gravado mas não lançado da Katy Perry, supostamente de 2004. Hail KP da época underground. As informações sobre esse disco são tão misteriosas quanto a trama d'O Filho de Satã, mas o álbum é sim geralmente conhecido como ''(A) Katy Perry''. Título esse que não faz o menor sentido. Afinal, ''A'' poderia indicar algo como o passo inicial, o início de tudo. Mas ela já tinha lançado aquele disco gospel - fraquíssimo por sinal - com o nome Katy Hudson. E o outro motivo por esse título não fazer sentido é que, na época em que ele foi gravado, ela estava usando o nome Katheryn Perry, e ainda não havia oficialmente se lançado como Katy Perry. Enfim, seja como for, adoro esse álbum, um dos meus discos favoritos de todos os tempos, com clássicos absolutos como o hino emo Long Shot, Wish You the Worst e Simple - o '''''hit''''' desse período. E uma curiosidade pouco comentada é que a Breakout da Miley é, na verdade, cover duma demo dessa época da KP, que, de tão obscura, nem está nesse disco - assim como a Speed Dialin' também não está, mesmo sendo dessa época. (Sim, isso pode ser um choque para alguns, mas Breakout não é da Miley, e sim da Katy Perry.) Uma pena que a KP se perdeu assim que virou mainstream. Inclusive, entre absolutamente tudo que ela lançou a partir do One of the Boys, só existe uma única mísera canção que tem a cara dessa época Katheryn Perry, que é a sensacional e sempre negligenciada Self-Inflicted. De resto... É triste pensar que o mainstream destrói tudo. RIP Katheryn Perry.)

PS OFF-TOPIC = Bom saber que o Alex está bem, apesar do furacão scumbag lá. Agradeço ao Dado (AKA Gabriel Caroccia) pela info que não consegui adquirir de outra forma.






sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Revendo ''Paranóia'' (''Disturbia'', 2007), uma Bagunçada Mistura de Suspense ''Neighborsploitation'' e Comédia Romântica a la ''Show de Vizinha'' Que, Claro, Não Funciona em Nenhum dos Dois Gêneros

 

OK, por onde começar a analisar Paranóia (Disturbia, 2007, DJ Caruso), que conferi agora pela segunda vez na vida, após mais de uma década que o vi pela primeira vez...

A trama: três adolescentes - dois caras e uma mina - cismam que seu vizinho é um serial-killer, e resolvem espioná-lo.

Tentarei ser breve, mas sei lá como serão as coisas.

Bem, o filme até tem lá o seu potencial: o protagonista (interpretado pelo Shia LaBeouf, que, assim como o casal central do Crepúsculo, o Harry Potter e o Frodo, também se tornaria um notório ser anti-Hollywood - apesar que o ''Bob'' Pattinson queimou o filme recentemente ao interpretar o Batmané naquele filminho otário) até é OK, e o filme manda bem sim lá no começo: a abertura com o protagonista e o seu pai, e esse mesmo protagonista reagindo ao seu professor fucking asshole na sala de aula.

Mas, de boa, por mais que eu tentei ser justo com Disturbia, novamente ficou comprovado para mim que o amigo oriental do protagonista consegue, sozinho, arruinar o filme inteiro.

Especificamente tem um momento na marca de 1H20 e outro 20 minutos depois que não deixam nenhuma possibilidade de salvação para Disturbia. O desrespeito e o desprezo que o filme possui perante o espectador são simplesmente inacreditáveis.

E os problemas não param por aí.

Mesmo sem saber que o produtor executivo é o $teven Is Pig (o maior câncer do cinema mundial), eu já estava pensando ''cara, isso está $pielbergiano demais''. Afinal, como em outras abominações do tipo Deu a Louca nos Monstros (que, junto d'Os Garotos Perdidos e do remake de Vampyres, fazem Crepúsculo parecer uma obra-prima na comparação), fica muito bem estabelecido em Disturbia quais personagens irão sobreviver e quais podem morrer. Isso daqui não é Friedkin ou Fulci, em que QUALQUER UM poderá bater as botas. Isso daqui é $pielbergiano, ou seja, mentiroso pra caralho e previsível pra caralho.

E, meu, Disturbia é um desastre catastrófico, por mais que David Morse mande bem sim como o vizinho que pode ou não ser um serial-killer. Além de tentar ser suspense, também falha ao imitar Show de Vizinha (The Girl Next Door, com a gostosíssima Elisha Cuthbert), além de trazer umas subtramas até mais cômicas, como as presepadas do amigo japa sem noção e os pirralhos que fazem bullying no protagonista.

E falando nos pirralhos... Aí nós vemos, novamente, como Disturbia é $pielbergiano e fake. Em duas sequências nós assistimos esses pirralhos conferindo um filme ''pornô'', que, na verdade, mais é um vídeo completamente softcore, com umas mulheres seminuas. É a mesma vibe poser que nós temos em Lenda Urbana 3: A Vingança de Mary (da cineasta one-hit wonder Mary ''Pet Sematary'' Lambert - que deverá receber umas postagens próprias por aqui), com uma cena muito parecida, de um Zé Ruela enchendo a cara enquanto também assiste um pseudo-pornô que, na real, é mais um videozinho totalmente soft. Ou seja, nem Caruso e nem Lambert tiveram coragem de fazer como em Amoklauf, sensacional filme de serial-killer dirigido por Uwe Boll, que mostra o protagonista psycho assistindo um pornô real e completamente hardcore. É isso aí: o cinema de verdade não engana e nem maquia a realidade. Hail tio Uwe. Foda-se o $pielberg e as obras $pielbergianas em geral.

AVISO: DIGRESSÕES A SEGUIR

No mais, a única coisa que curti mesmo foi a inclusão da canção Next 2 You, do Buckcherry, na trilha sonora, por mais que ela seja interrompida no filme de maneira xarope. Inclusive, eu provavelmente não deveria falar isso, mas whatever, vamos lá: na época em que eu ainda bebia e me drogava e ainda era apaixonado pela russa lá, eu costumava ouvir essa canção no repeat pensando nela - e fantasiando com aquele sonho impossível de se concretizar. Pois é. É o que acontece quando você adere ao álcool e ''companhia'': você perde a noção e o bom senso, e se entrega a atitudes irracionais. É por essas e outras que nunca tive uma recaída, e permanecerei sóbrio até a morte. (No mais, eu espero sim que ela esteja bem, por mais que o país dela esteja numa situação cabulosa e horrível. Bem ou mal, nonsense ou não, ela foi sim a garota que mais amei na vida. E ela foi muito mais difícil de superar do que as já citadas substâncias.)

ENFIM.

O único efeito que Disturbia me causou foi que, após assisti-lo, eu voltei a ouvir Buckcherry direto. Não fazia isso desde que fiquei sóbrio, em Novembro de 2017. Buckcherry provavelmente é, entre as bandas americanas de rock que atingiram o mainstream, a mais explicitamente pró-álcool e pró-drogas de todas. Portanto, eu me identificava demais com esse estilo hedonista e niilista deles na minha época de goró constante. Mas os larguei assim que fiquei ''clean'', já que achei que não teria mais como me identificar com eles.

Mas é estranho: mesmo estando sóbrio faz quase 5 anos, voltei a ouvir Buckcherry e curtir demais a experiência. E até venho reparando algo que, muito curiosamente, nunca havia notado antes: Buckcherry é sim uma das minhas bandas favoritas. A já citada Next 2 You, a maravilhosa Whiskey in the Morning (regravada pelo Anal Cunt - WTF), a sensacional Too Drunk to Fuck (que acho muito mais legal do que a homônima do Dead Kennedys), Riding, Broken Glass, o hit Lit Up, Say Fuck It (muito superior a versão original) e tantos outros clássicos...

Buckcherry ruleia.




quarta-feira, 21 de setembro de 2022

(7 Anos de 7 Noites em Claro) Titio Marcio Levanta do Túmulo para Analisar ''Verão de 84'' / ''Verão do '84'' (''Summer of '84'', 2018), um Filhote Canadense de ''Stranger Fags'' e ''It Sucks 2017'' Que Consegue Ser Muito Mais Digno do Que Aquelas Duas Porcarias Americanas




 

 

Sempre vi o tal Summer of '84 ser comparado com atrocidades $pielbergianas do tipo Os Goonies (aquele filmeco imbecil dos anos 80 que mostra, durante duas longas horas, um bando de crianças chatas e histéricas falando ao mesmo tempo, enquanto enfrentam vilões totalmente caricatos), Scumbagger Things (que consegue ser um treco mais hypado e inútil do que o histórico da rainha da Inglaterra) e It Sucks 2017 (cujo diretor já deveria ter sido proibido eternamente de seguir fazendo filmes graças ao seu trabalho anterior, o indescritivelmente péssimo Mama - que, milagrosamente, consegue ser mais deprimente do que a canção homônima da ex-banda Bi Chemical Romance, morta em definitivo no longínquo ano de 2010). Portanto, sempre fiquei, naturalmente, com o pé atrás.

Mas eis que agora, com quase cinco anos de atraso, acabei conferindo essa simpática produção independente canadense no Prime, que fez o desserviço de disponibilizá-la em cópia somente dublada. Na thumb o título aparece em espanhol, ''Verano del 84''. Ao dar play, na tela da plataforma aparece escrito ''Verão do '84''. Aí, no final, quando surge o nome do filme na tela, o logo aparece em português mesmo: ''Verão de 84''. Coisas da Amazon Prime...

A trama segue a linha dos também recentes e competentes O Vizinho (The Neighbor - thriller agradável mais voltado a ação, da mesma turminha dos dois O Colecionador de Corpos) e O Bom Vizinho (The Good Neighbor - suspense sensacional com uma atuação fantástica do grande James Caan), além de ter semelhanças no plot com o absolutamente ridículo Paranoia (Disturbia), um raro caso de filme lançado no Brasil no obsoleto formato HD DVD: um quarteto de adolescentes cisma que seu vizinho gambé é, na verdade, um serial-killer que está assassinando teenagers numa cidadezinha americana. (Sim, apesar da produção ser canadense, a trama é ambientada nos EUA. Esse é um dos problemas do filme, que mostraria uma personalidade maior se realmente se assumisse como um produto made in Canada, ao invés de tentar se passar por uma produção americana. Outro probleminha é ver um ou outro jumpscare bem barato surgir em cena.)

OK, você talvez esteja querendo saber no que Summer of '84 é superior a It's Tranny Things e as duas horrendas partes do remake de It (cujo original já não era grande coisa também, é claro). Pois bem, vamos por partes então, igual diria o arrombado do Jack the Ripper.

Por não ser uma produção americana, Summer of '84 tem uma vibe meio desajustada, um clima um pouco depressivo, com alguns momentos perigosos e ''creepy'' (ao contrário da constante sensação ''clean'' de segurança que nós temos em Coisas Mais Escrotas e na refilmagem de It), que - em maior ou menor escala - o aproxima de notórios filmes anti-Stranger Things, como o cabuloso Os Garotos nas Árvores, AKA A Noite dos Mortos (Boys in the Trees - produção australiana já comentada por aqui) e o sociopata Found (que ainda deu origem ao slasher gorezento Headless). E particularmente achei o final de Summer of '84 bem badass e satisfatório, até me lembrando bastante um certo filme muito interessante do Van Damme da segunda metade dos anos 90...

Outro motivo latente é o quarteto de protagonistas que, apesar de curtir lixos indefensáveis do tipo Steven Is Pig, Gremlins e Starless Whores (tem que dar um desconto já que eles são adolescentes menores de idade - o complicado mesmo é ver gente adulta venerando essas desgraças), forma sim um grupo carismático, que faz com que a gente se importe com eles. Ao contrário de Escroto Things e It remake, que possuem seres absolutamente intragáveis, como Mike e Will em (D) STs, e Eddie e Richie no filmeco do Pennywise - sendo que, inclusive, o Richie do It remake é interpretado pelo mesmo pirralho insuportável que faz o Mike em Stupid Things.

E existem outros detalhes também que revelam a superioridade de Summer of '84 a dupla de lixos americanos... Mas, aí, eu estaria entregando spoilers. Então prefiro calar a boca nessa questão.

No mais, Summer of '84 foi uma grata surpresa: personagens bacanas como um todo (sem nenhum mala), trama maneira, investigação empolgante, ritmo dinâmico e final foda. Consegue ser nostálgico, mas, ao mesmo tempo, ter bom senso e não ser idiota. De 0 a 5 estrelas, ficaria na dúvida entre 3.5 e 4. Bem recomendado então.

E a frase de cartaz também é sensacional:

''TODO SERIAL-KILLER É VIZINHO DE ALGUÉM.''

PS: Tem um detalhe que entregou na hora que o filme é canadense. Os quatro moleques, no QG deles, tem um poster da lendária banda canadense D.O.A., uma das precursoras do punk hardcore. Na sua formação, o grupo tinha o finado Randy Rampage, que depois se tornaria o vocalista mais clássico de todos que já passaram pelo Annihilator, a mais cultuada das bandas canadenses de metal. Ou seja, o cara foi uma espécie de Ross the Boss do Canadá: da mesma forma que Ross fez história no punk rock americano (com os Dictators) e também no metal americano (com o Manowar - olha eu falando deles de novo...), o Rampage também cravou seu nome na história do punk e do metal.

PS OFF-TOPIC: RIP Jean-Luc Godard e Henry Silva. Foda-se a rainha da Inglaterra.

 


 

sexta-feira, 24 de junho de 2022

A GENTE CONHECE MANOWAR! (Inusitado Evento com Covers de Padre Judas, Mano de Guerra e Coveiro - e Curiosas Participações Especiais na Plateia)

 


... chegando lá, não demorou muito para que tivesse início a apresentação do Hangman, cover de Grave Digger. Digger é uma banda tão arrombada que os cornos fizeram, lá em 1996, um disco conceitual sobre as presepadas cometidas por William Wallass, retratado por Mel Cabaçon no filmeco Cuzão Valentão (Bullshit Heart). Aí você vê como os caras são levianos pra caralho: fizeram um resumo histórico caricatural a la Donzela Ferrada, tendo como base uma biografia que, de biográfica, é tão relevante quanto o The Dirt da Netfux ou o Bohemian Rhapsody com o Mr. Robot lá interpretando a bichona doida do Queen: ou seja, de biográfico não tem porra nenhuma.

Portanto, como não possuo um grande conhecimento de Grave Digger (ainda bem), não saberia direito dizer o setlist, exceto que tocaram algumas pataquadas desse já mencionado LP conceitual (como a balada xaropeta Ballad of Mary, a bobalhona Dark of the Sun, com um refrão claramente sem inspiração, e o '''''hit''''' Rebellion: The Clans Are Flopping, com um dos clipes mais débeis e hilários de todos os tempos), e também Heavy Metal Breakdown, Excalibur e The Round Table (Forever). Essas são as canções que reconheci. De resto, não faço a menor remota ideia do que tocaram.

No lado positivo (para quem curte isso daí), o vocal desse Hangman soa igualzinho o Chris Boltendahl. E, no lado curioso, três dos cinco integrantes desse Hangman também tocam no Metal Invaders, um cover muito competente de Helloween.

Enfim, lá pelas primeiras músicas, enquanto o seu humilde narrador sofria para aguentar essas canções clichês com letras zorra total, eis que acontece um completo imprevisto: o Alex Gouveia (Relíquias do Terror: VHS) aparece por lá!!! Foi muito da hora e imprevisível ele ter surgido lá para me salvar das xaropices medievais do Grave Digger, e, daí, nós saímos de perto do palco para ir lá pra casa do caralho, pra entrada do Fofinho, e poder conversar de boa, longe da sonoridade questionável desse show.

Aí, após rirmos para não chorar com algumas histórias bizarras dos BBBs VHS e Bandana, um casal mucho loco de tiozões passa do nosso lado falando algo do tipo ''não briguem, não discutam'', o que não faz sentido nenhum, já que a gente tava conversando de boa, e eu simplesmente estava dizendo que o primeiro disco do Dream Theater (com o vocalista original, antes do James LaBitch entrar na banda) talvez até seja mais ou menos escutável, já que tinha uma influência mais evidente do Queensryche.

Anyway, quando a apresentação do Kings of Steel, o cover de Manowar (que teve dois integrantes que, pasmem, acabaram indo pro Manowar real!), foi se aproximando, eu e o Alex aproveitamos para chegar perto do palco.

E aí tivemos uma surpresa: reparamos que o Ivanildo, ou simplesmente Nildo, o lendário criador do meme ''VOCÊ NÃO CONHECE MANOWAR'', estava lá na frente do palco! A princípio, ele estava interagindo com a mina que era, simplesmente, a mais gostosa presente naquele dia. O Alex até observou bem: ''Se esse cara estiver pegando essa mina, eu quero morrer.'' Mas, algum tempo depois, ele começou a pegar uma outra mina (!) e, assim, parou de interagir - até onde eu sei - com a mais gostosa de todas lá. Ou seja: graças ao vídeo do Regis Tadeu (vídeo esse que recebeu um react - de um canal chamado Tiago Carvalho - tão icônico e engraçado quanto), o Nildo ali deve ter pegado mulher pra caralho durante todos esses anos... (Aliás, acho chocante pra caralho ver mulher fã de Manowar. O Regis até foi super bonzinho e educado quando chamou Manowar de banda ''machista'' naquele vídeo. Manowar é muito mais do que machista ou sexista. Em certos casos, Manowar é uma banda EXTREMAMENTE misógina, que até possui algumas letras fazendo apologia ao estupro, como em Defender e também Hail and Kill. Ou seja, mulher que curte Manowar consegue ser uma anomalia muito, muito maior do que homem que curte Avril Lavigne, uma artista assumidamente feminazi.)

E eis que, após algumas faixas do setlist, em meados da Kill with Power, o Alex comentou que precisava ir embora. Nos despedimos, mas combinamos de nos reencontrar alguns dias depois, para fazermos um garimpo colecionista pelo centro de SP.

Pouco depois disso, alguns presentes se empolgaram com a presença do Nildo e, em um intervalo do show, saíram gritando ''AÊ REGIS, VAI TOMAR NO CU. AÊ REGIS, VAI TOMAR NO CU.'' :)

Outro coro que mandaram foi ''Shell Shock! Shell Shock!''. Só que, muito infelizmente, não tocaram essa que é a melhor canção do Manowar nessa pegada ''(Viet)Nam Metal''; sendo que, futuramente, eles fariam aquela Violence and Bloodshed retardada, cuja letra reaça - fazendo apologia a uma nova Guerra do Vietnã - contradiz completamente o tom de crítica à Guerra do Vietnã em Shell Shock. Ou seja: seria Joey de Meia um sujeito bipolar?

Por falar nisso de canções que não rolaram, o setlist foi, para mim, um tanto frustrante, já que não tocaram nenhuma das minhas três favoritas do Manowar: March for Revenge (By the Soldiers of Death), Thor (The Powerhead) e The Oath. Aliás, chega a ser uma afronta tocarem aquela chatice do caralho chamada Kingdom Come, mas não tocarem a maravilhosa Thor.

Anyway, para quem se interessar, Titio Marcio anotou o setlist dos caras:

Army of Immortals
Battle Hymn
Black Wind, Fire and Steel (essa fechou o show, com eles fazendo um remake daquele fim de apresentação do Monsters of Rock de 1998, inclusive com o baixista arrebentando as cordas do baixo a la Joey de Mala)
Blood of My Enemies
Call to Arms (essa não entraria no meu setlist nem a pau)
Die for Metal (também não entraria)
Hail and Kill
House of Death (também jamais entraria no meu setlist)
Kingdom Come (ô treco chato do caray, que consegue ser um porre maior do que a banda homônima dos anos 80)
Kings of Metal
Manowar
Metal Daze
Sign of the Hammer
Warriors of the World United (também não entraria no meu setlist - aliás, precisava tocar QUATRO fucking músicas dos anos 2000, PQP???)

OK, vamos agora para o último show da noite, com o Priest Live, cover de Judas Priest que já recebeu um review aqui no blog dois meses atrás.

Antes do show começar, perguntei pro guitarrista se seria possível tocar The Sentinel, a minha canção favorita do Judas Priest desde os anos 90. Ele responde com ''está no set - se der tempo, a gente toca ela''.

Aí vai o spoiler: não tocaram The Sentinel porra nenhuma.

E, no fim da apresentação, porém antes do bis com Turbo Lover (chega a ser uma afronta tocarem TURBO LOVER e não tocarem The Sentinel), um bebum subiu no palco, pisou em cima do setlist e, acidentalmente, fez o papel com o set impresso voar pra pista. Aí o peguei e constatei que o guitarrista me trollou e mentiu para mim: The Sentinel N-Ã-O estava no setlist, como vocês podem ver na imagem abaixo. (E só faltava essa também: eu agora virei um colecionador acidental de setlists...)

E, para piorar, as minhas outras duas favoritas, Tyrant e Night Crawler, também não foram tocadas. É bem humilhante tocarem coisa de disco recente (Halls of Valhalla, cujo início até parece uma versão esculhambada e mal tocada da The Sentinel), mas não tocarem clássicos absolutos como Tyrant ou Night Crawler - ou Screaming for Vengeance.

E, para frustrar mais ainda, o setlist foi quase igual o de dois meses atrás, já comentado aqui no 7NEC.

Se bem que, pelo menos, tocaram as sensacionais Hell Patrol e Beyond the Realms of Death. Pelo menos isso.

É isso por enquanto. E, em um post futuro, comentarei em detalhes o rolê-garimpo da última Terça, também em parceria com o Alex. (Post escrito ao som de Sinergy e Stage Dolls, as minhas duas bandas favoritas da Escandinávia. Aliás, adianto que estou preparando aqui um post para relembrar a única vez na vida em que trombei um item original do Stage Dolls, lá no longínquo ano de 2003, literalmente apenas algumas semanas após eu ter tido o meu primeiro contato com o grupo através da canção-título do debut Soldier's Gun - disco esse que é uma das coisas mais maravilhosas da história da humanidade.)






sexta-feira, 10 de junho de 2022

DELITTO IN VIA TEULADA, A.K.A. GIALLO A STRISCE (1979 / 1980): Um Giallo Delicioso e Extremamente Obscuro Dirigido por Aldo Lado - Tão Obscuro Que Nem Consta na Relação Giallo da Cine Monstro







 

 

Este post servirá como uma espécie de antídoto para a dobradinha maldita composta pelos horrorosos Crocodilo: A Fera Assassina e O Maníaco do Parque, devidamente massacrados ao extremo na publicação anterior deste blog.

Após realizar o maravilhoso A Breve Noite das Bonecas de Vidro (1971, o meu giallo favorito de todos os tempos, que, inclusive, já foi resenhado aqui no 7NEC; não deixarei porra nenhuma de link - os devidos interessados que usem a barra de busca ali encima para procurar essa postagem de, acredito, 2019), o extremamente frustrante Quem a Viu Morrer? (1972, estrelado pelo otário canastrão do George ''000'' Lazenby e contando na trilha sonora com uma das piores composições do nem sempre genial Ennio Morricone) e muito antes do ainda muito pior Círculo do Medo (1992, um vergonhoso mix de giallo, trama de mafiosos e thriller erótico), Aldo Lado realizou essa curiosa produção Delitto in Via Teulada. (Além desses 4 gialli, Lado fez também duas variações - ou remakes disfarçados - do clássico Aniversário Macabro; que, aliás, já era um remake por conta própria. São eles: o sensacional Assassinatos no Expresso da Meia-Noite, de 1975, e o muito bacana A Noite do Desespero, de 1993. São dois filmes que, erroneamente, até chegam a figurar em algumas listas giallo, como na da Cine Monstro. Porém, o primeiro não tem nada de giallo e, o segundo, apesar duma introdução totalmente nessa linha, e duma certa atmosfera slasher em alguns momentos, também vai para uma outra vibe. Portanto, essa dobradinha aí não merece ser classificada como giallo ou giallesco.)

''Curiosa por quê, tio Marcio?''

Por uma série de motivos.

A principal é o formato incomum de Delitto in Via Teulada. A produção televisiva foi originalmente exibida em 1979 em 15 partes de 5 minutos cada, para, no ano seguinte, ser condensada em um telefilme de 1H03, eliminando algumas coisinhas, entre elas dois assassinatos que contradiziam a revelação WTF final. A versão original em partes-tiras-listras foi intitulada Giallo a Strisce. Já o telefilme de 1980 se chamou Delitto in Via Teulada.

Outro detalhe curioso é a utilização em Delitto da trilha sonora composta por Fabio Frizzi para o clássico Pavor na Cidade dos Zumbis, do mesmo ano. Mas tem um porém: Delitto foi lançado meio ano antes. Curioso, não?

A trama de Delitto, ambientada nos estúdios da RAI,  envolve um filme dentro do filme, no caso um giallo dentro de outro giallo (e é engraçado que o ator que faz o diretor giallo da trama se chama PAOLO BARONI - quase o mesmo nome do carismático trutão do nosso ranzinza favorito Regis Tadeu, o Paulo Baron). Na verdade, existe todo um tsunami de produções e atividades acontecendo ao mesmo tempo dentro da RAI, e, entre esses acontecimentos todos, um assassino misterioso inicia suas estripulias, entre elas um assassinato e outro aqui e ali.

E devo dizer que, apesar de alguns ataques infelizmente meio mal coreografados, Lado consegue sim criar excelentes e atmosféricas situações de suspense e tensão (um dos destaques supremos é uma memorável sequência de stalking que dura dos 21 aos 28 minutos do filme), na linha de algumas das melhores coisas já feitas por Dario Argento em sua época áurea.

Ahh, e, por falar em Argento, é interessante notar os incautos gerais surpresos com o fato de que Black Glasses, o retorno de Argento ao cinema (após o catastrófico Drácula), é um giallo com uma protagonista cega. Bem, eis que Delitto já era um giallo com protagonista cega mais de QUATRO DÉCADAS antes do filme novo do Argento.

A protagonista cega de Delitto é vivida por Auretta Gay (ou Auretta Gai, como é creditada aqui), mais lembrada pelo Zombie (ou Zumbi 2): A Volta dos Mortos, do mestre Lucio Fulci. (Aliás, reza a lenda que ela teria desistido da carreira de atriz por ter sido humilhada por Fulci durante as filmagens daquele clássico de zumbis...)

Enfim, com ângulos e tomadas bem interessantes, confundindo realidade e ficção, um clima geral de mistério muito eficiente, algumas mortes cabulosas, um dinamismo incrível, um suspense muito bem construído e um plot twist bem absurdo, Delitto in Via Teulada (ou Giallo a Strisce) é uma ótima pedida para os doentes completistas do fascinante universo giallo. Parece mesmo jamais ter sido exibido fora da Itália, e bem que poderia ser descoberto por uma Arrow da vida, e lançado de forma luxuosa em Blu-ray ou pelo menos em DVD. Enquanto isso não acontece, saiba que o filme está disponível no YouTube: já o tinha conferido tempos atrás com o áudio todo esculhambado (desaparecendo de tempos em tempos) e sem nenhum tipo de legenda; mas, agora, o filme já está disponível com o áudio OK e legendas em inglês. Uma boiada e tanto para os entusiastas dos filmes de matança.

PS: Apesar de continuar meio doente, talvez eu vá essa noite em um evento emo com covers de Avril, MCR e Blink. Já vi esse Blink Cover uma vez, e eles só tocaram uma mísera canção da época do line-up original, que foi Dammit - é, pelo menos, optaram pela melhor música ever do Blink. Já o MCR Cover já está me dando nos nervos porque, que a verdade seja dita, eles odeiam o Bullets e raramente tocam algo daquele álbum - a única obra-prima do MCR, e o único disco da banda sem nenhuma faixa ruim (já que o The Black Parade possui três canções ruins e o Revenge possui quatro). Chega a ser ofensivo ver esses caras tocar coisa do Danger Days em TODOS os shows, além das xaropices The Ghost of You e Mama em TODOS os shows também. Isso é tipo um cover de Iron Maiden que toca coisa do Blaze em todos os shows, e também toca Wasting Love e Blood Brothers em todos os shows, mas se recusa a tocar coisa da fase Paul Di'Anno. Já perdi as esperanças com esse cover de MCR e nem peço mais coisa do Bullets para eles (dos quatro shows que vi, tocaram uma só - Vampires Will Never Hurt You - em um show apenas), já que, com eu pedindo, talvez até seja mais difícil deles tocarem alguma do grande álbum do MCR. Já sobre esse cover de Avril... Será o primeiro show ever desse cover específico, e estou curioso com o setlist. No passado assisti um show de um outro cover de Avril, e o setlist foi bem fraco. Se bem que, convenhamos, tem certos bê-á-bás da Avril que são muito mais agradáveis do que certas obviedades do MCR e Blink, e outra: as principais baladas da Avril simplesmente DESTROEM as baladas do MCR e do Blink. Chega a ser ridículo comparar obras-primas como Nobody's Home (uma das canções mais perfeitas de todos os tempos), Fall to Pieces e Innocence com xaropices do tipo The Ghost of You (eu queria tanto NUNCA mais ouvir isso na minha vida - sempre odiei essa música e o clipe dela também) e aquelas baladinhas horrorosas do Blink do quarto disco adiante. (Ahh, e, sobre Mama do MCR, seria lindo demais se o MCR Cover anunciasse essa porra e a discotecagem entrasse com Mama das Spice Girls num volume absurdo, hahahaha. Ou ainda mais apropriado: se o DJ mandasse no lugar Mama do Flyleaf, que, inclusive, também é uma banda de fake emo - ou fake screamo - dos anos 2000 que chegou ao mainstream na época. Aliás, Flyleaf é a única banda cristã badass que já existiu até hoje. Flyleaf é tão legal, tanto com a Lacey quanto com a Kristen, que eu até costumo esquecer que é uma banda cristã.)