sábado, 26 de fevereiro de 2022

APROVADO: Rolê-Garimpo com Oswaldo Potenza no Centro de São Paulo (24-02-2022)


 

 

... garimpando fervorosamente no exato dia em que, talvez, tenha tido início a Terceira Guerra Mundial...

Finalmente retorno aqui com uma nova postagem, no caso o relato da caça colecionista que fiz anteontem junto do Oswaldo Potenza - ou seja, só faltou o Guitardo Songs para fechar os Three from Hell.

Nos encontramos no Sebo do Messias logo antes das 13H (e nem dá mais para chamar de ''Sebo do Messias principal'', já que, agora, esse é mesmo o único Messias que restou...) e, de lá adiante, a garimpagem geral seguiu a milhão até pouco depois das 20H.

Enquanto eu me preparava para eventualmente sair na porrada no caso do Mannequin Maniac, AKA Sr. Armadilha para Turistas, aparecer por lá (já que, nas duas vezes que o avistei nessa mesma área do sebo, o horário era esse mesmo), eu e o Oswaldo fomos verificando as seções de CD, DVD, Blu-ray, as pouquíssimas VHS lá disponíveis - sendo que o Messias está completamente decadente nessa questão já faz algum tempo - e algumas outras coisinhas.

E, na área de artistas nacionais, encontramos algumas coisas bem pitorescas, tipo alguns coloridos sem vergonha e outras coisinhas, culminando em uma banda que, de tão boa e bem-sucedida, encerrou as atividades logo após começar e, para piorar, dois dos seus integrantes se mataram. Sem contar que é um raríssimo - talvez até único - caso de artista nacional que, mesmo com todo o apoio da mídia, não conseguiu chegar a lugar algum. Inclusive, o Oswaldo até já postou no canal dele o vídeo onde tecemos alguns pitacos sobre esse CD e as demais podreiras de pop-rock BR que trombamos lá. O Oswaldo até teve a boa sacada de, na intro do vídeo, mostrar algumas coisinhas que trombamos lá em outras áreas fora CDs. Segue o link:

https://youtu.be/nHJQrIhUFzw

E, também ao verificarmos essa seção nacional, o Oswaldo comentou da vez em que assistiu o festival Zona Punk Girls Tour (2008), que contou com o meu adorado Fake Number tocando junto do Lipstick (que também adoro, apesar de algumas letras e posturas meio feminazi), Killi (que também curto bastante), Mixtape (de quem o Oswaldo já conseguiu comprar CD no próprio Messias, numa vinda anterior dele a SP - já eu nunca trombei nada de Mixtape em lugar algum) e também duas bandas que eu nunca ouvi (mas certamente irei conferir agora): Hyfy e Condessa Safira.

Saindo de lá, fomos em três sebos da área (onde não encontramos nada que vale relatar) para, então, fuçar o Sebo da Liberdade, que eu não visitava fazia tipo meio ano. Lá dentro, totalmente por acaso, o Oswaldo olhou uma fileira de CDs que, entre eles, tinha o único álbum do Agnela. Foi curioso porque eu havia acabado de mencionar minhas buscas por material da banda ali no próprio Messias. Mas, sei lá, esse CD Podia Ser (mesmo nome do único hit delas, cujo single eu possuo desde Dezembro de 2019), por R$ 11, parecia um pouco riscado... Talvez não seja nada, mas sei lá. E algo me diz que, qualquer hora dessas, trombarei esse CD em algum outro sebo, num estado melhor. Já o álbum em si eu acho bem legal, apesar de algumas letras ridículas, tipo aquela do ''Seu Amigo Beija Bem'', que é vergonha alheia total e parece letra de sertanojo universotário. Bem, ainda mais vergonhoso é pensar que, em um post meu de Janeiro de 2020, eu - de tão empolgado em adquirir o single da Podia Ser - cheguei a falar que Agnela era melhor do que Fake Number. Certamente foi a maior besteira que eu já disse em toda a história do meu blog, desde que fiz o meu primeiro post aqui, em Setembro de 2015. (Lembrando que eu não conhecia FKN direito quando disse aquela asneira, e só fui realmente ouvir a banda direito - e passar a curti-la de verdade - em Junho do ano passado.)

Aí fomos em um sebo ali perto onde, até algum tempo atrás, tinha a VHS importada daquele que é um fortíssimo candidato ao posto de filme mais chato e insuportável já cometido na história do cinema mundial: The Element of Crime (que, ao passar dos tempos, recebeu três títulos levemente diferentes no Brasil: O Elemento do Crime, Elemento de um Crime e também Elementos de um Crime), do genial (só que não) Lars ''Nenhuma Obra-Prima'' Hitler. (Sou bem mais o arqui-inimigo dele, o Nicolas Winding Refn, que, por mais que seja ainda mais mala como ser humano, ao menos fez filmes maneiros até a medula, como as obras-primas Medo X e Drive - e os também ótimos Bleeder, Pusher 1 e 2, e Bronson.) Se bem que, por mais que The Element... seja um filme intragável, ao menos tem o apelo de (até onde eu sei) só ter sido lançado oficialmente no Brasil (se é que dá para dizer ''oficialmente'' nesse caso) em um DVD bem vagabundo dos caras de pau da Continental. E ao menos isso daí até que teve duas sequências interessantes: Epidemic (Epidemia) e Europa. (Cacetada, só agora fui me tocar de que os três filmes da tal Trilogia da Europa começam com ''E''...) Dessa forma, por mais que o filme seja horrível, ele pode ser interessante para quem coleciona VHS gringa. Ahh, e, no elenco, ainda tem aquela Me Me Lai, musa dos filmes italianos de canibalismo (O País do Sexo Selvagem, Os Vivos Serão Devorados, O Último Mundo Canibal). Fica a dúvida se o Trier a escolheu por causa desses filmes carcamanos de gente comendo carne humana...

Mas, enfim, dessa vez não tinha nenhuma VHS no recinto e também não tinha nenhum item interessante em alguma outra área. Só tinha mesmo o funcionário Bozominion hardcore tentando encontrar motivos sobrenaturais para, a essa altura do campeonato, continuar apoiando o Mijar Mesquinho Coronaro. É: eis a arte de viver na ilusão e na negação.

Aí saímos de lá e fomos no sebo logo em frente, com vários CDs repetidos e duas pilhas de VHS. Como esse sebo sempre mandou bem mal na questão da VHS, bati o olho muito rapidão e fui ver os CDs.

Nos CDs até tinha o EP da OUTRA banda da Emolândia com ''Romance'' no nome, o Matchbook Romance. Lacrado e por menos de R$ 10. Mas, sei lá, já escutei algumas coisas dessa banda e até mesmo esse EP, e esses caras nunca me chamaram a atenção. (EP esse que possui elementos de screamo, provando que, assim como o ''irmão'' famoso deles, o My Chemical Romance, o Matchbook também começou a carreira investindo nessa pegada meio gritada.) Bem, só sei que sou infinitamente mais MCR do que MBR.

Aí, antes de cairmos fora de lá, decidi dar uma olhada cautelosa naquelas VHS todas (umas 30 só, mais ou menos) e, antes mesmo de encostar nelas, olho na primeira pilha, vendo uma por uma, e reparo algo bastante incomum no final dela. A penúltima fita me deu um susto do caray.

''INOCÊNCIA ULTRAJADA - POLETEL''

Imediatamente pensei: ''CARALHO, QUE PORRA É ESSA??? BORN INNOCENT SAIU SELADO???''

Aquilo me deu um nó na cabeça, me deixando simplesmente confuso. Afinal, já pesquisei pacaray sobre a disponibilidade do filme em home video BR, e nunca havia encontrado nenhum indício de alguma edição oficial dele no mercado brasileiro.

Aí retiro as fitas de cima para poder olhar essa daí com atenção, e então vem o momento WTF: esse Inocência Ultrajada aí não tem porra nenhuma a ver com o homônimo primeiro WIP da Linda Blair - que possui aquela cena totalmente demente e insana com ela, ainda pré-adolescente e apenas um ano após O Exorcista, sendo estuprada por um bando de degeneradas.

Esse Inocência Ultrajada, que também é conhecido como Do Sonho ao Pesadelo, é um filme de 1989 que possui o título original Do You Know the Muffin Man? É um drama sobre pedofilia que aparenta ser um tanto genérico. Mas só assistindo para ter certeza.

E, para piorar tudo de vez, tem um detalhe crucial aqui: dentro do estojo não tinha fita nenhuma. Era só mesmo a capa em um estojo arrebentado.

Já o filme da Linda Blair, que eu saiba, só saiu aqui pirata mesmo. Acho que até já postei o scan do ''Rubinho'' resenhando a fita alternativa dele aqui no 7NEC. E já fiz uma micro-resenha desse filme em algum easter egg por aí. (Por falar nisso, a partir do DadoTorrent de # 50, esses filmes todos terão posts oficiais aqui no blog, e não mais estarão em easter eggs.) É bem superior aos outros WIPs dela, que são mais desleixados e gratuitos - enquanto esse é mais sério na sua crítica e realização.

Assim, não compramos nada também nesse sebo. Mas valeu a pena visitá-lo para descobrir que existe outro filme chamado Inocência Ultrajada aqui no Brasil; e que também lida com personagem menor de idade sendo abusado, porém provavelmente de uma maneira bem menos extrema do que no gang rape da Linda Blair sendo violentada por um desentupidor de privada. (Sim, só tinha diretor retardado e perturbado na década de 70. E, de todos os diretores retardados e perturbados daquela época, os dois mais odiáveis são o casal Lucas-Spielberg, os responsáveis pelo fim da era dourada da Nova Hollywood e por transformar o cinema mainstream em algo completamente repugnante. Bem que o grande William Friedkin tentou salvar a NHW em 1977 com o genial Comboio do Medo, mas o fracasso comercial desse Sorcerer, aliado ao gigantesco estrago causado pela dupla $tarless Whores + Contatos Imediatos do Terceiro Reich, duas das piores desgraças de todos os tempos, destruíram toda possibilidade de esperança.)

Aí fomos em outro sebo muito próximo, onde o Oswaldo até fez a segunda filmagem do dia, das duas fileiras de Laser Discs lá presentes. Nelas haviam dois mini-clássicos da Meg Tilly (A Farsa e aquele Mary & Darli...), um ótimo drama de temática nazi com o Eric Roberts e o George C. Scott (Anjo Decadente) e dois Dire Straits. Imagino que o Oswaldo também mostrará essa filmagem em um vídeo próximo.

E, por falar nisso, saímos de lá para ir em outro sebo, onde mais algumas filmagens seriam feitas. E, nesse ''Nosso Sebo'', aproveitei para olhar mais cautelosamente toda a caixa com fitas de gravações de TV, já que no dia 12 eu tive que passar bem rapidamente por elas. Para o meu deleite, a fita com a gravação do Quando o Striptease Começou (AKA Quem Inventou o Striptease), de 1968, gravado da TV aberta na metade dos anos 80, continuava lá. Se trata de um dos primeiríssimos longas de ficção do já citado Friedkin (The Night They Raided Minsky's no original - aparentemente nunca lançado em home video oficial no Brasil), um dos meus diretores favoritos ever. Dessa vez fiz questão de levá-la comigo, e ela fará companhia as fitas gravadas da TV da dupla de clássicos Parceiros da Noite + Viver e Morrer em Los Angeles (o meu filme policial favorito de todos os tempos, com aquela perseguição absurda de carros - CHUPA, Bullit e CHUPA, Steve McCuntQueer).

Já as demais dessa leva deixarei para comentar melhor no post sobre o dia 12, e também nos comentários adicionais que farei ao vídeo do Oswaldo sobre esse sebo em si. Mas posso adiantar que, depois da minha ida anterior lá, no dia 12, refleti bastante sobre algumas dessas fitas de gravações da TV e até vi e revi alguns filmes, para poder decidir sobre levar ou não alguma(s) dessas fitas assim que eu retornasse ali. Com isso dito, Minsky's foi mesmo minha única aquisição nesse sebo dessa vez.

E é interessante pensar que, se tratando das VHSs desse sebo, eu já garimpei nesse setor com uma porrada de gente diferente, por mais que só faça um ano que eu tenha começado a garimpar fita por lá. Já cacei VHS lá junto do Gabriel Dado (descobrimos essa fonte juntos, num plot twist bastante feliz - já que fomos lá fuçar CDs e, daí, encontramos milhares de fitas no recinto, para a nossa total surpresa), do xará dele, o Gabriel Bigous, e também o Alex, o Gio, o Israel de Guarulhos (que eu também trombei uma vez na finada Discomania da São João - isso mesmo, a Discomania da velha ressuscitada), o Jordão também de Guarulhos, e agora o Oswaldo. E, além desses caras todos, também teve a noite que eu estava lá sozinho e, do nada, surgiu do meu lado uma assombração que eu não via (e nem tinha qualquer tipo de notícia) desde a metade de 2015... Ele tentou puxar assunto, mas fiz questão de o cortar imediatamente. E, se ele tentasse alguma gracinha novamente, aí poderia ser o caso de eu ter que disparar uma ''VHSsada'' certeira na fuça do infeliz, o derrubando escada abaixo. Mas felizmente ele entendeu o recado e caiu fora imediatamente. Vê se tem cabimento uma abominação dessas ressurgir das cinzas e dar as caras no recinto... Bem, como se já não bastassem os estranhos sons constantes de pássaros se debatendo (!) contra as paredes do sebo - isso é, dizem ser pássaros, mas, para mim, está mais para o Demo tentando possuir o sebão.

Enfim, na última Quinta o Oswaldo até cogitou levar a VHS do quarto Karatê Kid, mas acabou desistindo da ideia. Certo ele de pensar várias vezes antes de comprar algum item colecionista, e recusar sempre que possível. Tento ser assim também, já que dinheiro e espaço são coisas bem valiosas.

Aí, quando já havíamos olhado tudo bem cuidadosamente (sendo que gastamos umas duas horas ou - bem - mais dentro desse sebo), o Jordão citado ali atrás reapareceu no sebo. Aí está um caso curioso: tanto eu quanto ele fomos funcionários da nada nostálgica Proguaru e tínhamos um conhecido em comum, o 'Rod Zero'' (também da extinta Proguaru), que estava ciente dos nossos hábitos de colecionar VHS e até comentava de nós um para o outro. Mas, por mais que eu tenha feito plantão em mais de 20 (!) postos diferentes nos meus dias naquela empresa horripilante, eu nunca conheci o Jordão naquela época. Daí, num certo dia do ano passado, o conheci lá nesse sebo e, enquanto conversávamos, descobrimos que já sabíamos um sobre o outro graças ao RZ. Puta coincidência. (E, alguns dias após aquela ocasião na segunda metade do ano passado, o próprio RZ me ligou pela primeira vez desde meados de 2018. Mas, como ele virou um Bozominion crente e xaropeta - pleonasmo - e também obcecado com hipnose, fiz questão de desligar o fone na fuça do infeliz assim que ele se identificou. Afinal, de Bozominion - e crente - toda distância é pouca. E, nas vezes anteriores que falei com ele, sempre acabei me arrependendo no fim das contas, graças aos ideais deturpados desse cidadão. E é mesmo deprimente pensar no quanto condenam o nazismo, mas é amplamente aceitável ser a favor da volta da ditadura militar - algo que, para a realidade do Brasil, é pior do que o nazismo.)

Enfim, após eu comprar a Minsky's gravada da TV aberta, eu e o Oswaldo fomos no famoso ''Sebo do Parkour'', que fecharia bem em breve. Lá dentro, reparei que a seção de Blu-rays foi transferida - não sei porque - para um lugar bem distante do habitual. E lá encontrei o Rebobine por Favor numa edição americana, por R$ 10. R$ 20 na verdade, mas o item em questão estava com 50% de desconto. Óbvio que o comprei, já que é uma comédia bastante simpática que presta uma bela homenagem às videolocadoras numa época - 2008 - que ainda não havia sido contaminada pelo saudosismo hipster e fake motivado por lixos como Super Oito e Stranger Fags.

Ao sair de lá, fizemos uma parada básica na sorveteria para tomar alguns picolés (nossa única alimentação do rolê inteiro, que teve 7H30 de duração).

Aí veio a saideira, que foi o Clube das Fitas, um dos últimos redutos do centro de São Paulo se tratando de loja pornô. Mas não só pornô, já que eles sempre também tiveram o hábito de vender filmes não-pornográficos. Se não for desde sempre, é pelo menos desde 2004, quando comprei lá quatro fitas de ''cinema convencional'' juntas por R$ 10 = A Ilha da Morte, os dois Demons e A Noite das Brincadeiras Mortais - minhas primeiras aquisições ever nesse local.

E, uma vez lá dentro, fiquei bastante indeciso se deveria ou não comprar o DVD do Cry Wolf: O Jogo da Mentira, AKA ''O Slasher do Bon Jovi''. Faz tempo que o vi e ando querendo revê-lo. Outro DVD que me chamou um pouco a atenção, e que também estava lá, foi aquele documentário autorizado da Katy Perry. Até hoje não o assisti, além de ter desperdiçado minha chance de comprá-lo em Blu-ray lacrado por R$ 10, mas parece sim ser interessante ao menos pela(s) parte(s) retratando o grande período dela, que foi a fase ''Katheryn'' Perry, com canções sensacionais como Simple (o único '''''hit''''' dessa fase), a maravilhosa Long Shot (emo total), a pesada Diamonds, a minha favorita dela Cup of Coffee, e outras de forte destaque como The Box, Wish You the Worst, Speed Dialin', etc. Aliás, depois da Miley, a ''Katheryn'' Perry dessa época underground (pós-gospel como ''Katy Hudson'', pré-pop mainstream já como Katy Perry - três épocas distintas usando três nomes diferentes) é a minha coisa favorita em toda a história das cantoras pop ocidentais. Já a fase mainstream dela só teve uma única canção que possui a sonoridade desse período, que é a fodástica Self-Inflicted, do debut mainstream One of the Boys. (E já sobre os discos dela após o Prism... CHUTA QUE É MACUMBA.)

Já o Oswaldo ficou tentado a comprar um Blu-ray pornô, já que eles possuem alguns títulos XXX em BD - obviamente - importado.

Mas, depois de muita dúvida, acabamos indo embora sem comprar absolutamente nada - o que provavelmente deixou os caras do lugar meio cabreiros, e possivelmente estão falando mal da gente até o presente momento.

Bem, é isso, galerinha: 11 sebos visitados nessa ocasião. Aos interessados, recomendo ficar de olho no canal do Oswaldo Potenza no YouTube, já que ele postará mais material em vídeo desse rolê todo. E daí eu farei meus comentários adicionais sobre a experiência toda.

ATÉ.

 




 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O PRIOR NOSSO DE CADA DIA = Memorabílias + Quarteto de Reviews (Dubbed Prey, 1987 + Hell on the Battleground, 1988 + Night Wars, 1988 + Night Claws, 2012) + OSTrivia














 

 

Finalmente, finalmente, FINALMENTE faço essa postagem aqui, depois de tantas promessas e o escambau. Na real, até tinha prometido para mim mesmo que, após o PURE MASSACRE de Teatro de Sangue, esse tinha que ser o próximo post, no matter what. E, por mais tentado que eu fiquei para publicar outras postagens no lugar, como o PARTIAL MASSACRE d'A Cauda do Escorpião (não adianta: quanto mais eu vejo e revejo filmes do Sergio Martino, mais tenho a forte impressão de que, com a exceção do excelente giallo Uma Faca na Escuridão, AKA Lâmina Assassina, AKA O Estranho Vício da Sra. Wardh, esse diretor é superestimado além da conta, se acha demais e possui uma filmografia bastante bagaceira e até vergonhosa), fui me contendo e me segurando... Afinal, o novo post do 7NEC só poderia mesmo ser O PRIOR NOSSO DE CADA DIA.

E um dos motivos para eu ter demorado tanto para publicar isso daqui, é que eu tive que ir vendo e revendo filmes variados, para ter a certeza de que o post ficaria sim bem completinho. Até revi dois filmes de outros diretores (a bagaceira das boas O Vingador Tóxico, da Troma, e a trasheira problemática e não tão boa assim O Monstro do Pântano, do finado '''''mestre''''' Wes Craven), só para verificar ao certo se, numa questão aí, eles podem ser considerados precursores de Deadly Prey, ou então se a minha memória estava me enganando. Afinal, se não for para fazer o negócio direito, é melhor nem fazer nada.

Vamos por partes então.

MATERIAL PROMOCIONAL OITENTISTA

Ano passado eu, literalmente, passei fome durante uma caçada, ao gastar os meus últimos trocados nesse enorme cartaz de Guerrilheiros Noturnos junto do mini-poster de Batalha no Campo do Inferno e os dois lobby cards desse último. Mas valeu a pena deixar de comer pizza (ou qualquer outra coisa, já que não me sobrou nenhum centavo após essas aquisições) para, no lugar, conseguir um material de tão difícil alcance. E é incrível pensar que essas porras passaram nos nossos cinemas. Sensacional. Inclusive, essa Studio Ocidental Filmes do Brasil é a mesma que também exibiu Deadly Prey no nosso circuito comercial.

E é curioso notar que, tanto em Guerrilheiros quanto em Batalha, diz ali que essa Studio Ocidental tinha os direitos desses filmes em película e também vídeo. Ou seja, será que, além das fitas que nós já conhecemos (Guerrilheiros pela Wera's e pela Miosótis, Batalha pela FJ Lucas), essa Studio Ocidental também lançou esses filmes em VHS? Ou será que ela simplesmente autorizou para que essas outras distribuidoras os lançassem? Who the fuck knows.

LASER DISCS

Lock N Load e Center of the Web custaram R$ 10 cada, e foram adquiridos junto do giallo Body Puzzle, do Lamberto Bava, e do problemático slasher Savage Lust, do outrora incrível José Ramon Larraz. Dos quatro filmes, só o último parece nunca ter chegado ao Brasil de alguma forma.

Já Future Zone custou um tequinho a mais, R$ 12, assim como os outros 4 LDs adquiridos nessa leva, em Setembro de 2021: Possessed by the Night, dirigido por Fred Olen Ray e estrelado por Ted Prior, Beach Babes from Beyond, do Dave DeCoteau, Beyond the Call of Duty, do Cirio Santiago, e The Crush, stalker movie com a Alicia Silverstone - é, agora tenho Alicia em VHS, DVD, Blu-ray e até mesmo Laser Disc. E uma parada interessante desses cinco LDs é que, com a exceção do Santiago, esses LDs teriam vindo da coleção pessoal do Rubens Ewald Filho. Ao menos foi o que o carinha do sebo disse. Quer dizer então que, secretamente, o Rubinho cultuava Prior, Ray e DeCoteau, ao ponto de ter Laser Discs dessa turma? Não a toa ele pegou leve com um Prior clássico no antigo guia da Video News, como fica claro em um dos scans enfeitando essa pomposa postagem.

(A lamentar somente o fato de que, em 2013, deixei passar batido o LD de Lost Platoon, que trombei em algum lugar de Sampa. Puta vacilo ter ignorado o LD do único Platoon que realmente vale a pena.)

DUBBED PREY

Trama: Grupo de mercenários comandado pelo coronel Hogan (David Campbell, do cultuado Espantalhos) e pelo magnata Michaelson (Troy Donahue, que, no mesmo ano, esteve na bizarrice The Drifting Classrom, dirigido pelo mesmo japa insano do lendário Hausu) se divertem sequestrando, caçando e matando civis. Até que capturam MIKE DANTON, que foi o melhor soldado do Vietnã. E ainda é - ou pelo menos era lá em 1986, quando rodaram Deadly Prey.

O que dizer de Deadly Prey que ainda não foi dito? O único hit da carreira de Dave A., reunindo os quatro grandes nomes do seu cinema (Ted ''Mike Danton'' Prior, David ''John Hogan'' Campbell, Fritz ''Thornton'' Matthews e William ''Jack Cooper'' Zipp), já foi esmiuçado a exaustão net afora, então não sei se daria para adicionar algo de novo à discussão. Mas veremos o que dá pra fazer.

Recentemente o assisti dublado pela primeira vez na vida, na cópia ripada do SBT disponível no YT com ''excelente qualidade de imagem''. Nessa versão exibida como Danton: Sozinho e Armado pude conferir como certos diálogos foram traduzidos na ''dubragem''.

''Vai morrer, gordão.''

Foi bem inusitado o grito de um dos mercenários na caça inicial ao ''Dead Meat Fat Boy'' interpretado pelo Jack Marino, que já havia produzido filme do Prior no passado. Mas uma pena que, pouco depois disso, o ''aqui não tem videogame'' - de uma versão legendada net afora - não entrou nesse áudio. Seria muito impagável. Outra frase que fez falta foi ''já se foi o disco voador'', presente na mesma citada legenda.

Mas, para compensar, temos momentos que são dignos da Boca do Lixo: ''Vou encher seu traseiro de chumbo.'' Sem contar a parte politicamente incorreta e digna de cancelamento atual, com o Danton falando ''seu lugar é na cozinha'' (''kiss my ass'' no original) para a putinha do Hogan.

Já sobre o filme em si, uma das cenas mais comentadas acontece lá no final: a parte do braço arrancado sendo usado como arma. O David Prior achou que estava fazendo algo inédito no cinema quando, na realidade, uma cena assim já havia ocorrido três anos antes em O Vingador Tóxico. (E é bom lembrar que, no mesmo ano que fez Deadly Prey, Ted Prior também filmou Surfistas Nazistas Devem Morrer com a própria Troma.) Aí, a seguir, temos o escalpo a la Maniac - sendo que, pouco tempo depois, o Maniac em si, Joe Spinell, faria dois filmes com o Deadly Prior: Operação Warzone e Rapid Fire.

Enfim, Deadly Prey é o clássico dos clássicos. Sem dúvidas. Mas ficar somente nele é a mesma coisa que só curtir o hit Born to Be Wild pro resto da vida e não ir atrás do resto da discografia do Steppenwolf.

''Aquele patife foi o melhor soldado que eu já tive no meu comando.''

HELL ON THE BATTLEGROUND

Trama: Um treinamento básico de guerra se torna real quando soldados americanos tem o azar de trombar inimigos doidões em busca de sangue.

''Bet you can't wait to go home.''

''This is home. The final stop.''

Bem, Batalha no Campo do Inferno é um dos filmes que menos curto do Prior. O recomendaria somente aos completistas do diretor, mas jamais a quem estiver dando seus primeiros passos na Priorlândia.

Por mais que ele já comece a milhão, com um tiroteio cabuloso, o seu desenvolvimento é todo piegas, clichê e movido por um dramalhão xaroposo. Tais evidências podem ser conferidas em um diálogo das namoradas dos protagonistas, e também no coronel (William Smith) e suas rimas de poeteiro.

E é interessante que, dessa vez, as referências não são apenas os Rambos e Braddocks e afins, mas também os dramas de guerra, do tipo Oliver Stone e Nascido para Matar.

Ahh, e a cena do reenvio da granada seria repetida em Pelotão Vampiro, durante uma batalha dos humanos bobocas com os vampiros veteranos da guerra. É, acho que o Prior estava orgulhoso mesmo dessa sequência - ou então ele esqueceu que já a havia feito uma vez...

E um detalhe interessante: essa foi a VHS mais mofada que já trombei na vida inteira, no covil da Sra. X. Sem contar que a capa ainda estava recortada. Bem, não teria sido exatamente um bom negócio ter pago de 20 a 30 reais nessa fita, ainda mais com uma vendedora tão problemática.

NIGHT WARS

Trama: Dois veteranos do Vietnã, traumatizados com a guerra, são atormentados - em sonhos e em delírios - por uma espécie de Freddy Krueger made in Nam.

''A Nightmare on Nam Street''

Guerrilheiros Noturnos é simplesmente um dos melhores Prior para mim, uma mistura explosiva e absurda de Rambosploitation com Freddy Krueger. Bem, como Freddy era mais famoso do que Jesus Cristo na época, imitações do personagem e seus filmes seriam mesmo inevitáveis.

Os momentos mais sensacionais de todos, para mim, são com os dois soldados metralhando suas casas enquanto sonham que estão de volta no Vietnã. Destaque também para o final fodedor de mentes e confuso pacaray.

Mas, além dessas sequências mais voltadas pra ação, temos também momentos mais sombrios e focados no terror: a abertura em que um personagem está tentado a cometer suicídio (um dos momentos mais tensos de todo o cinema do Prior), e também a cena que faz referência a primeiríssima morte do primeiro A Hora do Pesadelo.

Provavelmente o meu Prior favorito junto de Deadly Prey - ManKillers vem logo depois, formando o meu TOP 3 pessoal. Enquanto Deadly Prey é o grande Prior de ação, Guerrilheiros é o grande momento do diretor no campo do horror. E Guerrilheiros é tão bom que consegue se destacar mesmo sem nenhum dos astros habituais da AIP no elenco - ou seja, nada de Ted Prior, Fritz Matthews, William Zipp ou David Campbell. (E quer saber? Acho que até gosto mais desse Freddy Krueger do Vietnã aqui do que do Freddy do Wes Craven.)

NIGHT CLAWS

Trama: Cidadezinha americana é assombrada pelo Pé Grande.

Prior recente, filmado pouco antes do diretor morrer em 2015.

O assisti esses dias pela primeira vez na vida, após ler uma entrevista do diretor afirmando que Night Claws ''tem reviravoltas impossíveis de prever''. Realmente, elas são tão nonsense e sem juízo que só daria para prevê-las sendo tão maluco quanto o próprio Dave!

E toda essa pegada de ''caipiras no meio do nada enfrentando criatura do além'' me lembrou muito o clássico da tranqueira O Invasor Galáctico, dirigido por Don Dokken, digo, Don Dohler. Mas pelo menos o Dohler encerrou seu filme com o pé no chão, ao contrário do Prior aqui, oferecendo uma série de ''explicações'' e plot twists dignos de quem passou uma noite inteira enchendo a cabeça de birita e o cu de ácido. Só vendo para crer.

Tais ''twists and turns'' até envolvem a citação de um outro Mike Danton, pertencente a um universo paralelo (WTF), em cena que tenta justificar a ponta do eterno canastrão Frank Stallone.

E, por falar em Danton, o próprio Ted Prior faz um papel um tanto esquentadão e vilanesco aqui, como um completo fucking asshole que participa de uma caminhada na floresta ao lado da esposa e de outros personagens Zé Ruelas. Lá pelas tantas ele cruzará o caminho do caçador vivido por David Campbell, e daí até irá rolar uma menção ao Deadly Prey:

Campbell: ''Percebo que você teve um treinamento especial.''

Ted: ''É, eu aprendi com o melhor.''

Night Claws (aparentemente completamente inédito no Brasil) é nonsense puro, levando os absurdos do estilo Prior de ser até as últimas medidas. Impossível levar isso a sério, principalmente com diálogos tão débeis, situações absurdas, atuações pavorosas (vide a performance do veterano Reb Brown) e os ataques tosquíssimos - com um gore retardado - do carismático Sasquatch local.

Night Claws: uma desgraça amadora e porca recomendada somente para iniciados. Fãs de blockbusters e produções do Oscar irão cometer suicídio ao dar play nessa porra. (Além de Ted Prior, David Campbell, Reb Brown e Frank Stallone, também temos no elenco duas figuras algo habituais desses filmes da fase terminal do Dave A.: Sherrie Rose, que esteve no inacreditavelmente péssimo Mistério no Bairro Chinês, do ''genial'' Sergio Martino, e também a minazinha lá que foi a heroína do Neon Maniacs. Como de costume, estou escrevendo isso tudo aqui em modo offline, e não tenho como confirmar o nome dessa última no momento. Já a Sherrie está em uma das imagens do post, numa foto de bastidores junto do Big Foot em ''pessoa''.)

OST TRIVIA

Venho procurando a ocasião apropriada para entregar essa trivia desde Setembro do ano passado, quando a descobri.

Aê Ivan Ferrari, você certamente se lembra do single Fly on the Wall, da Miley, que você adquiriu em meados de 2018, e trocou comigo em Abril de 2019. Evento esse já descrito nessa postagem aqui:

https://7noites7.blogspot.com/2019/06/role-vhs-featuring-ivan-ferrari-em.html

Pois bem.

E se eu te falar que, duma maneira bastante WHAT THE FUCK, esse single possui uma ligação com a Priorlândia?

Eu não sabia disso naquela época, Abril de 2019, e só fui me tocar dessa porra toda em Setembro de 2021, quando percebi que, puta que pariu, o tal Tim James que compôs músicas para os três primeiros discos da Miley é o MESMO Tim James que compôs música para pelo menos QUINZE FILMES do David A. Prior, PUTA QUE PARIU, WHAT THE FUCK!!!!!

Inacreditável.

Como ''Tim James'' é um nome super comum, JAMAIS havia me passado pela cabeça de que era o mesmo cara, até que, em Setembro de 2021, após adquirir o segundo CD da Tiffany, decidi pesquisar isso a fundo. Afinal, nesse CD da popstar oitentista também existem composições do Tim James. Aí pensei ''cacetada, será que é o mesmo Tim James da Miley?'' Aí vou verificar essa informação e descubro que é sim o mesmo Tim James da Miley e, mais do que isso, esse cara é o mesmo que compôs clássicas canções das trilhas sonoras de Deadly Prey (Never Say Die), Hell on the Battleground (Believe in the Battle), ManKillers (''Freedom! FREEDOM!!!'') e tantos outros Priors. Simplesmente fiquei de queixo caído e não pude acreditar. Caralho, un-fucking-believable: existe uma ligação entre a Miley e um dos três maiores deuses do VHS.

É, finalmente estou compartilhando essa info com o pessoal. Ao menos para mim foi sim uma descoberta inacreditável. E, ao que parece, não tem mais ninguém comentando sobre isso em parte alguma da internet. (Deixo nas imagens do post uma foto de bastidores do clipe da Fly on the Wall, com um monte de marmanjos cercando a Miley. Impagável a cara dos dois negão olhando daquela forma para uma menina de 15 anos de idade, hahahahaha.)

Anyway, eis a relação dos grandes clássicos da Miley que foram co-escritos pelo Tim James:

(álbum 1: Meet Miley Cyrus, 2007)

SEE YOU AGAIN

EAST NORTHUMBERLAND HIGH

GOOD & BROKEN

(...)

(álbum 2: Breakout, 2008)

7 THINGS

FLY ON THE WALL

(...)

(álbum 3: Can't Be Tamed, 2010)

LIBERTY WALK

WHO OWNS MY HEART

CAN'T BE TAMED

(...)

PS: TJ também foi o co-autor de algo das trilhas de Hannah Montana.

E eis a relação dos filmes do Prior que contaram com composições do Tim James na trilha sonora:

1987 = KILLER WORKOUT

1987 = DEADLY PREY

1987 = MANKILLERS

1988 = DEATH CHASE

1988 = NIGHT WARS

1988 = OPERATION WARZONE

1988 = SPACE MUTINY

1988 = HELL ON THE BATTLE GROUND

1989 = RAPID FIRE

1989 = FUTURE FORCE

1990 = LOST PLATOON

1990 = THAT'S ACTION!

1990 = THE FINAL SANCTION

2012 = NIGHT CLAWS

2013 = DEADLIEST PREY

OK, por hoje é tudo. E espero que, nessas minhas caças terminais por VHS, eu ainda encontre alguma preciosidade Prioriana no caminho - alterna de preferência.

E, para quem quiser conferir outras das minhas postagens de Prior, eis os links:

Link KILL ZONE + MANKILLERS + DEATH CHASE

https://7noites7.blogspot.com/2021/05/deadly-prior-no-serenade-no-fire.html

(...)

Link DEADLIEST PREY

https://7noites7.blogspot.com/2015/11/deadliest-prey-2013.html

(...)

Link RELENTLESS JUSTICE

https://7noites7.blogspot.com/2020/08/5-anos-completos-sem-david-prior-fitas.html

Bem, esse foi um post muito ambicioso, que levou um tempão sendo planejado e, daí, mais um tempão sendo escrito. Espero que tirem algum proveito dele.

Até a próxima, cambada.

PS: O Filmow diz que, no Brasil, Killer Workout se chamou Aerobicídio: Massacre na Academia. Que porra de título é esse? Título de cinema? Exibição da TV aberta? Exibição da TV paga? Fita pirata? O quê? Eles bem que poderiam ser mais específicos já que esse, Sledgehammer e o doc da AIP são os únicos Prior pré-2000 dos quais não temos notícias de um lançamento em VHS nacional selada.