segunda-feira, 20 de julho de 2020

7 MONTHS IN BLACK = 7 Meses Completos Afastado do Colecionismo de VHS



Não sei bem como farei esse post. Não faço ideia se ficará bem escrito, organizado, compreensível ou interessante.

Mas vamos lá.

No dia 22 de Novembro de 2019, uma Sexta-Feira, fiz a minha despedida oficial das aquisições de VHS. Para quem perdeu, ou quer reler, eis o post em que relatei a minha bizarra jornada de despedida ao formato:

https://7noites7.blogspot.com/2019/12/o-fim-absoluto-encerrando-as-cacas-de.html

(Portanto, na verdade, estou sim muito próximo de completar OITO meses afastado do colecionismo de VHS...)

Passei o dia seguinte, 23 (aniversário da Miley...), assistindo a Trilogia da Morte, AKA Trilogia do Inferno (Pavor na Cidade dos Zumbis, de 1980 + Terror Nas Trevas, AKA A Casa do Além, AKA As Sete Portas do Inferno, AKA Cidade do Horror?, de 1981 + A Casa dos Mortos-Vivos, AKA A Casa do Cemitério, também de 1981), e imaginando como diabos seria a minha vida agora, pós-VHS...

E, desde então, a única fita VHS que eu adquiri de alguma forma foi o presente gentilmente enviado pelo Mourão, em postagem recentemente reportada aqui no 7NEC (''Misteriosa Fita Enviada pelo General Mourão do VHS'').

Portanto, a minha última fita comprada mesmo por mim (por R$ 4) foi a pancadaria da PM (Pepin / Merhi) intitulada Aposta Mortal / Deadly Bet, estrelada por Charlene Tilton (que já filmou com o mestre David Awesome Prior) e Jeff Wincott, irmão do Michael Wincott - o vilão principal d'O Corvo. (Diria que, naquele dia de despedida, as três melhores fitas que comprei foram Aposta Mortal, o selvagem e alucinado Ozploitation oitentista Jogo Brutal / Fair Game, AKA ''I Spit on Your Last Canguru on the Left'' e a bagaceira gore e ''infantil'' [Tammy & the] T-Rex, estrelada pelos então iniciantes Denise Richards e Paul Walker. Curiosamente, Jogo Brutal foi lançado em Blu-ray lá fora, enquanto T-Rex recebeu uma edição em - pasmem - Blu-ray 4K, cortesia da Vinegar Syndrome. Inclusive, se eu me recordo bem, T-Rex foi o segundo filme de distribuidora indie a ser lançado mundialmente em 4K - sendo que o primeiro foi Suspiria, pela Synapse nos EUA e pela Umbrella na Austrália.)

Já a minha última fita adquirida de alguma forma foi mesmo o mix de horror, sci-fi, comédia e erotismo apresentado em Vampiro das Estrelas / Not of This Earth, fitinha VHS enviada como cortesia pelo General Mourão do VHS.

Ou seja, já faz algum tempo que eu ''pulei fora'' desse meio por tempo indeterminado - e, quem sabe, para sempre.

Mas existe sim uma coisa que poderá me trazer de volta à ''VHSmania'': a aquisição do single Jeans (com o lado B Private), da também atriz Ryoko Hirosue (mais famosa no Ocidente por Wasabi e o Oscarizado A Partida / Partidas). Acontece que, praticamente um ano antes da minha possível ''premonição sobre Premonição'' (em que tive uma visão - ou sei lá o que diabos foi aquela porra - de que a minha missão de vida é conseguir a VHS do clássico giallo de Lucio Fulci; que só através dessa aquisição eu conseguirei concretizar o meu maior desejo-sonho de vida), eu tive uma visão menor, porém também de grande intensidade: que eu precisava, de qualquer forma, conseguir os singles Daisuki! e Jeans / Private da Ryoko, clássicos absolutos do JPop 90. (E tenho que admitir: essas três são, para mim, as únicas grandes canções da Ryoko. Tirando essas três, as canções dela são apenas OK.)

A possível visão de Premonição aconteceu em 28 de Março de 2013, enquanto o ''lance'' da Ryoko ocorreu em 2 de Abril de 2012 - sendo que, de maneira muito menos obsessiva, eu já caçava a dupla Daisuki! / Jeans desde a metade de 2007; quando eu completava um ano e meio do meu colecionismo de JPop 80 e 90 em CDs, LDs e outros formatos, mas principalmente em singles.

E eis que, após muito tempo de caças constantes e incessantes (e achando que eu morreria sem adquirir nada disso), acabei trombando o single Daisuki! por míseros R$ 3, no dia 15 de Janeiro desse ano.

E foi ali que ficou um tanto claro de que, caso eu também consiga Jeans agora, aí poderei voltar a caçar a tão cobiçada VHS Premonição, AKA 7 Notas Fatais, fitinha da Poletel e/ou Vídeo Mídia (e/ou VideoCast, e/ou Look, e/ou ''alternativa'' / ''trepada''...). É só mesmo assim que eu serei capaz de voltar a comprar VHS. No momento, eu só estou autorizado a conseguir VHS através de trocas.

E, mesmo se eu voltar ao colecionismo de VHS um dia, a minha forma de colecionar o formato nunca mais será a mesma do passado: jamais voltarei a comprar VHS nas grandes quantidades de antes, e focarei somente mesmo em coisas um tanto específicas. Mesmo que eu volte ao colecionismo de VHS um dia, simplesmente não serei mais capaz de voltar a adquirir fitas apenas medianas, semi-OK ou apenas OK, só por estarem custando de 50 centavos a R$ 3.

Para tentar ilustrar isso, posso dizer que, das fitas VHS que eu simplesmente trombei por aí nesse ano de 2020 (não que eu estivesse procurando por elas...), só teve duas que eu pegaria se ainda estivesse colecionando as fitinhas: o drama existencialista Padre Nuestro (cujo elenco possui os ''Friedkinianos'' Francisco Rabal e Fernando Rey, além da gostosa Diana ''Fome Animal'' Peñalver), da Mondial, e também Justiceiro a Domicílio / Guilty as Charged, trama de vigilantismo reaça protagonizada por Rod Steiger e lançada aqui pela Europa Carat. Afinal, são duas fitas intrigantes o suficiente, de filmes aparentemente interessantes.

OK.

O que mais posso comentar aqui? Veremos.

Ao mesmo tempo que me sinto bastante aliviado por ter me aposentado do colecionismo de VHS, tem uma parte de mim que, de vez em quanto (ou de vez em nunca...), sente uma certa saudade de ir em lugares físicos atrás de preciosidades de VHS. Dá até para dizer que, se por um lado, eu abandonei o VHS, o VHS em si não me abandonou.

E, caso eu adquira o single Jeans em algum momento da minha vida (como eu consegui Daisuki! em Janeiro desse ano, não me parece mais impossível a ideia de - também - trombar Jeans por aí algum dia), aí sim será a minha hora certa para voltar a colecionar VHS em geral (mesmo que de forma extremamente rígida e minimalista) e a Premonição em particular.

E, caso a Premonição seja mesmo a fita milagrosa que eu espero que seja, a busca por ela se revelará mesmo a coisa mais importante que existe. Mais importante do que ter qualquer tipo de experiência e/ou do que conseguir assistir qualquer show que eu adoraria ver mas que nunca vi. (Mesmo porque, convenhamos, os setlists da Miley sempre foram um tanto fracos - piorando muito mais a partir do Bangerz, e ainda mais na deplorável tour que veio depois. E temos que admitir também que os retornos do My Chemical Romance e do Hey Monday possuem um sabor geral de decadência, e não tem mais aquele frescor de quando eles eram os reis da ''emolândia'' - de quando estavam no auge da criatividade e ainda não haviam lançado atrocidades indefensáveis como, respectivamente, ''Dias de Perigo'' e ''EP de Natal''. E The Vines, por mais que nunca tenha ficado ruim, está longe de ser tão bom quanto foi nos três primeiros discos - que são as obras-primas da banda. (...) Com tudo isso dito, mesmo que eu pudesse ver show desse quarteto com os setlists escolhidos pessoalmente por mim, a concretização da minha visão de Premonição continua sendo algo muito mais essencial na minha vida. Nem mesmo ver todos esses shows, tocando competentemente os meus setlists pessoais, seguidos de noites de sexo alucinante com a Miley e a Cassie do HM, podem sonhar em se comparar com a visão da VHS Premonição que eu tive em 28 de Março de 2013.)

A verdade é que, se a visão que eu tive mais de sete anos atrás com Premonição for real, eu estou 100% disposto a deixar todos os meus outros interesses/desejos/sonhos para trás, para poder concretizar a ''premonição da Premonição'' e, através dela, conseguir alcançar o que eu mais quero no mundo. Será sim algo pelo qual vale a pena viver e até morrer.

Mas, antes, preciso procurar pelo single Jeans em todos os cantos possíveis e impossíveis, esperados e obscuros. Where the hell are you, Ryoko?

''Suddenly I could see into the future.

And saw my victory.

(...)

But was that vision really for real?''

PS: Recentemente descobri que um cidadão aí, um tal de ''Mundo do VHS'' (na realidade, o nosso velho conhecido Rafael ''Cinéfilos e Coleções'' Jader), está usando - obviamente sem autorização - o scan da minha VHS Grunt: Confronto Mortal, para anunciar no Mercado Livre um produto que, ao que tudo indica, é um DVD-R: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-984045577-grunt-confronto-mortal-allan-holzman-_JM Puta que pariu, a picaretagem do Jader desconhece limites. E pensar que ainda tem gente desse nicho que apoia esse sujeito, tipo aquela porra de Cinemagia: A Escória das Videolocadoras de São Paulo, que o agradece nos créditos finais. (Caralho, isso é o equivalente de um documentário sobre Segunda Guerra Mundial agradecendo os japonazis filhos da puta da Unidade 731, ou um doc de música emo agradecendo o pedófilo scumbag do LostProphets.) Bem, uma coisa é certíssima: Rafael Jader e Albino ''Estelionatário Rei'' Albertim merecem 100% de boicote nesse meio do VHS. Vergonha total daqueles que apoiam essa dupla do mal, que só estraga o nefasto Big VHS Brother Brasil. (Se bem que, em comparação ao Albino mal caráter master, o Jader até que não é tão ruim assim. Nem mesmo viados assediadores ou doentes stalkers de apresentadoras de TV conseguem competir em escrotidão com o Albino.)







sexta-feira, 17 de julho de 2020

PARTIAL MASSACRE = Sonâmbulos / Sleepwalkers (1992), Terror Vagabundo com Roteiro Retardado de Stephen King e Direção Apática do Sempre Incompetente Mick Garris



''... o resultado é outro terror mainstream... com situações mal explicadas. Fraco.''

- Guilherme de Martino no Guia de Vídeo: Terror, da Escala, de 1997 ou 1998

Farei aqui ''breves'' considerações sobre o filmeco em questão.

Terror vagabundo lançado em VHS no Brasil pela LK-Tel em parceria da 20-20 Vision, Sonâmbulos acaba sendo mais uma frustrante adaptação de Stephen King (na realidade, foi um roteiro inédito dele, escrito diretamente para o cinema), com a sempre problemática direção de Mick Garris, um sujeito que, até hoje, nunca conseguiu acertar - A Dança da Morte e o remake d'O Iluminado são provas bem claras disso. (Se bem que Garris conseguiu se ''superar'' na primeira temporada de ''Mestres'' do Terror, ao dirigir o incrivelmente péssimo Chocolate, estrelado por Henry Thomas, um dos pivetes chatos do anti-clássico ET: O Extra-Cretino, de Steven Is Pig. Thomas esse, aliás, que já havia sido porcamente dirigido por Garris no deplorável Psicose 4: A Revelação - uma atrocidade que queimou tanto o filme da saga de Norman Bates, que nem tiveram a coragem de seguir adiante com a franquia depois daquela desgraça.)

Pois bem.

A trama de Sonâmbulos retrata a personagem da linda porém péssima Madchen Amick (do seriado Twin Peaks, e de filmes altamente questionáveis como A Morte Veste Vermelho e Amar, Trair e Roubar), uma garota que se envolve com um fucking asshole (vivido por Brian Krause, sujeito que talvez não seja muito amigável na vida real também - afinal de contas, o ator estava preso na época em que Sonâmbulos teve sua estreia nos EUA) e a mãe desse (Alice Krige, MILF master que, aqui, estava mais comestível do que a própria Amick). Os personagens de Krause e Krige são criaturas bizarras, humano-felinas, que se alimentam da energia de seres humanos. Possuem alergia extrema de gatos, e tacarão o terror nessa cidadezinha americana. A única esperança virá através dos bichanos locais, já que os humanos em si não apresentam nenhuma ameaça à dupla de monstrengos from hell.

Krause e Krige mandam bem (principalmente Krige), mas, com a inexpressiva Amick no papel principal, já estava bem claro desde o início que o filme não iria longe. Afinal, Amick é daquelas atrizes tipo Alicia Silverstone, minas sem talento nenhum que deram certo só pela beleza.

E, por falar em más atuações e afins, sabe quem faz uma ponta não creditada logo na primeira cena da bagaça? Nosso querido (?) Mark Hamill, o Lilkunt Scumwanker em pessoa, que aqui fez uma pausa nas suas sessões de masturbação anal via sabre de luz, para fazer uma ponta não creditada nessa bagaça, no papel de um gambé. Vale recordar que, nessa mesma época, Hamill ainda passou a dublar o CU-ringa no seriado animado As Desventuras de Batmerda e Robiba, sobre o casal gay mais famoso da Defective Cunts. Que carreira brilhante... Só que não. (Se bem que Hamill merece um desconto por já ter falado mal do $tar War$ original e do scumbag mór em pessoa, o dublê de cineasta George Lickass.)

Surgem então os créditos iniciais, e, a seguir, seremos apresentados ao trio Amick-Krause-Krige, além de alguns outros infelizes.

E aí terei que admitir que, apesar da lamentável atuação de Amick e do RI-DÍ-CU-LO efeito de CGI durante a perseguição de carro, Sonâmbulos até que consegue prender a nossa atenção, através do trio principal e da sua trama...

Até que tudo cai aos pedaços, no exato instante em que o personagem de Krause (Charles) revela a sua verdadeira faceta à personagem da Amick (Tanya Robertson - homenagem à Tanya Roberts?), e toda a esperança vai pra casa do caralho, com situações corriqueiras e incoerentes, além de uma fracassada tentativa de se fazer um humor ''campy-gory''.

Admito que, lá na segunda metade do filme, nos seus últimos 37-38 minutos de duração, fica extremamente difícil, e frustrante, assistir o negócio. É difícil até ficar acordado, tamanho o porre - o que transforma o título ''Sonâmbulos'' em uma verdade e tanto.

O que é simplesmente deprimente, já que, lá na primeira metade do ''bicho'', o filme possui sim cenas interessantes, como a visita da Tanya à casa dos vilões incestuosos.

Bem, com Mick Garris na direção, what the fuck did you expect, motherfucker? É óbvio que seria só uma questão de tempo para tudo ir pro saco, e a qualidade do negócio cair ladeira abaixo. Anotem minhas palavras: Garris morrerá sem ter feito um único filme bom.

De resto, vale citar algumas coisas curiosas-interessantes no elenco, como as participações especiais do próprio King, além de Clive Barker, Joe Dante, John Landis e o finado Tobe Hooper. Além dessas pontas, temos dois atores de grandes filmes da década de 1980: Jim Haynie, do seriamente obscuro road-movie surrealista Comando Out / Desvio Mortal / Fúria Terrorista (Out, AKA Deadly Drifter, de 1982), e Glenn Shadix, da cultuada farsa de humor negríssimo Atração Mortal (Heathers, de 1988). Enquanto Haynie faz um tira, Shadix parece interpretar o mesmíssimo personagem que fez em Heathers. É sério: apesar de ter feito um padre em Heathers, e um professor aqui, a impressão que passa é a de que ele está fazendo o exato mesmo personagem em Sonâmbulos, sem diferença alguma.

Ahh, e quase me esqueci, também temos no elenco uma pequena participação do geralmente carismático Ron Perlman (muito antes de viver o Hellboiola - filminho de HQ de cu é rola), que, logo em seguida, atuaria no mórbido thriller policial When the Bough Breaks (O Silêncio Mortal em VHS, Assassinatos Macabros em DVD), já analisado pelo Titio Marcio aqui no 7 Noites em Claro.

Anyway...

De qualquer forma, para quem curte o filme, vale informar que o mesmo está disponível em um ótimo Blu-ray nos EUA, pela geralmente primorosa Scream Factory. Com uma transfer competente e tantos extras apetitosos, essa edição poderá ser interessante para os completistas de Stephen King - ou, então, para os pervertidos de plantão, que se divertirão vendo as gostosas Madchen Amick e Alice Krige em alta definição.

É isso por enquanto. Tentarei fazer um novo post aqui amanhã. Mas não garanto nada.

PS: Ainda pior foi um canal decadente aí do Your Toba, que, em um vídeo sobre os supostamente melhores filmes de terror feitos em 1992, colocou Sonâmbulos e também o fraquíssimo Cemitério Maldito 2 (com direção de Mary Lambert, que possui uma extensa carreira de filmes e clipes de baixa qualidade). Como alguém bem observou nos comentários desse mesmo vídeo, o YouTuber em questão só pode mesmo estar nos trollando. Mesmo porque ele deixou de fora o excelente The Resurrected (O Filho das Trevas / Renascido das Trevas) dessa lista.

PS II: Se um cavaleiro Jerk-Dork fizesse uma ponta em um filme meu, eu também faria questão de deixá-lo não creditado na produção. A grande verdade é que, se você já participou de algum Starless Whores na vida, de alguma forma, você deveria ser boicotado dentro da indústria cinematográfica forevermore. Quem ajudou a matar o cinema não merece uma segunda chance.


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Misteriosa Fita Enviada pelo General Mourão do VHS






Graças a umas presepadas da Net (''o mundo é dos nets''), uma habilidosa fornecedora de dores de cabeça variadas, fiquei dias a fio sem nenhuma conexão online (após ter tido uma péssima conexão de Sábado 27 a Terça 30), e só hoje, Quarta 8, pude voltar ao mundo internético.

OK então. Explicações dadas, vamos ao post em si.

Na Segunda passada, dia 29 de Junho, o Mourão me enviou uma VHS misteriosa de cortesia. Fita essa que chegou aqui na Quinta 2, e que eu abri na Sexta 3.

''Titio Marcio, por que você só abriu o pacote um dia após o seu recebimento?''

Pois bem. Só abri o pacote no dia seguinte, já que foi só no dia seguinte que foi possível fazer algo que eu planejava desde o exato momento em que o Mourão me falou sobre o envio dessa fitinha: gravar um vídeo unboxing abordando essa VHS.

E foi o que eu fiz. Na noitinha da Sexta passada eu liguei a câmera do meu tablet, e, pela primeira vez real, me lancei nesse projeto de fazer um vídeo para, futuramente, postá-lo no YT.

Assim sendo, apertei o REC e fui para a frente da câmera, munido de três guias de vídeo que poderiam servir para um eventual complemento e ajuda (Guia de Vídeo Nova Cultural 1992, VideoBook 1998 e Guia de Vídeo: Terror, da Escala, de 1997 ou 1998). Foi uma proposta bem interessante e espontânea, além de uma experiência enriquecedora, já que eu não fazia a MENOR IDEIA de que fita se escondia ali dentro do enigmático pacote enviado pelo General Mourão do VHS - responsável pelo Canal do Mourão, no YouTube, e pelo blog VHS Mania (ex-Casa do VHS).

Gravação iniciada: chegou a hora de abrir o pacote, me imaginando o que diabos estaria ali dentro.

Ao começar o unboxing, vi que a parte superior da fita dizia ''Contrato de Risco: dublado'', o que me levou a pensar que se trataria do Tarantinesco Two Days in the Valley, um filme bem mais ou menos lá da metade dos anos 90.

Mas, ao completar o unboxing, vi que a fita em si era sim muito, muito mais interessante do que uma tentativa mediana de lucrar em cima do sucesso a la rockstar que o nosso querido (?) queixudo imbecil conseguiu com Cães de Aluguel e Pulp ''Fic''.

A fita misteriosa enviada para mim pelo Mourão se trata de nada mais, nada menos do que o mix de sci-fi e horror VAMPIRO DAS ESTRELAS / NOT OF THIS EARTH (Jim Wynorski, 1988), a estreia da Traci Lords no cinema ''sério'', após participar de dezenas e mais dezenas de filmes pornôs entre 1984 e 1987.

No vídeo, comentei então que sabia se tratar de um remake de filme do Roger Corman, mas que nunca havia assistido nem essa versão e nem a versão original. (Foi só ao terminar a gravação que fui pesquisar e me lembrei de duas coisas: eu tenho sim um DVD-R do filme do Corman, O Emissário de Outro Mundo, de 1957, além de também ter a VHS selada do seu OUTRO remake, O Extraterrestre, de 1995, com direção de Terence Winkless e estrelado por Michael York. Como não consegui localizar a VHS do filme dos anos 90, separei as duas primeiras versões para fazer uma dobradinha, algum tempo depois da filmagem desse vídeo unboxing.)

Aí, como eu jamais havia assistido o filme do Wynorski ou o do Corman, preferi passar o resto do vídeo falando sobre os poucos filmes que assisti do Wynorski na vida (já abordado por aqui no post sobre o seu Chopping Mall, lançado no Brasil em VHS ''alternativa''), e chutando que o seu Not of this Earth provavelmente seria melhor do que o original do superestimado e injustamente endeusado Corman - cujo único grande filme talvez seja O Intruso / The Intruder, drama estrelado pelo William ''Capitonto Kirk'' Shatner, no papel de um Bozominion dos anos 60.

Citei ali as únicas outras VHS do Wynorski que possuo (o 'actioner' Tensão Máxima, o terror Morella: O Espírito Satânico e a bagaceira pretensamente infantil Meu Amigo Munchie - que, se me recordo bem, já começa com esse Gremlin dos pobres todo pimpão explodindo uma escola, hahahahaha), e a fase pós-pornô da Traci Lords, além de citar rapidamente a passagem dela pela música, onde o destaque absoluto vai para o dueto com os Manic Street Preachers na magnífica canção Little Baby Nothing, a minha favorita da banda galesa.

Terminei a parte sobre a Traci imaginando qual seria o grande filme convencional dela. Talvez seja mesmo o sangrento slasher Skinner: O Maníaco, com o Ted Raimi (o irmão com cara de retardado do Sam Raimi) no papel-título. Ou talvez seja aquele tal de Excision, muito elogiado pela galera - mas que eu nunca assisti.

E, entre comentários livres e digressões, posso dizer que malhei os seguintes sujeitos nesse vídeo:

George ''Lickass'' Lucas
John Waters
Quentin Tarantino
Robert Rodriguez
Roger Corman
Sam ''Vendido'' Raimi
Steven ''Is Pig'' Spielberg

Aí, após 45 minutos de gravação (!), me levantei para dar stop no vídeo e levei um susto: o tablet havia sido desligado sozinho, WTF?! Fuçando no bagulho, descobri que o bicho só gravou os primeiros 3 minutos e 44 segundos de vídeo, quando eu ainda estava fazendo a apresentação do mesmo, e nem havia aberto o pacote. Me fodi então, e perdi 41 minutos de vídeo. Continuo até agora sem saber por que o negócio não foi gravado na íntegra.

NOT OF THIS EARTH X2 (1988 + 1957)

Farei agora os meus comentários gerais sobre a dobradinha que fiz dos dois filmes. Antes de mais nada, vamos às cotações:

N.O.T.E. 1957 / O Emissário de Outro Mundo, de Roger Corman: ** (2 de 5 / regular)

N.O.T.E. 1988 / Vampiro das Estrelas, de Jim Wynorski: *** 1/2 (3.5 de 5 / bem bom)

Como já era esperado, a versão do Wynorski é mesmo muito melhor e mais divertida do que o frustrante filme de Corman.

Traci estrela como a enfermeira que servirá de assistente a um alienígena-vampiro (Arthur Roberts aqui, e Paul Birch no original - Birch esse que saiu na mão com Corman durante as filmagens), que aterrizou na Terra para tocar o terror e fazer o máximo possível de vítimas. Já na versão de 1957, a enfermeira é interpretada por Beverly Garland, uma espécie de Marilyn Monroe das pobres.

Como era de se esperar, o filme de Wynorski é repleto de mulher pelada, enquanto o de 1957 não tem nada disso. Aliás, no filme de 1988, Wynorski troca alguns personagens masculinos do original por mulheres: o trio de mendigos vira um trio de prostitutas, e o ''japa'' (um chinês, na realidade) também é trocado por uma gostosa qualquer.

E é, inclusive, através dessa maior participação feminina da versão de 1988, que somos brindados com duas sequências ótimas que NÃO EXISTEM no filme de 1957:

1) A alienígena-vampira vivida por Rebecca Perle, ao ser solta nas ruas terráqueas, é abordada por um bando de delinquentes (um deles usando uma improvável camiseta da banda japonesa de metal farofa Loudness - cujo maior apelo mainstream no Ocidente foi ter aberto pro Motley Crue alguns anos antes da realização desse filme). Sem vacilar, ela trucida os infelizes sem dó.

2) Muito possivelmente a MELHOR cena já filmada pelo geralmente toscão Jim Wynorski em toda a vida. Se trata de uma EXCELENTE e sombria sequência onde essa mesma ''slasher chick'' persegue uma vítima, com uma resolução na melhor linha giallo 70. Fiquei chocado com o inesperado talento demonstrado por Wynorski nessa cena. Essa cena, sozinha, coloca o filme inteiro do Corman no chinelo - e prova que o filme de 1988 se sai muito melhor no horror do que na ficção científica.

Outra coisa sensacional na versão de 1988 é a introdução, com o casal safadinho tomando no cu, e os créditos iniciais, em que vemos uma colagem com trechos gore retirados de filmes variados produzidos por Corman. São outras duas coisas que inexistem no filme de 1957 - que, apesar de bem mais curto (somente uma hora e sete minutos de duração), dá a impressão de ser bem mais longo do que o filme de 1988.

E as sequências noturnas finais do remake também são bem mais empolgantes que as do filme original.

Após a conclusão do negócio, aparece escrito na tela que as legendas foram revisadas pelo saudoso (?) Rubinho Ewald Filho, o ''Sr. Eu Vi Mais Filmes do Que Você'' em pessoa.

Para encurtar tudo, posso dizer que achei a versão do Wynorski muito, muito mais divertida que a do Corman. Wynorski parece realmente gostar desse tipo de cinema, ao contrário do Corman, um cara que só se importa com grana desde sempre, e quer mais que a arte cinematográfica se foda. Assim, vejo muito mais sinceridade e qualidade no Wynorski do que no Corman - cuja única obra-prima parece mesmo ser o inusitado e já citado O Intruso, com o canastrão do Star Treko no papel principal, um supremacista fucking asshole ainda mais detestável do que o namorado do Spockunt que ele viveu durante décadas no incrivelmente entediante seriado sci-fi Jorrada nas Tuas Tetas.

E uma curiosidade: apesar de Vampiro das Estrelas ser o primeiro filme não-XXX da Traci Lords, esse NÃO é o primeiro filme de vampiros dela! No clássico de sexo explícito Amor à Primeira Mordida / Lust in the Fast Lane, ela faz uma humana que acaba se juntando a uma seita secreta de vampiros pervertidos, viciados em orgias e em swing!!! (Bem, acho que spoiler de filme pornô não pega tão mal assim, né?)

Bem, por hoje é tudo, cambada.

Valeu pela fita, Mourão. E, com ela, aumentei a minha Traci-teca e também a minha Wynorski-teca.







 

PURE MASSACRE = Os Olhos de Laura Mars, Palhaçada Escrita por John 'Altos e Baixos' Carpenter e Dirigida pelo Babaca Irvin 'O Império Corno Ataca' Kershner (Carpenter Plagiou Lucio Fulci 3X em 1978?)





Já aviso de antemão: o ''gênio'' John Carpenter será questionado e até mesmo ofendido nesse post aqui. Caso vocês não sejam capazes de aguentar tamanha heresia (?), é melhor não seguir adiante.

OK.

Recentemente assisti Os Olhos de Laura Mars (AKA Pesadelos Fatais) pela segunda vez na vida, sendo que só o havia conferido na Rede TV (TV Terror?), lá na virada dos anos 90 para 2000.

E essa sessão me deixou simplesmente entediado, desanimado e revoltado. Mais ainda quando lembrei da vez em que o nada saudoso Rubens Ewald Filho chamou a obra-prima Premonição / Sete Notas Fatais (The Psychic / Seven Notes in Black, 1977, do maestro Lucio Fulci) de plágio de Laura Mars - que, inclusive, veio um ano depois, em 1978. Vai tomar no cu, Rubinho desinformado do caralho. Como ousa falar que um clássico giallo do mestre Fulci é imitação de uma baboseira feita pelo mesmo imbecil que fez Starless Whores: The Empire Strokes Bad e também um dos filmes do 007, o agente secreto mais vexatório do Planeta Terra?

Caralho, nem sei por onde começar a massacrar essa idiotice de ''giallo americano'' dirigido pelo nulo Irvin Kershner e roteirizado pelo Sr. Altos e Baixos em pessoa, o John Carpenter? (História ''original'' de Carpenter, com roteiro dele e um outro infeliz.)

Aliás, Laura Mars serve como lembrete do quanto Halloween: A Noite do Terror foi o único acerto de Carpenter em 1978. Afinal de contas, Os Olhos de Laura Mars / Eyes of Laura Mars e o telefilme Alguém Me Vigia / Someone Is Watching Me! (dirigido pelo próprio João Carpinteiro) são ruins de doer, tentativas para lá de vergonhosas de se fazer giallo na terra do Tio Sam.

Puta que pariu, é foda. Caralho, uma chupação mal feita de Premonição dessas dirigida pelo mesmo imbecil que faria um $tar War$ e um James Bunda. Inacreditável o nível de mediocridade aqui apresentado. É tanta presepada revoltante, que fica difícil manter o profissionalismo nesse texto aqui, sem mandar Kershner e o próprio Carpenter tomar no olho do cu. Portanto, não se espantem se eu deixar essa postagem meio fora de ordem, OK?

Pois bem.

Devo reconhecer que o frustrante thriller Os Olhos do Cu de Laura Mars (cujo roteiro foi rejeitado pelo grande Lindsay ''If....'' Anderson, que, sabiamente, o achou ridículo - e é mesmo) até que possui alguns nomes de peso no elenco: Tommy Lee Jones, Brad Dourif e Raul Julia. Mas eles não são o suficiente para salvar esse patético suspense setentista encabeçado pela insípida Faye Dunaway e o chatérrimo ator que faz o seu assistente e fiel escudeiro - um cidadão aí que possui um nome francês, e que eu nunca havia visto mais gordo. Portanto, do que adianta ter três atores talentosos no seu elenco, se a protagonista chupa bolas de macaco, e ainda é geralmente acompanhada por um mala bobalhão? Essa dupla arrasta e muito a produção desse ''cult'' metido a besta e enfadonho.

No fim, sabe o que é a melhor coisa d'Os Zóios de Lerda Mór? A ótima canção Prisoner, tema do filme, interpretada por Barbra Streisand. É a única coisa de forte qualidade do filme. De resto... Percam as esperanças ao dar play nessa cópia vagabunda de Premonição.

BÔNUS: Teria John Carpenter Plagiado Lucio Fulci Três Vezes em 1978???

Como já comentei acima, Laura Mars pode muito bem ser visto como um plágio de Premonição. Premonição estreou em Agosto de 1977, e Laura Mars um ano depois, em Agosto de 1978. A sinopse básica dos dois filmes é a mesma: protagonista feminina (Jennifer O'Neill no filme de Fulci, Faye Dunaway na palhaçada da dupla Irvin ''Chewbabacca'' Kershner / John ''Moribundo'' Carpenter) tem premonições de assassinatos que não consegue interromper, e pode ser a próxima vítima do misterioso serial-killer.

Mas Laura Mars não possui a classe, a direção magistral, as sequências brilhantes, as mortes icônicas e nem o aspecto atemporal e hipnótico do filme dirigido pelo eterno pessimista Fulci. Além disso, tirando a já citada Prisoner, a trilha de Laura Mars não pode nem sonhar em chegar aos pés da belíssima trilha sonora minimalista que o trio Fabio Frizzi, Vincent Tempera e Franco Bixio juntou forças para criar em Premonição. Trilha essa que só não foi a melhor de 1977 por um pequenino detalhe: também em 77 o Goblin fez sua música para Suspiria, nada mais, nada menos do que a melhor e mais eficiente trilha sonora para um filme de horror em toda a história mundial do gênero.

E por falar nas trilhas de Fulci e Argento...

Já se falou muito do quanto Carpenter chupou as trilhas sonoras de Prelúdio para Matar e Suspiria em Halloween, mas quer saber? A meu ver, a trilha de Halloween é muito mais parecida com a de Premonição do que dos dois melhores Argento. Podem ver que os temas extremamente minimalistas e ''trance-induced'' de ambos Halloween (1978) e Premonição (1977) possuem um estilo muito, muito parecido.

E não para por aí.

Tem uma cena, lá para o fim de Halloween, em que nos deparamos com o cadáver de Judith Myers, de uma maneira muito parecida com uma cena inicial do primeiro ensaio ''giallístico'' de Lucio Fulci: o interessantíssimo e incomum Uma Sobre a Outra, de 1969. Lembro que, ao ver esse Fulci pela primeira vez, disse para mim mesmo: ''CARALHO, ISSO PARECE MUITO AQUELA CENA DO HALLOWEEN.'' Com a diferença de que Halloween só veio nove anos depois; e, em 1969, Carpenter era apenas um cinéfilo maconheiro que nem imaginava se tornar um diretor famoso um dia.

Assim sendo, me pergunto se Carpenter teria sim plagiado Fulci três vezes. Até já sonhei que eu estava perguntando isso tudo pro Carpenter. Afinal, todos sabemos o quanto ele é fã assumido de Bava e Argento - mas, por outro lado, nunca consegui achar nenhuma citação dele ao Fulci.

VEREDITO:

A impressão que passa é a de que Carpenter estava ''giallous'' da alta qualidade dos gialli de Fulci, Argento, Bava, Martino, Lenzi e outros, e que essa inveja toda o envolveu nessas três tentativas de se fazer giallo nos EUA em 1978: Halloween, Alguém Me Vigia e Laura Mars. Acertou em cheio no excelentíssimo Halloween, mas pisou feio demais na bola, e caiu de fuça no chão com os outros dois filmes aqui citados - chatos pra caralho.

Portanto, um êxito e duas falhas para Carpenter tentando criar um ''giallogo'' com os italianos no finalzinho da década de 1970.

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E
A
S
T
E
R

E
G
G

Revelarei aqui, então, o final de ambos Laura Mars e Premonição:

S
P
O
I
L
E
R
S

T
E
R
M
I
N
A
I
S

Em Premonição, o assassino é o marido da protagonista. Em Laura Mars, é o namorado da protagonista. Até nisso Laura Mars chupou Premonição, PQP. A diferença é a conclusão pessimista de Premonição, com a nossa querida J. O'Neill se fodendo e tomando no cu. Já no filme americano eles não tiveram coragem de matar a estrela da bagaça.

(E quer saber? Se tratando de remakes americanos picaretas de obras do Fulci, eu sou bem mais o Killer Workout do David Awesome Prior, uma chupação descarada de Murder Rock / Nova York: Cidade Violenta. Nesse caso, Killer Workout talvez até seja mais divertido do que Murder Rock - indiscutivelmente o pior dos 7 Giallos in Black dirigidos por Fulci.)


 

PURE MASSACRE / REACT TIME = Minuto Indie Desfilando Asneiras Sobre as Minhas Duas Bandas Favoritas de Rock: My Chemical Romance e The Vines





THE WINNING DAYS ARE GONE INDEED.

Faço aqui um invocado react PURE MASSACRE a esse problemático e infeliz canal do Your Toba, intitulado ''Minuto Indie'' - mas que também aborda gente tipo Black-Eyed Peas e Harry Styles (ex-One Direction e ex-comedor da Taylor Swift), coisas que de indie não tem nada.

Pois bem: o maluquinho desse canal, tempos atrás, fez dois vídeos que serão abordados nesse post do 7NEC, o blog que vocês amam odiar:

O QUE ACONTECEU COM MY CHEMICAL ROMANCE?

THE VINES É COVER DE NIRVANA?

Além dos títulos bem click bait, os dois vídeos em questão possuem muitos outros problemas, como comentarei aqui.

* VÍDEO DO MCR

Em menos de um minutinho de vídeo, já temos problemas diversos com essa porra, que já começa falando que MCR é ''um dos pioneiros do emo''. Puta que pariu...

Em primeiro lugar: a sonoridade do MCR não tinha nada a ver com o que estava rolando no emo mainstream dos anos 2000, portanto terá uma discussão eterna se MCR é ou não algum tipo de emo.

Em segundo lugar: MCR não tem nada de precursor de qualquer tipo de vertente da ''emolândia'', já que Gerard Way e comparsas debutaram no ano de 2002 - ou seja, mais de uma década e meia após o surgimento dos verdadeiros pioneiros do emocore (Embrace, Rites of Spring e companhia limitada).

E, ainda antes mesmo da marca do um minuto, o módafóca do Minuto Indie diz que o MCR possui quatro álbuns de estúdio, revelando que ele não realmente conhece MCR e fez esse vídeo se baseando no Wikipedia. Sim, oficialmente o MCR tem mesmo quatro discos full-length, MAS tem um detalhe: existe um outro álbum, Conventional Weapons (ainda contando com o baterista neonazista, racista, homofóbico e bully Bob Bryar nas baquetas - mas lançado bem depois desse doente mental xaropeta e psicótico ter sido chutado do grupo), que, por ser - quase - tão frustrante e broxante quanto o seriamente patético Danger Days (que todos os verdadeiros fãs de MCR sabem muito bem que NÃO DEVERIA EXISTIR), teve suas faixas divididas em singles diversos, ao invés de receber um lançamento como disco completo - de estúdio mesmo. Assim, o CW nem é citado nesse vídeo para lá de meia-boca.

Inacreditável pra caralho: em apenas 30 segundos de vídeo, o cara do Minuto Indie já cometeu três presepadas nível hard - chamou o MCR de precursor do emo, tratou o Conventional Weapons como se não existisse e deixou claro que o título do vídeo é um click bait, e será sobre curiosidades e não sobre o paradeiro da banda; que ainda não havia voltado à ativa na época.

E as atrocidades não param por aí, já que as curiosidades em questão são as mais óbvias possíveis, que qualquer fã Zé Ruela da banda tá cansado de saber: Bryar tomando no cu ao se queimar durante as filmagens do clipe de Famous Last Words (praga do piromaníaco Matt Pelissier, o batera original da banda, que gostava de colocar fogo nas coisas?), a origem do nome da banda e outras ''curiosidades'' que qualquer idiota está cansado de saber.

E, mesmo nesse campo das trivias batidas, o sujeito consegue pisar na bola ainda mais.

Ao falar do affair ''Frerard'' da coisa, ele comete a presepada de dizer que tudo isso começou em 2007, sendo que o vocalista Gerard Way e o guitarrista Frank Iero já vinham se pegando anos antes disso.

E, ao comentar sobre o single Teenagers, o apresentador aí diz ''o lançamento na hora... poderia ser muito mal interpretado'' e também ''mesmo que a música [Teenagers] não apoie diretamente a violência''. Bem... Teenagers é daquelas canções um tanto ambíguas, mas com uma agressividade latente, a la Nine Inch Nails (Big Man with a Gun e outras) e London After Midnight (Feeling Fascist e outras). E é para ser totalmente sincero? Para mim, Teenagers não deixa dúvidas de se tratar de uma canção sobre assassinato de bullies, na melhor linha dos clássicos absolutos do gênero, como as maravilhosas Bastard e Knock'em Dead, Kid, ambas do Motley Crue pré-chupação de bolas de macaco.

Enfim...

Esse vídeo é a amostra do que ocorre quando alguém - que não é fã do assunto ali abordado - se mete a fazer um vídeo supostamente perito de um certo assunto; o baseando todo em uma pesquisa superficial de internet. E precisava citar aquele LIXO de The Umbrella Academy no vídeo?

* VÍDEO DO THE VINES

Mais um ponto baixo do Minuto Indie - como era de se esperar. Bem, por onde começar aqui?

Antes mesmo da marca do um minuto, o carinha ali passa três informações equivocadas:

9 segundos: Diz que, além do som Nirvanesco, The Vines possui ''influência do rock clássico setentista.'' Rock clássico setentista? Tem certeza disso? Estaria mais para o rock clássico da década anterior, dos Beatles e dos Beach Boys, como mostrou em canções como Candy Daze e Don't Listen to the Radio, respectivamente - entre outras.

24 segundos: ''Com grandes hits.'' Hum, quais são os grandes hits do The Vines além de Get Free? Temos que admitir a cruel realidade das coisas: The Vines é, sem nenhum demérito, one-hit wonder. Afinal de contas, Outtathaway! e Ride, apesar de terem tido lá uma certa rotatividade na MTV da época, não foram hits.

44 segundos: ''O Highly Evolved vendeu milhões de cópias.'' OK, mundialmente, o HE pode sim ter vendido mais de um milhão de cópias. Mas acho muito, muito difícil ele ter chegado na marca dos 2 milhões. É algo altamente questionável.

Mais tarde no vídeo, a tela mostra o Winning Days com o ano de 2003, e o Future Primitive (cujo título lembra Sepultura e até mesmo Soulfly...) com o ano de 2010. Na verdade, WD é de 2004, e FP de 2011.

Outra coisa vergonhosa do vídeo foi citar o RIDÍCULO filme This Cunt Pilgrim Against the World como influência para o fraco clipe da não tão boa Gimme Love. Não dava para apontar coisas mais interessantes desse disco no lugar disso? Como, por exemplo, citar a genialidade da Black Dragon, certamente uma das músicas mais pesadonas da banda?

Outra coisa frustrante foi, ao falar de White Shadows, não citar o ''cover de si mesmo'', com aquela frustrante versão que o ''Creg'' (aí tudo bem - o cara não tem a obrigação de falar inglês corretamente e pronunciar o nome do cara da maneira certa) fez da obscura Give Up, Give Out, Give In, um B-Side do próprio The Vines.

Mas, de todos os vacilos apresentados no vídeo, o que mais me revoltou foi que, ao falar da obra-prima Vision Valley (o melhor disco da banda?), o carinha ali só citou uma canção do álbum: Take Me Back. Fui obrigado, então, a deixar o seguinte comentário nesse vídeo:

''Take Me Back, sério? OK, cada um é cada um, mas essa é, tipo, a pior faixa do VV junto de Going Gone. Até acho estranho demais esse vídeo aí só citar uma faixa do VV, e justo essa daqui. Será que o maluquinho do vídeo ouviu o disco na íntegra? PQP, esse álbum possui oito clássicos absolutos do The Vines: os 4 singles mais Futuretarted, Candy Daze, Fuck Yeh e a absolutamente fantástica Nothin's Comin' - talvez a melhor música da história da banda. Não consigo imaginar alguém ouvindo o VV na íntegra e escolhendo a apenas OK - ou nem isso - Take Me Back como a faixa do disco para ser citada.''

E esse nem é o único problema. O cara, ao falar do VV, disse algo do tipo ''... mas o álbum também possui baladas como Take Me Back''. A forma como ele disse isso deu a entender de que o fato de ter uma balada em VV é algo inesperado, inusitado e impressionante. O que não faz SENTIDO NENHUM, já que os dois primeiros discos também tinham baladas, como as maravilhosas Homesick (onde Craig Nicholls deixa subentendido o seu carinho pela sua terra natal, a Austrália, além do quanto acha tours e viagens de avião coisas desgastantes), Mary Jane (uma canção um tanto ambígua, que pode ser sobre o quanto Crazy Nicholls gosta de fumar o cigarrinho do Bob Marley - tema esse levado às últimas consequências em Dope Train / ''Trem da Maconha'') e a profética Winning Days, que previu a decadência comercial da banda a partir do segundo disco, também chamado WD.

E teve ainda uma outra coisa que me deixou extremamente puto, desanimado e até triste: lembrar que, quando eu fiz no Facebook, em 2019, uma longa análise detalhada do Vision Valley, o resenhando faixa a faixa, e até comentando entrevistas variadas do Craig em todas as suas fases, a minha postagem em questão obteve zero feedback: nenhum comentário, nenhum like, nenhuma divulgação e nenhuma repercussão. Aí um infeliz desses do Minuto Indie desfila uma série de baboseiras sobre The Vines em geral, e, nesse caso, especificamente sobre o VV, e consegue um bom feedback - milhares de views e dezenas de comentários. Isso me deixou com uma sensação bastante triste, desesperadora e depressiva, tendo a impressão de que eu, aparentemente, estou fadado mesmo ao obscurantismo eterno, por mais que me dedique a fazer um trabalho sério sem ganhar um mísero centavo por isso.

Anyway, choradeiras a parte (''seu emo do caralho''), esses vídeos do Minuto Indie sobre MCR e The Vines foram problemáticos ao extremo, para dizer o mínimo. Informações erradas assim geram confusão e equívocos variados.

Shame on you, Minuto Indie.

TRIVIA: O Régis Tadeu já chamou esse carinha aí do Minuto Indie de ''paspalho''. Bem, diga o que quiser do arrogante Régis, mas, pelo menos, ele manja sim de música e faz vídeos competentes e caprichados - o oposto do Minuto Indie, portanto. E, por mais que o Régis possa ser intragável como pessoa, ao menos ele faz um ÓTIMO trabalho na série ''Aposto Que Você Não Sabe'' - essa sim uma riquíssima demonstração de curiosidades sobre bandas de rock, geralmente revelando coisas das quais só os fãs verdadeiramente HARDCORE estão ligados.