THE WINNING DAYS ARE GONE INDEED.
Faço aqui um invocado react PURE MASSACRE a esse problemático e infeliz canal do Your Toba, intitulado ''Minuto Indie'' - mas que também aborda gente tipo Black-Eyed Peas e Harry Styles (ex-One Direction e ex-comedor da Taylor Swift), coisas que de indie não tem nada.
Pois bem: o maluquinho desse canal, tempos atrás, fez dois vídeos que serão abordados nesse post do 7NEC, o blog que vocês amam odiar:
O QUE ACONTECEU COM MY CHEMICAL ROMANCE?
THE VINES É COVER DE NIRVANA?
Além dos títulos bem click bait, os dois vídeos em questão possuem muitos outros problemas, como comentarei aqui.
* VÍDEO DO MCR
Em menos de um minutinho de vídeo, já temos problemas diversos com essa porra, que já começa falando que MCR é ''um dos pioneiros do emo''. Puta que pariu...
Em primeiro lugar: a sonoridade do MCR não tinha nada a ver com o que estava rolando no emo mainstream dos anos 2000, portanto terá uma discussão eterna se MCR é ou não algum tipo de emo.
Em segundo lugar: MCR não tem nada de precursor de qualquer tipo de vertente da ''emolândia'', já que Gerard Way e comparsas debutaram no ano de 2002 - ou seja, mais de uma década e meia após o surgimento dos verdadeiros pioneiros do emocore (Embrace, Rites of Spring e companhia limitada).
E, ainda antes mesmo da marca do um minuto, o módafóca do Minuto Indie diz que o MCR possui quatro álbuns de estúdio, revelando que ele não realmente conhece MCR e fez esse vídeo se baseando no Wikipedia. Sim, oficialmente o MCR tem mesmo quatro discos full-length, MAS tem um detalhe: existe um outro álbum, Conventional Weapons (ainda contando com o baterista neonazista, racista, homofóbico e bully Bob Bryar nas baquetas - mas lançado bem depois desse doente mental xaropeta e psicótico ter sido chutado do grupo), que, por ser - quase - tão frustrante e broxante quanto o seriamente patético Danger Days (que todos os verdadeiros fãs de MCR sabem muito bem que NÃO DEVERIA EXISTIR), teve suas faixas divididas em singles diversos, ao invés de receber um lançamento como disco completo - de estúdio mesmo. Assim, o CW nem é citado nesse vídeo para lá de meia-boca.
Inacreditável pra caralho: em apenas 30 segundos de vídeo, o cara do Minuto Indie já cometeu três presepadas nível hard - chamou o MCR de precursor do emo, tratou o Conventional Weapons como se não existisse e deixou claro que o título do vídeo é um click bait, e será sobre curiosidades e não sobre o paradeiro da banda; que ainda não havia voltado à ativa na época.
E as atrocidades não param por aí, já que as curiosidades em questão são as mais óbvias possíveis, que qualquer fã Zé Ruela da banda tá cansado de saber: Bryar tomando no cu ao se queimar durante as filmagens do clipe de Famous Last Words (praga do piromaníaco Matt Pelissier, o batera original da banda, que gostava de colocar fogo nas coisas?), a origem do nome da banda e outras ''curiosidades'' que qualquer idiota está cansado de saber.
E, mesmo nesse campo das trivias batidas, o sujeito consegue pisar na bola ainda mais.
Ao falar do affair ''Frerard'' da coisa, ele comete a presepada de dizer que tudo isso começou em 2007, sendo que o vocalista Gerard Way e o guitarrista Frank Iero já vinham se pegando anos antes disso.
E, ao comentar sobre o single Teenagers, o apresentador aí diz ''o lançamento na hora... poderia ser muito mal interpretado'' e também ''mesmo que a música [Teenagers] não apoie diretamente a violência''. Bem... Teenagers é daquelas canções um tanto ambíguas, mas com uma agressividade latente, a la Nine Inch Nails (Big Man with a Gun e outras) e London After Midnight (Feeling Fascist e outras). E é para ser totalmente sincero? Para mim, Teenagers não deixa dúvidas de se tratar de uma canção sobre assassinato de bullies, na melhor linha dos clássicos absolutos do gênero, como as maravilhosas Bastard e Knock'em Dead, Kid, ambas do Motley Crue pré-chupação de bolas de macaco.
Enfim...
Esse vídeo é a amostra do que ocorre quando alguém - que não é fã do assunto ali abordado - se mete a fazer um vídeo supostamente perito de um certo assunto; o baseando todo em uma pesquisa superficial de internet. E precisava citar aquele LIXO de The Umbrella Academy no vídeo?
* VÍDEO DO THE VINES
Mais um ponto baixo do Minuto Indie - como era de se esperar. Bem, por onde começar aqui?
Antes mesmo da marca do um minuto, o carinha ali passa três informações equivocadas:
9 segundos: Diz que, além do som Nirvanesco, The Vines possui ''influência do rock clássico setentista.'' Rock clássico setentista? Tem certeza disso? Estaria mais para o rock clássico da década anterior, dos Beatles e dos Beach Boys, como mostrou em canções como Candy Daze e Don't Listen to the Radio, respectivamente - entre outras.
24 segundos: ''Com grandes hits.'' Hum, quais são os grandes hits do The Vines além de Get Free? Temos que admitir a cruel realidade das coisas: The Vines é, sem nenhum demérito, one-hit wonder. Afinal de contas, Outtathaway! e Ride, apesar de terem tido lá uma certa rotatividade na MTV da época, não foram hits.
44 segundos: ''O Highly Evolved vendeu milhões de cópias.'' OK, mundialmente, o HE pode sim ter vendido mais de um milhão de cópias. Mas acho muito, muito difícil ele ter chegado na marca dos 2 milhões. É algo altamente questionável.
Mais tarde no vídeo, a tela mostra o Winning Days com o ano de 2003, e o Future Primitive (cujo título lembra Sepultura e até mesmo Soulfly...) com o ano de 2010. Na verdade, WD é de 2004, e FP de 2011.
Outra coisa vergonhosa do vídeo foi citar o RIDÍCULO filme This Cunt Pilgrim Against the World como influência para o fraco clipe da não tão boa Gimme Love. Não dava para apontar coisas mais interessantes desse disco no lugar disso? Como, por exemplo, citar a genialidade da Black Dragon, certamente uma das músicas mais pesadonas da banda?
Outra coisa frustrante foi, ao falar de White Shadows, não citar o ''cover de si mesmo'', com aquela frustrante versão que o ''Creg'' (aí tudo bem - o cara não tem a obrigação de falar inglês corretamente e pronunciar o nome do cara da maneira certa) fez da obscura Give Up, Give Out, Give In, um B-Side do próprio The Vines.
Mas, de todos os vacilos apresentados no vídeo, o que mais me revoltou foi que, ao falar da obra-prima Vision Valley (o melhor disco da banda?), o carinha ali só citou uma canção do álbum: Take Me Back. Fui obrigado, então, a deixar o seguinte comentário nesse vídeo:
''Take Me Back, sério? OK, cada um é cada um, mas essa é, tipo, a pior faixa do VV junto de Going Gone. Até acho estranho demais esse vídeo aí só citar uma faixa do VV, e justo essa daqui. Será que o maluquinho do vídeo ouviu o disco na íntegra? PQP, esse álbum possui oito clássicos absolutos do The Vines: os 4 singles mais Futuretarted, Candy Daze, Fuck Yeh e a absolutamente fantástica Nothin's Comin' - talvez a melhor música da história da banda. Não consigo imaginar alguém ouvindo o VV na íntegra e escolhendo a apenas OK - ou nem isso - Take Me Back como a faixa do disco para ser citada.''
E esse nem é o único problema. O cara, ao falar do VV, disse algo do tipo ''... mas o álbum também possui baladas como Take Me Back''. A forma como ele disse isso deu a entender de que o fato de ter uma balada em VV é algo inesperado, inusitado e impressionante. O que não faz SENTIDO NENHUM, já que os dois primeiros discos também tinham baladas, como as maravilhosas Homesick (onde Craig Nicholls deixa subentendido o seu carinho pela sua terra natal, a Austrália, além do quanto acha tours e viagens de avião coisas desgastantes), Mary Jane (uma canção um tanto ambígua, que pode ser sobre o quanto Crazy Nicholls gosta de fumar o cigarrinho do Bob Marley - tema esse levado às últimas consequências em Dope Train / ''Trem da Maconha'') e a profética Winning Days, que previu a decadência comercial da banda a partir do segundo disco, também chamado WD.
E teve ainda uma outra coisa que me deixou extremamente puto, desanimado e até triste: lembrar que, quando eu fiz no Facebook, em 2019, uma longa análise detalhada do Vision Valley, o resenhando faixa a faixa, e até comentando entrevistas variadas do Craig em todas as suas fases, a minha postagem em questão obteve zero feedback: nenhum comentário, nenhum like, nenhuma divulgação e nenhuma repercussão. Aí um infeliz desses do Minuto Indie desfila uma série de baboseiras sobre The Vines em geral, e, nesse caso, especificamente sobre o VV, e consegue um bom feedback - milhares de views e dezenas de comentários. Isso me deixou com uma sensação bastante triste, desesperadora e depressiva, tendo a impressão de que eu, aparentemente, estou fadado mesmo ao obscurantismo eterno, por mais que me dedique a fazer um trabalho sério sem ganhar um mísero centavo por isso.
Anyway, choradeiras a parte (''seu emo do caralho''), esses vídeos do Minuto Indie sobre MCR e The Vines foram problemáticos ao extremo, para dizer o mínimo. Informações erradas assim geram confusão e equívocos variados.
Shame on you, Minuto Indie.
TRIVIA: O Régis Tadeu já chamou esse carinha aí do Minuto Indie de ''paspalho''. Bem, diga o que quiser do arrogante Régis, mas, pelo menos, ele manja sim de música e faz vídeos competentes e caprichados - o oposto do Minuto Indie, portanto. E, por mais que o Régis possa ser intragável como pessoa, ao menos ele faz um ÓTIMO trabalho na série ''Aposto Que Você Não Sabe'' - essa sim uma riquíssima demonstração de curiosidades sobre bandas de rock, geralmente revelando coisas das quais só os fãs verdadeiramente HARDCORE estão ligados.
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