sexta-feira, 15 de julho de 2016

Cine Spektro: SPOILERS sobre Massacre no Colegial (1976)

''Este filme é a perfeita alegoria da vida escolar, e da vida em geral.''


De Rene Daalder, o mesmo realizador do sci-fi delirante Population One (cuja única nota em português que já encontrei na vida é a do scan ali, no final do post; scan retirado de uma Espantomania de 1986), do também sci-fi Habitat (único filme do diretor disponível no Brasil em home video?) e do documentário ''2 em 1'' - documentário dentro de documentário - Os Terrestres (que passou na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo), vem este Massacre at Central High, obra fortemente anárquica conhecida no Brasil como Massacre no Colegial, título com o qual foi exibida na TV aberta. Nomes cultuados como Andrew Stevens, Robert Carradine e Kimberly Beck integram o elenco deste mini-clássico setentista (mas quem brilha mesmo é o herói / vilão Derrel Maury), recém-lançado em Blu-ray nos EUA pela prezada Synapse.

Antecipando o icônico Atração Mortal / Heathers (que chupa sua conclusão descaradamente; fãs do cult oitentista tem a obrigação de checar Massacre no Colegial) e atrocidades nipônicas como Blue Spring e episódios de franquias do tipo Angel Guts e All Night Long, Massacre no Colegial é pura insanidade: após os bullies de uma escola serem exterminados, o herói libertador, responsável por tal revolução, se torna um psicopata ainda mais sádico do que tais bullies! Enquanto isso, os ex-oprimidos do colégio pegam gosto pelo bullying, e o antigo líder dos bullies (o único sobrevivente de sua trupe) vira uma espécie de herói!!!

E dá-lhe explosões e assassinatos disfarçados de mortes acidentais, neste clássico a frente de seu tempo. Fortemente recomendado, Massacre no Colegial também possui a curiosidade de ter sido elogiado por críticos geralmente avessos a filmes do tipo, como Leonard Maltin e Roger Ebert.




PS: Fuçando o IMDB, descobri que, inicialmente, Mark ''Luke Scumwalker'' Hamill havia sido cogitado para interpretar o anti-herói David! Isso, um ano antes do primeiro (ou quarto, sei lá) $tar War$. Outra trivia bizarra é que, na Itália, Massacre at Central High foi lançado com o título Sexy Jeans, com enxertos pornográficos inseridos na película! Ainda sobre outros títulos dados a produção, MACH foi filmado com o nome de Incident at Foxdale High, já que Daalder imaginou que o ''Massacre'' do nome poderia trazer problemas às filmagens.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

A Premonição da Versátil











https://www.youtube.com/watch?v=rGj_6-UDkVI


Revelação bombástica: Premonição (já disponível em Blu-ray lá fora, diga-se de passagem) será lançado em DVD mês que vem pela Versátil, como parte do box Giallo III. Isso é bom? Isso é ruim? Isso tirará um pouco do brilho da VHS?

É uma notícia tão desconcertante que... Nem sei como reagir a ela. Geralmente, quando um filme disponível somente em VHS (e que representa uma VHS clássica) sai em DVD, acaba tirando um pouco da qualidade da VHS (da unanimidade do formato), mesmo que numa quantia minúscula. As únicas exceções seriam casos do tipo Terror nas Trevas (que, em VHS, vinha com o áudio em inglês - que, nesse caso, acho bem melhor que a trilha em idioma italiano; o único áudio do DVD), Vício Frenético (que no VHS está com a trilha sonora original, que é proibida de circular nas cópias em DVD e Blu-ray) e Pelo Amor e pela Morte - mesmo caso do Terror nas Trevas.

A VHS de Premonição (AKA 7 Notas Fatais) é a VHS mais clássica (e rara) de todas as VHS clássicas, e agora não poderemos mais dizer que o filme só foi lançado por aqui no saudoso formato. (Quer dizer, como ainda não chegamos em Agosto, então posso continuar dizendo isso por mais um tempinho.) Sei que a série Giallo é magistral, e espero que ela continue até o fim dos tempos, mas... É tudo muito estranho. Estranho demais. Quando o terceiro volume estiver disponível, será tão bizarro ver um lançamento brasileiro em DVD do giallo de 1977, dirigido por Lucio Fulci e estrelado por Jennifer O'Neill, que não saberei como reagir a tal situação.

Será que, ao adquirir tal box, parte da magia da busca pela VHS será quebrada? Ou pior: será que tal magia se voltará contra mim? Ou então: será que o ato de comprar tal box fará com que eu nunca conseguirei localizar a VHS do filme?

Ou não é nada disso, e o Giallo III servirá como um back-up de luxo para a eventual aquisição da VHS?

Queria ter essas respostas.

É tudo muito esquisito e inusitado, e me encontro perdido e sem saber como lidar com esse acontecimento. (Mas, já que irão lançar Premonição em DVD, bem que poderiam incluir uma das duas capas clássicas do giallo na capa do box, não?)

Assim sendo, terei que correr contra o tempo e tentar localizar a fitinha da Poletel (?) do giallo setentista antes da chegada de Agosto.

No mais...

Como já disse na postagem sobre os lançamentos da Versátil de Junho / Julho, pretendo sim adquirir A Arte de Jacques Rivette, que peca apenas por não incluir Divertimento no pacote. Obras-Primas do Terror 5 pretendo pegar numa eventual promoção (apesar de já ter os 6 filmes da coleção de uma forma ou de outra), e o mesmo pode ser dito sobre o Blu-ray Cronenberg Essencial; no qual não pagaria 70 reais ou mais, nem mesmo na edição limitada.

Já sobre o restante de Agosto...

Os lançamentos do Carl T. Dreyer despertaram interesse. Quem sabe numa eventual promoção, né?

Enquanto isso, digo que não deverei adquirir o box Cinema Policial porque os dois principais títulos da caixa (Caçador de Morte, que, SUPOSTAMENTE, também se chamou Caçados de Morte e Caçador Mortal por essas terras, mais Profissão Ladrão, AKA Ruas de Violência) eu já possuo em cópias satisfatórias o suficiente: o primeiro na VHS da VTI, e o segundo no DVD importado (é bizarro: a capa é do DVD francês, mas dentro está o DVD alemão!!!), que possui legendas em várias línguas, inclusive português e inglês. Pegaria essas duas fortes influências de Drive em Blu-ray, aí sim - sei que o filme do Michael Mann existe no formato pela Criterion, mas teria que pesquisar sobre a disponibilidade ou não do clássico de Walter Hill em BD.

PS: Saudade de vídeos mais longos da Versátil, com 20 minutos ou mais. Como diz o personagem do Stellan Skarsgard em Ninfomaníaca, ''long is good''.

Voltando a Premonição e revelando a origem do nome do blog...

Falar sobre outros assuntos não esconde o fato de que continuo atordoado com o anúncio de Premonição em DVD no Brasil.

Memórias diversas me vieram a cabeça: as primeiras buscas que realmente fiz pela fita (as primeiras que contam de verdade), no ano de 2013, as diversas outras VHS da Jennifer O'Neill que fui trombando ao passar dos anos (mas deixando passar, já que tenho uma regra de não pegar outras fitinhas dela; regra essa quebrada com a primeira aquisição desse ano: O Inocente, da Videocast + Vídeo Mídia), os meus primeiros contatos com a obra de Lucio Fulci (e, simultaneamente, também com Mario Bava, Dario Argento, Lamberto Bava e Michele Soavi), no finalzinho dos anos 1990...

Falando em primeiros contatos com Fulci (com a Trilogia do Inferno e Os Quatro do Apocalipse / Os Quatro Pistoleiros do Apocalipse), sou remetido ao longínquo ano de 1998.

Eu já era vidrado por cinema desde sempre, tendo as minhas primeiras experiências de forte destaque no comecinho dos anos 90. Mas foi naquele ano que me tornei, digamos que oficialmente, um cinéfilo doente e obsessivo. E foi também quando ganhei o guia de vídeo da Nova Cultural de 1990, que foi o meu primeiro guia de vídeo.

Na época estava pesquisando, pela primeira vez, sobre os mestres italianos de horror, dos quais também estava lendo a respeito na Psico Vídeo e nas primeiras Fangorias com que tive contato. Os meses se passaram até que, entre todo o ano de 1999, fui rastreando e alugando seus filmes em VHS. (Só fui ter mesmo uma VHS do Fulci aos 16 anos, no começo de 2002, quando comprei Terror nas Trevas por míseros R$ 2.50 no finado Sebo Nova Floresta.) Mesmo quase uma década e meia antes de me tornar, conscientemente, um obsessivo die hard do cinema feito pelo mestre Fulci, eu já gostava (bem) mais dele do que dos outros italianos, e, enquanto fuçava o guia da NC em todas as seções (andava com o guia para todos os lados; alguns meses depois o trocaria pelo famoso e lendário guia de terror da Escala, que certamente iniciou muitos fãs brasileiros de horror no campo das artes aterrorizantes), ia percebendo como Fulci era versátil, tendo dirigido filmes em gêneros díspares, como a comédia e o western.

Já na parte de suspense estava um tal Premonição.

O sonho a seguir esteve perdido no meu subconsciente durante quase toda a sua existência, tendo sido relembrado só recentemente.

Em algum momento da minha pré-adolescência, seja 1998 ou 1999 (portanto, entre os meus 12 e 14 anos), cheguei a sonhar que via uma imagem, que não sei se era a capa da VHS ou what the hell, mas que era assim: uma mulher alta de costas, em plena noite, olhando para uma janela que parecia ser a entrada para a mais profunda escuridão - darker than dark. (O prédio em si, pelo que lembro, era um arranha-céu infinito.) Aí aparecia o título em italiano do filme, mas na grafia errada, como estava no guia da NC: Sette ''Notti'' in Nero ao invés de Sette ''Note'' in Nero. E, embaixo ou em parenteses, estava escrito:

7 Noites em Claro


PS: Spektro, um dos seus filmes favoritos aparecerá aqui ainda essa semana. Tente adivinhar qual será.