sexta-feira, 10 de março de 2017

A RECAÍDA DO SÉCULO: Aquisições em VHS de Fevereiro de 2017 + Review de Closet Land (Parte I: As Melhores)

Post dedicado ao Spektro, pelo apoio geral.

Antes de mais nada, já começo pedindo desculpa por incluir um DVD junto do primeiro scan ali. É o único DVD que adquiri esse ano, e só o incluí na postagem pelo link com a VHS em questão, A Loja dos Horrores. Tal DVD é uma edição bacana, autografada pelo carinha do Mystery Science Theater 3000, e ainda veio lacrado. Custou apenas 5 reais e, como se trata de um filme que, com certeza, não quero ter em Blu-ray (já disse inúmeras vezes que não sou um grande fã de Roger Corman), foi uma aquisição OK, que até fez sentido pegar. E o mais interessante é que o DVD apareceu no meu caminho exatamente um dia depois de adquirir a fitinha da VTI em caixinha de papelão na íntegra.

Retrato de um Assassino e A Presa são fitas que consegui recuperar, sendo que já tinha a primeira no relançamento pela Look em parceria com a PlayArte e a Video Company. Já O Professor do Crime (o Breaking Bad dos anos 80) eu tinha com a capa desenhada, e nem fazia ideia de que havia outro lançamento do filme. E é a primeira vez que consegui fita da Tevelândia e da Power.

Se tivesse que destacar uma das minhas 120 aquisições em VHS de Fevereiro como sendo a mais significativa, em termos de raridade e valor do filme em si e seu tipo (e também do seu realizador), provavelmente diria O Rebelde ou The New York Ripper...

Digo, O Rebelde ou Elo de Sangue. Capinha picareta pacaray, hehehe.

Mas, julgando exclusivamente pela qualidade cinematográfica das mais de 100 fitas, e só podendo escolher um único filme, provavelmente destacaria o obscuro Closet Land, lançado aqui sem tradução mesmo pela Lloyds (selo responsável pelo belo Segredos do Passado, com a Meg Tilly, uma das minhas VHS favoritas). Fazia algo mais de um ano que procurava tal fita, desde que vi seu trailer em alguma fitinha da Lloyds - provavelmente Segredos do Passado.

Horrível e detestável (no ''bom'' sentido) por um lado, poético e pacifista por outro, Closet Land entra no meu TOP pessoal dos filmes mais perturbadores que já assisti, sendo uma espécie de precursor - mais voltado ao horror psicológico e aos ''drug movies'' - dos ''Torture Porn'' e dos ''New French Extremity''. Mas, obviamente, é muito melhor do que lixos como The Bunny Game, August Underground, American Guinea Pig (não que a franquia dos japs seja lá essas coisas também) e o suprassumo da babaquice Eli Roth. Uma excelente película com atuações extremamente dedicadas dos seus dois únicos atores: Madeleine Stowe (do frustrante A Chave do Enigma) e Alan Rickman (do genial Ilha do Medo / Dark Harbor - não confundir com a tralha do Scorsese).

A ''Terra do Armário'' (ou ''Armáriolândia'') do título original se refere ao universo de fantasia em que nos vemos obrigados a se trancar para fingir não morarmos em um mundo absolutamente inabitável e irrecuperável, em que a única possível saída é não ter filhos e torcer pelo fim absoluto da humanidade. Terra do Armário é também o nome do trabalho em produção da personagem de Stowe, uma escritora de livros infantis que é capturada e torturada pelo agente da repressão vivido por Rickman, por suspeita de fazer propaganda contra o sistema sob o disfarce de história para crianças.

O ativismo político da produção não é nada óbvio, e sim recheado de ambiguidade, mistérios e toques surrealistas. Mas bizarrice por bizarrice, o mais estranho é mesmo o envolvimento do geralmente inútil Ron Howard (o irmão mainstream do adorável freak Clint Howard) na produção de Closet Land. Bem, agora não posso mais dizer que essa tranqueira de cineasta nunca fez nada de bom em sua carreira.

Closet Land, recomendadíssimo pelo 7 Noites em Claro. Não se deixe enganar pela sua capa nada chamativa: se trata de uma obra inesquecível e única, que precisa ser conhecida. Um filme obrigatório, com o qual estou profundamente apaixonado.

PS: Reparem nas fotos de bastidores que incluíram na contracapa do filme. Curioso.









































2 comentários:

  1. Não precisa me agradecer. infelizmente recaidas do colecionismo todos nós temos de vez em quando , eu por exemplo falo para mim não vou comprar nenhuma fita VHS .. e hora outra e cruzo com uma fita por ai e a compro, domingo agora comprei na feira do rolo perto aqui de casa o filme uma comedia romantica da ArgoFilms e distribuido pela á Mega Video junto com á Look Video" My Chauffeur - Minha Doce Motorista - com: Sam Jones e Deborah Foreman ".. dane-se quando gente que uma alguma á gente corre atras ,fazer o que colecionador é assim ,dificil segurar o vicio,ótimo post e boas fotos scanneadas de sua adquirições em VHS.Um Abraço de Spektro 72.

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  2. Falando em Deborah Foreman, tem uma VHS dela que nunca trombei: Loucos Muito Loucos. Também é uma comédia romântica, mas surrealista. O tal My Chauffeur: Minha Doce Motorista desconheço. É bom? Apesar de não curtir essa linha de filme, admito que as coisas desse gênero feitas antes dos anos 90 podem, muito bem, ser interessantes o suficiente para justificar a aquisição no saudoso VHS.

    Agora, sobre recair...

    Existem ex-drogados, mas será que existem ex-colecionadores?

    Talvez seja verdade de que não é possível se afastar em definitivo do colecionismo, mas, volta e meia, é melhor passar uns tempos distante para poder refletir e verificar se estamos no caminho certo. Muito em breve me afastarei novamente do colecionismo, daí tentarei passar meses distante do ato de comprar qualquer coisa referente ao universo colecionístico. O meu recorde até o momento foi de seis meses completos, mas buscarei quebrá-lo ainda esse ano, começando a abstinência assim que esse mês terminar.

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