quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Retrospectiva Indiana Jones Parte I


Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981)

AKA Os Caçadores da Arca Perdida

(Raiders of the Lost Ark)


Cotação: PÉSSIMO


RESISTÊNCIA A DOR = FILME NÃO RECOMENDADO PARA MAIORES DE 10 ANOS


É provavelmente a única vez em que dei PÉSSIMO pra um filme e, mesmo assim, senti que estava sendo generoso com ele.


Não tinha uma sessão de cinema tão dolorosa desde 2014, quando revi Starless Whores Episódio 4: No Hope e conferi a horrorosa produção nigeriana Herança Mortal, o primeiro (de acordo com o IMDB) dos mais de 80 (!!!) trabalhos dirigidos pelo tal Andy Amenechi. O cinema seria um lugar melhor sem as atribuições dos senhores Amenechi, Spielberg e Lucas - mas ei, pelo menos ninguém nunca ouviu falar de Amenechi, enquanto os outros dois incompetentes são tidos como gênios (???) mundialmente desde a década de 1970.


Sobre Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981), a primeira das quatro lastimáveis aventuras de Indiana Jones no cinema, devo dizer que é complicado traduzir duas horas de dor e tédio em palavras. Mas vamos lá.


É difícil ter mais de 10/11 anos e pegar leve com essas coisas fantasiosas e malditas desprovidas de inteligência. Há ainda a trilha sonora de John Williams, ajudando a empurrar uma sensação geral de nostalgia fácil, que é insuportável. Ou seja, a marca de Steven ''Peter Pan'' Spielberg (aliada a outros paspalhos envolvidos na produção, como o Mestre do Ridículo George Lucas, e os não menos incapazes Lawrence ''Grand Canyon'' Kasdan e James ''Vivos'' Marshall - só diretor ruim, portanto) está presente em cada mínimo detalhe de Os Caçadores: absolutamente cada instante da desgraça é contaminado por uma infantilização geral, que parece chamar o espectador de otário por perder tempo irrecuperável assistindo tamanha baboseira. Temos lutas dignas de cartoons, e árabes torcendo pelo ''Indy'', além do mesmo caminhando livremente por territórios dominados pelos nazistas - que, inclusive, nunca aproveitam as chances de despachar ''nosso'' arqueólogo fucking asshole e mal caráter, mas, ao mesmo tempo, bem-intencionado. Exceto a falsa transgressão e tentativa fracassada de ambiguidade depositadas em Jones, tudo em Os Caçadores é reduzido a caricatura. E tais sequências, tão porcamente concebidas, só seriam rivalizadas pelo Rambo junto do Rambo Jr. desviando dos tiros dos soviéticos, na busca pelo Richard Crenna, em Rambo 3.


O mais triste é ver, no elenco, atores que vinham de coisas sensacionais. Temos Paul Freeman, vindo do impressionante Alucinações do Mal; Karen Allen, vindo do excelente Parceiros da Noite; e Denholm Elliott, vindo do magistral Enxofre e Melaço. Todos queimando o filme ao lado do palhaço master Harrison Ford - minhas desculpas aos palhaços.


Ford interpreta Jones exatamente como fez com Han Solo, dois personagens bastante parecidos e bastante insuportáveis. Indiana Jones, Han Solo, James Bond, Jason Bourne, Ethan Hunt e outra figura fantasiosa/escapista barata, o Jack Bauer, pertencem ao mesmo universo no mundo da ficção: o dos chauvinistas que cometem erros constantes, mas que nunca pagarão por esses deslizes. Eles podem ferrar tudo, entrar mal, sofrer eventualmente, e ficar em sérios apuros... Mas sempre sobreviverão para destruir todos inimigos, e partir em novas aventuras nonsense, pois a estupidez não pode parar.


Há ainda uma série de referências tolas e bobinhas a grandes mistérios da humanidade, como a Arca da Aliança e, ao que indica, até mesmo ao poço de Oak Island - tudo abordado com as criancices de sempre da marca Spielberg. Igualmente imbecil é a visita que Indiana fará a Área 51 no quarto episódio.


A ideia inicial era resenhar os 4, mas não faço ideia de como terei ânimo para ver as partes 2, 3 e 4 depois dessa dolorosa sessão de horror que foi o primeiro. Na marca dos 50 minutos (que mais pareciam 50 horas), tive que pausar para poder respirar um pouco. Aí batalhei para encontrar forças sub-humanas, para então encarar mais uma hora e cinco minutos do Spielberg filho da puta me tratando como idiota.


Assistir Os Caçadores da Arca Perdida foi, no fim das contas, algo como morrer e ir pro inferno.


Como pode ALGUÉM filmar uma porra dessas, e, pior ainda, como pode ALGUÉM curtir uma porra dessas? Quem diz curtir Indiana Jones só pode estar trollando e/ou mentindo. Me recuso a acreditar que, no fundo, alguém realmente gosta dessas tralhas indefensáveis.


Como disseram uma vez no fórum Metal Sludge sobre a horrenda banda farofa Firehouse:


''Essa banda não deve existir de verdade, e sim ser uma espécie de pesadelo coletivo. Se alguém realmente gosta disso no mundo, então a humanidade merece ser extinta imediatamente, porque não há esperança.''


Exatamente o mesmo pode ser dito de Indiana Jones.

7 comentários:

  1. Sei que voce não é chegado a este tipo de filme,eu acho que voce nem vai fazer uma resenha dos filmes mesmo por que voce não gosta muito do genero aventura Logico! deste tipo de filme,quando os produtores Spielberg e Lucas eles fizeram este filmes eles queiram homenagear aqueles filmes de aventuras antigos acho era que dos anos 50 que passavam na matines antes do grandes filmes.. mas gosto é gosto e eu não estou aqui para julga-lo apesar que gostei da resenha escrita por voce sobre o filme ele meio enganador apesar que eu adoro filme,gostei dele antes dele ser exibido na televisão é que passou um making-of dele na TVS em 1982 nas noites de sabado.. afinal! o canal em si passava qualquer coisa naquela para tapar o buraco de sua programação nesta epoca tambem passou o making -of do episodio 5 " O Imperio Contra-Ataca " enfim valeu pela á coragem de falar o que voce pensa,nunca deixei de escrever aqui ou no seu Facebook ,o que voce pensa sobre os filmes de qualquer genero, indepentemente se voce gosto dele ou não.. continue assim,, sempre franco,um abraço de Spektro 72

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  2. Cara, curto sim aventuras como A Lenda dos Oito Samurais, Os Eliminadores e até Krull, entre outros casos.

    Valeu pelo comment.

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  3. Ainda bem que você gosta de aventura .. mas você havia me falado isso por telefone eu que estou ficando esqueci e coloquei este comentário infeliz no seu blog,perdão !,sei que o Indiana Jones não é sua praia... mas para mim é sempre bom ter pessoas que divergem da opinião das outras, pois debates são sempre bons e saudáveis sobre a sétima arte é sempre bem -vindo um bom debate de ideias tanto no seu blog ,quanto á outros por ai,continue á sua jornada neste blog ou ate no seu facebook,um abraço de Spektro 72.

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  4. Pois é, ficou boa a sua análise.

    Confesso que eu só vi esse filme uma vez, meu pai tinha ele em DVD original.
    E num dia daqueles longínquos de 2017 assisti enquanto fazia upload pro canal, porque na época eu tinha uma internet terrível de 5 MB e até o menor dos vídeos levava horas pra ir pro ar. Então eu vi esse filme nessa toada. Mas confesso que não tive esse mesmo desgosto que você.

    Apesar de eu concordar que realmente esses filmes norte-americanos fazem de tudo na fantasia para mostrar os americanos como grande heróis e outras nações como um bando de filhos da puta e forçar a imagem do herói invencível que derrota 50 com uma "chicotada".

    Acho que como entretenimento serve, mas como valor histórico desinforma muito, como vc falou nessas referência geográfico-arqueológicas, trazendo só fantasia e nada de cultura. No entanto, apesar desses defeitos não tive uma má impressão geral do filme. Ainda quero ver a Última Cruzada quando eu tive saco de baixar no torrent.
    Valeu, excelente análise.

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  5. Opa, valeu.

    Indianal Jumento e os Cabaços do Asco Falido figura entre as piores desgraças da década de 80. Incrível que, só no período 81-82, o anti-mestre Steven Is Pig tenha feito três bobagens terminais sem salvação: além desse, também teve a dobradinha ET: O Extra Otário e o nada fenomenal Podregeist.

    Sim, o cinemão blockbuster norte-americano sempre busca fazer uma lavagem cerebral no espectador, retratando as outras nações como ameaçadoras e os caralhos (vide o último filme do John Rambosta), enquanto apresentam os EUA de maneira heroica - quando, na vida real, eles podem ser qualquer coisa menos heroicos.

    OK, cada um, cada um, mas esse ''Indy'' 1 aí é, para mim, o mais profundo tédio. Em ruindade, o 1 e o A Última Cuzona estão pau a pau; já O Trouxa da Perdição (que faz jus ao título - de tão pavoroso que é) e O Ranho da COVID de Cristal conseguem o grande feito de serem ainda PIORES.

    Pois é: pior do que Spielberg, só mesmo outras obras do próprio Spielberg - ou então de diretores Spielbergianos como George Lickass, Jerk Jerk Abrams, Chris Columbibas, os irmãos babacas criadores de Stranger Fags e outros palhaços que não sabem fazer cinema.

    (Aí está uma coisa lindíssima do Coronavírus: a pandemia está impedindo essas aberrações mainstream de poluírem as salas de cinema do mundo. Chupa, Hollywood.)

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  6. Pois é o Steve tem ,seja isso pro bem ou pro mal, uma carreira extensa e se eu não me engano o primeiro filme que ele dirigiu que acho que vc até me falou por email que achou uma bosta, é aquele "Encurralado" de 1971 no qual o carinha foge de carro do motorista do caminhão pelo filme todo.

    Do Spilbago não curto muito aquele Tubarão. Não foi um filme que me chamou atenção, sabe? Tipo vi uma vez em VHS lá nos anos 90 e nunca mais fui atrás porque não me chamou atenção e dizem que as sequências ainda são piores. Então esses filmes aí com essa pegada também né, dos anos 70, aquelas cores meio "tostadas" e fica a impressão hoje de "falta de qualidade" são meio tensas de ver. Não que todo filme 70ista seja assim, mas fica uma má impressão (pra mim) da década por causa desses recursos. Até aqueles vídeos do Pelé na Copa de 70 me dá impressão de "putz, que mal filmado", mas era a tecnologia da época né? Sei lá.

    É esse último do Reino da Cabeça do Bilau nem tenho vontade de ver, o cara já caindo aos pedaços querenod fazer de conta que tem 20 anos de idade. Deve ser lastimável , mesmo.

    Eu nunca tive saco para ver os filmes puramente George Lucas, e esses filmes de espaço sideral e nave então realmente são a ficção que não me interessa, por isso nunca fui atrás de Star Wars ou Star Treks, não me atrai.

    Pois é , o COVID mudou tudo , de fato.Mas eu confesso que não vejo a hora que liberem logo a porra de uma vacina, e de graça, é o mínimo.

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    1. Tô com dois posts PURE FUCKING EXTREME MERCILESS BRUTAL MASSACRE FROM HELL (uma versão mais radical do PURE MASSACRE) ligados ao SS esperando publicação: Em Cu Ralado e Os Gaynies. Ainda preciso dizer tudo que penso sobre essas duas ATROCIDADES: o primeiro é um road-movie de suspense chato pra caralho, com um protagonista zero carismático, e o segundo é uma tranqueira interminável, que acompanha (durante duas longuíssimas horas) um bando de crianças histéricas e chatas pra caralho falando ao mesmo tempo. PUTA QUE PARIU.

      Cara, do Tubarão eu gosto bastante. Mas preciso rever pra ter certeza se continua relevante.

      Sim, O Reino da Cabeça do Bilau (belo trocadilho esse) é lamentável - ainda mais do que o 1 e o 3, se é que isso é humanamente possível. Harrishole Ford já era zoado nos anos 70 e 80, e hoje em dia nem tem mais o que dizer. Como você bem observou, o cara tá caindo aos pedaços mas tem a ilusão de que ainda pode pagar de heroizinho caricatural a essa altura do campeonato. PQP.

      George Lickass é ruim pra caralho e, no fundo, ele mesmo sabe o quanto é ruim. Afinal, o filho da puta desistiu em definitivo de tentar fazer cinema após a trilogia intermediária de Gueixas nas Estrelas, AKA Pior Franquia da História do Cinema Mundial. Tirando os 4 lixos $tar War$ que ele dirigiu, ele só fez mais dois filmes: o entediante ao extremo THX e o mentiroso Frescuras de Viadão. No segundo ele se mostrou Spielbergiano numa época que o termo ''Spielbergiano'' nem existia, ao encher essa bosta de filme com uma insuportável nostalgia forçada (hoje elevada às últimas consequências em Stranger Fags); e, em THX, ele tentou criticar o capitalismo e o consumismo - para, alguns anos depois, se mostrar o maior dos capitalistas e dos hipócritas, lançando um tsunami de produtos $tar War$ no mundo inteiro, alimentando um consumismo absurdo e totalmente retardado.

      George Lickass e Steven Is Pig chupam bolas de macaco forever.

      E uma coisa boa do COVID é a alegria de não ver esses lixos blockbusters entrando mais no circuito comercial de cinema. Fuck Hollywood.

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