Não faço ideia de como esse post irá ficar. Assim como aquele post de Fevereiro com o Crazy Nicholls na thumb, simplesmente sairei comentando paradas variadas, sem nenhum tipo de preocupação em manter algum foco ou tema recorrente. Mas, ao contrário daquele post totalmente sem roteiro, nesse daqui pelo menos tenho alguma noção de algumas das coisas que serão faladas.
E, novamente, assim como aquela postagem, peço para não estranharem se as coisas ficarem bagunçadas e com uma tendência a digressão. Já que a ideia é essa mesma.
Vamos lá então, seja como for.
Escutando The Used aqui enquanto escrevo isso. É uma seleção com mais de 30 canções que abordam toda a discografia deles, incluindo um ou outro lado B de single.
E eu tava pensando esses dias: hoje em dia gosto mais de The Used do que MCR. Nos dois casos, o disco realmente fodástico é o debut. Mas aí está: por mais que o Bullets seja uma obra-prima (o único registro do MCR sem nenhuma música ruim; depois disso seria um disco pior do que o outro: Revenge inferior a Bullets; The Black Parade inferior a Revenge; Danger Days inferior a qualquer coisa), o debut auto-intitulado do The Used consegue sim ser ainda mais impactante. Mesmo porque que a verdade seja dita: QUAL disco da emolândia mundial consegue ser páreo para um álbum que possui o quinteto formado por A BOX FULL OF SHARP OBJECTS, BURIED MYSELF ALIVE, THE TASTE OF INK, BULIMIC e a indescritivelmente cabulosa MAYBE MEMORIES, talvez o maior hino da história do emo-screamo mundial?
E vou além: se pegarmos a discografia do The Used do segundo álbum adiante contra a discografia do MCR do segundo álbum adiante, The Used ganha novamente. Por mais que todos os discos a partir do In Love and Death sejam decepcionantes (com um debut daqueles não teria como ser diferente), ainda possuem sim algumas grandes canções aqui e ali, coma a fodástica Come Undone (que muito curiosamente possui uma intro de telejornal em português do Brasil - e que, claro, não possui nenhum parentesco com a canção homônima e horrorosa dos imbecis do Duran Duran), Liar Liar (Burn in Hell), Now That You're Dead, I Hate This Song e Hospital (que, assim como Take It Away, também possui referências ao MCR na letra - para quem não sabe, os vocalistas de ambas as bandas se pegavam lá em 2004-2005, no auge comercial do emo-screamo; lembrando que o vocal do MCR, o Gerard, também tinha um caso com o guitarrista de sua banda, o Frank; já o irmão do Gerard e baixista do MCR, o Mikey, tinha uma relação meio bizarra com o baixista do Fall Out Boy; cacetada, esses emos são muito viados, hehehe...).
E outra: apesar de ter uma discografia muito mais curta, o BI CHEMICAL ROMANCE possui muito mais música ruim do que o The Used. E a ruindade dessas canções ruins também é muito maior do que aquelas do The Used que não prestam. Mesmo porque é difícil ser tão deprimente quanto ''coisas'' como The Ghost of You, Sleep, Disenchanted, The World Is Ugly e The Foundations of Decay. Caralho, PQP, MCR tem música ruim pra cacete - pelo menos 30, se não mais. (E é incrível o talento do Lucas Fresno em me desagradar. O cara vai fazer cover de The Used e MCR, e consegue escolher justamente a PIOR canção de ambos: Blue & Yellow e a horripilante The Ghost of You - cujo videoclipe ainda homenageia o filmeco O Resgate do Cabaço Ryan, AKA Scumbag Private Ryan, do $teven Is Pig. Eu odeio tanto The Ghost of You que sempre fico desanimado e cabisbaixo quando essa desgraça rola nos eventos emo, chegando até a sentar no chão. Até acontece às vezes de me perguntarem se eu estou passando mal ou algo do tipo, e daí eu respondo que simplesmente acho essa música absolutamente intragável e que gostaria de nunca mais a escutar na vida.)
OK, mudando de assunto agora.
Algum tempinho atrás finalmente conferi Black Glasses, AKA Dark Glasses (''Óculos Escuros''), o novo longa-metragem de Dario Argento. E bem...
Sinto informar que essa porra entra no TOP 5 das piores coisas do Argento, juntamente dessas outras atrocidades: Um Vulto na Escuridão, Il Caraio, AKA O Jogador de Cartas, AKA O Jogador Misterioso (que passei muita vergonha ao assistir no cinema na época), Giallo: Reféns do Medo e o quase inassistível Drácula.
Retomando o tema da protagonista cega em um giallo (algo que já havia sido abordado pelo Lado, pelo Bavinha e pelo próprio Argento, porém com um personagem masculino, em Gato de Nove Caudas), Argento entrega um resultado bem vexaminoso aqui, até meio $pielbergiano, ao colocar uma porra duma criança como sidekick da prostituta cega que é perseguida por um serial-killer sem nenhum carisma.
A real é que, só de olhar pro cartaz de Black Glasses e ver ali a clara referência ao superestimado Eles Vivem do superestimado João Carpinteiro (vocês sabem: é aquele filme com a pior e mais vergonhosa cena de luta da história do cinema mundial, entre os dois protagonistas - aliás, quem foi o GÊNIO que teve a ideia de escalar o RODDY PIPER pra ser protagonista disso???), já dá para saber imediatamente que algo de bom provavelmente não sairá dali...
Mas temos que dar um desconto ao tio Dario, já que o mesmo mandou extremamente bem entre 1970 e 1987, e foi, indiscutivelmente, o diretor giallo mais importante da história. Bava pode ter sido o precursor (algo discutível também...), mas Argento foi o que mais fez a diferença nesse tipo de filme. E outra: quem venera giallo tem que agradecer o Argento todos os dias, afinal, foi graças a ele que aquela presepada chamada O Doce Corpo de Deborah (AKA Garotas Selvagens dos 60s), o giallo mais prejudicial ao gênero em todos os tempos, não conseguiu matar o slasher italiano na virada dos anos 60 pros 70. Foi o mestre Argento que conseguiu impedir a consagração absoluta daquela palhaçada dos sexy gialli (iniciada em Deborah, filme com os plot twists mais esdrúxulos do cinema italiano, e seguida pelos picaretas Lenzi e Martino, e até mesmo pelo grande Fulci - completamente perdido nesse seu primeiro passo no giallo, antes de acordar, se recuperar e realizar aquela trinca de obras-primas imbatíveis nos anos 70; daí ele se perderia novamente nos anos 80, com aquela porra de Murder Rock, o único filme de sua filmografia inteira merecedor de PURE MASSACRE).
E ainda falando sobre filmes de matança, enquanto eu estiver vivo, denunciarei sempre o fato de que os picaretas Kevin Williamson e Wes Craven (o ''gênio'' por trás de obras-primas - só que definitivamente não - como Quadrilha de Sádicos 2, A Maldição de Samantha, Novo Pesadelo, Amaldiçoados, A Sétima Alma e várias outras palhaçadas do caralho) plagiaram dois filmes obscuros de terrir na extremamente problemática franquia Pânico: EVIL LAUGH (de 1986) e THERE'S NOTHING OUT THERE (de 1990 ou 1991 - há controvérsias nessa questão da sua data exata). Ambos possuem um Randy próprio e todo aquele aspecto meta, com personagens que sabem que estão dentro de um filme de terror.
Evil Laugh é slasher puro, dirigido pelo controverso Dominick Brascia, o ator gordinho do quinto Jason, que, de acordo com o Corey Feldman e com a mãe do Corey Haim, abusou sexualmente do Haim nos anos 80. O elenco é encabeçado pela então scream queen Kim McKamy que, anos depois, se tornaria uma das pornstars mais famosas dos anos 90 sob o nome Ashlyn Gere. Até arriscaria dizer que Laugh deve ser o filme convencional mais legal dela. Mesmo porque os outros não são grande coisa nem a pau: Canibal (Lunch Meat, aquela trasheira amadora e meio sonolenta lançada pela Gemini, que, na capa, parece que tá escrito ''CANNIBOY'') e Dreamaniac (aquele Freddy Krueger dos pobres, com quase nada acontecendo o filme inteiro e o protagonista mais confuso e esquizofrênico da história do cinema - provavelmente o único fã de Def Leppard E também de punk rock do Planeta Terra; bem, Dreamaniac é tão ruim, mas tão ruim, que é odiado pelo próprio Dave DeCoteau, um cara que só faz tranqueira desde os anos 80, e hoje dirige uma série de abominações pra LIFE-FUCKIN'-TIME).
Enfim, de acordo com o Brascia, ele chegou a encontrar o próprio Kevin Williamson uma vez, que disse pra ele em off que assistiu Evil Laugh e é um grande fã do filme. Não duvido nem um pouco. Afinal, além do Randy dos anos 80 e todo o aspecto meta em Laugh, o roupão do vilão e suas risadas também são bem Ghostfacianas.
Já There's Nothing Out There (que, curiosamente, até possui uma atriz BR no elenco...) não é tão legal quanto Evil Laugh. Mas merece uma espiada também. Ao contrário da vibe slasher, Nothing é um sci-fi misturado com terror, e com uma fortíssima influência da ex-franquia Evil Dead - morta em 1993 com a vinda daquela aberração indizível chamada Army of Dorkness, e, depois, assassinada novamente através da pior série de TV da história, Ash Vs. Evil Drag. Nothing até possui alguns ótimos e delirantes movimentos de câmera e um gore interessante, mas não acho o Randy da vez tão bacana quanto o hilário Randy do Laugh.
Seu diretor Rolfe Kanefsky chegou a declarar no curto documentário Copycat (de uns 10 minutos) que mostrou o longa para um tal Jonathan Craven no comecinho dos anos 90 - sim, o filho do Wes. E daí, alguns anos depois, em 1996, eis que o próprio criador do Freddy Krueger se juntou com o notório farsante Kevin Williamson - um dos piores roteiristas de sua geração - para, juntos, desenvolverem o primeiro filme da saga Pinico; com diálogos e algumas situações que possuem uma boa semelhança com Nothing.
E o resto é história: Pânico, uma franquia extremamente problemática, que trata o espectador como um perfeito otário, filme após filme, recebendo um prestígio absurdo, enquanto Evil Laugh e There's Nothing Out There foram condenados às Masmorras do Esquecimento.
Bem, sobre Scream, tudo que posso fazer é citar uma personagem do próprio Pânico 6 (que, aliás, ainda conseguiu desperdiçar a Kirby, a personagem mais interessante dessa franquia):
''FUCK THIS FRANCHISE.''
OK, como já falei bastante, acho que pararei por aqui dessa vez. Deixarei, então, para uma outra ocasião o debate sobre o excelente documentário sobre o filme perdido da saga do Leatherface, que assisti no último Festival Boca do Inferno. Mas tem um detalhe: os entrevistados tentam dar a entender que foi a primeira vez que uma franquia de terror recebeu uma espécie de ''fan film oficial'' e com o envolvimento de gente do filme inicial de sua franquia... Mas isso não é verdade. 11 anos antes já haviam feito a mesmíssica coisa com Savage Vengeance, uma picaretagem gigantesca que tinha a pretensão de ser uma sequência direta de Doce Vingança, AKA A Vingança de Jennifer, e até trazia a Camille Keaton de volta (porém com pseudônimo) no papel da Jennifer Hills. A única real diferença é que Savage Vengeance (que, de certa forma, também é um filme originalmente inacabado), cinco anos após suas filmagens, conseguiu ser lançado de alguma forma - algo que nunca aconteceu com o tal All-American Massacre. E o mais bizarro de tudo: Savage Vengeance acaba de receber um REMAKE, WTF:
https://www.imdb.com/title/tt8546642/
PS: Caso um dia eu consiga Evil Laugh e There's Nothing Out There de forma física, no formato que for, aí os comentarei com muito mais detalhes. Por enquanto só os assisti no YT mesmo.
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