Ao
revisitar esses dias o ''clássico'' (yeah, right...) do horror Poltergeist: O
Fenômeno (1982), dirigido por Tobe ''Texas Chainsaw'' Hooper e produzido pelo
rei mundial dos idiotas, Steven Spielberg, percebi que não, o seu humilde
narrador não havia pegado pesado com o filme anteriormente. Reza a lenda de que
Spielberg co-dirigiu o negócio (até dirigindo bem mais do que Hooper), e só não
recebeu crédito de direção para não quebrar uma cláusula contratual que o
impedia de dirigir outro filme durante a realização do também patético ET: O
Extraterrestre.
Existem
em Poltergeist momentos bons (poucos) e ruins (muitos), sendo que o que há de
qualidade tem a cara de Hooper, então O CARA, vindo de preciosidades como O
Massacre da Serra-Elétrica, Eaten Alive, Pague para Entrar, Reze para Sair e o
televisivo Os Vampiros de Salém, uma das primeiras adaptações cinematográficas
de uma obra de Stephen King. Quatro títulos de alta qualidade portanto. Já os
momentos ruins, nonsense e demasiadamente sentimentaloides e ''família'' são,
obviamente, a marca de IsPigBlerg.
Daria
para pegar os raros bons momentos (o começo do filme antes do débil ataque da
árvore, e todas as aparições do palhacinho from hell, mais a Jobeth Williams
recebendo um ataque na linha ''O Enigma do Mal'', e precursor de uma sequência
envolvendo a Tina no primeiro A Hora do Pesadelo) e transformar a chatice
interminável num eficiente curta-metragem. Entre tantos casos de curtas
empolgantes que dariam ótimos longas, Poltergeist é exatamente o inverso, e
daria um fino filme curto de uns 15-20 minutos de duração.
Poltergeist
só não é uma porcaria absoluta por dois motivos. Primeiro pela direção do então
relevante Hooper (um cineasta de verdade, de garra; e não um dos fantoches sem
talento de Spielberg, na linha George Lickass), que pouco depois (após Força
Sinistra, Os Invasores de Marte e O Massacre da Serra-Elétrica 2) se perderia
para sempre. Já o segundo motivo é acidental, sendo que é sempre curioso e
interessante assistir filmes malditos / amaldiçoados / assombrados. É do
conhecimento de todos que diversas tragédias e fatos estranhos atingem a
trilogia Poltergeist, sendo as bizarras mortes de Heather O'Rourke e Dominique
Dunne os principais eventos.
Outro
dos maiores problemas de Poltergeist é a extravagância de efeitos especiais
totalmente desnecessários, cortesia da Industrial Light & Faggot, do
igualmente desnecessário George Lickass. Assim sendo, é certeza de encontrar
pelo caminho trocentas referências ao universo geekuzão de Dork Viader,
Chewbabacca e demais paspalhos.
O
script da bagaça também não ajuda, e é bastante retardado: por que diabos a
família não se muda duma vez, e por que diabos não se desfazem do palhacinho
assustador duma vez por todas???
Ainda
pior é (SPOILERS) perceber que a sequência envolvendo o rosto de um personagem
sendo despedaçado foi uma alucinação, ou constatar que ABSOLUTAMENTE NINGUÉM
VAI PRO SACO. PQP, Spielberg é mesmo um completo imbecil. E a cena em que
Jobeth Williams comemora pela cadeira ter se movido sozinha está entra as
coisas mais indescritivelmente babacas da história do cinema: ''UEBA, MINHA
CASA ESTÁ TOMADA PELO CÃO.'' Novamente, fuck you Spielberg. (Poltergeist é
mesmo um caso esquisito: as pessoas sobrevivem no filme, mas morrem - prematura
e tragicamente - na vida real.)
Bem,
talvez alguns encontrem diversão em Poltergeist através das participações dos
sósias do protagonista de Troll 2 (uma tranqueira certamente muito mais
divertida do que Poltergeist), do Eric Roberts, do Billy Dee Williams e, é
claro, da versão feminina do Udo Kier como a investigadora paranormal.
Assim
sendo, o remake continua sendo melhor. Ou, se preferir, menos pior.