sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Inusitado Anúncio da VHS Premonição pela Poletel (Cortesia de Gabriel Caroccia)





REVENGE FROM THE GRAVE

Uma postagem sobre fitas VHS em geral, uma certa VHS em particular, aqueles singles da Ryoko Hirosue e mais alguma(s) coisinha(s) além.

I

Como estou prestes a completar três meses 100% afastado do colecionismo de VHS, e estive fazendo posts sobre outros temas desde então, chega a ser um tanto estranho vir aqui falar de obsessões passadas que, durante muitos anos, foram o meu motivo de (sobre)viver.

Mas, como diriam certos clássicos do Faith No More e do Motley Crue:

''It's a dirty job, but someone's gotta do it.''

E, por mais que eu tenha muitas críticas ao colecionismo de VHS, uma coisa é certa. Uma vez que você é infectado pelo culto ao VHS, você, no fundo, provavelmente será um VHS-maníaco até o fim da vida. Tem algo indescritível e inexplicável nisso. E sem precedentes também, já que, por mais que sejam tecnicamente muito melhores, o DVD e o Blu-ray não podem nem sonhar em ter esse tipo de nostalmagia.

Por mais que eu não colecione mais VHS, isso tudo ainda é evidente para mim. Afinal, posso não ser mais um colecionador, mas ainda sou um entusiasta do formato.

E, geralmente, quando eu penso nos colecionadores de VHS do Brasil, tenho a tendência de ficar indignado com aqueles que prejudicam e arruínam o Big VHS Brother Brasil. Mas, neste exato instante, sinto que os BONS colecionadores, negociadores e entusiastas de VHS do nosso país formam sim uma espécie de resistência anti-sistema, em um mundo cada vez mais pós-apocalíptico.

Introdução feita, vamos lá então.

Em meados do ano passado, o Gabriel ''Reduto do VHS'' Caroccia me enviou esse anúncio do scan acima. Não faço ideia de como diabos ele adquiriu tal imagem, e da onde ela vem: talvez da Jornal do Vídeo, talvez da Video News, talvez da Video Business ou talvez de alguma outra. Mas, seja como for, é sim uma foto bastante interessante de apreciar.

Como o lançamento, em VHS nacional, do giallo setentista de Lucio Fulci (que, além de Premonição, também se chamou 7 Notas Fatais no Brasil) teria saído dublado pela Vídeo Mídia em 1985 (pelo menos é o que diz no guia da Video News editado pelo finado Rubens Ewald Filho), e, a partir de 1990, o guia de vídeo da Nova Cultural já credita sua cópia legendada como sendo da Poletel (e não mais da Vídeo Mídia e/ou da Nacional), fica a dúvida: de quando seria o anúncio das imagens? Ali diz ''lançamentos para Junho''. Junho de que ano? Descarto 1985 e 1990 pelos motivos citados acima. Assim, se trata de um anúncio de, provavelmente, algum momento entre 1986 e 1989.

Interessante perceber que é um anúncio da Nacional Vídeo em que a Poletel (ou ''Pole-Tel'') também aparece. Teria isso a ver com aquela vez, pela Nova Cultural em 1989, em que a VHS Premonição foi creditada a Nacional? Ou teria Premonição realmente também sido lançada pela Nacional?

Tudo isso é confuso demais. O mercado brasileiro de VHS simplesmente dá um nó na cabeça de qualquer ser insano o suficiente para tentar estudá-lo. Uma pena nada disso ter sido abordado no documentário de altos e baixos Cinemagia: A História das Videolocadoras de São Paulo - que preferiu abordar baboseiras mainstream do tipo ET: O Extra Cretino e Indianal Jones, ambos dirigidos por Steven Is Pig, o sujeito que estragou o cinema junto do igualmente inútil George ''Scum Whores'' Lickass. (É, é isso que acontece quando um doc de VHS é realizado por hipsters fãs de Stranger Fags, e não por entusiastas do formato.)

E outra coisa curiosa ali é ver que a Screen-Time já era daquela época. Assim como a sua habitual parceira de crime Reserva Especial, nós costumamos associar a ST a década de 90. Mas, pelo visto, ela já estava na ativa em pleno anos 80.

E, assim, nós voltamos a questão da Nacional Vídeo. Afinal de contas, os títulos ali da tal 'Seleção Screen-Time' são todos de fitas que eu só conhecia via Nacional, e nem fazia ideia da associação com a Screen-Time. Será que alguém aí já trombou alguma daquelas fitas com o selo da Screen-Time e não da Nacional? Seja como for, nas capinhas ali do scan só consigo notar o logo da Nacional nessas fitas da Seleção Screen-Time.

No fundo mesmo, tudo sempre parece voltar a Poletel. Puta que pariu, o mercado brasileiro de VHS é mais misterioso do que o Triângulo das Bermudas ou o desaparecimento do Richey Manic.

Quando é que criaremos vergonha na cara para parar de investigá-lo?

Ou será que investigá-lo é a coisa mais essencial de todas?

Será que saberemos um dia?

É, só tem doido varrido nesse meio. Doidos varridos e sociopatas birutas que dão golpes.

PS: Post escrito ao som de todas as canções existentes do Violet Soda, que já é, para mim, a melhor banda brasileira de todos os tempos. Tanto a parte instrumental quanto o vocal da gatíssima Karen Dió (ou Diox, que passou por várias e várias bandas e projetos diferentes até chegar ao VS) são magníficos para qualquer ser humano adepto de The Vines, L7, Veruca Salt, Nirvana, Redd Kross, The Hole e The Distillers. Destaques absolutos: o trio C-C-C (formado pelas fodásticas até a medula Candyman, Charlie e Coffee - sendo que muitos concordam que Charlie é a melhor música da banda: ''ARE YOU HIDING FROM ME? 'CUZ I DON'T FEAR YOU AT ALL.''), Self-Esteem (hino anti-Facebook que NÃO é cover de The Offspring), Don't Like This Song (I do like this song, a lot - a intro dessa, assim como a da Candyman, chega a lembrar Ride do The Vines), Scars (que devo admitir ser bem melhor do que a canção homônima da Miley; o estilo dessa Scars do VS me lembrou uma banda feminina australiana chamada Skulker), Take Me (L7 puro), Tangerine (nada a ver com Led Zep) e Friends; sendo que o clipe dessa última é tipo Mean da Taylor Swift: é praticamente impossível não chorar assistindo.

PS X-tra: Além de VS, também escutei a clássica Video Killed the Radio Star (''OW WHA-OW'') e o magnífico podcast A Gente em 86, com a edição VHS: Ascensão e Quebra:

https://archive.org/details/AgenteEm86

///

II

Já sobre as fitas do anúncio que possuo na minha coleção...

Os Caçadores da Serpente Dourada tenho na fita da Look. É original, mas a capa é um xerox colorido.

O Vingador Anônimo tenho somente na edição da Poletel.

Django tenho pela Poletel também.

Confissões de um Comissário de Polícia tenho pela Vídeo Mídia.

A Árvore das Folhas Rosas tenho pela Look.

Os Quatro do Apocalipse (o único outro Fulci do anúncio) tenho pela Look também.

Já 984: Prisioneiro do Futuro eu tenho nessa mesma edição da Nacional.

///

III

Leves observações sobre algumas outras fitas ali...

Qual Vingança Implacável é esse? Algum western-spaguetti? Ou será que o filme policial do Stelvio Massi, além de sair pela Tevelândia (em VHS e também em Beta), também saiu pela Poletel? Ou será que, bem no fundo, de alguma forma maluca, a Poletel e a dobradinha Dado Group / Tevelândia estavam todas ligadas também?

Os Poderes da Máfia eu cheguei a trombar em Janeiro de 2013, mas deixei passar.

Que porra é ''Midnite Spares''? De todas essas Screen-Time / Nacional Vídeo listadas ali, é a única fita da qual eu nunca tinha ouvido falar. E também não a encontrei aqui nos meus guias de cabeceira ao alcance.

Curioso que O Corpo aparece ali como ''O Corpo (Emmanuelle Black)''. O filme também foi lançado por ao menos dois dos outros selos diretamente ligados a Poletel: Look e Vídeo Mídia. Que máfia do caralho...

Velocidade: Caminho da Morte também saiu pela Poletel? A Nova Cultural diz que é da Nacional. É um policial dirigido pelo Luciano Ercoli (autor de alguns gialli bem cultuados), que conta com a curiosa participação especial do Emerson Fittipaldi - não sei se escrevi direito o nome dele, já que não manjo porra nenhuma de Fórmula 1.

Massacre na Floresta Negra eu cheguei a trombar na primeira metade da década passada.

Hold-Up supostamente também saiu pela Vídeo Mídia. É estrelado pelo Marcel Bozzuffi, de Imagens (em que contracenou com um inusitado sósia do Mijair Bozoasno), Operação França e do único poliziesco do Fulci: Luca - O Contrabandista.

///

IV

... é algo tipo a conversa do Herbert West com o maluquinho lá no começo do Re-Animator (''A Hora dos Mortos-Vivos''):

''Você o matou.''

''Não. Eu dei vida para ele.''

Os cuzões filhos da puta de merda, crianças trintonas munidas da covardia, da mitomania e da esquizoide (absolutamente nada a ver com RFO / HB dessa vez) pensaram que, com seus ataques ridículos e estúpidos, me matariam. Mas, ao invés disso, me deram um motivo para viver.

Eu sei o que presenciei naquele dia, quase sete anos atrás. A visão que irá se concretizar, caso eu adquire mesmo a VHS de Premonição um dia, é o que eu mais quero no mundo inteiro. Isso é mais importante do que qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Mais importante do que ver Miley Chemical Romance, Hey Monday ou The Vines ao vivo. Ou qualquer outra coisa. Mais importante até do que descobrir uma forma de causar a extinção do Planeta Terra de uma vez por todas.

Mas, primeiro, eu preciso conseguir o single Jeans, da Ryoko Hirosue, para fechar todo esse drama envolvendo os dois singles seminais da Ryoko. Já que consegui Daisuki! em Janeiro (outro post 'colab' com o Caroccia), diria que é sim humanamente possível conseguir Jeans + Private agora; por mais difícil que isso seja.

E, assim que adquirir Jeans, aí sim eu terei a permissão de sair na busca por Premonição novamente, indo em todos os cantos possíveis de São Paulo - e eventuais outros lugares do Brasil - atrás da lendária VHS da Poletel e/ou Vídeo Mídia. Seja ela real ou uma lenda urbana.

(É claro que, se eu conseguir essa fita um dia, e, mesmo assim, absolutamente nada acontecer, eu terei que colocar fogo nela.)

///

V

THE FIVE-YEAR PLAN

I lose, you win
I lose, you win
I lose, you win...

I lose again

I lose, you win
I lose, you win
I lose, you win...

I lose again

But you're on my Five-Year Plan

Your time will come

When you least expect it...

Expect it

The Five-Year Plan

You fucked me over

You did me wrong

You know why I wrote this post

The Five-Year Plan

Until then I'll just pretend you are still my friend

But in the end your time will come

When you least expect it...

Expect it

The Five-Year Plan

I don't forget so easily

No

I'm not so quick to forget

The Five-Year Plan

I hold a grudge

I live for revenge

The Five-Year Plan

I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose
I win, you lose

I win
I win
I win
I win
I win
I win
I win

I win


 

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