Adquiri tal edição, por 5 mangos e 10 centavos, no rolê-garimpo do último FDS que ainda será relatado aqui em detalhes, muito em breve. Essa publicação acaba sendo um dos dois posts de abertura daquela postagem especial.
Lançado em DVD nacional pela bagaceira PlayArte (numa preguiçosa edição cujos únicos extras são trailers de três outros filmes - sim, não tem nem o trailer desse filme em questão), And Soon the Darkness (Marcos Efron, 2010) é o remake do filme homônimo de 1970 dirigido por Robert Fuest e lançado em VHS no Brasil pela VTI - fita essa que provavelmente é vendida pelo olho do cu de puta de luxo net afora, na casa dos abusivos e pornográficos - e gorezentos - três ou quatro dígitos.
No filme original, tínhamos duas turistas inglesas em viagem pela França. Já na refilmagem temos duas americanas (entre elas, Amber Heard, que também aparece no remake d'O Padrasto) em férias pela Argentina. Em ambas as versões, as duas protagonistas terão que lidar com a hostilidade local dos scumbags de plantão, numa cidadezinha perigosa. Entre os possíveis algozes, temos um sujeito misterioso que fica vagando por aí (vivido por Karl Urban, o bobalhão inexpressivo que interpretou o juiz Dredd naquele pavoroso game disfarçado de filme lançado uma década atrás), um David Hess dos pobres e um gambé que não parece muito preocupado com ninguém exceto ele próprio.
Apesar de alguns vacilos lá nos instantes finais (sem contar também uma certa xenofobia a la Rambo 5...), após uma hora de duração, quando o filme não consegue entregar a intensidade adequada em alguns momentos de tensão e violência, Viagem do Medo é sim um trabalho geralmente competente que, ao contrário do vexame recente Midsommar, se mostra bem sucedido ao construir um clima digno de suspense e mistério em plena luz do dia - contradizendo o ''Darkness'' do título, hehe.
E, apesar de ser remake do mini-clássico de '70, Viagem do Medo está mais preocupado em pegar carona em obras que causaram polêmica nos seus lançamentos (para merecidamente capotarem no esquecimento depois), como Albergue (do Eli Roth, putinha do Queixudo Imbecil, AKA Quentin Tarantino) e Turistas (do John Stockwell, ator canastrão que virou diretor canastrão). Mas, ao contrário daqueles torture porn desprovidos de cérebro e preocupados apenas com o shock value, Viagem do Medo está mais interessado em ao menos tentar construir alguma atmosfera de sugestão e incerteza.
A minha cotação para Viagem do Medo: 3 de 5. Um bom filme e nada mais.
É isso aí. Caso um dia eu consiga a VHS do filme de 1970, aí venho aqui comentá-lo também.
PS: Recomendo fortemente que o leitor NÃO preste atenção na arte interna do DVD da PlayArte. Afinal, os cornos prestaram um grande desserviço ao entregar um spoiler e tanto do filme na imagem ali representada. Por isso nem incluí essa arte interna entre as imagens do post. PlayArte sucks mesmo.
Esses preços abusivos realmente só pra quem toma Viagra ou tem esclerose na bunda.
ResponderExcluirComo sempre os remakes distorcem muitas coisas , né, ao invés de tentarem fazer algo mais fiel ao original pra apresentar pras gerações futuras. Que o diga o patético remake de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" que de um filme setentista fantasioso e meio assustador, virou uma psicose doentia e deturpada do seu sentido original.
Bom, que bom que pelo mkenos o filme, apesar dos tropeços, acerta em tantas outras questõs né ? Já acaba sendo um certo alívio para quem tinha medo de ver um remake e levar uma pirocada na bunda.
Bom , fico feliz que apesar das falhas e referências má-sucedidas que o filme faz ele tenha o agradado a certo ponto e não ter sido uma decepção total.
Essa PlayArte tá mais pra PlayBagos pois dá no saco dos espectadores dessas obras.
Valeeeeu
Os preços demasiadamente elevados de VHS net afora - e de demais itens ''vintage'' com preços abusivos - são mesmo inaceitáveis, e merecem sempre serem criticados. Apoiar isso é mesmo uma gigantesca presepada.
ExcluirNão vi o remake d'A Fantástica Fábrica de Chocolate e não tenho certeza se cheguei a assistir o original na íntegra.
Acho que cada remake tem que ser julgado por conta própria, já que existem sim alguns bons casos de refilmagens. Mas, se tratando dos últimos anos, não me vem nenhum exemplo a cabeça de algum remake que tenha mandado realmente bem.
Gostaria muito de conseguir o De Repente a Escuridão na VHS da VTI. Acho que pagaria até uns 40 ou 50 reais nela. Caso a consiga, farei um post aqui sobre o filme original de 1970.
Sim, PlayArte é um desleixo do caralho. Tanto que, se tratando de Blu-ray, até recuso ter alguma edição desses cornos.
Falows.
Sim, otário de quem se rende , não só no meio VHS mas no meio retrô em geral ou do colecionismo ou cai em papo de picareta do tipo "raro" quando se fuçasse direito encontraria aos milhões daquele item porque de fato não é raro porra nenhuma.
ResponderExcluirÉ complicado mesmo esses remakes. Acho que deviam ter mais parcimônia em certos casos pois em muitos eles acabam cagando e sentando em cima, infelizmente.
Lastimável a Playshit.
Se tratando de VHS, eu vejo assim: fita realmente rara mesmo é fita que só duas pessoas tem, ou só uma, ou, melhor ainda, que ninguém tem. Uma fita que 3, 4, 5 ou mais pessoas tem não é rara porra nenhuma. Posso estar sendo meio radical, mas é assim que enxergo as coisas no meio do VHS.
ExcluirSe bem que, por outro lado, acho interessante colecionar as coisas (coisas em geral, não só VHS) priorizando coisas de interesse pessoal, as julgando pelos seus méritos artísticos e tal, ao invés de ficar nessa de caçar algo só pelo hype do fator de raridade.
A real é que, se tratando do meio do VHS, está tudo errado nesse meio. E, a julgar pelo que vejo em vídeos dos EUA, parece que isso não é exclusividade do Brasil não; parece que o meio do VHS nos EUA também é todo deturpado e o escambau.
Sobre o remake do De Repente a Escuridão...
Esqueci de citar que essa atriz aí, Amber Heard, a protagonista do filme, é a ex do Johnny Depp que tá envolvida em toda essa treta escandalosa aí com ele. Ela é mais de 20 anos mais jovem do que ele.
Sim, exatamente, fora que muitas as vezes podem não parar em sebos mas podem estar perdidas também em "Mercado das Pulgas" onde eles empilham várias quinquilharias e ás vezes até itens interessantes (como computadores antigos) ou alguma mobília que pudesse ser interessante, e ás vezes a VHS pode estar perdida nesses meios , e como muita gente não encontra pensa que é "rara" também.
ResponderExcluirExatamente, se for pra colecionar que tenha alguma utilidade maior do que ficar só querendo ostentar pra terceiros que tem ou pra ficar fazendo vídeos medíocres no YT tentando esconder que a sua jiromba não sobe mais.
Que merda que a cultura VHS vem se deturpando pelo mundo afora também. Lamento muito. Já pesquisou como é o mercado europeu de VHS ?
Vish... se bem que lá não compensa muito né ? Parei pra pensar agora, não sei se ainda hoje é assim lá, mas pelo menos durante a época de 90 os televisores rodavam na frequência de 50Hz enquanto nossos aparelhos aqui e nos EUA são todos para 60Hz o que provavelmente torna tais fitas incompatíveis com videocassetes daqui ou elas rodam provavelmente numa velocidade mais lenta aqui (isso acontece com videogames por ex. jogos rodando numa frequência mais lenta quando são europeus).
Johnny Depp mandou bem, quando se tem a chance de socar a pemba na novinha não se pode desperdiçar!
Pena que no caso dele terminou em merda. Triste.
O colecionismo de VHS na Europa parece ter bastante a ver com o lance de cultuar fitas do mundo inteiro, enquanto no Brasil e nos EUA tem mais uma cultura de cultuar apenas - ou principalmente - as fitas lançadas nos mercados locais mesmo.
ExcluirQuando estive na Europa, encontrei fitas VHS à venda na Alemanha e na República Tcheca. Mas nada na Rússia nem na odiável Hungria.
Mas, por outro lado, não sei se, entre o colecionismo de VHS na Europa, rolam as baixarias e as presepadas que acontecem no Brasil e nos EUA.
Interessante isso que você disse: não lembro de já ter dado play em alguma fita europeia, apesar de ter sim uma VHS importada da Alemanha.
Tá mó escândalo da porra essa treta aí do Depp com a mina desse remake do De Repente a Escuridão...
Outro que curte minas décadas mais novas é o Ace Frehley, guitarrista original do Kiss. Certo ele.
''Exatamente, se for pra colecionar que tenha alguma utilidade maior do que ficar só querendo ostentar pra terceiros que tem ou pra ficar fazendo vídeos medíocres no YT tentando esconder que a sua jiromba não sobe mais.''
ResponderExcluirAcho que o dia exato foi 24 de Janeiro (desse ano). Foi a partir daquele dia que decidi nunca mais dar play nesses vídeos em questão - e, desde então, tenho mantido a mais absoluta distância deles. A vida é curta demais para gastar tempo com vídeos preocupados apenas com ostentação barata, abordagem rasa e whatever, tipos variados de fake news e parcerias bastante discutíveis. Se eu sentir vontade de ver vídeos bem feitos abordando VHS, então verei vídeos assim do Alex, do Givaldo Dias, do próprio Oswaldo ou de canais gringos como o do Paul e o do J. Não tenho nenhum interesse em ver vídeos infantis que passam infos equivocadas sem nenhuma preocupação - não vendo nada de errado em espalhar dados errados sobre filmes, sobre o mercado de VHS e até mesmo sobre participantes desse nicho maldito e sem escapatória.
É preciso ser um mestre zen para não se revoltar com o meio do VHS no Brasil, um nicho que, se você se dedicar a expor as falcatruas presentes nele, tentarão te censurar (já que sabem que estão errados e não conseguem debater nada racionalmente) e criarão mentiras sobre você (já que não conseguem rebater críticas de maneira sóbria e adulta).
Não quero absolutamente nada com esse meio, exceto distância e caçar fitas nas buscas físicas e nas buscas físicas apenas. Ao meu ver, adquirir fitas online é algo extremamente fake e que nem deve ser levado em consideração. Caçar fita online é igual bater uma para uma mina e achar que pegou ela.