domingo, 30 de janeiro de 2022

PURE MASSACRE = Teatro de Sangue, AKA Blood Theatre, AKA Movie House Massacre (1984): O Terceiro Pior Slasher Que Já Assisti na Vida Inteira (Bônus: Titio Marcio Tentando Entender a Supervalorização de Fitas de Filmes Indefensáveis.)


 

 

''Cotação: BOMBA! Um trash no pior sentido do termo. Confuso e sem a mínima direção, ritmo narrativo ou roteiro coerente. Imperdoável amadorismo que ainda desperdiça a impagável Mary Woronov.'' - Guilherme de Martino no Guia de Vídeo: Terror (Editora Escala)

De tanto que o Ivan Ferrari recentemente malhou esse slasher oitentista, fiquei curioso para, finalmente, o assistir pela primeira vez. E posso dizer que, mesmo sabendo de antemão da sua horrenda reputação, ainda assim fiquei aterrorizado com a ruindade dessa desgraça: Teatro de Sangue não é um péssimo filme não. Ele teria que melhorar MUITO para se tornar péssimo. Isso daí só não é o pior slasher já cometido porque não é humanamente possível ser pior do que a dobradinha Return to Sleepaway Camp (que jamais deveria ter existido) e Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (que também nunca deveria ter sido feito). Mas, depois daqueles dois atentados terroristas contra o cinema slasher, Teatro de Sangue é o que há de pior nesse ramo - de longe.

A sinopse: um cinema (e não um teatro - o ''theatre'' do título original não se refere a teatro, e é, na verdade, diminutivo de ''movie theatre'', sala de cinema portanto) que possui um histórico de desgraças é reaberto nos ''tempos atuais'' (os anos 80, é claro). E, obviamente, o passado irá se repetir através de um assassino totalmente sem graça (e que tem a identidade revelada imediatamente, eliminando a possibilidade do ''whodunit'') que sairá despachando o elenco dessa porcaria das maneiras mais toscas, porcas e amadoristicamente filmadas que você puder imaginar - de fazer ''hacks'' sem talento como Al Adamson, Herschell Gordon Lewis e Andy Milligan parecerem mestres da Sétima Arte na comparação.

Não se deixe enganar pela curta duração de 1H15Ms: essa atrocidade aqui dá a impressão de ser mais longa do que o clássico Out 1 do Jacques Rivette - lendário filme da nouvelle vague francesa com 13 horas de duração. Afinal, nada de interessante acontece em Teatro de Sangue: atuações nulas (apesar da cultuada Mary Woronov, completamente perdida nessa bomba), tentativas fracassadas de fazer humor e ainda mais fracassadas de criar suspense (apesar da trilha sonora bacaninha, a única coisa que curti no filme fora a presença da Woronov), culminando nas já citadas mortes a la filmagem infantil.

Ainda mais chocante é pensar no hype que a fita possui, chegando a custar uma grana preta net afora. Agora que assisti isso daqui (ou melhor, agora que sobrevivi isso aqui), estou certo de que eu jamais pagaria mais do que R$ 20 nessa VHS sob hipótese alguma. E só chegaria a esse valor de 20 reais por causa da minha tara (até algo irracional, admito) por slashers, ainda mais oitentistas, ainda mais desconhecidos ou quase isso.

E OK, a capa da fitinha da Screen Life é bonita (mas não tanto quanto a big box do filme lançada nos EUA sob o título Movie House Massacre - título bem mais interessante do que Blood Theatre, diga-se de passagem), mas, no instante em que um filme atinge um nível tão grotesco assim de ruindade, os fatores 'raridade' e 'arte de capa' recebem uma queda natural na avaliação geral. (Isso me lembra Paraíso da Sacanagem, fita obviamente hypada por estrelar o Sady Baby. Antes de assistir AQUILO, eu estava sim disposto a pagar algo próximo de 100 reais naquela fita. Mas, após assistir aquela DESGRAÇA NÍVEL EXTREMO, tenho a certeza de que eu jamais pagaria mais de 20 reais naquela fita. Aliás, aquele é o único filme do Sady que posso dizer que eu odeio. Nem a presença dele ou o gore ou a música roubada de Laranja Mecânica me fazem dar algum tipo de valor adicional a Paraíso da Sacanagem, uma produção originalmente digna que foi COMPLETAMENTE arruinada pelos enxertos de sexo explícito degradante, que, inclusive, nem fazem sentido na trama.)

Bem, a real é que... Não sei se conseguirei explicar isso, mas tentarei. A real é que não consigo entender isso de endeusamento geral de fita X ou Y. Ainda mais algo tão nichado como Teatro de Sangue, filme que deve ter meia dúzia de fãs no mundo inteiro. Isso de endeusamento, ou hype, ou idolatria é algo que reflete um gosto pessoal, e se torna um tanto nonsense quando é adotado por uma quantia de pessoas. Bem... Não sei se estou conseguindo me expressar direito, mas o que quero dizer é que cada indivíduo deveria decidir por conta própria qual fita é valiosa na sua vida. Isso da Teatro de Sangue ser encarada como uma fita ultra-valiosa e tal, duma maneira geral, é algo que não faz o menor sentido para mim. OK, a fita pode ser rara, mas o filme é absurdamente horroroso, possivelmente até pior do que o Paraíso da Sacanagem ali do Sady (Sady esse que pelo menos é uma figura lendária, ao contrário do Rick Sloane, diretor de Teatro, sujeito que não é lendário nem na casa dele), o que, a meu ver, retira muito do valor da fita. Se ao menos fosse algo inusitado ou exótico (tome por exemplo O Mistério no Colégio Brasil, que tem o apelo extra de ser um slasher brasileiro - sem contar que O Mistério... é uma obra-prima perto de Teatro)... Mas nem isso Teatro é: é somente mais um slasher - entre trocentos - feito nos EUA nos anos 80. Nada torna isso daqui levemente especial sob qualquer perspectiva.

Por favor, se alguém achar que essa fita vale mesmo três dígitos, pode deixar ali nos comentários a sua opinião. Estou tentando entender isso, portanto sintam-se livres para discordar de mim e dizerem as suas opiniões. Já na minha opinião, é totalmente insano cobrar ou pagar 100 reais para cima nisso daqui. Não é porque alguém, em algum lugar, eventualmente esteja disposto a pagar esse valor nessa fita que imediatamente significa que ela vale tudo isso. A loucura de um ou outro gato pingado não justifica que uma fita dessas seja alçada ao título de Santo Graal do VHS.

Enfim: também incrível é pensar que Teatro de Sangue foi lançado numa edição especial em Blu-ray nos EUA, com dois (!) comentários em áudio, introdução de 9 minutos, Q & A de 14 minutos e até mesmo uma transfer que recebeu cotação máxima no Blu-ray.com - além de um filme bônus, o segundo longa do Sloane, que também vem com comentário em áudio. Se bem que não chega a ser realmente surpreendente se pensarmos que, nos EUA, qualquer slasher já feito possui algum culto ou apelo desde o berço.

E, nessa mesma linha aí, eu posso recomendar Midnight Movie, feito nesse século. De maneira geral, é um slasher legalzinho, mas, comparado com Teatro de Sangue, MM é uma obra-prima genial. É sério: estou simplesmente chocado com a extrema ruindade de Teatro de Sangue, e acho que, tirando Return to Sleepaway e o quinto Halloween, eu nunca irei encontrar um slasher pior do que esse ou ao menos tão ruim quanto. Isso daí só vale a pena ser assistido por gente completamente fanática e completista por filmes desse naipe. Pessoas comuns devem fugir com todas as forças. (E pensar que nem mesmo o massacre que o Ivan já havia feito disso daqui conseguiu me preparar para a desgraceira que estava por vir ao dar play nessa abominação...)

(...)

A seguir no 7 Noites em Claro: finalmente, FINALMENTE o post dedicado a David A. Prior que venho planejando desde Setembro do ano passado, e que recebeu novas ideias de atualizações mês passado e também agora em Janeiro de 2022.

PS: Estava pensando aqui. Outra explicação para alguém querer cobrar ou pagar um preço altíssimo em Teatro de Sangue seria o fato de que o filme é sim relativamente obscuro... MAS só poderia justificar um preço alto assim se estivéssemos numa época pré-internet, sem ter a praticidade de assistir ao filme online (ele está completo no YouTube, aliás). Se bem que, refletindo aqui, naquela época em que a internet ainda não havia se popularizado seria muito mais fácil trombar essa VHS nos sebos e afins, já que havia uma disponibilização infinitamente maior do formato naquele período. Ou seja: por qualquer ponto de vista que eu for adotar, continua não fazendo sentido uma fita de um filme tão incrivelmente péssimo causar um barulho tão alto. Mas sintam-se livres para discordar de mim nos comentários, caso alguém aí ache que fitas como Teatro de Sangue, Chillers: Passagem para o Inferno, Massacre (The Slumber Party Massacre 2 - essa daqui é até um caso mais grave, já que saiu sim em DVD no Brasil) e outras tranqueiras atômicas merecem sim custar um valor muito alto só por serem raras, de terror e terem capas bonitas ou lindas. Já eu sou do pensamento de que o filme tem que ser minimamente interessante para justificar um hype na fita e, desses três exemplos aí, Chillers é o único filme remotamente aproveitável da trinca - mesmo também sendo um péssimo trabalho. (E, é claro, quando se trata duma tranqueira boa, tipo Prior, Andrea Bianchi, Bruno Mattei, Fred Olen Ray, etc, aí é um outro assunto. Esses caras aí são ''so bad it's good''. Mas Teatro de Sangue, Paraíso da Sacanagem e Massacre são ''so bad it's bad'', beirando o inassistível. Mas que fique bem claro: não sei se é realmente possível gostar de Teatro de Sangue e dos outros filmes que eu massacrei ali, mas, para quem eventualmente gostar deles, beleza: é compreensível que dê um super valor a essas fitas em questão. O que eu não consigo compreender nem a pau é quando se dá valor para algo - não só VHS - em termos somente de raridade ou de um hype que foi construído com o passar dos tempos. Para encurtar tudo, o que estou tentando dizer é o seguinte: eu jamais conseguiria ter um grande interesse numa fita de um filme que não me diz nada. Posso entender o lance completista, se você estiver tentando fechar um certo diretor ou até mesmo um certo selo - se bem que mesmo nesses casos eu não acharia OK pagar um valor anormal no momento que o filme fosse inaceitável - mas um caso específico como Teatro de Sangue, um filme extremamente, absurdamente péssimo, é algo que está além da minha compreensão. A real é que a extrema ruindade desse filme mexeu com a minha cabeça e vem me causando estragos irreversíveis. Ô filme ruim da porra. ''Valeu'' por essa ''dica'' aí, Ivan!)

 


 

O Cinema Obscuro e Atrapalhado do Zé Ruela Gregory Gieras Parte 1: Sussurros da Morte / The Whispering (1995)


 

 

Mais um post que servirá como uma espécie de ''show de abertura'' para o grande evento do dia, que será a postagem dedicada ao mestre David A. Prior - postagem essa que NÃO terá nenhuma imagem de VHS, e focará em coleções fora o formato.

Não deverei tomar muito tempo com essa postagem aqui, dedicada ao obscuro filme de terror Sussurros da Morte, lançado pela VTI - já em sua fase final - numa rara VHS que, até hoje, nunca consegui trombar. E olha que a procuro desde, hum, 1999 :)

Foi mais ou menos naquela época, dos meus primórdios como fã de terror e colecionador de VHS, que gravei o filme de um Intercine ou Corujão da Vida. Apesar de não ser um bom trabalho no fim das contas, Sussurros tem sim alguns bons momentos, que merecem ao menos serem citados.

A trama envolve um detetive (o ex-popstar - ou ex-aspirante a popstar - Leif Garrett, do mediano slasher Psicose para Matar, AKA Bloody Pompoms) que investiga uma série de supostos suicídios. Ao mesmo tempo, tem que lidar com o trauma de ter perdido a irmã na infância (cacetada, igual no Censor ali do post anterior!), em uma tragédia que pode ou não ter sido um suicídio.

A sinopse de Sussurros definitivamente é interessante, e o filme tem lá suas preocupações em debater - e tentar entender - os motivos que levam alguém a tirar a própria vida. E até consegue, parcialmente, ser bem sucedido nessa área.

Só que aí tem os problemas da película. E eu nem saberia por onde começar a destrinchá-los.

Com a possível exceção da intérprete d'A Mulher, que é sim um tanto ''creepy'' e eficiente, o elenco inteiro está canastrão pacas, não convencendo em absolutamente nenhuma cena. Para piorar, os diálogos são simplesmente retardados:

''Would you like to fuck me?''

''Excuse me?''

''I said: would you like a cup of tea?''

E, pegando a deixa do diálogo acima, aí está outro problema do filme: essa tentativa de thriller erótico, que, além de não adicionar absolutamente nada (já que as cenas de putcharia são dignas das piores tralhas já exibidas no Cine Privé), ainda atrapalha toda a possibilidade de se criar uma trama detetivesca de horror que seja minimamente interessante. Aí, para acompanhar essa presepada toda, temos uma trilha sonora simplesmente vergonhosa, condizente tanto com o aspecto noir bagaceiro de Sussurros quanto com a sua ambição erótica fracassada.

Conclusão: uma boa ideia mal aproveitada, mas que, mesmo assim, rende lá os seus bons momentos, como na abertura razoavelmente macabra e na cena do enterro de um personagem secundário. Assim sendo, é melhor conferir filmes mais ou menos similares, como o germânico O Rei da Morte (Der Todesking), do mesmo doido varrido que fez Nekromantik, ou o chinês Assassino sem Sombra (The Detective), dos Pang Brothers - além do já resenhado por aqui Do Além (From Within), filme de 2007 que pode ou não ter sido parcialmente chupado no hit Corrente do Mal (It Follows), de 2015. (E uma coisa interessante que fui reparar agora: na minha antiga cópia com o filme gravado da TV não tinha a abertura com a frase na tela e a primeira morte. Já começava com o professor e os alunos se encontrando no parque. Mas definitivamente não consigo me lembrar se foi eu que perdi essa intro, sei lá por que, e comecei a gravar o filme de forma atrasada; ou se, realmente, a Globo cortou essa cena inicial naquela exibição específica. É, não tenho como saber. E outra coisa: o filme estava extremamente apagado na minha memória. Eu só lembrava de um trecho desse já citado encontro no parque, de uma pequena parte do final e, é claro, da sequência do enterro, que é provavelmente o ponto alto de Sussurros da Morte.)

P.S. OFF TOPIC: Post escrito ao som do EP Mentes Inquietas (2007) do Hori. Sim, a antiga banda do Fiuk e, não, o seu humilde narrador não está louco da cabeça: esse EP aí é um clássico absoluto do emo nacional (as duas últimas faixas são apenas OK, mas as três primeiras são EXCELENTES, incluindo o '''''hit''''' Pronto pra Atacar, uma das minhas cinco canções favoritas do emo BR), antes da banda se vender pro sistema no álbum completo de alguns anos depois. E, PQP, esse EP do Hori é extremamente raro. Simplesmente não há sinal dele em lugar algum, seja fonte física ou mesmo internet. Talvez seja até mais fácil eu conseguir a VHS Premonição do que esse EP em CD. Vai ver só é possível mesmo conseguir o CDzinho original na casa do próprio Fiuk. (Já o álbum completo do Hori é facílimo de encontrar, tanto na versão comum quanto na estendida. O comprei na versão especial por R$ 2.50, lacrado ainda - já que deve ter sido um encalhe do caralho... Das 16 faixas só curto 3: Verdade, Quem Eu Sou e, em menor escala, o cover de Só Você. De resto, aquele álbum poderá induzir o ouvinte ao suicídio tipo acontece no filme abordado nessa postagem.)

 



 

sábado, 29 de janeiro de 2022

O Primeiro Post do Fim de Semana... PARTIAL MASSACRE = Censor (Como na Clássica Canção do Public Enemy: ''DON'T... DON'T... DON'T BELIEVE THE HYPE.'')


 

 

Passei por algumas complicações pessoais e técnicas que me impediram de postar antes no 7NEC. Mas quero iniciar uma pequenina série de posts do FDS que deverá, finalmente, terminar em grande estilo, com a postagem dedicada ao mestre David A. Prior, um dos três principais deuses do VHS para mim, ao lado de Lucio Fulci e Sady Baby.

OK, vamos iniciar tudo então com o massacre parcial desse hypado terror britânico ambientado na era do video nasty, na década de 1980. Com ecos de produções melhores como o seriado nacional Magnífica 70 e o filme sueco Evil Ed, Censor acompanha a vida da nada carismática e fucking boring Enid, uma censora de filmes extremos. Ao mesmo tempo que começa a ser atormentada pelas imagens violentas que assiste cotidianamente no seu trabalho, Enid também precisa lidar com o misterioso desaparecimento de sua irmã, um caso nunca resolvido. Para piorar tudo, ainda tem um serial-killer à solta, possivelmente influenciado por filmes extremos.

Censor começa bem, nos prometendo um filmão atmosférico e tenso, além da interessante ambientação na era de ouro do VHS, dessa vez com o frescor britânico e - ainda bem - longe daquela roupagem limpinha tão habitual das produções norte-americanas.

Mas eis que, exatamente aos 35 minutos de duração, todo esse início promissor vai pra casa do caralho graças a UM DOS JUMPSCARES MAIS RIDÍCULOS E VERGONHOSOS DA HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL. É sério: o treco é tão vexatório que parece filme da Nerdfux dirigido pelo ''finado'' James Wan. Só vendo pra crer no extremo baixo nível e desespero da bagaça.

Bem, ali ficou claro para mim que seria impossível Censor prestar no fim das contas. É, eu deveria saber que, com mulher na direção, o negócio provavelmente não iria prestar mesmo... (Afinal de contas, até hoje, em todas a história do cinema mundial, não surgiu nenhuma grande mulher cineasta.)

Mas a desgraça não termina ali.

Na marca dos 53 minutos temos outro momento de vacilo total por parte de Censor: uma cena simplesmente previsível, desleixada, genérica e pavorosa, que nos faz imaginar como diabos pode ter sido deixada no corte final. É de bater a cabeça na parada, tamanha a ruindade do bagulho.

E as atrocidades continuam.

Em 1H11Ms temos uma possível homenagem a trechos icônicos de filmes muito superiores, como os clássicos oitentistas O Dia das Mães, AKA O Dia das Mães Macabro, AKA Os Herdeiros do Mal (Mother's Day, 1980) e Retrato de um Assassino (Henry: Portrait of a Serial-Killer, 1986). Com a diferença de que, aqui em Censor, a sequência em questão simplesmente não funciona nem a pau e beira a comédia involuntária. (Pensar que, mesmo com menos grana e em um filme da TROMA, esse tipo de situação foi filmada com mais garra...)

Aí, para despencar tudo de vez privada adentro, temos instantes finais na pior linha ''David Lynch dos pobres'', com a diretora nos dando umas soluções totalmente na vibe ''o espectador que se foda: o meu filme é arthouse e qualquer explicação que eu der será satisfatória'', além de meio que tentar refilmar o clipe Black Hole Sun, do Soundgarden, da forma mais desastrada possível.

Bem, já que o filme gosta de tirar sarro dos filmes de terror com ''Don't'' isso e ''Don't'' aquilo no título (''Don't Answer the Phone'', ''Don't Go in the House'', ''Don't Look in the Basement''), tudo que eu posso dizer sobre Censor, no fim das contas, é o seguinte:

DON'T BELIEVE THE HYPE.

 


 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Dezembro Alternativo = Pesadelo na Rua do Tiozinho da Esquina, AKA Titio Marcio Perdido Entre o Mundo dos Sonhos e o Mundo das Alternas (Freddy em Dose Dupla)




 

 

Eis mais duas das 77 alternas sem capa que adquiri em Dezembro. Antes sem capa do que com capa custom (capas custom essas que estão entre os piores acontecimentos de 2021 dentro do BBB VHS), ou então xerox colorido de capas alternas reais - gerando reações que figuram facilmente entre as coisas mais indescritivelmente constrangedoras já postadas no YourToba desde a criação da plataforma mais de 15 anos atrás. (Constrangimento esse nível extreme, a la Nazi Moura '''''prevendo''''' que o Bozo seria um bom presidente pro Brasil ou o Ignorante - junto do pai dele - falando que a ditadura militar brasileira foi uma época boa.)

Normalmente poderia não ser muito interessante falar sobre Freddy em VHS, mas, como se tratam de fitas alternativas (ou ''trepadas'', como alguns chamavam nos anos 80), esse é um papo que pode render alguns rumos inusitados.

Bem, antes de mais nada, vamos tecer alguns pitacos relâmpagos - ou não tão relâmpagos assim - sobre os filmes em si.

A HORA DO PESADELO 2: A VINGANÇA DE FREDDY (1985)

Sequência OK do original de Wes Craven, de um ano antes, que ia muito bem até se queimar completamente nos ridículos instantes finais, onde as armadilhas da Nancy contra o Freddy transformavam tudo num terrir de péssima qualidade. E, para piorar, ainda tinha aquelas situações puramente nonsense com a mãe dela. Bem, essa sempre foi mesmo uma marca registrada do ''gênio'' (yeah, right) Wes Craven, um cara que sempre teve o costume de pisar na bola em maior ou menor escala, estragando as coisas até mesmo nos seus poucos filmes de grande potencial. Mas, é claro, todo mundo te ama quando você está morto.

Esse Freddy 2 também alterna entre momentos mais sombrios e outros mais voltados para a palhaçada, como a festa do final que é - obviamente - interrompida pelas travessuras do Mr. Krueger. Por mais questionável que seja a qualidade dessa sequência, uma coisa é certa: ela consegue ser menos vexatória do que os instantes finais do ''clássico'' original. Mesmo porque poucas coisas conseguem ser piores do que a Nancy enfrentando o Freddy no ''mundo real'' da parte 1, e preparando suas ''boobytraps'' a la Os Trapalhões para derrotar o vilão onírico. (Na realidade, o ''mestre'' Craven conseguiu sim se ''superar'' alguns anos antes de morrer. Afinal, o slasher dele A Sétima Alma, AKA My Soul to Take, conseguiu ser muito mais deplorável do que os momentos finais do Freddy 1. Inclusive, aquela porra é um dos cinco piores slashers que já assisti na vida inteira. ''Parabéns'' por essa, Craven!)

Bem, falando em vergonhas alheias gerais, ainda pior do que tudo foi ver o protagonista de Freddy 2, o Mark Patton (que recebeu um documentário alguns anos atrás), falando que, com Freddy 2, se tornou o primeiro scream queen masculino da história. Tá bom... O Anthony Perkins já era isso DUAS DÉCADAS E MEIA ANTES. Sinceramente culpo as redes sociais, indo do Orkut (que não me gera nenhuma nostalgia) até as atrocidades atuais tipo TikTok (incrível que conseguiram criar uma rede social que consegue ser pior do que o Facebook) por toda essa alienação, esse emburrecimento geral, essa preguiça generalizada e essas informações erradas vindo de todos os cantos. Estamos, cada vez mais, inseridos numa sociedade cada vez mais sem interesse ou curiosidade de pesquisar as coisas, mesmo com todas as facilidades modernas. Essa declaração aí do Patton é um exemplo perfeito disso, e foi tipo aquilo lá dos realizadores de Condado Macabro falando que aquele slasher meia-boca é o primeiro slasher brasileiro já feito. PQP, un-fucking-belUweBoll mesmo. (Como diabos tem a coragem de dizer que um slasher dos anos DOIS MIL E DEZ é o primeiro feito no Brasil, quando esse subgênero já vinha sendo explorado no nosso cinema desde, pelo menos, a década de MIL NOVECENTOS E SETENTA?????)

Anyway, filme OK (talvez inspirado no estilo ''homocida'' de Parceiros da Noite, de 1980), mas vamos agora pra porra da parte 4.

A HORA DO PESADELO 4: O MESTRE DOS SONHOS (1988)

Eis o meu favorito da franquia depois do terceiro - terceiro aquele que é o VERDADEIRO equivalente americano a Hausu, uma roleta-russa surrealista e delirante de empolgar ao extremo os fanáticos por ''drug-movies''. Chupa, Craven: os filmes mais fodásticos da saga do Freddy não são seus.

Pois bem: Renny Harlin, após realizar sua estreia através do algo ambíguo e bastante interessante Arctic Heat, AKA Born American (lançado em VHS pela Hunter como Nacionalidade Americana e pela Look como Férias para a Morte), um filme que começava alfinetando a Rússia (e quase gerou uma guerra entre aquele país e a Finlândia na época, hahahaha) para, mais adiante, tecer lá suas críticas aos EUA (mas que, de qualquer forma, serviu como passaporte para o Harlin, que, assim, saiu da Escandinávia para poder filmar em território americano), o cineasta viking conduziu dois filmes americanos de terror no ano de 1988: Prison (AKA Duro de Prender, AKA Condenação do Além) e esse quarto Freddy, que segue a linha alucinante do terceiro em grande estilo: a cena do Freddy testando as habilidades de artes marciais de um dos personagens é impagável, e só não é mais fodástica do que a cena do ''welcome to primetime, BITCH'' do terceiro. Puta que pariu, essa dobradinha Freddy 3 & 4 é sensacional mesmo. Pena que tudo que vem antes e depois dessa dupla deixa a desejar em níveis diferentes - principalmente os que vieram depois...

E é triste pensar que Harlin, a seguir, se perderia em filmes chatos de ação como Duro de Matar 2 e outras porcarias. Mas, por outro lado, ele até conseguiu se redimir vez ou outra, como no thriller policial Cleaner (não lembro o título BR e, graças a chuva from hell de ontem e também aos incompetentes da Net-Claro, estou sem internet no momento que escrevo essa postagem - portanto não tenho como verificar o título BR do filme agora) e também no ótimo slasher Mindhunters, AKA Caçadores de Mentes, que possui twists de alto nível e situações muito intensas.

VOLTANDO AQUI...

OK, pitacos introdutórios feitos, vamos bater um papo agora sobre o mundo dos sonhos se encontrando com o mundo alternativo das fitas piratas do milênio passado.

Pois bem: além dessas duas alternas que peguei mês passado (que, assim como todas as demais 85 fitas que adquiri em Dezembro, também custaram R$ 5 cada), sei de mais dois casos de Freddys piratas circulando por aí. E é engraçado que, no meu caso, essas Freddys piratas estão sem capa, mas, nos outros dois casos que sei da existência, acaba sendo o contrário: elas estão em capas avulsas, sem sinal das fitas. Se trata de uma outra edição do segundo pirata, via M&C, e também do terceiro filme, que o Ivan Ferrari conseguiu algum tempo atrás a capa avulsa e perdida em um sebo aí do nosso Brasilzão.

Aí me pergunto: será que alguém aí sabe mais alguma coisa referente ao Freddy em fita pirata?

Ao adquirir essas duas minhas, fui dar play nas fitas para ver se pintava algo inusitado. No letreiro do quarto filme aparece apenas ''O Mestre dos Sonhos''. Mas, no letreiro do segundo, tive uma surpresa e tanto. O título em português que aparece é o seguinte:

PESADELO NA RUA ELMO 2: A REVANCHE DE FREDDY

Só esse título totalmente WTF já valeu a aquisição. PQP, ''Rua Elmo'' foi foda. Sensacional. (E fico imaginando se aparece um outro título nacional na versão da M&C...)

Dessa forma, ficamos sabendo de TRÊS títulos diferentes para o segundo filme no Brasil. Além dos dois aqui citados, o oficial e o alternativo dessa versão, temos que lembrar que, nos cinemas da época, o filme passou como Pesadelo 2: A Vingança de Freddy.

E, por falar em títulos variados, a capa avulsa do terceiro filme pirata está como ''A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros do Sonho''. Diferente portanto dos dois subtítulos oficiais aqui: ''Os Guerreiros dos Sonhos'' e ''Guerreiros Oníricos''. (Outro detalhe que muda no terceiro filme é o fato de que, em algumas versões, lá no começo do filme, após acordar de um pesadelo, a personagem da Patricia Arquette liga o rádio e, numa versão, escuta Into the Fire do Dokken e, em outra, escuta uma canção instrumental.)

Anyway, eu poderia até incluir o scan da Freddy 3 pirata aqui, mas, como tenho a regra de só postar scans completos de fitas minhas, não farei isso. Além do mais, não sei se o Ivan iria gostar de ver scan dele circulando net afora. E o mais grave de tudo: hoje em dia não dá mais para compartilhar scans integrais de alternas porque está rolando uma nova moda aí, que é tirar xerox colorido dessas capas - disponibilizadas online - e fazer vídeo as mostrando e falando que as mesmas são capas reais de alternas. Portanto, não recomendo que mais ninguém compartilhe capas alternas na totalidade net afora. (E isso trás de volta aquilo que disse agora pouco, dessa galera viciada em rede social que está mais preocupada em ostentações vazias e propagação de fake news do que em realmente cultuar e debater as coisas. É naquelas: pega um diretor como David Prior, por exemplo, que só eu, o Ivan e mais um ou outro gato pingado tem interesse em verdadeiramente pesquisar e conversar sobre. O povo em geral está pouco se fodendo pros filmes dele - mas essa mesma galera tem um enorme fetiche pelas fitas dele, em nome do hype da raridade e do exibicionismo raso. Bem... É por essas e outras que quero total distância de TODAS as redes sociais, principalmente dos leilões pega-trouxa em que fortunas são cobradas por fitas aleatórias e pretensamente raras - fitas essas que são eventualmente adquiridas pelos novatos incautos de plantão, que talvez não saibam que, nos sebos afora, dá para conseguir VHS de qualidade por um dígito. É, toda essa galera aí acaba sendo uma grande referência para esse meio - uma grande referência do que não deve ser feito.)

Com isso dito, postarei apenas dois pequenos trechos da sinopse da contracapa de Freddy 3.

E até a próxima postagem da série Dezembro Alternativo, cambada. (Por falar nisso, a minha única VHS adquirida em 2022 até o momento também é uma alterna sem capa. Normalmente eu não teria interesse de pegar VHS musical, mas, como se trata de uma das bandas que mais curto dos anos 80, em fita aparentemente inédita de forma selada, a adquiri sim. Qualquer hora dessas farei esse post aí.)

 



 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

REACT = Debate com Regis Tadeu e Paulo Baron: O Que Esperar de 2022







 

 

Retorno aqui para fazer um react ao primeiro debate de 2022 entre o Regis e o Baron.

4Ms: Baron falando que pegou COVID e, por isso, está isolado.

41Ms: os dois - e principalmente o Baron - comentam sobre os shows do KI$$ no Brasil, mais ou menos em breve. Parte bem interessante Cão certeza, por mais que eu jamais iria nesse show mesmo em tempos não-pandêmicos e se o ingresso estivesse a preço de puta da área trash de Sampa. Bem, essa é uma banda que eu nunca consegui entender o apelo.

46Ms: a dupla responde um superchat sobre o Laser Disc, formato que sempre foi pra lá de nichado, e só não é mais deixado pra escanteio do que o Betamax e o HD DVD.

51Ms: a primeira vez que vejo RT e PB falando sobre o The Wildhearts, banda inglesa muito legal que chegou a tocar junto dos Manics ainda na era Richey. Aliás, até tem uma música dos Wildhearts, que não lembro o nome, que cita o desaparecimento do Richey na letra. Esse trecho dos Wildhearts foi interessante para me fazer pensar que não tenho nada da banda na minha coleção. Até cheguei a trombar duas edições diferentes do CD P.H.U.Q. (''Fuck You''), uma inglesa e uma japonesa (os dois países em que eles fizeram algum sucesso...), uns 15 anos atrás, mas, como não curto muito esse disco (que não possui nenhum dos grandes clássicos deles como Sick of Drugs, Caffeine Bomb, TV Tan, Suckerpunch, Greetings from Shitsville, Nothing Ever Changes But the Shoes, etc), o deixei passar, mesmo custando uma ninharia - 14 mangos o CD japonês, com apresentação especial, e 5 pilas o CD inglês, numa edição mais simples. Mas, enfim, Wildhearts é legal pacas. Sempre curti bastante. (Aliás, nos meus tempos de '''''rockstar''''', eu até fazia cover de Caffeine Bomb. Era um desafio do caralho, já que essa música é muito embaçada de cantar, com aquele vocal estilo Raimundos das antigas mas em inglês. Lembro que levei um tempo razoável até conseguir decorá-la na íntegra e conseguir cantá-la na totalidade, lá em meados de 2007.)

1H07Ms: Pela primeira vez na vida vejo o Regis citar a Juliana Hatfield, mina que curto bastante desde a época em que eu era menor de idade. Até tenho dois CDs dela na minha coleção, sendo um tardio (anos 2000) e o outro da época áurea, o Become What You Are, de 1993. Aliás, esse CD é curioso pelo fato de que escolheram a PIOR música do tracklist para lançar como um dos três singles: a xaropeta Spin the Bottle. De resto, é um disco interessantíssimo, com uma faixa - Mabel - que foi chupada na trilha sonora do primeiro V/H/S, além de coisas sensacionais como Supermodel, This Is the Sound e a Nirvanesca I Got No Idols. Puta disco animal. E tem outra: a Juliana Hatfield (cujo irmão ''low profile'' esteve nos primórdios do Helium) está no topo da minha wish list de singles desde mil novecentos e bolinha, já que eu JAMAIS consegui encontrar o singlezinho da maravilhosa Everybody Loves Me But You, cujo clipe passava às vezes no finado programa Lado B da extinta MTV Brasil. Essa é simplesmente uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos. Caralho, quanta nostalgia lembrar do quanto eu adorava essa heroína do rock indie.

Juliana Hatfield >>>>> James ''Anti-Vacina'' Hetfield

1H07Ms: Imediatamente após a citação relâmpago a JH, o Regis fez uma piada sobre David Bowie que eu NÃO ENTENDI PORRA NENHUMA, mas que fez o Baron quase passar mal de tanto dar risada. É, esses caras ficam tão chapados de Cachaça Única que resultam em momentos como esse, hehehe.

1H14Ms: o Baron faz um PURE MASSACRE nessa presepada dos políticos querendo - livremente e sem pagar porra nenhuma - escolher músicas variadas para usar em campanha política. Realmente, deplorável essa porra.

1H29Ms: RT e PB, mais uma vez, descendo a lenha no King Diamond e no Mercyful Fate. Foi interessante que o Baron disse que, certa vez, encontrou o Diamond em pessoa, e disse pra ele que não curte o som dele - ao que o KD reagiu numa boa, falando que não tem problema nenhum. Isso até me lembrou a vez em que o Fake Number, então no auge, foi no programa de rádio do Pânico, e uma minazinha lá do programa - cujo nome eu não lembro - disse pra banda inteira que não gostava do som deles, e que era som só para adolescente ouvir.

1H34Ms: uma das partes mais interessantes da live, com um espectador perguntando se eles possuem algum disco que, de tão absolutamente raro, mais ninguém no Brasil tenha. Aí o Baron disse que chegou a ter um compacto do Def Leppard ainda da época que se chamava ''Deaf Leopard'', e que o mesmo ainda estava autografado pela banda... Mas que, daí, algum féla da puta máximo roubou esse compacto dele. Caraca, fiquei me sentindo mó poser, porque EU NEM SABIA que, bem em início de carreira, o Def Lep chegou a ter o nome escrito com a grafia correta. Incrível - e olha que eu adoro os três primeiros discos desses caras, antes deles se tornarem uma das piores atrocidades da história da humanidade em todos os tempos. Mas, enfim... Eu estava pensando aqui se, na minha coleção, eu teria algum disco que, de tão absurdamente raro, ninguém mais no Brasil o tenha. Bem, é óbvio que, como o Regis disse ali, não dá pra saber isso ao certo. É claro. Mas, sei lá, eu tenho aqui três CDs inacreditavelmente obscuros e desconhecidos de bandas que não fizeram nenhum mínimo sucesso nem nos seus países de origem. São eles: o debut do Reg-Wink, banda feminina japonesa ultra-hiper-mega-obscura que tentou pegar carona no sucesso de alguns grupos femininos nipônicos que faziam muito sucesso por lá na década de 80 (P2, Lindberg e, em menor escala, Show-Ya e Pink Sapphire; aliás, uma vez quase tretei com um japonês de verdade na Galeria do Rock porque ele me disse que, na época, Lindberg era maior do que P2, ao que eu respondi falando que ele tava viajando legal, e que Lindberg jamais foi tão famoso quanto P2, muito menos maior do que as deusas do JPop 80); o debut do Bates Motel, grupo punk-gótico canadense a la The Lords of the New Church (Lords esse que está na minha primeiríssima - e única por enquanto - VHS adquirida em 2022), que contava com o John Bates, o primeiríssimo vocalista do Annihilator, a banda canadense de metal mais bem-sucedida de todas; e o maravilhoso single Velvet Flame do Plastic Tears, banda finlandesa de hard-glam dos anos 90. Esse último é o grande destaque desse trio, já que as três músicas presentes no single são excelentes, e bem diferentes uma da outra: a faixa-título, que é uma bela balada, True Love Never Dies, um rockinho a la anos 50 muito bacana, e a pesada, sleaze e fodástica New York Thunder, com um refrão animal. Ahh, e as três possuem clipes bem legais. Diria até que, depois da dobradinha formada por Hanoi Rocks e Sinergy, Plastic Tears é a banda que eu mais curto da Finlândia.

1H49Ms: o Regis fazendo o seu milésimo massacre de Paramore. Bem, o que eu penso sobre Paramore? Tem duas músicas absolutamente maravilhosas, CrushCrushCrush e Anklebiters, que é Avril Lavigne total. Além dessas duas, tem três outras bem legais: Hello Cold World, Ignorance e That's What You Get. De resto... CHATO PRA CARALHO. CHUTA QUE É MACUMBA. Na verdade, tenho a teoria de que Paramore faz esse sucesso todo porque todo mundo quer comer a vocalista, e não por causa da música em si. Mas, é claro, das quatro bandas mais famosas da história da Emolândia mundial (nessa ordem de popularidade: MCR em primeiro lugar, Fall Out Boy e Paramore empatados em segundo, Panic at the Disco a seguir), é claro que sempre irei preferir Paramore do que Panicat the Jizzco. Mas é claro também que sempre irei preferir os vários ''clones'' de Paramore do que o próprio Paramore: o meu amado Fake Number, o meu amado Hey Monday, o também sensacional City of the Weak e outras bandas bacanas como Fit for Rivals (a vocalista até lembra a Elektra visualmente, haha), Icon for Hire, The Nearly Deads, a variação screamo Flyleaf e outros nomes menos cotados.

2H39Ms: a dupla fala rapidamente sobre os sebos de São Paulo. Hail sebos.

É isso por hoje. E foi ótimo essa live me lembrar do quanto eu curtia Juliana Hatfield e Wildhearts, dois nomes que sempre foram bem difíceis de encontrar em sebos. Single dessa galera então, nem sonhar - não os encontrei nem nas ocasiões em que fui na Galeria do Rock inteira, perguntando de loja em loja.

PS: Post escrito ao som dos discos In for the Kill, do Toxic Rose, e Blink-182 auto-intitulado. O primeiro não me conquistou de primeira, mas vem crescendo em mim. Gosto principalmente das faixas Angel Down e New Breed. Já o quinto do Blink foi o último disco audível do grupo, que, a seguir, se tornou algo quase tão irrelevante do que a filmografia do George Lucas - composta por quatro lixos $tar War$, uma tranqueira sobre juventude que força uma nostalgia barata e uma chatice suprema sci-fi de futuro fascista. Bem, esse Blink self-titled tem a fodástica Feeling This, as bem bacanas Violence e Obvious (nada a ver com a canção homônima do Hey Mon) e mais uma ou outra que se salva. Mas, em compensação, também tem umas desgraças que, um dia, talvez serão massacradas num post sobre as piores canções do Blink. Por exemplo, as insuportáveis Down (que, muito bizarramente, virou clipe - vai entender) e a metida a gótica All of This chupam bolas até sair sangue.

OK, até a próxima, cambada.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Dezembro Alternativo = Deadly Stranger




 

 

Trama: Maníaco foge do manicômio e, enquanto novas vítimas vão pro saco, uma jovem pega carona com um sujeito excêntrico e esquisitão. Será ele o psicopata fugitivo? Ou será que o psycho é, na verdade, um dos vários ''estranhos mortais'' que eles trombam no caminho?

Deadly Strangers (Terror Mortal na TV brasileira, Deadly Stranger na VHS alternativa), de 1975, é um mix inglês de road-movie e slasher que antecipou obras como Enigma na Estrada (da década seguinte) e Maus Companheiros, AKA Natureza Diabólica (de duas décadas depois). O diretor é o Sidney Hayers, responsável por três preciosidades de suspense-horror lançadas em VHS BR de forma selada: Circo dos Horrores, da VTI, Terror no Bosque, da Organizações Aragão, e Vingança, da Zircon. (O título original de Terror no Bosque é The Creepers, mas não possui nenhuma relação com o Creepers - ''Trepadeiras'' - do Dario Argento. Aliás, foi curiosa a vez em que o Carlos Primati, então editor da Cine Monstro, publicou uma nota de desgosto com a ocasião em que a Set resenhou o filme do Argento usando o título nacional do filme do Hayers. Bem... Mas temos que dar um desconto a Set por um detalhe: quando eles cometeram essa presepada, nem existia internet na época. Portanto, era muito mais difícil ter acesso a informação. O que é vergonhoso e inadmissível mesmo é ver, hoje em dia, em plena década de 2020, gente muito preguiçosa e mal informada passar infos erradas sem pesquisar nada antes; por exemplo, falar que um filme como Todas as Cores da Escuridão é inédito no Brasil em todos os formatos, quando o mesmo foi lançado em DVD pela Versátil. Isso sim é vergonha alheia total, mesmo porque nós todos temos um tsunami de informações a um clique de distância.)

O thriller de 1975 foi uma das 85 VHSs que adquiri em Dezembro de 2021, sendo 77 alternas sem capa, 7 seladas (3 delas com capa) e um equívoco - Cidade em Pânico, rip integral da selada que peguei por achar se tratar duma alterna. Assim, Deadly Stranger (curioso isso do título bootleg estar no singular) foi uma das 70+ alternas que consegui salvar antes de se perderem; ou pior, antes de irem pras mãos erradas; ou pior ainda, antes de surgirem internet afora sendo vendidas por preço de Playboy da Xuxa ou rim.

E o filme se mostrou uma grata surpresa. De 0 a 5 estrelas, merece 3.5 ou, talvez, até mesmo 4. Os grandes destaques vão para o início e o fim, mas tudo que acontece ''in between'' também é bem interessante, com os dois protagonistas se mostrando esquisitos também. E ainda tem a série de flashbacks constantes, que nos ajudam a conhecê-los melhor.

Bem, como não entregarei spoilers aqui, não revelarei a EXCELENTE conclusão, que é 100% Hitchcock, tanto pelo impacto visual, quanto pelo twist em si e também por uma ótima sacada envolvendo uma notícia de jornal. É de tirar o chapéu e bater palmas, mostrando o quanto Hayers foi um cara subestimado.

E a abertura também é sensacional, inserindo Deadly Stranger na relação dos vários precursores de Halloween. É isso mesmo: a intro é puramente slasher (os 4 primeiros minutos), com o duplo assassinato em POV - três anos antes de Halloween... E o roubo do carro, que vem logo a seguir, com outro assassinato em POV, TAMBÉM pode ser visto como precursor de Halloween do ''gênio'' Juão Carpinteiro. (Como bem diz o Regis Tadeu, é mesmo vergonha alheia total chamar qualquer Zé Ruela de gênio, ainda mais um cidadão que dirigiu atrocidades nível extra extra hard como Dark Star, O Príncipe das Sombras, Fuga de Los Angeles e Aterrorizada... ENTRE OUTROS.)

Enfim, depois de Deadly Drifter e Deadly Prey, eis que conheci outro filme de forte destaque chamado Deadly alguma coisa. Recomendado.

PS: Por falar em alternas, apareceu em um sebo de Sampa a VHS pirata de Dança com os Lobos. Quem quiser, pode ir lá pegar, já que, em 2022, deverei pegar pouquíssima coisa se tratando de paradas colecionísticas. E o legal dessa Dança com os Lobos é que também possui uma capinha muito bacana - alterna mesmo, nada de porcarias customizadas se passando por capa de alterna ou tentando, totalmente em vão, emular o estilo das alternas 80 e 90, além de deturpar a estética e a história dessa parte da história do VHS BR. (Aliás, essas capas custom de alternas, que vem surgindo por aí recentemente, conseguiram um feito que eu achava ser impossível: elas conseguem ser mais vergonhosas do que aquela cena do Cinemagia: A Escória das Videolocadoras de São Paulo, em que mostraram a capa custom de Scanners via Connection e aí passaram vexame, falando se tratar de capa de fita alterna. Ou seja, é inacreditável mesmo conseguir pisar na bola mais do que um documentário extremamente problemático e vergonhoso como Cinemagia. Incrível como esse meio do VHS consegue piorar sempre, em todos os sentidos possíveis. Tô fora.)

 








 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

REACT = Papo Reto com Regis Tadeu: O Que Eu Detestei em 2021


 

 

Faço aqui breves observações sobre a última live do Regis Tadeu, dessa vez solo. O vídeo é bem curtinho: mais de três horas de duração.

Logo aos 6 minutos ele anuncia a estreia de um canal dele só de cortes, o que nos leva a indagar por que diabos ele não pensou nisso antes :)

Aos 31Ms ele volta a comentar sobre o Silverchair. Diz que curte sim os três primeiros álbuns. Bem, já eu penso que, no terceiro disco, as coisas já estavam despencando ladeira abaixo, com uns singles bem nojentos ali. O Silverchair bão mesmo é dos dois primeiros registros, principalmente na sensacional canção PURE MASSACRE - que batizou um quadro de um blog bastante odiado e perseguido por aí, um tal de 7 Noites em Claro.

Aí, pouco depois, o Regis voltou a descer a lenha em duas coisas intragáveis de 2021: o Maneskin e a Olivia Rodrigo. (Sendo que Maneskin consegue ser ainda bem pior. Como o Regis bem descreveu numa outra ocasião: ''Maneskin é o Fresno da Itália. Tão insuportável quanto.'')

Aí, mais adiante, ao ser questionado sobre as bandas da Matador, o RT diz achar Pavement e Cat Power ''mais ou menos''. Me pergunto se o RT realmente ouviu essas duas bandas com atenção. Por mais que tenha um vocalista intragável como pessoa (como bem disse o Edgard da MTV: ''Stephen Malkmus e Bruce Dickinson são as duas pessoas mais insuportáveis que já conheci no showbiz''), Pavement tem sim algumas canções realmente geniais (hail Spit on a Stranger). Cat Power então é o suprassumo da música extremamente depressiva e, nessa linha, possui coisas geniais até o disco You Are Free. O que a mina tinha de linda ela também tinha de atormentada. Mas, de qualquer forma, depois daquele álbum não acompanhei mais.

Aí, aos 58 minutos, o Regis decepciona ao evitar criticar o fascistoide Roger do Um Trouxa a Rigor. É até meio bizarro ver um cara como o Regis ficando encima do muro. Um ponto baixo do vídeo.

Ao perguntarem sobre o Sabaton, o RT comenta que essa banda fez um vergonhoso show em playback aqui no Brasil. Como nunca prestei atenção nessa banda, essa info foi novidade para mim.

Aí vem o ''momento Guitardo'' na marca de 1H31Ms: o Regis revela que pretende sim fazer um ''Aposto Que Você Não Sabe'' sobre Mark Knopfler e Dire Straits.

Mais pro final, rola um massacre básico - tanto do RT quanto do espectador que contribuiu com o superchat - encima do filme Pat Garrett and Billy the Kid, do Sam Peckinpah. O Regis acaba com o filme e com a '''''atuação''''' do Bob Dylan nele. Realmente, isso daí não está entre os grandes momentos do Peckinpah nem a pau. E, é claro, ver o Bob Dylan pagando de ator é algo tipo o William Robonner pagando de apresentador de jornal da TV: uma canastrice suprema.

Ao entrar uma pergunta citando o nada carismático YouTuber Nazi Moura, o Regis, novamente, diz nunca ter ouvido falar desse Zé Ruela - sendo que, na verdade, os dois tretavam nas seções de cartas da Cover Guitarra, já que o Sr. Tadeu adorava massacrar as bandas favoritas do Bozominion arrependido, tipo Blind Guardian e Yngwie Malmsteen.

E eis que, na altura de 2H59Ms, finalmente entra uma pergunta citando o meu adorado Berlin. Na realidade, a pergunta era sobre uns 5 ou 6 nomes oitentistas com vocal feminino, mas, como não tô nem aí pros outros artistas ali (Madonna, Roxette e outros), vamos focar somente no Berlin. Ao que o Regis disse o seguinte: ''Gosto dos dois primeiros discos. Depois...'' Bem, como o primeiro álbum da banda é seriamente obscuro, lançado apenas num raríssimo vinil e contando com outra vocalista, imagino que o Regis tenha ignorado a existência desse disco e se referido aos dois discos seguintes, que são os dois primeiros com a Terri Nunn no vocal: Pleasure Victim e Love Life. Aposto que foi isso que ele quis dizer, mesmo porque seria muito surrealista gostar do Pleasure Victim e não gostar do Love Life. Portanto seria o Berlin da Terri antes do disco que desagrada a maioria dos fãs, o Count Three and Pray, que contem coisas chatas e genéricas como Sex Me, Talk Me (vergonhosa tentativa de dialogar com o hard farofa), a xaropeta You Don't Know (que só vale pela curiosidade da Karen, do Violet Soda, ter plagiado o visual da Terri desse clipe), a desnecessariamente longa Pink and Velvet e, é claro, o Santo Graal da chatice chamado Take My Breath Away - puta que pariu, quem precisa dessa porra quando temos Overload, Masquerade, Dancing in Berlin e tantos outros clássicos absolutos da fase oitentista do Berlin???

Enfim, finalmente descobri o que o Regis acha sobre Berlin - por mais que ele tenha falado muito brevemente sobre o tema.

Bem, é isso. Esse ano deverei reagir a todas as lives do tio Regis. E, nas próximas ocasiões, incluirei capturas dos vídeos na postagem.