BIG MIGUXO BROTHER BRASIL: BRAZILIAN HORROR STORY!
Faço aqui um react duplo a esses dois vídeos muito divertidos e engraçados abordando o emo mainstream dos anos 2000. Estilo esse que certamente disputa com o rock-metal cristão o título de vertente mais odiada da história do rock - se bem que, no caso das bandas cristãs, elas até merecem sim ser odiadas. E são dois vídeos que poderiam, muito bem, receber continuações. Bem, fica aí a sugestão.
OK, farei então o seguinte: assistirei esses vídeos pela milésima vez e sairei os comentando, ponto a ponto. Vamos lá, galera.
GUITARDO + OSWALDO + VINI (ESPECIAL EMOCORE)
Há, mó barato a intro, com o show emo sendo vaiado pelo público :) Hoje em dia o vídeo provavelmente seria desmonetizado pelo YouTuboga logo nesse primeiro minuto.
Sobre isso das origens do emo, lembro que, lá nos primórdios do YT, em 2006, assisti um vídeo de 1985 ou 86 em que o Ian MacKaye (check spelling, hehe), do Embrace e outros, já detonava o termo emo lá na época mesmo. Ou seja, o negócio já nasceu sendo rejeitado em plena metade dos anos 80!
Mas a primeira vez que eu vi a palavra ''emo'' foi no clipe do Sick of It All, Step Down, em 2002 ou 2003, que tem um trecho em que eles parodiam o estilo emo. Aí, em 2004, o emo já estava bem grande em São Paulo, algo que se refletia bastante na horrorosa escola que eu frequentava na época. (Comentei algo sobre isso no antigo post massacrando os clipes do MCR dirigidos pelo Marc Webb, o verdadeiro responsável por transformar essa banda em emo.)
Como já disse em outras ocasiões, eu não prestava atenção nessa cena na época em que ela esteve no mainstream, entre o começo dos anos 2000 e o começo dos anos 2010 - cerca de uma década, portanto. Mas lembro que, em 2004, algumas das bandas que estavam bombando eram CPM 22, The Used e AFI (mais Yellowcard, Sum 41, New Found Glory...), além de Blink-182 e Green Day, que estouraram nos anos 90 - e que podem sim ser consideradas emo, principalmente Blink. Nesse mesmo ano o MCR começou a estourar, com I'm Not Okay (I Promise), mas sinceramente não consigo me lembrar se cheguei a trombar a banda de alguma forma nessa época. Lembro mais deles se tornando gigantescos no ano seguinte, quando Helena virou single e recebeu aquele clipe ridículo, que me deixa com vergonha alheia até hoje. (Bem, ainda pior é o single / clipe The Ghost of You, a primeira música xaropeta da carreira do MCR e a única faixa ruim desse segundo disco.)
Enfim...
Naquela época as coisas mais próximas do emocore que eu curtia eram The Donnas (que envelheceu mal pra cachorro) e Nerf Herder (que eu ainda acho bacana, e que possui a curiosidade de ter uma canção própria chamada HOTEL CALIFORNIA - WTF). Por curtir essas duas, e por usar visual afeminado-andrógino naquele período (afinal, eu estava extremamente interessado em hard-glam naqueles anos do auge do emo na mídia), eu era sim chamado de emo em todo lugar que eu ia. A verdade é que qualquer coisa andrógina ou estranha era considerada emo nos anos 2000.
Há, mó barato as fotos de gostosas ilustrando o vídeo, hahaha. E, Guitardo, por curiosidade, você lembra quais bandas a T curtia nesse universo emo? E você se lembra do exato primeiro instante em que você viu o termo emo em algum lugar?
Mó barato o Oswaldo cantando Simple Plan e MCR, hahahahahaha. Racho sempre nessa parte :)
Caras, vou falar uma coisa... Essa I Miss You do Blink é uma das coisas mais aterrorizantes e insuportáveis que existem, não só no emo como na música em geral, de qualquer gênero. Aliás, depois dos dois primeiros discos, que são clássicos essenciais (tão essenciais quanto cortar relação com Bozominion), o Blink foi caindo ladeira abaixo mais e mais e mais. Inclusive, tão incrivelmente péssima quanto I Miss You é aquela Always, que chega até a ser um milagre negativo, com esses três sujeitos conseguindo a proeza de fazer uma canção própria com esse nome que consegue ser PIOR do que a Always do Bon Jovi!!!!!!
Bem... Por mais que o Travis Barker seja um excelente baterista, assim que ele entrou no Blink, a banda foi se tornando um dos trecos mais horríveis da história da música mundial. Foi virando algo cada vez mais genérico e pasteurizado, uma caricatura do que eram antes e, nos momentos mais melosos, uma caricatura do emo da pior forma possível.
RIP Blink (1992 - 1998)
Há, na altura de 5:20 surge o meu adorado Fake Number no vídeo. Essa imagem aí é da fase final da banda, com a gracinha Elektra (vocal) mais o Pinguim (guitarra), ambos remanescentes da formação original, acompanhados do ''batera chamado Mattera'' André Mattera e o guitarrista Marcus Maia. Tinha também o baixista contratado Arthur, ou Tutu, que não está na foto. Inclusive, vou ter que discordar radicalmente sobre isso do emo nacional ser esculhambado e inferior ao gringo. E Fake Number, para mim, é tão bom quanto as duas bandas gringas que eu mais curto, MCR e Hey Monday. Na realidade, às vezes até prefiro FN a MCR e HM. FN é bom pra caralho e, recentemente, até comecei a gostar das únicas três músicas da banda que eu não curtia antes: A Cada Dia, Platônico e Primeira Lembrança, fazendo com que FN seja a única banda da emolândia que eu curto todas as faixas. Eu amo essa banda, uma das minhas coisas favoritas na música em geral.
Mas acho que dá pra se ter essa impressão de que o emo BR é de baixo nível por causa da extrema proliferação que Fresno teve naquela época, além da fase ruim do Cine (que era sim bem bacana nos tempos de Without Shoes) e do Restart que, apesar de algumas composições até guilty pleasure, se tornava intragável cada vez que contava com o Pe Lu no vocal - por mais que ele seja um cara legal como pessoa, que, inclusive, recentemente desceu o malho na horrenda reunião pró-Bozo dos Raimundos.
Mó comédia o Oswaldo cantando Razões e Emoções :) Vou te falar que, em 2007, era impossível fugir disso, que tocava no rádio e na MTV o tempo inteiro. Mas... De boa, hoje acho NX uma banda simpática, ainda mais no debut Diálogo, que eu adoraria encontrar em algum sebo por aí. Não teria os discos seguintes, mas mesmo os registros da fase Rick Bonadio (o sujeito mais horripilante do Big Miguxo Brother Brasil) são OK.
Sobre isso de banda emo com ''Emo'' no nome... Além do Emoponto, tem também Emorosa, Emo Summer e Emo Side Project. E, provavelmente, outras também. Não vou muito com a cara do Emoponto, mas tem uma música deles (do primeiro disco, se não estiver enganado - não tô consultando porra nenhuma pra fazer esse post, pra deixá-lo mais natural e espontâneo) que se chamava Música para Dias Tristes, ou algo assim. Essa eu até achava legal. Mas, em geral, é uma banda que não me agrada muito, com um vocalista de voz meio chata. (Mas é claro que tem coisas piores: Fresno, Panic at the Disco, Boys Like Girls, Tokio Hotel...)
É impagável em 07:19, quando o Guitardo vira o terceiro guitarrista do Fake Number :) Iron Maiden do emo :)
Há, o meu interesse e curiosidade por esse universo emo se tornou tão grande que, tempos atrás, eu comecei a listar tudo que fosse banda colorida, juntando artistas nacionais e gringos, e a lista está, atualmente, com 28 grupos. E uma coisa é certa: por mais que tivessem esses dois fenômenos, Cine e Restart, teve também umas coisas totalmente obscuras e malfadadas nessa vertente. De maneira geral, eu diria que os coloridos foram pro chamado fake emo o que bandas como Trixter e Slaughter foram pro metal farofa no comecinho dos anos 90. E é mesmo muito estranho o rock ter morrido no mainstream após os coloridos, já que, desde o surgimento do rock na mídia, com Elvis e afins, o rock NUNCA havia perdido popularidade, desde os anos 50. Mas agora já estamos uma década ou quase sem o rock na mídia. Curioso mesmo isso.
''... sempre falam a mesma coisa, de cara que toma no cu com a mina e senta na benga do traveco...'' Hehehehe.
Realmente, a essa altura do campeonato o desgaste era total e estava claro de que seria só uma questão de tempo para essa cena toda ir pro saco. Algo que foi muito reforçado pelo fim da MTV Brasil. (E, como o Chorão e o Champignon - e o Peu - se mataram no mesmo ano, 2013, era mesmo esperado que o rock iria pro saco de vez no nosso país e não teria mais chance nenhuma na mídia.)
Há, passando mal aqui de tanto dar risada com os comentários de vocês massacrando essas bandas e também com as imagens escolhidas pro vídeo, hahahaha.
PQP, realmente, Fresno é uma banda que possui uma regularidade incrível: eles conseguem ser péssimos antes, durante e após a fase Bonadio! Ô banda insuportável do caralho. E é inacreditável que possuam tanta admiração e respeito nesse meio até hoje. (Com tudo isso dito, adoraria conseguir escutar alguma coisa da banda de antes do Lucas entrar na formação. Tenho muita curiosidade pra saber como eles soavam com o obscuro vocalista original, mas nunca consegui escutar porra nenhuma daquele período totalmente underground. Aliás, se eu não estiver enganado, acho até que eles tinham outro nome antes. Bem, agradeço se alguém aí tiver link pra esse material e puder me enviar a bagaça.)
Sobre o Hori do Fiuk, por incrível que pareça eu curto bastante o EP deles, de quando eles ainda eram underground. Puta disquinho legal, com a clássica Pronto pra Atacar. Aí, quando eles lançaram o álbum completo, tudo foi ladeira abaixo. Mas, ainda assim, tem duas faixas que se salvam no disco completo: Verdade e Quem Eu Sou. De resto...
Putz, Panic at the Disco é uma banda que eu não curto mesmo nem a pau. Certamente entraria no meu TOP 10 das bandas mais sem graça do estilo, além de ter umas canções com letras e títulos bem pretensiosos, pagando de algo grandioso - quando, na realidade, o treco é vagabundo pacaray.
Essa Cedo ou Tarde do NX é bem legal. Mas eu gosto ainda mais de Além de Mim (a minha favorita da era Bonadio) e das faixas do debut, em especial a fodástica Ilegítima Defesa.
Bem, pra finalizar, eu acharia ótimo se vocês fizessem uma parte 2 desse vídeo em algum momento. Até mesmo pra comentar algumas bandas bombadonas da época que ficaram de fora do vídeo, como TPM-22, Fall Out Boy, Paramore, Strike, For Fun (que possui uma bizarra ligação com a familícia Bozo...) e Hateen.
UM TOQUE DE SARCASMO (EMO NACIONAL)
Esse vídeo é bem divertido e engraçado também, mas peca pela curta duração, meros 9 minutinhos. Não irei spoilar as observações e piadas feitas nele, que são bem bacanas. E eis as bandas comentadas no vídeo, na ordem em que são abordadas:
Fake Number (01:23 a 02:27 - e, sobre isso da abertura do Paramore, até existe um vídeo no YT da Hayley Williams usando camiseta do FN)
Hateen
Hevo84 (até citam o feat do vocalista com a gostosa da Anahí)
Fresno (Uma Música é o escambau... Aquela Música >>>>> Uma Música)
CPM-22
NX Zero (certamente a banda que mais teve hits dentro do emo BR, incontestavelmente)
Agnela (Podia Ser era mesmo muito legal, e nem acredito que tenho esse single na minha coleção)
Gloria
Luxúria (tenho um CD solo da vocalista...)
Pitty (eles explicam o motivo de colocá-la numa relação de artistas emo)
PS: E, por falar em assuntos do tipo, até o próximo Sábado farei sim um relato completo da Emo Party dos dias 26-27 de Novembro, que contou com Bi Chemical Romance Cover mais 4 outras bandas. Até lá, cambada.