Algo me diz que vou me odiar fortemente por fazer esse post aqui, já que estarei revelando coisas que, talvez, deveriam permanecer obscuras. Será o post mais macabro de todos os 300+ que já fiz aqui até hoje, desde Setembro de 2015.
OK. Estou respirando fundo aqui, e dizendo para mim mesmo que essa é uma história boa demais para cair no ostracismo. E os asseguro de que tudo escrito aqui é verdadeiro e realmente aconteceu, lá na metade dos anos 90.
Por muitos e muitos anos achei que essa postagem seria impublicável, por motivos que ficarão bem óbvios assim que vocês lerem tudo escrito abaixo. E, por motivos mais óbvios ainda, não citarei o nome de ninguém, já que ninguém ali merece ser exposto nessa publicação. E não, não existe absolutamente ninguém daquela época com quem eu ainda mantenho contacto.
O ano: meados de 1995 ou 1996.
Os envolvidos: eu e os demais pirralhos da minha antiga vizinhança, da época em que o selo de VHS Melrose (Chupacabra) era logo do lado da minha casa.
Vamos então a esse relato do qual venho mantendo sigilo total durante duas décadas e meia, ou quase isso. (Cautela ou exagero? Ou simplesmente ética? Ética essa que será quebrada agora.)
OK, agora o Titio Marcio contará uma história para vocês. E usarei o mesmo esquema do Guitardo Songs de se referir a figuras do passado somente pela inicial.
Quando eu tinha entre 9 e 11 anos de idade, um dos meus amigos da época era o RB.
Ele, inclusive, será o protagonista dessa história.
Segundo o que ele disse na época, toda essa confusão para lá de bizarra começou assim:
Como o B estava começando a se interessar por música naquela época (ele deve ser o único fã de Celine Dion que já conheci até hoje - a única pessoa que conhece alguma música dela além da canção do Titanic e do cover de AC / DC), ele, em um belo dia, decidiu dar uma bisbilhotada na coleção de VHSs musicais dos seus pais.
Passando por coisas diversas, ele chegou em uma fita que dizia ''Rolling Stones'' no adesivo. Como ele já havia escutado alguma coisa dos Stones, e gostado, ele optou por assistir essa fita em questão.
E, ao dar play na VHS, com o que ele se deparou a seguir?
Rolling Stones o caralho.
Aquela fita contava com um vídeo pornô dos PAIS DELE TREPANDO, WHAT THE FUCK?!
PUTA.
QUE.
PARIU.
Mas, ao invés de ficar horrorizado com o conteúdo dessa VHS, adivinha o que ele fez a seguir? Ele simplesmente contou a história para todos os moleques da vizinhança.
Se isso já não fosse chocante o suficiente, imagina o que ele fez a seguir?
PASSOU A CONVIDAR TODA A PIRRALHADA DO PRÉDIO PRA IR NA CASA DELE ASSISTIR O VÍDEO DOS PAIS DELE METENDO.
CA-RA-LHO.
Vocês podem achar que é mentira, mas digo pra vocês que não tem nada de mentiroso nesse relato.
Enquanto alguns pivetes subiam com ele pra assistir a fita, na evidente ausência dos pais dele, ficava pelo menos um outro pivete do lado de fora da casa, vigiando atentamente, para ver se os pais dele estavam chegando. Olha a insanidade terminal do negócio.
E, entre todos esses moleques, lá estava o seu assustado narrador; cuja única referência prévia de mulher pelada era a - já citada anteriormente - Playboy da Adriane Galisteu. Sim, lá estava eu tendo a minha primeira experiência com um vídeo pornô, ao assistir o vídeo da mãe do meu amigo agindo como uma autêntica pornstar - para o choque de todos os espectadores ali presentes.
Como bem disse o cineasta XXX Valter José (o meu colega de entrevista do Fora de Sintonia, e diretor do já comentado por aqui O Bordel), ao podcast da X-Plastic, o primeiro contato com um vídeo pornô faz mesmo a gente ''sair com a cabeça girando e o olho todo esbugalhado'' - foi algo assim que ele disse.
Eu nem sabia como bater punheta nessa época, e tudo aquilo era estranho demais para mim. Me lembro que, em uma certa ocasião, havia, tipo, uns dez pré-adolescentes ali reunidos para ver esse vídeo pornô amador.
E, dessa forma, o tempo foi passando, enquanto seguíamos usando esse esquema de sempre deixar um ou dois vigias do lado de fora, enquanto rolavam as sessões do vídeo XXX estrelado pelos pais do B.
Até que...
Bem, em um certo dia, um dos garotos ali presentes, por um motivo que nunca consegui descobrir, resolveu contar aos pais do B sobre essa história toda.
Resultado: o B foi espancado pelo pai, e nenhum de nós jamais voltou a assistir a fita em questão. Será que ela ainda existe? Ou será uma fita ainda mais inalcançável do que o quarto giallo dirigido por Lucio Fulci?
Só sei que os ali presentes jamais esquecerão dessa fita.
Ela ficou tão forte no imaginário dos ali envolvidos que, anos depois, na minha fase de pseudo-desenhista de HQs, eu e um outro dos adolescentes daquele período, começamos a desenhar uma história baseada nesses acontecimentos todos. Não lembro como, mas a trama do quadrinho tinha alguma coisa a ver com maconha (dizia logo no começo que era ''baseado'' em uma história real, com o cigarro de maconha desenhado logo abaixo do ''baseado'') e também com alienígenas - já que era a época do ET de Varginha, do Chupacabra, do Arquivo X, do Independence Day e do MIB. Uma coisa que me lembro muito bem dessa HQ é que, no lugar da VHS ter um adesivo dos Rolling Stones, tinha um do Manowar, e, ao dar play nela, o protagonista se deparava com um pornô gay! Não me lembro de mais nada que acontecia nessa HQ, já que ela, nem de longe, foi tão inesquecível quanto a VHS mostrando os pais do B trepando.
Bem, desculpa por fazer esse post, B.
(Incrível pensar que, coincidentemente e ironicamente, eu terminei de escrever esse post aqui ao som de Uncle Tom's Cabin do Warrant: ''I know a secret... I know a secret that I just can't tell. (...) Neither one believing what the other could see. (...) Keep our mouths shut, that's what we're gonna do. (...) WHERE THEY SAY IT GOT NO BOTTOM, SAY IT TAKE YOU DOWN TO HELL.'')