sexta-feira, 15 de maio de 2020

Resumo de Show: Dirty Rotten Imbeciles / D.R.I. (15 de Março de 2020)



Inicialmente esse post seria bem mais ambicioso, mas optei por deixá-lo mais curto e ir direto aos assuntos centrais. Também para ver se eu consigo fazer um relato mais resumido e dinâmico de alguma coisa, ao invés de ficar escrevendo pra caralho aqui.

''Por que isso?''

Bem, é um misto de várias coisas: preguiça em fazer um post mais elaborado e completo (na verdade, eu nem queria entrar online hoje...), o desgaste de me dedicar tanto a posts que - exceto o apoio sempre bem-vindo do brother Guitardo Songs - geram praticamente nenhum feedback (devo ser um completo idiota por me dedicar tanto a esse blog que, além de obscuro, ainda deixou de ser indexado pelo Google um ano atrás - cortesia do Fabiano Bittar Archetti, parceiro frequente do Rafael Jader e do Mourão; o trio por trás do agora finado blog Casa do VHS), o fato de que já se passaram dois meses completos desde o evento aqui relatado (e, assim, as coisas não estarem mais tão frescas na memória quanto naquela época), e também um outro detalhe importante: durante o seu acontecimento, eu não listei o setlist do D.R.I., o que revelaria ser um grande erro. Sim, é verdade de que teve duas ou três músicas que eu não reconheci durante o show - ou que eu simplesmente desconhecia mesmo. Mas, mesmo assim, eu deveria ter listado o setlist inteiro enquanto o show ocorria, colocando um ponto de interrogação no lugar dessas 2-3 músicas misteriosas. (Ainda sobre isso do 7NEC não obter feedback, principalmente da comunidade do VHS... Bem, especificamente sobre isso, a falha é minha. Admito. Afinal, é bastante utópico tentar criar discussões em um meio onde é muito mais importante ostentar e proteger golpistas do que debater o VHS em si.)

Enfim, vamos lá.

O evento em si ocorreu no Carioca Club, em 15 de Março de 2020, exatamente uma semana após um line-up questionável do ex-relevante Black Flag fazer uma apresentação um tanto criticada por lá. (E também uma semana após o maravilhoso show do maravilhoso Violet Soda, que eu vi no Fabrique Club, e já relatei aqui nos mínimos detalhes. VS esse que, aliás, fará uma aguardada live amanhã no You Tubug.)

Com uma discotecagem que incluiu clássicos de bandas como Sepultura (ainda com o Max, antes de virar Sepultado), Metallica (ainda com o Cliff Burton na formação, antes de se venderem ao mainstream e virarem popstars intragáveis na década de 90 e adiante), Megadeth (antes de se queimarem com o Risk e os discos posteriores), Motorhead, Pantera, Anthrax, Black Sabbath e coisas que eu não gosto como Kreator e Slayer (ainda preciso fazer um post bem detalhado dizendo absolutamente tudo que penso sobre esses farsantes do Slacker / Is Lamer), o Overload Beer Fest contou com cinco bandas brasileiras de abertura, antes dos americanos do D.R.I. chegarem quebrando tudo.

Cerberus Attack, Manger Cadavre?, Desalmado, Surra e Periferia S.A. fizeram shows competentes, e todas com discursos massacrando o Capitão Corona. Inclusive, o Desalmado foi a banda com os discursos mais fortes, articulados e politizados das cinco. Foi lindo demais. ''O underground é anti-fascista.'' Hail.

Das cinco bandas de abertura, eu tinha apenas um conhecimento superficial do Periferia e do Surra, mas jamais havia escutado as outras três.

Cerberus Attack fez uma apresentação bastante energética, que se encontra disponível na íntegra no Your Toba.

Manger Cadavre? conta com uma vocalista bastante furiosa e que, talvez, poderia ter sido a escolhida para virar a nova frontwoman do Nervosa.

Não sei se os discursos políticos pesaram para essa decisão, mas o show do Desalmado, de maneira geral, foi o que mais me agradou entre as bandas brazucas.

A seguir, os integrantes do Surra pararam o show em um certo momento, para pedir que dois caras parassem de tretar no público. ''Se quiserem brigar, briguem lá fora.'' Sobre o Surra em si, recomendo fortemente o excelente clipe da faixa Ultraviolência, que reflete bastante esses nossos tempos sombrios de Mijair Coronaro querendo que o povo morra de COVID-19.

Já o setlist do Periferia S.A. contou com sons deles e também do Ratos de Porão: ''Vamos fazer uns covers de nós mesmos.'' Mas, infelizmente, não contou com duas das músicas mais legais do Periferia: as impagáveis O Ataque das Testemunhas de Jeová e Padre Multimídia.

OK, sobre o show principal agora...

Das minhas dez canções favoritas do D.R.I., um ícone do hardcore / thrash metal (crossover, portanto), só não tocaram as blasfemas e incríveis God Is Broke e No Religion.

Já as minhas outras prediletas entraram todas no setlist:

Abduction

Acid Rain

Beneath the Wheel (infelizmente com a letra diferente da versão original de estúdio)

I Don't Need Society

The Five-Year Plan (a última canção do show)

Suit and Tie Guy

Thrashard (''like a wild indian from outer space... DRUNK AND HIGH ON WEED'')

Violent Pacification

Essas oito foram os grandes momentos para mim, com os destaques absolutos indo para Beneath the Wheel (provavelmente a música mais famosa da banda, cujo clipe passava com certa regularidade nos programas da MTV dedicados à música pesada), a assustadora Abduction (que, na versão original, usa a voz das crianças de maneira muito mais relevante e provocadora do que em Another Brick in the Wall do Pink Floyd), a sempre atual Acid Rain (mais atual do que nunca nesses tempos de Coronavírus - falando em vírus, tive que me desviar duma tiazona bêbada, chata e bagaceira durante a execução desse clássico aqui, que ficava zanzando igual uma mosca ao meu redor), a magnífica Violent Pacification e a maravilhosa The Five-Year Plan, talvez a melhor da banda.

Algumas outras canções que lembro de terem tocado no show: Manifest Destiny (''essa faixa é sobre o estupro que os europeus fizeram da América Latina''), Madman (letra em que os irmãos Brecht, fundadores da banda, esculhambam o pai nazista deles - que os apelidou de ''Imbecis Sujos e Podres''), Syringes in the Sandbox (se não me engano, o último clipe gravado pela banda), The Application (a primeira do show), Couch Slouch, Equal People, Who Am I? (a única música da banda que posso dizer que não curto) e outras.

No mais, é incrível como Kurt Brecht continua cantando bem pacaray, mesmo beirando os 60 anos. Impressionante. Ele e o guitarrista Spike Cassidy são os únicos integrantes originais no line-up atual desse grupo com quase 40 anos de estrada.

E uma coisa legal pra caralho que precisa ser reportada aqui: o ingresso para o evento todo custou míseros 60 reais mais um quilo de alimento não perecível. E isso não foi meia-entrada, e sim o preço oficial do primeiro lote. Um preço sensacional e que, nesses tempos de dólar a 6 reais, ficará ainda mais incrivelmente raro de se ver.

Bem, acho que é isso. Ainda sobre shows e postagens atrasadas, eu deveria tomar vergonha na cara e resenhar aqui o show da Lily Allen que conferi em Junho do ano passado...

E a seguir no blog 7NEC...

Guitardo Songs & Oswaldo Potenza: FILMES ADULTOS DA ERA DO VHS (REACT TIME)



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