Dia
1 (Sábado 19)
''Star Crash. FUCK Star Wars.''
Amém.
Destaques...
O
documentário Fantasticozzi, sobre Luigi Cozzi, onde o próprio faz declarações
como ''Starcrash (Colisão nas Estrelas - e que no letreiro do doc aparece como Colisão
Estelar) não é Star Wars, e sim algo diferente'' (com certeza é diferente:
Starcrash é divertido), e ''Drácula em Veneza não é um filme meu, e, na
verdade, não é um filme de ninguém''. Fantasticozzi foi o grande destaque do
Sábado. Bem que poderia ser lançado como extra duma nova edição azul de
Starcrash. Lá fora é claro, já que, no Brasil, não temos nem coisas óbvias e de
apelo mainstream decentemente lançadas no formato. (A ausência do oscarizado 12
Anos de Escravidão em Blu-ray é um exemplo perfeito disso.)
Os
segmentos de Christian Verardi, Petter Baiestorf e das duas gostosas (uma
lembra a Alessandra Negrini, e a outra é uma ruivinha graciosa) se deparando
com o sobrenatural em um teatro, formam os melhores momentos da antologia Treze
Histórias Estranhas. Longa que, no geral, é um tanto cansativo; infelizmente.
Assim mesmo, é uma iniciativa louvável e que, talvez, funcione melhor em casa
do que no cinema.
Os
dois debates, sendo um com os autores do livro Medo de Palhaço e, o outro, com
o ator Ademir Emboava, da série Supermax.
Medo
de Palhaço é um livro que fiquei louco para adquirir, mas, como me proibi
(desde 1 de Outubro) de comprar QUALQUER COISA relacionada ao colecionismo, já
que preciso me reorganizar nessa área, tive que recusar comprá-lo. Além do
mais, eu estava quebradaço e não poderia comprá-lo de qualquer forma.
Mas
devo admitir que, desde que comecei a dar um tempo indeterminado no
colecionismo, Medo de Palhaço foi a maior tentação que tive desde então. Já no
bate-papo sobre o livro (que fala da fobia de palhaço e também resenha inúmeras
produções sobre o tema na cultura pop) eu tive que me pronunciar num certo
momento, e dizer que Palhaço Assassino / As Máscaras do Terror (Clownhouse,
1988), de Victor Salva, é o melhor filme do assunto para mim. Acho triste
pensar que obras medíocres como Poltergeist: O Fenômeno (recentemente detonado
aqui no 7 Noites em Claro) e It: Uma Obra-Prima do Medo (que de obra-prima não
tem nada - muito pelo contrário em diversos momentos) sejam mais celebrados do
que o filme do Salva, um dos meus quatro slashers favoritos de todos os tempos.
Se
bem que tem uma certa curiosidade envolvendo tanto Palhaço Assassino quanto
Poltergeist e It, se pensarmos que seus atores mirins passaram por apuros: os
dois protagonistas de Palhaço Assassino abandonaram o cinema após dois
trabalhos seguidos com o pedófilo Salva, o garoto de Poltergeist chegou a quase
morrer estrangulado pelo palhacinho durante as filmagens, e o Jonathan Brandis
de It cometeu suicídio aos 23 anos.
No
mais, teve trocentas exibições de curtas até a exaustão, o que foi francamente
arrastado. Na minha opinião poderia ser uma sessão de curtas seguida por um
longa (e nunca duas ou mais sessões de curtas em seguida), e com um intervalo
maior entre as exibições de cada programa. Como foi Treze Histórias Estranhas
(123 minutos) seguido imediatamente (ou com um curto período de tempo entre uma
compilação e outra) por duas seleções de curtas-metragens (e, nos três casos,
com uma regularidade maior do que desejada de curtas irregulares), foi meio
complicado. Foram pouco mais de quatro horas de curtas no fim das contas:
overdose total. Tem o lado frutífero e positivo, do apoio aos realizadores
brasileiros independentes de horror, mas convenhamos: haja paciência.
E
a sessão da Versátil foi adiada para Domingo.
Dia
2 (Domingo 20):
Como
havia praticamente não dormido nada no dia anterior, acabei, da noite do dia 19
pra manhã do dia 20, dormindo mais que o planejado. (O que se mostrou positivo,
já que sonhei que estava no show que o Yeah Yeah Yeahs fez em São Paulo no ano
de 2006, evento em que me arrependo bastante de não ter ido. E, durante a
Honeybear, ainda estava pegando uma japinha na plateia - que era a cara da
Karen O em início de carreira). Portanto acordei tarde e perdi a sessão inicial
de curtas, batizada de A Quinta Dimensão, além do longa Lilith's Awakening e da
antologia Contos da Morte.
Cheguei
na sala de cinema no momento exato em que as luzes se acenderam, dando fim à
exibição de Contos da Morte. Seguiu-se o bate-papo com três dos diretores
envolvidos com o projeto, sendo um deles o idealizador do longa.
Após
isso, aconteceriam um debate sobre quadrinhos de horror e outra sessão de
curtas, intitulada Heresia. Já a sessão da Versátil seria cancelada em
definitivo. Inicialmente, o filme exibido seria Suspiria. Mas, como não havia
projetor de Blu-ray na oficina Oswald de Andrade, a sessão teve que ser
cancelada. Até havia planos para exibir Black Sabbath: As Quatro Faces do Medo
no lugar, mas tal ideia não foi adiante.
Enquanto
esperava o bate-papo sobre HQs ter início, dei uma volta em torno dos estandes
do festival. Dei uma rápida bisbilhotada no Medo de Palhaço, que descobri
custar 50 reais, que é um preço OK para um livro tão extenso e interessante.
Adoraria comprá-lo, e daria um jeito de fazer isso, se estivesse podendo
comprar alguma coisa. Mas não posso: tenho que seguir com a minha abstinência,
mesmo que às vezes seja difícil. Os palhacinhos terão que esperar. Mas que deu
vontade de adquirir o livro, aí deu...
Sigo
andando e vejo que um novo estande surgiu do nada, um que não estava lá antes.
Se trata dum estande de VHS! Na realidade, só tinha 10 fitinhas lá, cada uma
por R$ 15:
Palhaço
Assassino, do Victor Salva / Top Tape (já tenho)
Palhaços
Assassinos / Alvorada (tenho)
O
Palhaço Assassino, com o Christopher Plummer / California (tenho)
Halloween
4: O Dia das Bruxas / Top Tape (não tenho)
Halloween
6: A Última Vingança / PlayArte (não tenho)
O
Mutilador / Lamy (tenho)
Re-Animator
/ VTI (tenho)
A
Noiva do Re-Animator (tenho)
Anatomia
de um Assassino / CIC (tenho)
História
de Fantasmas (não tenho)
Sou
avisado então de que o bate-papo sobre HQs terá início, e me dirijo pra sessão.
Lá
dentro, fico pensando sobre aquelas VHS de terror, e sobre o quanto seria legal
ter Palhaço Assassino e O Mutilador repetidas. Como só estava com míseros R$
2.50, e, de qualquer forma, me encontro proibido (por conta própria) de comprar
qualquer coisa referente a coleções, fico então pensando em como eu poderia
adquiri-las.
Já
sei.
Saio
do bate-papo e volto no estande de VHS, já que ''ONCE YOU GO VHS, YOU NEVER
LOOK BACK''.
Por
sorte estava com uns DVDs comigo, daí tive a ideia de tentar uma troca com o
carinha das VHS. Ele se interessou pelo DVD duplo (com luva) de Império dos
Sonhos, da Europa, e aceitou uma troca dele pelo Palhaço Assassino. Como ele
não mostrou interesse nos meus outros DVDs, não pude adquirir nenhuma das
outras fitas. Até cheguei a imaginar se era a hora para, finalmente, tentar
começar a colecionar os Halloween em VHS, franquia da qual não tenho nenhuma
fitinha... Mas não, ele só quis a Império dos Sonhos mesmo. Mas beleza, a que
mais me interessava ter, eu consegui: o back-up de Palhaço Assassino, o meu
filme favorito de palhacinho psycho.
Cheguei
a comentar com ele sobre o outro Palhaço Assassino, o The Clown Murders, se ele
sabia algo sobre a VHS lançada aqui pela DIV. Eis a resposta dele:
''Eu
sei, é o filme com aquele gordão.''
Respondi
que sim, o John Candy. (Morto pela maldição do Atuk. É outro ator de filme de
palhaço psicótico que se envolveu em maldição cinematográfica.) Daí o
maluquinho dos VHS comentou:
''Que
eu lembre, já encontrei essa VHS numa locadora, muito tempo atrás. A capa tem
um túmulo, e um palhaço saindo dele.''
Cacetada,
então alguém já trombou essa VHS? Nunca conheci ninguém que a tenha.
Enfim,
voltei pro debate, que seguia acontecendo.
No
final, respondi a questão do sorteio corretamente, e ganhei uns prêmios
bacanas, incluindo uma HQ do Toninho do Diabo. A pergunta era se alguém sabia o
nome do primeiro filme do Toninho. Chutei O Caçador de Almas: The King of Hell
(já resenhado aqui no blog) e, felizmente, acertei. Após isso, até fui
entrevistado pelo canal do You Tube O Mundo Sombrio do Dr. Nix, que eu não
conhecia. O Dr. Nix em si é uma figuraça bastante simpática, que me lembrou
inclusive o nada simpático 11B X 1371.
Teve
a seguir a sessão Heresia, com quatro curtas blasfemos e repelentes, e o fim do
festival. Bem, não foi totalmente o fim: estava rolando um show de banda cover
numa outra sala, mas, como não gosto de covers, fui embora. (Além de banda de
covers, ainda trazia no repertório algumas coisas verdadeiramente horríveis
como Fool Fighters e Whitesnegga.)