Noite de Segunda-Feira, 6 de Janeiro de 2020...
Na noite em questão, faltando meia-hora para as 19H, fui no Sebo do Messias principal, para fuçar os CDs de rock nacional e estrangeiro, em busca de singles.
Não demorei para encontrar Munição na Mamadeira, do Medulla, um som na linha do Rappa. Decidi adquirir o single em questão pelo fato do Medulla atualmente contar com o baixista Tuti AC, que também faz parte do Violet Soda - grupo formado em 2018, e que já se tornou a minha banda brasileira favorita ever, uma explosiva mistura de L7, Redd Kross, The Vines e outras belezuras.
Um detalhe interessante desse competente registro old school do Medulla é que, naquela época (metade dos anos 2000), a banda ainda contava com o guitarrista Peu Souza, que também tocou com a Pitty (quando ela ainda era suportável musicalmente, no debut Admirável Chip Novo) e naquela abominação da natureza chamada 9 Mil Anjos / 9 Mil Asnos, projeto de ''rock'' que contava com o Júnior (da Sandy) na bateria. Aí, no ano de 2013, Peu cometeu suicídio. (Mais tarde, no mesmo ano, o baixista do 9MA, Champignon, também se matou. E vale lembrar que o vocalista da outra banda do Champignon, o Chorão do Charlie Brown Jr., também morreu naquele mesmíssimo ano, através do abuso de álcool e drogas.)
Após terminar de fuçar os CDs de rock brazuca e gringo, acabei dando uma olhada - é claro - nos CDs de cantoras pop-rock internacionais.
Imediatamente encontrei o ótimo álbum Going to Hell, da Taylor Momsen com o seu The Pretty Reckless, que possui uma capa toda provocadora; sendo que o encarte ainda forma um poster dessa mesma capa. É interessante pensar que, mal comparando, a 'Tay' Momsen é meio que uma Miley versão rock-metal, com todas essas provocações sexuais e os caralhos. E o mais interessante é que a Momsen quase foi a escolhida para interpretar a Hannah Montana (lá em 2006), perdendo o papel para a Miley.
Mas enfim, por mais que o CD Going to Hell tenha músicas do caralho, como a faixa-título, Absolution e Fucked-Up World, AKA Screwed-Up World (cuja intro é um aparente plágio de Outtathaway do The Vines!), a melhor música do Reckless não se encontra nesse álbum: a fodástica ao extremo Goin' Down, em que, na letra, a Momsen (com apenas 16 anos na época), após assassinar o namorado pulador de cerca e ter que fugir das autoridades, passa a seduzir um padre possivelmente pedófilo :) Na verdade, a faixa-título desse álbum aqui, Going to Hell, é uma sequência de Goin' Down, relatando as desventuras da personagem de Momsen após passsar um tempo atrás das grades.
Essa mina é uma figura.
Na mesma seção de cantoras gringas, trombei também o debut da Natalie Imbruglia, Left of the Middle (ela é de centro-esquerda então?), que contem o único hit da sua carreira, a famosíssima Torn, cover duma banda chamada Ednaswap.
O primeiro álbum da ex-mulher do vocalista do Silverchair foi lançado em 1997 e, para ser totalmente sincero, daquele ano até 2018, Torn era mesmo a única música dela que eu já tinha ouvido. Mas, no ano passado, após um acontecimento no qual ainda chegarei, acabei ouvindo Big Mistake (de longe, a minha música favorita do disco) e, algum tempo depois, passei a ouvir outras músicas dela também.
O interessante é que, na era Left of the Middle, a Natalie possui CINCO (!) singles, sendo que um deles - Wishing I Was There - possui dois clipes diferentes!!! Caralho, como eu tenho ZERO recordações da MTV ou das estações de rádio tocando QUALQUER COISA da Natalie além de Torn, foi uma surpresa e tanto ver que a fase inicial dela possui quatro singles além do seu debut.
Aliás, é bem interessante notar que o último clipe retirado desse período, Identity, é dirigido por ninguém menos que o mago dos videoclipes, o grande Samuel Bayer. Só para citar quatro clipes que esse cara genial fez: Smells Like Teen Spirit, Poison Heart (dos Ramones) e dois clipes maravilhosos do My Chemical Romance: o perigoso Famous Last Words (com todo aquele fogo ao redor da banda, que acabou danificando - e quase matando - o baterista neonazista Bob Bryar) e o épico Welcome to the Black Parade, simplesmente a minha música favorita de todos os tempos. (Mas, muito infelizmente, Bayer não se saiu bem quando virou diretor de cinema, estreando com o bastante problemático remake d'A Hora do Pesadelo.)
Já os três primeiros clipes da mulher, Torn, Big Mistake e a primeira versão de Wishing I Was There, foram todos dirigidos por Alison MacLean, cineasta responsável por um dos curtas mais bizarros e macabros que já assisti na vida: Kitchen Sink, exibido aqui em São Paulo no primeiro ano das sessões Dark Side, lá em 2003. (E vale citar que, posteriormente, Natalie teve clipe dirigido pela Diane Martel, responsável por clipes diversos da Miley, como as duas versões da icônica We Can't Stop.)
Além desse primeiro registro, recentemente também ouvi algumas faixas dos quatro discos seguintes da Imbruglia, incluindo o seu último clipe, Instant Crush, de 2015.
Assim sendo, a cantora (que carrega uma clara influência das coisas boas da Alanis Morissette) entra para aquela relação de gente tipo Blind Melon: artistas one-hit wonder que, para a surpresa de muitos, possuem muito mais a oferecer além do único sucesso. Para se ter uma ideia, Left of the Middle só possui uma canção fraca, o filler Leave Me Alone. De resto, são 11 faixas de qualidade.
Só não recomendo a irmã caçula dela, a genérica, feiosa, asquerosa e algo feminazi Laura Imbruglia. Como já comentaram por aí: ''essa daí não herdou em nada a beleza e o talento da irmã''.
E, após selecionar esses três CDs, acabei notando uma parada inusitada, que eu definitivamente não havia reparado ainda: as seções de VHS desapareceram por completo do Messias. Se eles estão guardando as VHS em algum outro lugar do sebo, aí não faço a menor ideia mesmo.
Após sair do Messias, fui para uma certa loja de discos em uma certa galeria do centro de São Paulo.
Foi nessa loja que eu encontrei, em meados do ano passado, o fodástico single Big Mistake, da já comentada por aqui Natalie Imbruglia. Foi a partir dessa música incrível que eu percebi o potencial musical dessa talentosa cantora australiana, e, agora em 2020, voltei lá para ver se o segundo single da mulher (seguindo Torn, e cronologicamente antecedendo Wishing I Was There, Smoke e Identity) continuava disponível.
Felizmente estava. É meu então.
Após selecionar o single (cujo clipe pode ser influenciado por Walking Contradiction, do Green Day, e ter inspirado LDN / London, da Lily Allen) da cantora oceânica, dei uma vasculhada geral em busca de eventuais outros singles.
E eis que, para a minha surpresa máxima, encontrei DOIS singles de uma banda que, em 18 anos, nunca havia trombado um mísero single sequer: The Dandy fuckin' Warhols!
Os Dandy Warhols foram, simplesmente, a minha segunda banda favorita lá na minha adolescência, entre 2002 e 2005, quando ficavam atrás somente dos Manic Street Preachers na gloriosa fase inicial, quando ainda contavam com o guitarrista suicida Richey James Edwards.
O que queimou o filme dos Dandys, para mim, foi o quarto disco, o frustrante Welcome to the Monkeyhouse, um álbum muito aquém dos fantásticos três primeiros. (Aliás, ainda preciso fazer um longo e detalhado post sobre as várias e várias bandas que sofrem de algo que pode ser chamado de ''A Maldição do Quarto Disco.'')
Mas o que interessa aqui são os três primeiros álbuns, já que os dois singles que encontrei na Segunda passada são desse período: Every Day Should Be a Holiday (primeiro single do segundo álbum) e Get Off (primeiro single do terceiro álbum), duas canções viciantes e sensacionais. Inclusive, Holiday - um hino da vagabundagem - é um clipe que eu comemorei bastante por ter conseguido gravar (do saudoso programa Lado B, da MTV Brasil) no longínquo ano de 2003. Vale lembrar, então, que foi no mesmo lado B que tive o meu primeiro contato com a banda (um ano antes disso, em 2002), através de uma performance de TV da orgásmica BoysBetter: ''Girls, you better beware. BOYS, YOU BETTERRRRRRRRRRR...''
Para quem não conhece a banda, recomendo mesmo os três primeiros discos, dando toda uma atenção especial para três músicas esnobadas e esquecidas do grupo: Nothing to Do (um dos primeiríssimos clipes da banda, que, por alguma razão, nem aparece creditado no incompleto Wikipedia), Minnesoter e a mais do que obscura Retarded.
Ahh, e uma última curiosidade: o primeiro clipe que eu baixei do Your Toba na minha vida foi dos Dandy Warhols! Foi Not if You Were the Last Junkie on Earth, que eu salvei do YT lá no comecinho de 2006. Duas coisas interessantes sobre esse clipe: o vocalista Courtney Taylor (ou Courtney Taylor-Taylor) teve tretas diversas com o diretor desse clipe durante as filmagens; diretor esse que ainda filmou o melhor clipe de rock da história: Outtathaway do todo-poderoso The Vines.
HAIL THE DANDY WARHOLS.
BOHEMIAN LIKE YOU >>>>> BOHEMIAN RHAPSODY
Aquisições adquiridas, é hora então de voltar para casa. Se não fossem os problemas de trombadinhas na rua, eu certamente voltaria a pé para casa, para boicotar essa porra de metrô, que agora está custando R$ 4.40 por uniotário. Agradeça ao PSDB (Pilantras Sanguessugas que Dão a Bunda) por isso.
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Portanto, com os descontos que batalhei para conseguir, foram 77 reais gastos em seis CDs. Eis a ordem em que foram adquiridos, sendo que as três primeiras edições são nacionais, enquanto as três últimas são importadas:
Medulla: Munição na Mamadeira (promo single: 5 reais)
The Pretty Reckless: Going to Hell (álbum: 7 reais)
Natalie Imbruglia: Left of the Middle (álbum: 5 reais)
Natalie Imbruglia: Big Mistake (single: 10 reais)
The Dandy Warhols: Every Day Should Be a Holiday (promo single: 25 reais)
The Dandy Warhols: Get Off (single: 25 reais)
PS: Recusei elogiar a gostosura da Taylor Momsen e da Natalie Imbruglia, para não ficar parecendo que o som delas é bom por causa disso.
E
A
S
T
E
R
E
G
G
OS PRIMEIROS DE 2020:
Primeira 'fap': ''tiro ao alvo'' em belíssimo poster enorme da musa Taylor Swift
Primeira música ouvida: I'm Not Okay (I Promise) - My Chemical Romance
Primeiro clipe assistido: See You Again - Miley
Primeira postagem feita no 7 Noites em Claro: O Show de Retorno do MCR Parte II
Primeira postagem feita em rede social: ainda não fiz nenhuma, e odeio rede social (sou capaz de passar um ano inteiro sem dar login nessa porra)
Primeiro filme visto: Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (comecei mal a década de 2020 com esse slasher para lá de medíocre...)
Primeiro CD single adquirido: Munição na Mamadeira do Medulla
Primeiro CD full-length adquirido: Going to Hell do The Pretty Reckless
Primeiro Blu-ray comprado: Brüno
Primeiro livro lido: Miso Soup do Ryu Murakami
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