segunda-feira, 24 de junho de 2019

PARTIAL MASSACRE = Dobradinha Mileÿ Crüe na Netflix (Black Mirror: Rachel, Jack & Ashley Too + The Dirt: Louder Than Hell)

Black Mirror: Rachel, Jack e Ashley Too = 2.5 (de 5)

The Dirt: Confissões do Mötley Crüe = 2.5 (de 5)

Recentemente pude, finalmente, assistir duas paradas que pretendia ver desde que surgiram: o episódio do hypado seriado Black Mirror (série já massacrada por titio Marcio numa época em que o nome ''PURE MASSACRE'' ainda nem existia) estrelado pela minha amada Miley Cyrus (que agora se chama, oficialmente, Miley Ray Hemsworth - já que ela está casada com o canastrão master Liam Hemsworth), e a cinebiografia do ex-genial Motley Crue, o The Dirt.

Direto então para as análises desses dois guilty pleasures autênticos, com o mínimo possível de SPOILERS:

(Espera aí, continua sendo spoiler se estamos falando de paradas biográficas?)

RACHEL, JACK E ASHLEY TOO

Com o nome claramente inspirado por um notório filme do cinema inglês lançado por aqui em VHS (fitinha essa adquirida por mim em uma locadora que receberá um PURE MASSACRE em breve...), o Rita, Sue & Bob Too (Rita, Sue e Bob Nu - que, se me recordo bem, também recebeu o nome Dois Mais Um), Rachel, Jack e Ashley Too traz a minha idolatrada Miley num papel, por assim dizer, um tanto biográfico.

Miley interpreta Ashley O, uma cantora pop cujo maior hit parece ser On a Roll, uma versão açucarada do clássico industrial Head Like a Hole, do ex-relevante Nine Inch Nails. Não quero entregar nada da trama em si, mas gostaria de informar que, no fim desse mesmo episódio, ela canta a própria Head Like a Hole, numa versão muito boa. Além dessa faixa do primeiro disco do NIN (Pretty Hate Machine, 1989), a Miley também faz uma palhinha de outra canção do NIN, a menos memorável Right Where It Belongs, já da fase derradeira dos ex-gigantes do industrial. O decadente Trent Reznor (vocal do NIN), que deixou de ser um artista relevante lá na metade dos anos 90 (a partir da compilação de sobras intitulada Further Down the Spiral, um bizarro caso de registro que é, ao mesmo tempo, um caça-níquel e um suicídio comercial; uma esquizofrênica contradição, portanto), deveria se sentir agradecido a Miley; que acabou de trazer Reznor de volta a notoriedade. Inclusive, a Miley é uma artista muito mais fascinante, versátil e ousada do que o repetitivo Reznor jamais será. (Um detalhe interessante é que chegaram a recriar outra canção do NIN para o episódio, mas que acabou sendo descartada. Se trata da famosa Hurt, que muitos incautos pensam ser do Johnny Cash.)

Mas enfim.

Como alguém bem notou no You Tube, através da canção On a Roll (que foi lançada como single, com a Miley sendo creditada como a sua personagem na série, Ashley O), a Miley, agora, já alcançou hits com três identidades diferentes: Miley Cyrus, Hannah Montana e Ashley O! ''Multiple Personality Disorder'', hahahaha.

Esse episódio está sendo detonado pelos fãs de Black Mirror, mas, como eu estou pouco me fodendo para esse lixo de seriado, e sou um grande fã da ''muié'', o achei uma diversão guilty pleasure. É claro que, se não fosse pela participação dela aqui, eu JAMAIS teria visto essa porra.

As referências a carreira da Miley estão por todo o lado. Em um poster dela, vemos os dizeres: ''Ashley O Spotlite Tour''. Bem, é preciso dizer então que existe um game chamado ''Hannah Montana Spotlight World Tour''. Inclusive, Spotlight é o nome de uma EXCELENTE canção da Miley na fase HM, com um bridge simplesmente inacreditável e extremamente contagiante.

Já o lance da tia manager remete ao fato da Miley ter sua mãe como a protetora de sua carreira. (Numa má comparação, diria que é algo tipo o pai do Neymar administrando a sua carreira.)

Todo o conflito de personalidades remete ao que a MC já revelou sobre a sua fase Hannah Montana, em que ela acabava se perguntando: ''Who the fuck am I?''

E, em uma cena desse episódio de Black Mirror, até toca uma canção do seu pai Billy Ray Cyrus: It's All the Same to Me - cujo single eu até possuo, inusitadamente.

Ou seja, Rachel, Jack & Ashley Too é muito mais recomendado aos fãs da Miley do que aos fãs dessa porcaria de série injustamente endeusada. Nós ''smilers'' (odeio esse nome) veremos muito mais graça no episódio - de uma hora e sete minutos - do que as pessoas ''normais''.

Mas, por outro lado, devo admitir que algumas coisas no episódio me incomodaram. A cena da fuga de carro tem uma vibe cômica muito tosca, e que remete ao estilo de humor de Hannah Montana, em seus piores momentos, e também da tranqueira master A Super Agente / So Undercover - em que a Miley viveu uma agente do FBI de 17 anos de idade!

Outra parada que me aborreceu um pouco foi pensar que, após aquela trinca de obras-primas (Breakout / 2008, Can't Be Tamed / 2010 e Bangerz / 2013), a Miley tem demonstrado um evidente declínio artístico em sua carreira musical (através do suicídio comercial Dead Petz, do retorno dos mortos Younger Now e desses dois novos registros - em EP e em full-length - de 2019), e, ao invés de orquestrar um novo grande álbum, ela encontra tempo para fazer uma participação nonsense numa série superestimada da Nerdflix. Admito que, ao pensar nisso, fiquei meio triste. (Para piorar, logo em seguida, assisti um show dela desse ano no YouTube, em Barcelona. E foi um show bem frustrante, todo focado nas não tão boas canções de 2019. Para piorar ainda mais, as cinco faixas clássicas ali executadas - Party in the USA, Can't Be Tamed, We Can't Stop, Wrecking Ball e Malibu - foram cantadas em versões inferioras, frustrando os fãs hardcore da cantora. Yeah, I love Miley, mas nunca deixarei de criticar as coisas que me desagradam nela. Afinal, não sou um fã bitolado que a acha perfeita ou algo assim. Tô fora desse tipo de fanatismo desenfreado - mesmo porque, acredite se quiser, a Miley tem mais de 30 músicas das quais eu não gosto.)

Ahh, e além de todo o lance autobiográfico com a Miley, os fãs de cantoras pop notarão possíveis referências a recentes acontecimentos - trágicos e controversos - envolvendo a Britney Spears e até mesmo a Demi Lovato.

Sei lá se consegui expressar o que queria com esse review. Mas, de qualquer forma, aí estão os meus pensamentos sobre o episódio de Black Mirror protagonizado pela cantora pop mais intrigante da história. E, sei lá, acho que consegui comentar o negócio sem revelar spoilers minimamente graves.

PS: Convenhamos que a Miley está GOSTOSA PRA CARALHO como Ashley O. Fiquei um tanto alucinado naquela cena da imagem holográfica em tamanho gigantesco. Miley é, simplesmente, a mulher mais gata e deliciosa do mundo; até mais do que a Emma Watson e a Léa Seydoux em seus melhores momentos.

THE DIRT

''Mick Mars é o único integrante dessa banda que não é um completo idiota.'' Palavras sábias, meu caro.

Motley Crue é uma banda que foi magnífica nos seus dois primeiros discos, Too Fast for Love e Shout at the Devil, ambos lançados na primeira metade dos anos 80. Após isso, soltaram um registro muito bom, porém não genial: Theatre of Pain, que conta com as memoráveis We Need a Lover Tonight e Save Our Souls - presente na trilha sonora de Demons: Os Filhos das Trevas.

Após isso, se venderam legal ao mainstream, lançando uma série de discos polidos e inofensivos, com canções genéricas e letras patéticas.

Já ao vivo sempre foram uma atrocidade. Sejamos sinceros, OK? Se, por um lado, Tommy Lee é um grande baterista, e Mick Mars um guitarrista eficiente; por outro, Nikki Sixx é um baixista totalmente nulo, e Vince Neil... Bem, Vince Neil pertence a mesma relação de Don Dokken, Andi Deris e Katy Perry: cantores que soam bem no estúdio, mas que são uma desgraça ao vivo. Inclusive, nos meus dias de aspirante a rockstar, eu tinha Vince como uma grande inspiração. A minha mentalidade era a seguinte: se esse cara deu certo, QUALQUER UM pode dar certo também.

Já sobre o filme The Dirt, também produzido pelo pessoal da Netfux...

Bem, nós temos aqui o diretor de Jackass filmando a história de uma banda que possui três débeis mentais como seus principais integrantes. (Vale uma curiosidade. Lembro claramente que, lá na metade dos anos 2000, havia um forte rumor de que o Johnny Knoxville faria o Nikki Sixx na versão cinematográfica de The Dirt.)

Ou seja: ou o espectador entra de cabeça na proposta do negócio, ou se irritará profundamente com o bicho.

Boa direção, boas atuações e um bom roteiro não serão encontrados aqui nem fodendo. Inclusive, trechos diversos simplesmente não batem com a história da banda, como o Régis Tadeu (que ESTRAÇALHOU o filme num vídeo muito, muito engraçado) já explicou perfeitamente. Como ele bem apontou, teve duas partes que me incomodaram bastante: a citação totalmente equivocada ao Skid Row (grupo que debutou oito anos após o Motley, mas que, no filme, é apresentado como um grupo contemporâneo ou até mesmo anterior ao MC!), e a parte no final, em que o scumbag master Sixx faz aquele discurso de que a amizade deles é o que realmente importa. Yeah, right. O verdadeiro Sixx só se importa consigo mesmo, e olhe lá.

Mas, além dessas duas partes equivocadas bem apontadas pelo Régis, teve uma outra coisa que eu achei muito mal feita: o filme The Dirt dá a entender de que o Shout at the Devil foi o primeiro disco da banda, ignorando a existência do debut Too Fast for Love!!! Absurdo total.

Outro equívoco, na mesma linha, é ver o filme passar a ideia de que Looks That Kill foi o primeiro clipe da banda. Na realidade, o Motley teve QUATRO videoclipes antes de Looks That Kill: duas versões diferentes de Take Me to the Top (a melhor canção da banda, na minha opinião), mais Public Enemy Number 1 e Live Wire - vídeo filmado no mesmo cenário da versão nunca oficialmente lançada de Take Me to the Top.

E tem uma outra coisa esquisita. O filme mostra o Vince com sua filha Skylar em pleno 1987. Detalhe: na vida real, a Skylar nem era nascida naquela época.

Mas, mesmo com os problemas gerais, The Dirt até que é engraçado e divertido. Isso é, desde que não haja uma grande cobrança de qualidade cinematográfica e de fidelidade a história da banda.

Pontos positivos? Pessoalmente, achei essa versão do Mick Mars hilária. E é emocionante ouvir as maravilhosas canções dos discos Too Fast e Shout, dois clássicos absolutos do metal farofa, e que - praticamente - não possuem canções ruins. (Só não curto Danger, do SATD.)

Fãs de comédias retardadas tipo O Roqueiro (The Rocker) poderão curtir The Dirt. É só não esperar grande coisa, que você poderá sair se sentindo - levemente - recompensado.

PS: Uma coisa que o filme deixou de lado é que, se já não fosse grotesco demais o Vince ter dirigido chapado e causado a morte do Razzle, tempos depois o Motley lançou uma compilação intitulada MUSIC TO CRASH YOUR CAR TO, ou seja, MÚSICA PARA BATER O CARRO OUVINDO!!! Por isso que sempre digo: é simplesmente impossível ser fã de canalhas terminais como Vince, Nikki e Tommy, trio que faz parte da escória do universo. (Outra omissão de The Dirt foi esconder o fato de que Don't Go Away Mad (Just Go Away) plagia, descaradamente, uma canção de uma certa banda feminina japonesa...)

MATERIAL BÔNUS: Titio Marcio Massacrando Black Mirror em Janeiro de 2018

Eis o que eu escrevi sobre Black Mirror em Janeiro de 2018. De boa? Que se foda essa série.

''Esperava encontrar algo perigoso, ''dark'' e desafiador, e quebrei a cara legal. O seriado inglês é uma afetação sci-fi de marca maior, capaz de causar dor de cabeça pelos motivos errados: direção preguiçosa e atuações que, em geral, não são nada demais.

Até admito que o segundo episódio possui sim uma grande sequência envolvendo o sempre ótimo e carismático Daniel ''Kalua'' (Kick-Ass 2, Sicário: Terra de Ninguém, Corra!), quando o mesmo surta legal. Mas devemos lembrar que o mesmo ator também esteve no algo similar Ch@t: A Sala Negra, que deixa Black Mirror no chinelo. Portanto, sim, um ou outro episódio da série até chega a ser minimamente interessante, porém não o suficiente para ser chamado de bom.

Não me entendam mal: a ideia pessimista de um futuro onde, quanto mais tecnologia tivermos, mais ela se voltará contra nós, é muito bem-vinda. O problema é a execução que não é lá das melhores...

No fim das contas, Black Mirror acaba parecendo um equivalente de ficção científica do igualmente superestimado e artisticamente pobre V/H/S, frustrante franquia de horror found footage.

Black Mirror é uma enorme decepção.''

MATERIAL BÔNUS PARTE II: Texto Nunca Publicado Mesclando Miley e Motley (''material bônus'' dentro de ''material bônus'', PQP)

''Você é o rei da perversão, mas não tente me estuprar.'' = melhor letra de todos os tempos

Out go the lights
In goes my knife
Pull out his life
Consider that bastard dead

Get on your knees
Please beg me, please

YOU'RE THE KING OF SLEAZE

BUT DON'T TRY TO RAPE ME

Bastard
Consider that bastard dead

Bastard
Make it quick
Blow off his head

Bastard
Won't get screwed again

I've got your neck in the noose
I've got nothing to lose
I'm really gonna screw you
Consider that bastard dead

You get the shark
The beast has its mark
Can't beat the dark
But don't try to rape me

Bastard
Consider that bastard dead

Bastard
Won't get screwed again

No, no, no.

Bastard
Consider that bastard dead

Bastard
Won't get screwed again

Bastard
Make it quick
Blow off his head

Bastard
Consider that bastard dead

Bastard
You're not gonna fuck with me

NO.

NO.

Hail Motley Crue dos três primeiros discos. Idolatrarei os três primeiros álbuns desses filhos da puta até o fim da minha vida.

E bem que poderiam muito bem ter encerrado as atividades antes dos vendidos Girls Girls Girls e Dr. Feelgood, do sem vergonha disco auto-intitulado, do frustrante Generation Swine, do decadente New Tattoo e da despedida meia-boca intitulada Saints of Los Angeles.

Material Bônus:

Eis a ''Conexão Miley Crue''. Se bem que, enquanto a Lady Gaga e a Demi Lovato são fãs hardcore de Motley, a Miley gosta (bem) mais de Poison - que foi o primeiro show da vida dela. E, além do mais, o Nikki Sixx chegou a falar umas infelicidades sobre a Miley quando ela tinha apenas 14 anos de idade. Sixx motherfucker gosta de fazer bullying em meninas menores de idade, huh?

E, para quem se interessar, existe um vídeo da Brandi Cyrus mais a Tish Cyrus (irmã mais velha e mãe da MC, respectivamente) entrevistando Sixx e companhia limitada; na época em que eles anunciaram a tour de despedida.

///

Curiosidade final: Liam Hemsworth, marido da Miley, chegou a ser considerado pela Notflix para fazer um dos papéis centrais em The Dirt.

FUI.











 

2 comentários:

  1. Cinco canções para se conhecer o lado ''hair metal'' da Miley:

    Kicking & Screaming (Ashlee Simpson cover - a versão original tem uma veia mais poppy punk, enquanto a da Miley é mais metal farofa mesmo)

    Rock Star (Hannah Montana)

    Let's Get Crazy (Hannah Montana: O Filme)

    Every Rose Has its Thorn (Poison cover - lembrando que a Miley ainda fez um dueto com Bret Michaels em Nothing to Lose)

    Pour Some Sugar on Me (Def Leppard cover - versão feita pelo Steel Panther, que conta com os backing vocals da ''muié'')

    (além dessas, eis outras músicas da Miley com uma pegada farofenta: Breakout, Start All Over, GNO / Girls Night Out, Talk Is Cheap, We Got the Party with Us...)

    A Miley deveria gravar um disco só de rock-hard-metal, isso sim.

    ///

    ''Fico triste sempre que penso na morte do Razzle. Além do mais, eu adoro Hanoi Rocks, uma das minhas bandas favoritas. E ele foi morto por alguém sem nenhuma relevância na música. Na verdade, o único apelo do Motley Crue é mostrar para os críticos que Sex Pistols possui sim uma influência no rock mainstream.''

    - Richey Manic (RIP)

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  2. Motley Crue com Chemical Romance, já ouviu?

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