quarta-feira, 19 de junho de 2019

PURE MASSACRE (+ DENÚNCIA): Hereditário e Espaço Itaú (Junho de 2018: Post Inacabado)

Como já comentei em outras ocasiões, menos de 10% de tudo que escrevo chega a ver a luz do dia. Sim, apesar de nunca ter ganhado um mísero centavo com a minha escrita (o que demonstra que eu provavelmente sou burro pra caralho), sinto sim essa necessidade constante de me expressar através dela. Já esse post aqui - escrito no finalzinho de Junho do ano passado - permaneceu inacabado, assim como tantos outros textos meus. O postarei aqui para que vocês tenham uma ideia de como é uma publicação inacabada minha. O ''bicho'' está em puro estado experimental, exatamente como foi escrito na época.

Enjoy...

Or not.

(...)

CHUPA, MUNDO = Fitas Diversas em Dias Variados

Scan:
VHS de Marcas de uma Paixão (frente) + ingresso de Hereditário

Parte I: Finalmente Adquirindo um dos Filmes Mais Esquisitos dos Anos 80 + Assistindo Hereditário no Cinema + Denunciando ''Promoção'' Problemática do Espaço Itaú de Cinema (Junho / 2018)

No final de Junho decidi conferir o fenômeno Hereditário na tela grande, na sua semana de estreia. Estava curioso para ver se ele realmente merece esse hype todo. Provavelmente não, certo? Afinal de contas, fã de terror é um bicho desesperado que quer acreditar nesse e naquele hype absurdo, certo?

Chegaremos lá.

Como estava com uns canhotos de ingressos dos cinemas da rede Espaço Itaú, acabei indo ao cinema deles localizado no Shopping Frei Caneca. É que, nas Terças, tem um esquema (sim, eu chamo de ''esquema'' e não de ''promoção'', já que os preços deles são abusivos pra caralho) em que é possível trocar cinco ingressos usados em sessões do Itaú pelo ingresso de qualquer filme sendo exibido em qualquer cinema Itaú (Augusta, Frei Caneca e Bourbon). Bem, ao menos na teoria é assim...

Antes de chegar lá, acabei visitando um sebo de São Paulo que me providenciou mais de 100 VHS no ano passado (na verdade, talvez mais de 200), só para perguntar se havia alguma novidade em termos de VHS.

O dono do local não estava lá, e, conversando com funcionários variados, encontrei comentários contraditórios: um falando que muitas VHS estavam para chegar, enquanto outro me disse que não havia nenhuma previsão para a chegada de novas VHS.

Também me disseram que haviam algumas novas fitinhas na entrada do sebo. Dei uma fuçada básica, e reparei algumas VHS musicais, entre elas shows de ex-diamantes do rock-metal inglês: Black Sabbath e Def Leppard. Por mais que goste de Sabbath com Ozzy (e só com Ozzy, já que Dio bom é Dio morto; se bem que ele está morto e continua sendo intragável, né...), não sei se me interessaria ter VHS da banda. Já Def Lep possui muita coisa que eu teria em VHS, desde que os preços sejam bem baixos, até R$ 5. Como o ''bicho'' (um show da tour do fraquíssimo Adrenalize) estava custando uns R$ 20 ou R$ 25, deixei passar. Prefiro gastar essa grana em rango e sorvete, isso sim. Go to hell, Def Lep dos anos 90 adiante.

Estava prestes a pular fora, quando o maluquinho do sebão me avisou que, além das fitas à mostra na loja, tinha duas caixas com VHS no depósito deles; e que eu podia dar uma olhada nelas.

Entrei lá, e dei uma bisbilhotada nelas. Logo de cara trombei dois filmes bem mais ou menos que possuo em DVD: Lower Level: Perigosa Obsessão e Mercenários da Morte (Expect No Mercy). O primeiro eu tenho no DVD da Casablanca (já a VHS é da CIC), com o título Encurralada (e a capa totalmente diferente da VHS), enquanto o segundo eu consegui em DVD importado na década passada. Até são dois filmes que eu teria em VHS, mas, na ocasião, só queria pegar alguma fita se fosse algo realmente interessante.

Ainda na primeira caixa, passei por aquele terrir Um Estranho Vampiro, com um jovem Nicholas Cage, mais a Maria Conchita Alonso e a Jennifer Beals. Outro que eu até pegaria - em algum outro momento.

E, ao chegar na segunda caixa (e tentar não passar mal com as revistas-poster dos devidamente esquecidos Emo X Zero à Esquerda, que estavam por cima das VHS), eis que dou de cara com Marcas de uma Paixão (Siesta, 1987, com direção de Mary ''Cemitério Maldito'' Lambert), fita que vem figurando em diversas wish list minhas de VHS desde o comecinho dessa década. Sensacional conseguir uma VHS que está entre as que você mais procura. Mesmo se não tivesse feito mais nada naquele dia, conseguir tal fitinha já teria valido tudo. Foi a primeira e única VHS que consegui nesse sebo esse ano.

Apesar do elenco de nomes fortes (Ellen Barkin, Jodie Foster, Julian Sands, Martin Sheen, Grace Jones e Gabriel Byrne - que também está em Hereditário), Siesta / Marcas de uma Paixão (infeliz título nacional) é uma produção esquecida pela história. Com a exceção de Cemitério Maldito, Mary Lambert é uma diretora muito ruim, mas Siesta é um filme que pode interessar aos amantes de bizarrices oitentistas. O recomendo para fãs de cinema surrealista e afins. E não se enganem com o título que o filme recebeu no Brasil: Siesta está lá junto de produções do tipo Comando Out / Desvio Mortal / Fúria Terrorista, O Território, Enxofre e Melaço, The Drifting Classroom, Dogra Magra e Discípulos do Caos. Ou seja, ''drug movies'' terminais da década de 80. (E é interessante notar que, no post que escrevi sobre Discípulos do Caos anos atrás, Siesta é mencionado. Se não me engano, também o citei no CHUPA, MUNDO do Um Romance sem Passado / The Girl in a Swing - e também no CM nunca publicado do Segredos do Passado / Primal Secrets, AKA Trick of the Eye, outra esquisitice estrelada pela Meg Tilly.)

Termino aqui o momento SUCK IT, WORLD dessa primeira parte do post. A seguir, somente comentários sobre Hereditário e uma pequena denúncia sobre o circuito Itaú de Cinema.

A seguir, fui no Shopping Frei Caneca tentar assistir Hereditário. Digo ''tentar'' porque, sempre que vou aproveitar essa ''promoção'' de troca dos cinco ingressos usados por um novo, acabo enfrentando algum tipo de ''pobrema'' em shopping center - seja Frei Caneca ou Bourbon.

Eles deveriam dizer ''junte cinco ingressos usados na rede Itaú de Cinema e, COM SORTE, o troque por um ingresso novo nas Terças''.

Com a exceção do Itaú Augusta, já experimentei problemas variados nesse assunto. Aliás, nos dois shoppings, eu SEMPRE encontrei dificuldade nessa ''promoção''; nunca consegui fazer a troca de ingressos numa boa e receber o novo ingresso imediatamente. Aí pergunto: será que mais alguém aí teve dificuldade nessa ''promoção''?

Teve a vez em que fui assistir aquele remake ridículo do It (com o pivete mala do Stranger Fags), e eles me falaram que rolou um problema técnico no computador, e me deixaram esperando uns 10 minutos ou mais. Enquanto isso, os outros computadores de atendimento funcionavam normalmente. Como tinha umas filas nos outros lugares, resolvi ficar por lá mesmo. Acabei entrando somente nos trailers.

Teve a vez em que fui assistir o massacrado Boneco de Neve, e também me deixaram esperando dessa mesma forma, com o argumento de que o computador estava com problema técnico. No mesmo dia, fui assistir o deprimente found footage Screamers (terror que ficou somente uma semana em cartaz, e só no Itaú Bourbon; dentro da sala só tinha eu e outro espectador), e daí pediram o meu nome. ''Precisamos anotar o nome de quem participa dessa promoção.'' What the fuck?! Em nenhuma outra ocasião isso aconteceu.

Teve uma vez em que me deixaram esperando porque, segundo o que disseram, eles precisavam da autorização de alguém para eu poder receber o novo ingresso.

E teve a pior vez de todas: em que eu não consegui realizar a troca de ingressos. Alegaram que foi porque eu estava com dois ingressos de um mesmo filme (porém em dias e horários diferentes), daí não era possível realizar essa ''promoção''. O que não faz sentido, já que, antes disso, eu consegui sim trocar ingressos em que algum filme estava repetido.

Sem contar todas as vezes em que eles passam uma eternidade olhando os ingressos, como se tivesse algum falsificado - ou algo assim.

Agem dessa forma como se eu estivesse recebendo o novo ingresso de graça, sendo que os ingressos deles - até para quem paga meia (que não é o meu caso) - são muito salgados. E agem como se estivesse saindo custo do bolso deles. Ridículo.

Cheguei lá então para tentar assistir Hereditário. Será que, dessa vez, conseguirei trocar os ingressos e pegar o ingresso de Hereditário numa boa, sem enfrentar nenhum tipo de contratempo?

Vou no atendente livre, e o mesmo me diz que lá só atendem compra direta, portanto terei que ir no último guichê do local. É, continuo sem nunca ter conseguido trocar os ingressos em cinema Itaú de Shopping numa boa...

Vou na última fila e, para a minha surpresa, me chamam no guichê do lado, que havia acabado de se esvaziar. Passam um bom tempo olhando os meus ingressos mas, felizmente, o trocam pelo ingresso de Hereditário.

Custa trocar o negócio de boa?

Antes da sessão começar, fico namorando a minha fitinha do Siesta, sendo que eu nunca nem havia visto scan dessa capinha. Foda demais.

A sala escurece, e somos bombardeados com três trailers de aparentes tranqueiras:

Venom. Nada mais que mais uma palhaçada da Marvel. Da forma que as coisas estão indo, é capaz de fazerem filme sobre o tio do Homo-Aranha ou de ex-namorada do Wolverine. Porra, está mais do que ridículo essa insistência de continuar batendo nessa mesma tecla, de seguir fazendo tralha de super-herói. Lamentável. E, sobre Venom, posso dizer que houve uma época em que eu gostava do Tom Hardy, que está perfeito em filmes como Bronson e Locke. Mas, a partir de baboseiras como Bane (que ele interpretou na parte final da trilogia do Bagaceiro das Merdas, com direção do Christopher Nolan, um sujeito que morrerá sem fazer um filme que preste) e o seu Merda Max insosso (de Estrada do Tédio), Hardy só vem me aborrecendo filme após filme.

Sicário: O Dia do Soldado. O primeiro Sicário (Terra de Ninguém) já tinha duas cenas ridículas, e marcava o início do fim para o outrora bom Denis Villeneuve - que só fez porcaria a partir dali. Ou seja, é outro filme que não me despertou interesse.

Slender Man: Pesadelo sem Rosto. Assim como outras creepypastas (lendas urbanas do mundo virtual), tipo Cicada e WebDriver Torso, Slender Man foi um assunto fascinante a princípio... Para se tornar um tédio absoluto mais tarde. Sinceramente não consigo pensar em nenhuma creepypasta que consiga manter o interesse ao passar dos anos: todas não conseguem ir além dos seus 15 minutos de fama, despertando fortes bocejos a seguir. Para piorar, o trailer dessa porra é Blumhou$e puro (vai que é a própria Blumhou$e que está bancando essa tranqueira), com jumpscares genéricos e o caralho. Passo também.

Então chega a hora de Hereditário, que vem sendo comparado a O Bebê de Rosemary, O Exorcista, Carrie: A Estranha e O Iluminado. (Tem que ter muito cuidado ao comparar alguma coisa com O Iluminado, já que esse último é, ao menos para mim, o melhor filme de horror de todos os tempos. Simplesmente nada bate O Iluminado.)

Bem, posso dizer que Hereditário começa muito bem. O lance das miniaturas, as atuações fortes, a abordagem mal-humorada, os eventos macabros...

O filme manda muito bem até certo ponto. Mas aí vai se tornando algo repetitivo, me fazendo perder o interesse. Fui parando de me importar com os personagens (a inclusão do canastrão Alex Wolff facilitou essa reação), e achei duas cenas do filme simplesmente patéticas - ambas envolvendo Wolff.

No fim das contas, Hereditário está lá junto de Corrente do Mal no ranking dos filmes de terror mais injustamente endeusados da década. Tem sim um grande potencial, mas a longa duração, o fraco Wolff, as citadas duas cenas ridículas o envolvendo, a absoluta falta de carisma dos personagens e uma certa mesmice nas situações fazem com que o filme não passe de um gigantesco desmerecedor de seu hype.

''O novo Exorcista'' my fucking ass. Fuck you, Herediotário.


 

Um comentário:

  1. Se as coisas já não estivessem ruins o suficiente em relação ao Espaço Itaú de Cinema (Augusta, Frei Caneca, Bourbon), as coisas ficaram ainda piores em 2019. Sim, o lance da troca dos cinco ingressos ACABOU. Ou seja, agora boicotarei o Espaço Itaú de Cinema forevermore.

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